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04.09.2018 – PROCESSO PENAL II 
 
 ACAREAÇÃO - ARTs. 229 e 230 CPP 
Ato processual consistente na colocação face a face de duas ou mais pessoas que fizeram declarações distintas acerca do mesmo fato (pode 
ser entre testemunha e testemunha, acusado e acusado, testemunha e vítima, etc). Destinado à oferecer ao juiz o convencimento acerca da 
verdade, reduzindo-se à termo o ato da acareação. 
 
CPP - Decreto Lei nº 3.689 de 03 de Outubro de 1941 
Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, entre acusado e testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e a 
pessoa ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas declarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes. 
Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, para que expliquem os pontos de divergências, reduzindo-se a termo o ato de acareação. 
 
Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas declarações divirjam das de outra, que esteja presente, a esta se darão a conhecer os pontos 
da divergência, consignando-se no auto o que explicar ou observar. Se subsistir a discordância, expedir-se-á precatória à autoridade do lugar 
onde resida a testemunha ausente, transcrevendo-se as declarações desta e as da testemunha presente, nos pontos em que divergirem, bem 
como o texto do referido auto, a fim de que se complete a diligência, ouvindo-se a testemunha ausente, pela mesma forma estabelecida para 
a testemunha presente. Esta diligência só se realizará quando não importe demora prejudicial ao processo e o juiz a entenda conveniente. 
 
 PROVA DOCUMENTAL - ARTs. 231 a 238 CPP 
O art. 232 do CPP define documento como os escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou particulares. 
 
CPP - Decreto Lei nº 3.689 de 03 de Outubro de 1941 
Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou particulares. 
Parágrafo único. À fotografia do documento, devidamente autenticada, se dará o mesmo valor do original. 
 
Na atualidade, vem se considerando como documento, em sentido amplo tudo aquilo capaz de retratar determinada situação, ainda que seja 
por meio de áudio ou vídeo. 
(Whatsapp, pen drive, mídias removíveis, vídeo, etc.). 
Os documentos, lato sensu, se classificam em: 
 
a. INSTRUMENTOS 
Todo documento confeccionado com objetivo de servir de prova do ato nele materializado. 
1. Público 
Constituído perante autoridade pública, no exercício de suas funções, e que possua capacidade para lhe atribuir a presunção de verdade (fé 
pública). 
Exemplo 1: instrumento público de procuração; escritura de compra e venda de imóvel. 
 
2. Particular 
Aquele para constituição não houve a contribuição de qualquer agente público no exercício da função. 
Exemplo 2: letra de câmbio. 
 
b. DOCUMENTOS EM SENTIDO ESTRITO – STRICTO SENSU 
É todo escrito que não foi elaborado com propósito direcionado de ser utilizado como prova, embora, eventualmente, possa vir a ter essa 
finalidade. Sua utilização como é prova é casual. 
Exemplo 1: mensagens enviadas pelo Presidente da República ao Congresso Nacional (PÚBLICO) 
Exemplo 2: reportagem jornalística (PARTICULAR). 
 
CPP - Decreto Lei nº 3.689 de 03 de Outubro de 1941 
Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar documentos em qualquer fase do processo. 
Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou particulares. 
Parágrafo único. À fotografia do documento, devidamente autenticada, se dará o mesmo valor do original. 
Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios criminosos, não serão admitidas em juízo. 
Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em juízo pelo respectivo destinatário, para a defesa de seu direito, ainda que não haja 
consentimento do signatário. 
Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a ponto relevante da acusação ou da defesa, providenciará, 
independentemente de requerimento de qualquer das partes, para sua juntada aos autos, se possível. 
Art. 235. A letra e firma dos documentos particulares serão submetidas a exame pericial, quando contestada a sua autenticidade. 
Art. 236. Os documentos em língua estrangeira, sem prejuízo de sua juntada imediata, serão, se necessário, traduzidos por tradutor público, 
ou, na falta, por pessoa idônea nomeada pela autoridade. 
Art. 237. As públicas-formas só terão valor quando conferidas com o original, em presença da autoridade. 
Art. 238. Os documentos originais, juntos a processo findo, quando não exista motivo relevante que justifique a sua conservação nos autos, 
poderão, mediante requerimento, e ouvido o Ministério Público, ser entregues à parte que os produziu, ficando traslado nos autos. 
 
