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ALEITAMENTO MATERNO Disciplina: Enfermagem Pediátrica e Neonatal Profª. Renata Fontes ANATOMIA DA MAMA ANATOMIA DA MAMA Tem a forma, firmeza e tamanho variáveis, de acordo com a etnia, idade, obesidade e estado de atividade funcional. Normalmente há uma assimetria de volume entre ambas. O tamanho da mama está diretamente ligado à quantidade de gordura e não indica a sua capacidade funcional. ANATOMIA DA MAMA Pele: recoberta por uma pele delgada, lisa, elástica, mais clara que a do restante do corpo. Em sua porção central se torna mais espessa, enrugada e pigmentada, formando o complexo areolo-papilar. Complexo areolo-papilar: compreende duas estruturas: Aréola: área circular pigmentada, de tamanho e coloração variados, que contém glândulas sebáceas e sudoríparas, além de folículos pilosos. Mamilo: situado no centro da aréola, é formada por tecido erétil de tamanho variado. Contém glândulas sebáceas e cerca de 15 a 20 poros, correspondentes aos ductos lactíferos. TIPOS DE MAMILOS Os mamilos são facilitadores no processo da mamada. Quantos mais salientes forem mais fácil será o processo do aleitamento. É necessário haver estímulo, paciência e determinação até que a mãe e o bebê estejam adaptados ao aleitamento. TIPOS DE MAMILOS Protuso: Quando estimulado fica saliente e bem posionado. 92% das mulheres tem esse mamilo. Semi-protuso: apresenta-se pouco saliente como se estivesse incorporado à região areolar. 7% das mulheres o possuem. TIPOS DE MAMILOS Plano: apresenta-se plano. Invertido: apresenta-se no sentido oposto ao mamilo normal; nunca fica saliente. 0,5% das mulheres possuem. ESTRUTURAS INTERNAS Glândulas mamárias: são glândulas sudoríparas, estruturalmente modificadas para secretar leite e não suor. São compostas por: Alvéolos: em nº de 10 a 100, formam os lóbulos mamários. Responsáveis pela produção de leite e são constituídos por uma membrana basal e uma camada de células secretoras. Ductos lactíferos: canais ramificados que se irradiam dos alvéolos em direção ao mamilo, dilatando-se na sua porção final, formando os seios lactíferos. ESTRUTURAS INTERNAS Rede Vascular: A artéria mamária interna, artérias acrômio-torácica, escapular, mamária externa e torácica superior irrigam as mamas. Rede Linfática: Os vasos linfáticos localizam-se na aréola, ao redor dos condutos e do tecido conectivo interlobular. Inervação: As fibras nervosas inervam os órgãos táteis do mamilo e algumas destas fibras seguem o tecido conectivo interlobular, formando plexos finos ao redor dos alvéolos. FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO Durante a gravidez e após o parto as mamas tornam-se capazes de sintetizar, armazenar e liberar o leite materno. Estas transformações ocorrem pela ação dos hormônios, são estes: Prolactina; Ocitocina. PROLACTINA Hormônio responsável pelo crescimento e pela atividade secretora dos alvéolos mamários. Começa a ser liberada pela hipófise anterior ainda na puberdade, mas em pequena quantidade. O pico deste hormônio acontece em decorrência da gravidez, e aumenta gradativamente durante a amamentação. Os níveis de prolactina devem ser mantidos altos para que os alvéolos produzam leite. Os níveis sobem quando o bebê suga o peito. PROLACTINA = PRODUÇÃO DE LEITE OCITOCINA A sucção do mamilo estimula a hipófise posterior a secretar ocitocina. Responsável pela ejeção do leite = ocorre porque a ocitocina contrai as células mioepiteliais ao redor dos alvéolos, fazendo com que o leite seja ejetado até o mamilo. A liberação da ocitocina pode ser temporariamente inibida pela má pega, pela ansiedade, pelo cansaço ou dor extrema. Através da estimulação tátil (sucção ou ordenha) o fator mais importante para que ocorra a descida do leite. OCITOCINA = EJEÇÃO DE LEITE FISIOLOGIA DA SUCÇÃO A sucção envolve