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FACULDADE SANTA TEREZINHA - CEST CURSO DE NUTRIÇÃO SISTEMA URINÁRIO: litíase renal e nutrição São Luís 2014 ADRIANA CATRO JESSICA CRISTINA CARLA OLIVEIRA KEILA CRISTINA ELAYNE GLENDA MAYANA VERAS ELAYNE RIBEIRO THAYSE OLIVEIRA SISTEMA URINÁRIO: litíase renal e nutrição São Luís 2014 Trabalho apresentado ao Curso de Nutrição da Faculdade Santa Terezinha – CEST, para obtenção da nota parcial da disciplina Seminário Temático II. Orientadora: Prof. Thatiana Silva Santos RESUMO O rim é um órgão extremamente importante para o funcionamento do organismo, agindo como um filtro, retirando do sangue, substâncias indesejadas e eliminando-as na urina. No trabalho destacamos a nefrolitíase, um problema renal que ocorre quando determinadas substâncias encontram-se em alto grau de concentração na urina e atingem um nível no qual a cristalização destes resíduos é possível. Com o objetivo de mostrar a importância da alimentação para a prevenção e melhora desse problema, visto que há inúmeras interações de nutrientes que resultam em alterações urinárias, foi que realizamos este trabalho através de revisões bibliográficas. É de fundamental importância que este paciente tenha um acompanhamento nutricional com um profissional especializado, além do urologista. É interessante também que as pessoas que não portam a patologia, fiquem em alerta e busquem orientação com um nutricionista, para que através de uma alimentação de qualidade seja evitado essa e muitas outras doenças. Palavras-Chave: Nutrição. Cálculos Renais. Prevenção. Tratamento. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 3 2 SISTEMA URINÁRIO ......................................................................................................... 4 3 LITÍASE RENAL .................................................................................................................. 5 3.1 MECANISMOS DE FORMAÇÃO DOS CÁLCULOS URINÁRIOS .............................................. 5 4 A INFLUÊNCIA DA ALIMENTAÇÃO PARA OS CÁLCULOS RENAIS ................... 7 5. RELAÇÕES ENTRE AS DISCIPLINAS ........................................................................ 10 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 11 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 12 3 1 INTRODUÇÃO A necessidade deste trabalho surgiu ao tomarmos conhecimento da importância da fisiologia renal para o bom funcionamento do organismo, tendo a nutrição como grande auxiliadora na manutenção de suas funções e prevenção de alguns distúrbios. Adotamos como tema principal do nosso trabalho a litíase renal (cálculos renais), disfunção essa em que há muitas controvérsias e dúvidas acerca do suporte nutricional, principalmente para quem não vem acompanhando recentemente as pesquisas. 4 2 SISTEMA URINÁRIO O Sistema Urinário é de grande importância para o bom funcionamento do corpo, assim como todos os sistemas, é interdependente, não funcionando isoladamente. Através do sistema renal é possível fazer a regulação de líquidos e eletrólitos, excreção de substâncias nocivas ao corpo, regulação do PH, manutenção da pressão arterial, produção de hormônios, entre outras coisas que favorecem o estado de homeostase no organismo. O ato de urinar é tão simples e quase automático que certas vezes passa até despercebido, isso quando não se tem algum tipo de disfunção. Há várias causas de doenças renais, como: lesões, tumores, formação de “pedras” (cálculos renais), paralisia, problemas circulatórios, infecções, envenenamento por substâncias químicas, entre outras. 