 
 SENTENÇA - ART. 381 
 
 NATUREZA JURÍDICA 
Manifestação intelectual, lógica e formal, emitida pelo Estado, por meio de seus órgãos jurisdicionais, cuja finalidade é a de encerrar 
um conflito de interesses, qualificado por uma pretensão resistida, mediante a aplicação do ordenamento legal ao caso concreto. 
A função jurisdicional finda com a sentença, aplicando a lei ao caso concreto com a função de extinguir a controvérsia. 
Uma vez que ocorre uma relação jurídica processual e respectiva litispendência, ambas entendidas como representativas de um 
processo na plenitude de seus efeitos, já nasceu para o Estado-Juiz o poder-dever de prestar a tutela jurídica. 
 
CPP - Decreto Lei nº 3.689 de 03 de Outubro de 1941 
Art. 381. A sentença conterá: 
I - os nomes das partes ou, quando não possível, as indicações necessárias para identificá-las; 
II - a exposição sucinta da acusação e da defesa; 
III - a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão; 
IV - a indicação dos artigos de lei aplicados; 
V - o dispositivo; 
VI - a data e a assinatura do juiz. 
 
 
LITISPENDÊNCIA 
Ocorre quando há um litígio, pendente de julgamento por um juiz. A exceção de litispendência impede a duplicação da ação, ou seja, não poderá ser 
intentada ação com as mesmas partes sobre o mesmo fato. 
Exemplo: Se houver denúncia ou queixa-crime sobre o fato que já está sendo apurado em uma ação, basta a simples arguição de litispendência, pois 
não se concebe duplicidade de processo contra o mesmo réu pelo fato. bis in idem. 
 
 CLASSIFICAÇÃO DAS SENTENÇAS 
As sentenças em sentido amplo se dividem: 
1. Interlocutórias simples 
Decisões que solucionam questões relativas à regularidade ou marcha processual, sem adentrarem ao mérito da causa. 
Exemplo: Recebimento de denúncia e decretação de prisão preventiva. 
 
2. Interlocutórias mistas (decisões com força de definitivas) 
São aquelas que têm força de decisão definitivas, encerrando uma etapa do procedimento processual, ou a própria relação do 
processo sem o julgamento do mérito da pauta. 
 
a. Não terminativas 
São aquelas que encerram uma etapa procedimental. 
Exemplo: Decisão de pronúncia nos processos do Tribunal do Júri. 
 
b. Terminativas 
São aquelas que cominam com a extinção do processo sem o julgamento do mérito. 
Exemplo: Casos de rejeição da denúncia, pois encerram o processo sem a solução da lide penal. 
 
 CONCEITO 
Sentido estrito (próprio), é a decisão definitiva que o juiz profere, solucionando a causa. 
 
 CLASSIFICAÇÃO 
Em sentido STRICTO SENSU 
 
1. CONDENATÓRIA 
Quando julgam procedente, total ou parcialmente, a pretensão punitiva. 
 
2. ABSOLUTÓRIA 
Quando não acolhem o pedido de condenação. 
a. PRÓPRIA 
Quando não acolhem a pretensão punitiva, não impondo sanção ao acusado. 
 
b. IMPRÓPRIA 
Quando não acolhem a pretensão punitiva, mas reconhecem a prática da infração penal e impõe ao réu medida 
de segurança. 
 
c. TERMINATIVAS DE MÉRITO OU DEFINITIVAS EM SENTIDO ESTRITO 
É quando julgam o mérito, mas não condenam e nem absolvem o réu. 
Exemplo: Sentença de declaração de punibilidade. Art. 107 CP. 
 
