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Constitucional - Poder Executivo.

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PODER EXECUTIVO
Profª. Renata Dayanne
2014.2
INTRODUÇÃO:
O Poder Executivo é o Poder da República destinado a executar as leis de ofício, sua função precípua é administrar a coisa pública. O Poder Executivo no Brasil é regido pelo sistema presidencialista, sistema de governo que atribui ao Presidente da República um mandato fixo de quatro anos, não dependendo da confiança do parlamento para nele ser investido ou nele permanecer, como ocorre no sistema parlamentarista. 
	
Historicamente, o Brasil adota o regime presidencialista desde a Constituição de 1891 até os dias atuais, havendo uma pequena interrupção nos anos de 1961 a 1963 quando foi implantado o regime parlamentarista, como forma de impedir João Goulart de assumir a presidência da República após a renúncia de Jânio Quadros. 
PRESIDENTE DA REPÚBLICA: O CHEFE DE ESTADO E DE GOVERNO:
CF - Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado.
Uma das principais características do regime presidencialista está na unipessoalidade do exercício da chefia de Estado e chefia de governo, ambas exercidas pelos Presidente da República. Ao representar a soberania, o nosso Estado Federal soberano, o Presidente da República exerce a chefia de Estado, em virtude disso, mantém relações com outros Estados soberanos no plano internacional (externo) e no plano interno, representa e deve garantir a unidade do país.
Enquanto chefe de governo, ao Presidente da República incumbe a gerência dos negócios internos, seja de natureza política (ex: participação no processo legislativo), seja de natureza administrativa, já que ele exerce a direção superior da administração federal. 
REQUISITOS DE ELEGIBILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA:
Os requisitos para a candidatura ao cargo de Presidente da República estão no art. 14, §3º. Note-se, no entanto, que exige-se a condição de brasileiro para que se possa exercer o cargos, no entanto, em se tratando de Presidente da República a exigência é ainda mais específica, isso porque, para exercer esse cargo exige-se a nacionalidade originário, ou seja, só podem concorrer a esse cargo os brasileiros natos, segundo expressa disposição do art. 12, §3º, I. 
ELEIÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA:
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro�, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente.
§ 1º - A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado.
§ 2º - Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.
§ 4º - Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.
§ 5º - Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.
	A nossa Constituição adotou para a eleição do Presidente da República o sistema majoritário de dois turnos. 
POSSE E MANDATO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA:
CF - Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do Congresso Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.
	A posse do Presidente e Vice-Presidente da República ocorre em 1º de janeiro�, devendo haver convocação de sessão extraordinária no Congresso Nacional, cabendo essa convocação ao Presidente do Senado Federal, segundo art. 57, §6º, I. 
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá início em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição.
IMPEDIMENTO E VACÂNCIA DO CARGO DE PRESIDENTE DA REPÚBLICA: 
Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder- lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente.
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para missões especiais.
Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.
§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.
Caso o Presidente da República venha a ser impedido ou ocorra vacância do cargo, a ordem de substituição do cargo está estabelecida nos arts. 79 e 80. Inicialmente, caberá ao Vice-Presidente e, caso este não possa, caberá sucessivamente ao Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal. 
O impedimento ocorre em hipóteses em que aquele que esteja exercendo o cargo, fica temporariamente impedido de exercê-lo, são os casos de férias, doença e licença. Já as hipóteses de vacância, ocorre em situações definitivas: morte, renúncia e cassação. 
É importante notar que o único sucessor legal do Presidente da República eleito, ou seja, aquele que poderá assumir de forma definitiva e concluir o mandato nas hipóteses de vacância é o Vice-Presidente da República (art. 79). Caso ocorra a vacância de ambos os cargos, o Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal, assumirão o cargo de Presidente da República em caráter temporário, apenas para que se possa proceder às novas eleições, seja direta (art. 81) ou indireta (art. 81, §1º). O Vice-Presidente da República tem o direito subjetivo de suceder o Presidente da República, mesmo que a hipótese de vacância ou impedimento tenha ocorrido antes da posse e depois da eleição. 
COMPETÊNCIAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA:
As atribuições do Presidente da República estão dispostas no art. 84, com possibilidade de delegação de algumas delas, segundo o parágrafo único. No entanto, é preciso observar que, uma vez que a Constituição Federal optou por colocar expressamente as hipóteses de delegação, o Presidente da República não poderá delegar outras atribuições a não ser as descritas no parágrafo único do art. 84. É importante destacar ainda que tais competências são meramente exemplificativas, o que significa dizer que o Presidente da República tem outras competências além das descritas no art. 84.
O exercício desses competências pelo Presidente da República é feito, via de regra, por decretos. 