eventos complexos e coordenados, desencadeando: Reflexo de procura Reflexo de sucção Reflexo de deglutição Um dos pré-requisitos para uma sucção eficiente é a pega correta. São sinais indicativos de pega adequada: BOA ABERTURA BUCAL; LÁBIOS EVERTIDOS, FORMANDO A “BOQUINHA DE PEIXE”; QUEIXO TOCANDO O SEIO. PEGA CORRETA USO DE BICOS ARTIFICIAIS Podem ocasionar: Maior risco de contaminar o leite e provocar doenças: limpeza pode não ser adequada (se as mãos não foram lavadas antes do preparo; Se a água utilizada para preparar o leite estiver contaminada; Se os utensílios usados no preparo do leite não foram adequadamente limpos); Atrapalhar o aleitamento materno: As formas de sugar o peito e a mamadeira, chucas, chupetas e bicos intermediários são diferentes; o bebê pode confundir e passar a mamar errado, sem tirar do peito a quantidade de leite que necessita e passar a chorar mais, não ganhar peso ou desistir de mamar no peito. USO DE BICOS ARTIFICIAIS Pode modificar a posição dos dentes, prejudicar a fala e a respiração e tornar o bebê um respirador bucal. É mais caro e sua preparação dá mais trabalho: A preparação de mamadeiras dá mais trabalho, gasta mais tempo e custa dinheiro. Diminui o contato entre mãe e filho. Amamentar garante o mais íntimo contato entre o corpo do bebê e o da mãe, contribuindo para o fortalecimento do vínculo afetivo. ESTÁGIOS DA LACTAÇÃO Colostro Leite de Transição Leite Maduro COLOSTRO Até o 7º dia pós-parto. Características: coloração amarelado, viscoso, apresenta maiores concentrações de proteínas, minerais e vitaminas lipossolúveis. Contém anticorpos, fatores de crescimento e é considerada a primeira imunização do bebê. COLOSTRO Propriedades Importância Rico em anticorpos Protege contra infecçõese alergias. Muitos leucócitos Protege contra infecções. Laxante Expulsa o mecônio, ajuda a prevenir a icterícia. Fatores de crescimento Acelera a maturação intestinal, previne alergias e intolerâncias. Rico em vitamina A Reduz a gravidadede algumas infecções; previne doenças oculares causadas por deficiência de vitamina A. LEITE DE TRANSIÇÃO Secretado entre o 7º e o 15º dia de pós-parto. Ocorrem alterações em sua composição aumento da gordura e da lactose; Diminuição da proteína e minerais. LEITE MADURO Produzido a partir da 15º dia pós-parto. De coloração branca e opaca. Contém todos os nutrientes que a criança precisa para crescer. Dividido em anterior e posterior: Leite Anterior no início da mamada o leite é mais aguado e de cor acinzentada. Rico em água, proteínas, vitaminas, lactose e minerais (mata a sede do bebê). Leite Posterior o leite que surge no final é mais branco por conter mais gordura, que é a principal fonte calórica do RN (dá saciedade e engorda) LEITE PRÉ-TERMO É o leite de mães de crianças prematuras e possuem mais proteínas, calorias e lipídios para que assim atenda à maior necessidade de crescimento deste. Apresenta menos lactose para facilitar na digestão do prematuro; grande quantidade de IgA e lactoferrina. COMPOSIÇÃO DO LEITE HUMANO O leite materno é composto: nutrientes, inclusive água; anticorpos; fatores de crescimento, que prepara o intestino imaturo da criança para digerir e absorver alimentos; e gordura. A composição do leite materno varia a sua modificação em relação ao início e final da mamada. COMPOSIÇÃO DO LEITE HUMANO Água (87,5%) = desnecessário ofertar água para o bebê que amamenta exclusivamente. Proteínas (menor concentração) Lipídeos = principal fonte energética do lactente – 40% a 50% das calorias necessárias ao seu desenvolvimento. Carboidratos = lactose – metabolizada em glicose e galactose, facilita a absorção do ferro e cálcio. Vitaminas = todas, mas a quantidade de vitamina D é baixa. Minerais = fósforo, cálcio, zinco, ferro, magnésio, potássio. VANTAGENS DO AM Efeito protetor do leite