5 3 LITÍASE RENAL A nefrolitíase, cálculos renais ou “pedras” nos rins, como são popularmente conhecidos, instala-se mais frequentemente em homens que nas mulheres. As pedras se formam nos rins, uretra e bexiga, percorrendo todo o sistema urinário, podendo variar em tamanho. Quando o cálculo se encontra no parênquima renal costuma ser assintomático, muitas vezes sem ser percebido, são encontrados por acaso em exames radiológicos. Já quando se encontra nos tubos coletores e ureteres provoca cólicas renais fortíssimas, aproximando-se um pouco da dor do parto. (SCHROEDER, 1998) 3.1 Mecanismos de formação dos cálculos urinários: a) Cálculos de Ácido Úrico: O ácido úrico é o produto final do metabolismo da purina. As fontes de purina são os alimentos, onde metade da carga de purina é de origem endógena (produzida pelo próprio corpo) e constante; sendo a outra metade, como dito anteriormente, fornecida por fontes dietéticas (exógena), responsáveis pela variação de ácido úrico na urina. A solubilidade do ácido úrico depende do volume urinário, da quantidade excretada e do pH baixo da urina. Os alimentos ricos em purinas devem ser evitados, como: vísceras, anchovas, arenques, sardinhas, caldos e molhos á base de carne. Além disso, é de suma importância o aumento da ingestão de líquidos, alcalinização da urina. Se as recomendações dietéticas não forem cumpridas ou persistir a formação desse cálculo é recomendado à administração de Alopurinol, uma droga que inibe a formação de ácido úrico. (KRAUSE, 2010) b) Cálculos de Cistina: Causados por cistinúria homozigótica, erro inato hereditário do metabolismo, interferindo no transporte gastrointestinal e tubular de aminoácidos. A cistina é o aminoácido naturalmente menos solúvel, precipitando para formar cálculos quando sua concentração urinária excede. É recomendado para esses pacientes a ingestão abundante de líquidos, alcalinização da urina e uso de pecinicilamina, droga que mantém a cistina em solução. (SCHROEDER, 1998) c) Cálculos de Oxalato de Cálcio: É o tipo mais comum de cálculo renal, correspondendo a mais da metade de ocorrências de todos os cálculos renais. Pequenos aumentos na concentração de oxalato aumentam a atividade do oxalato de cálcio, levando á saturação urinária e à consequente formação de 6 cristais. O cálcio dietético ao se combinar com o oxalato no intestino evita sua absorção, com isso, uma dieta pobre em cálcio e rica em oxalato proporciona mais oxalato para absorção e aumento da excreção urinária, supersaturando e formando cristais de oxalato de cálcio. Com isso, aconselha-se a não restrição do cálcio na dieta. (SILVA, CORREIA,2001) 7 4 A INFLUÊNCIA DA ALIMENTAÇÃO PARA OS CÁLCULOS RENAISOs cálculos renais se formam quando as concentrações de determinados componentes na urina atingem um nível que é possível a sua cristalização. As causas da nefrolitíase são multifatoriais. A predisposição genética tem grande influência, mas os fatores ambientais e de estilo de vida têm papel extremamente importante. Há associação entre a nefrolitíase e a hipertensão, doença cardiovascular, aterosclerose, obesidade, dislipidemia e diabetes. Há inúmeras interações de nutrientes que resultam em alterações urinárias, podendo-se destacar o oxalato, cálcio, a proteína, ácido ascórbico, sódio, potássio, além da tão importante ingestão de líquidos. (MELLO, SCHNEIDER, 2006) Com isso, a alimentação exerce um papel importante na prevenção da nefrolitíase, existem alimentos ricos em nutrientes que são capazes de influenciar na composição da urina, podendo potencializar ou inibir a formação desses cálculos. Com a orientação nutricional é possível diminuir o consumo de alimentos que contribuam para a formação dos cálculos renais, assim como, incentivar o consumo de outros que previnam a formação dos mesmos. Segue algumas recomendações gerais da nutricionista Nídia Pucci e do urologista Fabio Vicentini: a) Procurar ingerir no mínimo 2 a 3 litros de líquidos por dia: Tome água, limonada com adoçante e chás de ervas (camomila, erva-doce, cidreira, hortelã) ao natural ou com adoçante. Evite adoçar com açúcar, mel ou açúcar mascavo, pois aumenta a quantidade de calorias da