Abaixo, principais decisões do STF sobre determinadas competências do Presidente da República:
O poder regulamentar do Presidente da República e a existência de decretos autônomos:
Art. 84, IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução:
A Constituição atribuiu ao Presidente da República o poder de expedir decretos para a fiel execução das leis. Isso porque existem leis que necessitam de uma regulamentação para que seu conteúdo seja aplicado. Com isso, vê-se claramente a característica de fonte secundária de que se reveste o decreto do Presidente da República, ou seja, ele só pode existir como consequência e necessidade de uma espécie normativa (ou a própria Constituição) que lhe anteceda, sendo essa a fonte primária. 
Alexandre de Moraes define o poder regulamentar do Presidente da República da seguinte forma:“são normas expedidas privativamente pelo Presidente da República, cuja finalidade precípua é facilitar a execução das leis, removendo eventuais obstáculos práticos que podem surgir em sua aplicação e se exteriorizam por meio de decreto, sendo, pois, como relembra Marcelo Caetano, importante fonte de direito administrativo.” (2012, p. 497)
"Poder Executivo. Competência legislativa. Organização da administração pública. Decretos 26.118/2005 e 25.975/2005. Reestruturação de autarquia e criação de cargos. Repercussão geral reconhecida (...). A Constituição da República não oferece guarida à possibilidade de o Governador do Distrito Federal criar cargos e reestruturar órgãos públicos por meio de simples decreto. Mantida a decisão do Tribunal a quo, que, fundado em dispositivos da Lei Orgânica do DF, entendeu violado, na espécie, o princípio da reserva legal.” (RE 577.025, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 11-12-2008, Plenário, DJE de 6-3-2009, com repercussão geral.)
Se a interpretação administrativa da lei, que vier a consubstanciar-se em decreto executivo, divergir do sentido e do conteúdo da norma legal que o ato secundário pretendeu regulamentar, quer porque tenha este se projetado ultra legem, quer porque tenha permanecido citra legem, quer, ainda, porque tenha investido contra legem, a questão caracterizará, sempre, típica crise de legalidade, e não de inconstitucionalidade, a inviabilizar, em consequência, a utilização do mecanismo processual da fiscalização normativa abstrata. O eventual extravasamento, pelo ato regulamentar, dos limites a que materialmente deve estar adstrito poderá configurar insubordinação executiva aos comandos da lei. Mesmo que, a partir desse vício jurídico, se possa vislumbrar, num desdobramento ulterior, uma potencial violação da Carta Magna, ainda assim estar-se-á em face de uma situação de inconstitucionalidade reflexa ou oblíqua, cuja apreciação não se revela possível em sede jurisdicional concentrada.” (ADI 996-MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 11-3-1994, Plenário, DJ de 6-5-1994.) No mesmo sentido: ADI 3.805-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 22-4-2009, Plenário, DJE de 14-8-2009; ADI 2.999, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 13-3-2008, Plenário, DJE de 15-5-2009; ADI 365-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 7-11-1990, Plenário, DJ de 15-3-1991.
“Decretos existem para assegurar a fiel execução das leis (art. 84, IV, da CF/1988). A EC 8 de 1995 – que alterou o inciso XI e alínea a do inciso XII do art. 21 da CF – é expressa ao dizer que compete à União explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei. Não havendo lei anterior que possa ser regulamentada, qualquer disposição sobre o assunto tende a ser adotada em lei formal. O decreto seria nulo, não por ilegalidade, mas por inconstitucionalidade, já que supriu a lei onde a Constituição a exige. A Lei 9.295/1996 não sana a deficiência do ato impugnado, já que ela é posterior ao decreto.” (ADI 1.435-MC, Rel. Min. Francisco Rezek, julgamento em 27-11-1996, Plenário, DJ de 6-8-1999.)
	Desta forma, O STF deixa claro que é condição para existência legítima do poder regulamentar do Presidente da República, que haja uma lei (latu sensu) que preceda o decreto regulamentar�. Esta é a regra, mas então, seria possível a existência de decretos autônomos, independentemente de lei preexistente? Nas palavras de Alexandre de Moraes: 
A partir da EC n.º 32/2001, o texto constitucional brasileiro passou a admitir – sem margens para dúvidas – os ‘decretos autônomos’ do Chefe do Executivo, com a finalidade de organização da Administração Pública, pois o art. 84, VI da CF permite que ao Presidente dispor, mediante decreto sobre a organização da administração federal, quando não importar em aumento de despesa nem criação ou extinção de órgão públicos, por equipará-lo aos demais atos normativos primários, inclusive lei, e, consequentemente, afirmar seu absoluto respeito ao princípio da reserva legal. (2012, p. 498)
PROCESSAMENTO E JULGAMENTO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA�:
Compete ao Senado Federal e ao Supremo Tribunal Federal, processar e julgar o Presidente da República, em ambos os juízos, a instauração do processo só se dará com autorização da Câmara dos Deputados, exercendo esta casa um verdadeiro juízo de admissibilidade sobre o processamento destas autoridades. 