CP - DecretoLei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940 
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
I - pela morte do agente; 
II - pela anistia, graça ou indulto; 
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; 
IV - pela prescrição, decadência ou perempção; 
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; 
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; 
VII - pelo casamento do agente com a vítima, nos crimes contra os costumes, definidos nos Capítulos I, II e III do Título VI da Parte Especial 
deste Código; 
(Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) 
VIII - pelo casamento da vítima com terceiro, nos crimes referidos no inciso anterior, se cometidos sem violência real ou grave ameaça e desde 
que a ofendida não requeira o prosseguimento do inquérito policial ou da ação penal no prazo de 60 (sessenta) dias a contar da celebração; 
(Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) 
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. 
 
 
 Quanto ao órgão que prolatam a sentença, classificam-se em: 
 
1. Subjetividade simples 
Quando proferidas por uma pessoa. 
Exemplo: juízo singular ou monocrático. 
 
2. Subjetividade plurímas 
Decisões dos órgãos colegiados homogêneos. 
Exemplo: proferidas pelas câmaras ou tribunais. 
 
3. Subjetivamente complexa 
Resultam da decisão de mais de um órgão, como no Tribunal do Júri, em que os jurados decidem sobre o crime e a autoria, e 
o juiz sobre a pena a ser aplicada. 
 
 REQUISITOS FORMAIS 
 
A. Relatório, ou exposição, ou histórico; 
Requisito do art. 381, inc. I e II, CPP. Resumo histórico do que ocorreu nos autos, de sua marcha processual e deve reportar-se 
expressamente aos incidentes e à solução apresentada às questões intercorrentes. 
CPP - Decreto Lei nº 3.689 de 03 de Outubro de 1941 
Art. 381. A sentença conterá: 
I - os nomes das partes ou, quando não possível, as indicações necessárias para identificá-las; 
II - a exposição sucinta da acusação e da defesa; 
 
 
B. Motivação ou fundamentação 
Requisito pelo qual o juiz está obrigado a indicar os motivos de fato e de direito que o levaram à tomar a decisão – art. 381, inc. III. 
(vide art. 93, inc. IX CF – garantia o juiz deve apreciar toda matéria arguida pela acusação ou defesa, sob pena de nulidade). O ato 
decisório que não cumprir o mandamento constitucional, que obriga o juiz ou o tribunal a motivar a sentença, ou o acórdão, deixar 
de encaminhar fundamento relevante em que se baseia a acusação ou a defesa do réu, reveste-se de nulidade. 
 
CPP - Decreto Lei nº 3.689 de 03 de Outubro de 1941 
Art. 381. A sentença conterá: 
III - a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão; 
 
Constituição Federal de 1988 
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes 
princípios: 
IX- todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo 
a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação 
do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 45, de 2004) 
 
 
C. Conclusão ou parte dispositiva 
É a decisão propriamente dita, na qual o juiz julga o réu após fundamentar a sentença. 
O juiz deve mencionar os artigos de lei aplicados, é o dispositivo conforme artigo 381, inc. IV e V do CPP. 
A conclusão é a parte da decisão em que o juiz concede a tutela jurisdicional, viabilizando o direito de punir do Estado. ius puniendi. 
 
CPP - Decreto Lei nº 3.689 de 03 de Outubro de 1941 
Art. 381. A sentença conterá: 
IV - a indicação dos artigos de lei aplicados; 
V - o dispositivo; 
VI - a data e a assinatura do juiz. 
 
 
 
 SENTENÇA SUICIDA 
Denominação dada por alguns autores italianos à sentença cujo dispositivo contraria as razões alegadas na fundamentação. Tais sentenças, 
ou são nulas ou sujeitas à embargos de declaração (art. 382 do CPP) para correção de erros materiais.

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