bebida. Evite refrigerantes ou sucos em pó e artificiais, pois aumentam os riscos de cálculos. Prefira os sucos naturais e sem adição de açúcar. Para avaliar se a quantidade de líquidos consumida está adequada, observe a urina, que sempre deve estar clara e límpida. Caso contrário, a quantidade de líquidos ingerida deverá ser aumentada. b) Cuidado com o sal: Use o mínimo de sal possível no preparo dos alimentos e não adicione sal na comida. Prefira temperos naturais de ervas para dar sabor e aroma: orégano, salsinha, cebolinha, limão, coentro, salsão ou outros de sua preferência e evite: - Azeitonas, bacalhau, salgadinhos, queijos amarelos, temperos e molhos prontos (catchup, mostarda, shoyu, caldos concentrados, molho inglês, sopas de pacote, cubos de caldos de 8 carne e outros), produtos com glutamato monossódico, embutidos (salsicha, mortadela, linguiça, presunto, salame, paio, carne seca); - Conservas (picles, azeitona, aspargo, palmito, milho, patês, algas, chucrutes, maionese pronta); - Enlatados (extrato de tomate, milho, ervilha, seleta de legumes e outros) - Carnes salgadas (charque, camarão seco, defumados); - Salgadinhos para aperitivos (batata frita, amendoim salgado, castanhas, chips); - Bolachas salgadas, recheadas, margarina ou manteiga com sal, requeijão normal ou light. Procure ler os rótulos, pois muitos alimentos industrializados possuem sódio ou glutamato monossódico na composição e não devem ser consumidos. c) Frutas: Consuma pelo menos 3 a 4 ao dia. Dê preferência à laranja, tangerina e melão. Consuma limonada e laranjada preparadas com a fruta natural, pois o ácido cítrico contido nestas frutas pode auxiliar a evitar a formação dos cálculos. Não use sucos artificiais ou refrigerantes. Frutas vermelhas ou sucos de cranberry, framboesa e morango possuem alta concentração de protetores contra infecções. d) Legumes cozidos ou crus e verduras de folha verde: Devem fazer parte das duas refeições principais (almoço e jantar), pois contém vitaminas, minerais e fibras, auxiliando no bom funcionamento intestinal, na prevenção de doenças e no aumento da resistência do organismo. e) Não deixe de consumir leite e seus derivados: No geral, não há necessidade de restringir o consumo de cálcio, um tabu que ainda é muito difundido. Consuma pelo menos três copos ao dia, desde que sejam desnatados: iogurte light, ao natural, coalhada, queijo branco magro com pouco sal, ricota ou leite desnatado em pó. Somente reduza a quantidade de leite se for orientado pelo seu médico ou da nutricionista. 9 f) Prefira os alimentos integrais aos refinados: Contém fibras que auxiliam no funcionamento intestinal: arroz e macarrão integral, biscoitos e pão integral light (sem adição de açúcar e gordura). No entanto, a quantidade destes alimentos deve ser controlada caso necessite perder peso, seguindo a orientação do nutricionista. g) Prepare os alimentos sempre grelhados, assados ou cozidos: Evite frituras e empanados, pois são muito calóricos. Consuma uma porção de carne ou substitutos (peixe, frango sem pele ou ovo), no almoço e jantar, evitando excessos. Prefira as carnes magras. Evite churrascos, pois contém muita gordura e excesso de sal. Não utilize suplementos de vitaminas ou minerais, sobretudo a vitamina C sem a prescrição do médico, pois podem propiciar a formação de cálculos. h) Evite café, bebidas achocolatadas e chocolate, chá preto, mate ou verde, espinafre, nozes, mariscos e frutos do mar: Estes alimentos contribuem na formação de cálculos, pois são ricos em oxalato. Portanto, use com moderação. Algumas situações de cálculos de repetição são causadas por alterações específicas e são identificadas pelo urologista, merecendo aí um tratamento individualizado e um acompanhamento nutricional mais específico. Além de tudo isso, procure realizar uma atividade física regular, pois auxilia na perda de peso e na manutenção da saúde. 