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.
Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:
I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;
"A regra da prévia licença da Casa Legislativa como condição da procedibilidade para deliberar-se sobre o recebimento da denúncia não se irradia a ponto de apanhar prática de ato judicial diverso como é o referente à prisão preventiva na fase de inquérito. (...) A interpretação teleológica e sistemática do art. 51, I, da Carta da República revela inadequada a observância quando envolvido Governador do Estado." (STF - HC 102.732, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 4-3-2010, Plenário, DJE de 7-5-2010.)
 "A jurisprudência firmada pelo STF, atenta ao princípio da Federação, impõe que a instauração de persecução penal, perante o STJ, contra Governador de Estado, por supostas práticas delituosas perseguíveis mediante ação penal de iniciativa pública ou de iniciativa privada, seja necessariamente precedida de autorização legislativa, dada pelo Poder Legislativo local, a quem incumbe, com fundamento em juízo de caráter eminentemente discricionário, exercer verdadeiro controle político prévio de qualquer acusação penal deduzida contra o chefe do Poder Executivo do Estado-membro, compreendidas, na locução constitucional ‘crimes comuns’, todas as infrações penais (RTJ 33/590 – RTJ 166/785-786), inclusive as de caráter eleitoral (RTJ 63/1 – RTJ 148/689 – RTJ 150/688-689), e, até mesmo, as de natureza meramente contravencional (RTJ 91/423). Essa orientação – que submete à Assembleia Legislativa local a avaliação política sobre a conveniência de autorizar-se, ou não, o processamento de acusação penal contra o governador do Estado – funda-se na circunstância de que, recebida a denúncia ou a queixa-crime pelo STJ, dar-se-á a suspensão funcional do chefe do Poder Executivo estadual, que ficará afastado, temporariamente, do exercício do mandato que lhe foi conferido por voto popular, daí resultando verdadeira ‘destituição indireta de suas funções’, com grave comprometimento da própria autonomia político-institucional da unidade federada que dirige." (STF - HC 80.511, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 21-8-2001, Segunda Turma, DJ de 14-9-2001.)
Juízo perante o Senado Federal:
Havendo concordância da Câmara dos Deputados em abrir o processo contra o Presidente da República, não há discricionariedade política do Senado Federal que ficará obrigado a abrir o processo. 
O Senado Federal tem competência para processar o Presidente da República nas hipóteses de crimes de responsabilidade� que estão previstos, de forma exemplificativa, no art.85 e também na Lei n.º 1.079/1950 que além de definir o conteúdo de cada crime tipificado pela Constituição, também regula quais são as autoridades que podem responder por crimes de responsabilidade, bem como o processamento. 
Segundo a Lei n.º 1.079/1950, cabe a qualquer cidadão a apresentação de denúncia contra o Presidente da República:
Art. 14. É permitido a qualquer cidadão denunciar o Presidente da República ou Ministro de Estado, por crime de responsabilidade, perante a Câmara dos Deputados.
Ainda segunda a lei supramencionada, o recebimento denúncia é o limite máximo para que o Presidente da República renunciesem sofrer as penalidades de um possível impeachment. Julgando mandado de segurança impetrado pelo único Presidente da República a sofrer o impeachment no Brasil, Fernando Collor de Mello, o STF afirmou que caso o processo de impeachment tivesse sido iniciado, não será ele extinto caso o Presidente da República venha a apresentar a carta de renúncia, como o fez Fernado Collor de Mello. Veja trecho da ementa do julgado do STF:
VI. - A renuncia ao cargo, apresentada na sessão de julgamento, quando ja iniciado este, não paralisa o processo de "impeachment". VII. - Os princípios constitucionais da impessoalidade e da moralidade administrativa (C.F., art. 37). VIII. - A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal relativamente aos crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipais, na forma do Decreto-lei 201, de 27.02.1967. Apresentada a denuncia, estando o Prefeito no exercício do cargo, prosseguira a ação penal, mesmo após o termino do mandato, ou deixando o Prefeito, por qualquer motivo, o exercício do cargo. IX. - Mandado de segurança indeferido. (STF – MS 26.689-1, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 07-04-1995)
A punição, caso o Presidente da República venha a ser condenado, está prevista na Constituição:
Art. 52 - Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.
	Note-se que a partir da instauração do processo pelo Senado Federal, o Presidente fica suspenso em suas funções: 
Art. 86 [...]
§ 1º - O Presidente ficará suspenso de suas funções:
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.