materno contra a mortalidade e morbidade materno-infantil. RECOMENDAÇÕES: Os bebês devem ser amamentados exclusivamente ao seio durante os 6 primeiros meses de vida. Os bebês não devem consumir nenhum leite infantil industrializado ou de animais. Os bebês devem continuar sendo amamentados até os 2 anos ou mais, com quantidades crescentes de alimentos complementares e líquidos oferecidos. AM EXCLUSIVO Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é recomendado que a criança seja amamentada exclusivamente até os 6 meses de idade, com a finalidade de reduzir riscos de infecções e óbitos nesse período, e deve ser continuado por no mínimo 2 anos de idade. O bebê não consome nenhum líquido ou alimento além do leite materno. Nenhum tipo de bico artificial é oferecido ao bebê. A maioria dos bebês amamentados exclusivamente ao seio, mama pelo menos de 8 a 12 vezes em 24 horas, inclusive a noite. VANTAGENS PARA A MÃE Favores a relação mãe-filho, favorecendo o vínculo entre ambos. Ajuda a recuperação do peso pré-gestacional. Favorece a involução uterina, prevenindo hemorragia pós-parto. Minimiza os risco de CA de mama e de ovário. Efeito contraceptivo. Redução da carga de trabalho com a preparação da alimentação do bebê. VANTAGENS PARA O BEBÊ Superioridade nutricional sobre quaisquer outros alimentos. Disponibilidade imediata e temperatura ideal. Favorece a maturação do SNC (desenvolvimento neuropsicomotor e cognitivo). Protege contra doenças respiratórias e otites. Protege contra doenças do trato urinário. Suporte imunológico específico. Protege contra infecções diarréicas. Diminui os riscos de icterícia fisiológica do RN, devido ao efeito laxante. Cria o vínculo afetivo. VANTAGENS PARA A FAMÍLIA Economia no consumo de leite, bicos e mamadeiras para a alimentação artificial. Economia de tempo. Economia de gastos com a saúde, pois os bebês adoecem menos. CATEGORIAS DO AM O leite materno pode ser dividido em três categorias. Aleitamento exclusivo = é quando a criança somente recebe leite materno direto da mama ou extraído; até os seis meses. Aleitamento predominante = é quando já introduziu além do leite materno, água, sucos ou chás. Alimentação complementar = é quando a criança além de receber o leite materno, recebe qualquer outro tipo de alimento, inclusive leite artificial. POSIÇÕES PARA AMAMENTAR QUANDO OFERECER O PEITO Na sala de parto Sempre que o bebê quiser – dia e noite QUANDO OFERECER O PEITO Em cada mamada, oferecer ambos os peitos, se o bebê desejar. Deixar o bebê mamar até soltar o peito. COMO TERMINAR A MAMADA Deixar o bebê mamar até soltar o peito espontaneamente. Se preciso, a mãe pode colocar o dedo mindinho na boca do bebê para ele soltar o peito. PAPEL DO ENFERMEIRO É papel do enfermeiro estar próximo da mulher durante e após o parto, para auxiliá-la nas primeiras mamadas do seu filho, sendo importante para que o aleitamento materno seja incentivado o mais precocemente possível. O enfermeiro deve observar a pega do bebê e responder as possíveis dúvidas das puérperas e os cuidados com o recém-nascido. Usar uma linguagem simples e objetiva durante as orientações, o incentivo e ao apoio ao aleitamento materno é responsabilidade do enfermeiro. Isso mantém a mulher-mãe mais confiante, acolhida e relaxada. BIBLIOGRAFIA BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher. Brasília: Ministério da Saúde, 2001. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Política de Saúde. Organização Pan Americana da Saúde. Guia alimentar para crianças menores de dois anos. Brasília: Ministério da Saúde, 2002b. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de ações programáticas e estratégicas. Pré-natal e Puerpério: atenção qualificada e humanizada – manual técnico. Brasília: Ministério da Saúde, 2005.
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