10 5. RELAÇÕES ENTRE AS DISCIPLINAS De acordo com as disciplinas estudadas no 2º período, como fisiologia, bioquímica nutricional, química analítica, apresentam relação com o sistema renal, onde podemos analisar a manutenção da pressão arterial, da produção de hormônios, homeostase do organismo, entre outros assuntos. A química analítica relaciona-se com o tema da litíase renal ao discutir sobre a regulação do pH, onde a insuficiência renal será excretada pela urina, onde leva a ruptura de funções endócrinas e metabólicas, assim como distúrbios hídricos, eletrólitos e ácidos- básicos, pois contém diversas substâncias com concentrações acima de coeficientes de solubilidade. Na bioquímica nutricional ao falar sobre os nutrientes que previnem, inibem favorecem a formação dos cálculos renais, tivemos que recordar conceitos de alimentos lipídicos, proteicos, funcionais, alguns conceitos importantes sobre síndrome metabólica, glicemia, colesterol, diabetes, entre outras coisas. A parte mais importantes que nos deu fundamentação para esse trabalho foi a relação com a disciplina de fisiologia humana, onde aborda a importância do funcionamento normal do sistema urinário, sendo o rim um órgão extremamente importante, agindo como um filtro, retirando do sangue, substâncias indesejadas e eliminando-as na urina. 11 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo deste trabalho foi atingido com sucesso, conseguimos, graças a alguns pesquisadores, nutricionistas e nossos professores que plantaram suas sementes de conhecimento, tirar conclusões importantes a respeito dessa doença tão recorrente que é a urolitíase. Foi possível compreender que a litíase renal é um problema de causa multifatorial e os cálculos geralmente ocorrem por anormalidades na composição urinária. As causas mais comuns são: hipercalciúria (excesso de cálcio na urina), hiperoxalúria (excesso de oxalato na urina), hiperuricosúria (excesso de ácido úrico na urina), hipocitratúria (pouco citrato na urina) e hiperparatireoidismo (mau funcionamento da glândula paratireóide). Sendo assim, a dieta tem papel importante naorientação do paciente com litíase renal (formação de cálculos ou pedras nos rins), porque alguns nutrientes influenciam na composição da urina, agindo como promotores ou inibidores da formação de cálculos. A educação alimentar bem-sucedida é essencial para evitar a recorrência de cálculos renais. O acompanhamento e o monitoramento do paciente para as práticas saudáveis e adequadas devem ser individualizados e de longo prazo. Porém, um foco importante para o sucesso é que o paciente pratique o automonitoramento da sua ingestão alimentar e de líquidos. Com isso, aumentam-se significativamente as chances de sucesso para a prevenção da nefrolitíase e para a vida saudável e longa. 12 REFERÊNCIAS MELLO, Elza, Daniel de; SCHNEIDER, Márcia Andréa de Oliveira. A importância da dieta no manejo da hipercalciúria. Hcpa, Porto Alegre, n. 26(2): 52-60, 2006. NEIVA, Edilson Andrade. Dicas do nutricionista: Saiba como evitar o cálculo renal, 2013. Disponível em: < http://www.vozdabahia.com.br/index/colunas/id- 62436/dicas_do_nutricionista_saiba_como_evitar_o_calculo_renal>. Acesso em: 10 nov. 2014 PUCCI, Nídia Denise; VICENTINI, Fábio. Alimentação na prevenção da formação de Cálculos Renais, 2013. Disponível em:< http://www.sbu.org.br/publico/?doencas- urologicas&p=699>. Acesso em: 2 nov. 2014 RAMOS, J. M. R. R. Litíase Urinária - Prevenção e Tratamento, 2010. Disponível em: <http://www.apurologia.pt/publico/frameset.htm?http://www.apurologia.pt/publico/litiase_uri naria_prevencao_tratamento.htm>. Acesso em: 25 out. 2014 SILVA, J. A. M.; CORREIA, M.I.T.D. Nutrição e Litíase Renal. In: RIELLA, M.C; MARTINS, C. Nutrição e o Rim. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. P. 207-211
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