Juízo perante o Supremo Tribunal Federal:
Para que o STF possa julgar o Presidente da República, também necessitará de anuência da Câmara dos Deputados e, diferentemente do que ocorre com o Senado Federal, o STF não estar obrigado a aceitar a denúncia. É importante destacar que esse juízo político de admissibilidade pela Câmara dos Deputados, não impede que haja um inquérito policial, ou que seja apresentada a denúncia, impede apenas que o STF receba a denúncia. 
Ao STF cabe julgar o Presidente da República nos casos de crimes comuns e nesse sentido, estão englobados todos os tipos de infrações penais, seja de qualquer natureza. É bom destacar também que o Presidente da República só poderá ser processado perante o STF por crimes comuns ocorridos na vigência de seu mandato, já que a Constituição traz a regra da irresponsabilidade do Chefe do Poder Executivo, durante o mandato, por atos estranhos ao exercício do seu cargo. Limitando-se, no entanto, a infrações penais, não alcançando a responsabilidade civil, administrativa, fiscal ou tributária. 
Art. 86, § 4º - O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. 
Art. 86, [...]
 § 1º - O Presidente ficará suspenso de suas funções:
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal;
ORGÃOS AUXILIARES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA:
Ministros de Estado:
Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros� maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos.
	São auxiliares do Presidente da República, sendo de livre nomeação e exoneração ad nutum. Suas atribuições estão dispostas no art. 87, parágrafo único. 
	A Lei 9.649/1998 é o diploma legal que rege a organização da Presidência da República e dos ministérios, atribuindo competências específicas a cada um deles. 
Responsabilidade e juízo competente para julgamento dos ministros de Estado: 
Os ministros de Estados podem cometer crime de responsabilidade e crime comum. O Juízo competente para julgá-los é o Supremo Tribunal Federal, conforme disposto no art. 102, I, c, no entanto, caso o crime de responsabilidade praticado pelo Ministro de Estado tenha conexão com crime o dos Presidente da República, será necessário o juízo de admissibilidade pela Câmara dos Deputados e, caso admitido, o Ministro de Estado será julgado perante o Senado Federal. 
Além dos crimes de responsabilidade dispostos na Lei 1.079/50, a Constituição Federal prevê outros crimes de responsabilidade que poderão vir a serem imputados a Ministros de Estados, estão eles dispostos no art. 50, caput e 58, III; art. 50, §2º; 
Conselho da República: 
É órgão superior de consulta do Presidente da República, cujas manifestações não terão nenhum tipo de caráter vinculatório para o Presidente da República, reunindo-se apenas quando convocado pelo Presidente da República que o preside. Este Conselho é regulamentado pela Lei n.º 8.041/1990. 
Composição do Conselho da República:
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam:
I - o Vice-Presidente da República;
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
III - o Presidente do Senado Federal;
IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;
V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
VI - o Ministro da Justiça;
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.
Competências: 
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:
I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;
II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.
Conselho de Defesa Nacional:
É órgão superior de consulta do Presidente da República, cujas manifestações não terão nenhum tipo de caráter vinculatório para o Presidente da República, reunindo-se apenas quando convocado pelo Presidente da República que o preside. Este Conselho é regulamentado pela Lei n.º 8.183/1990. 
Composição do Conselho da República:
Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como membros natos:
I - o Vice-Presidente da República;
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
III - o Presidente do Senado Federal;
IV - o Ministro da Justiça;
V - o Ministro de Estado da Defesa;
 VI - o Ministro das Relações Exteriores;
VII - o Ministro do Planejamento.
VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
Competências:
Art. 91, § 1º - Compete ao Conselho de Defesa Nacional:
I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta Constituição;
II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal;
III - propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo;
IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a independência nacional e a defesa do Estado democrático.
*************************************************************** 
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA: 
BRANCO, Paulo Gustavo Gonet; MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de Direito Constitucional. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. 
CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Curso de Direito Constitucional. Salvador: Juspodivm, 2008. 
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. 
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
� A exceção foi a eleição do 1º Presidenteapós a promulgação da Constituição atual, pois por expressa disposição do ADCT, art. 4ª, §1º, ele ocorreu em 15/11/1989. 
� A exceção foi da posse do primeiro Presidente da República eleito sob a vigência da Constituição Federal atual, Fernando Collor tomou posse em 15/03/1990, por disposição do art. 4º, caput do ADCT. 
� Nesse sentido, todo decreto de caráter regulamentar expedido pelo Presidente da República tem, no seu cabeçalho, a lei ao qual pretende regulamentar. Ex: 7.721/2012 : “A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto no § 1o do art. 3o e no § 2o do art. 8o da Lei no 7.998, de 11 de janeiro de 1990, e na Lei no 12.513, de 26 de outubro de 2011,”
� As disposições que se aplicam ao Presidente, também se aplicam ao Vice-Presidente. 
� impeachment
� O Ministro de Estado da Defesa, por exigência da Constituição (art. 12, §3º), deve ser necessariamente brasileiro nato.

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