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Universidade Federal do Piauí Centro de Tecnologia Curso de Engenharia de Produção Disciplina: Controle da qualidade 17/10/2014 Hélio CavalcanF Albuquerque Neto 2 A intenção é eliminar a variação, pois em qualquer processo, seja ele de produção de bens ou de fornecimento de serviços, está sempre presente uma certa quanFdade de variabilidade natural Gráfico de controle Foi originalmente proposto em 1924 por Walter Shewart, buscando eliminar as variações no processo Informações iniciais... Imagine uma fábrica que, no final de cada dia de trabalho, inspeciona uma amostra de 100 peças para obter o número de não-‐conformes. Fica então fácil observar como essa caracterísFca de qualidade varia ao longo do tempo: basta usar o gráfico de controle O procedimento de inspeção começou a ser repensado na perspecFva da prevenção de defeitos E quais são as causas da variação no tocante as cartas de controle? Hélio CavalcanF Albuquerque Neto 3 Causas da variação São inerentes ao próprio processo, são relaFvamente di]ceis de se idenFficar, consistem num número muito grande de pequenas causas mas que, em conjunto, causam a variação aleatória (TOLEDO et al., 2012). Os valores individuais diferem entre si, mas, quando são agrupados, formam um padrão (curva normal) e não podem ser reduzidas sem que sejam feitas mudanças ou melhorias no projeto do processo (OLIVEIRA, 2014). Portanto, essas causas ocorrem em qualquer processo, mesmo que a operação seja executada com o uso de matérias-‐primas e métodos padronizadados (BERSSANETI & BOUER, 2013) Hélio CavalcanF Albuquerque Neto Causas comuns ou aleatórias Representam um descontrole temporário do processo, são possíveis de se idenFficar e corrigir, e as causas e os efeitos são mais facilmente observáveis (TOLEDO et al., 2012). Por essa razão, não permitem que se estabeleça um padrão ou distribuição de probabilidade normal e geram resultados totalmente discrepantes com relação aos valores esperados (OLIVEIRA, 2014). Na perspecFva da Engenharia de Produção, existem casos gerados pelo uso de material inadequado, falha da mão de obra, não cumprimento de padrões ou aplicação de padrões inadequados (BERSSANETI & BOUER, 2013) 4 Causas da variação Hélio CavalcanF Albuquerque Neto Causas assinaláveis ou especiais 5 Causas da variação São inerentes ao processo e estão sempre presentes São desvios do comportamento “normal” do processo. Atuam esporadicamente Muitas pequenas causas que produzem individualmente pouca influência no processo Um ou poucas causas que produzem grandes variações no processo Sua correção exige mudanças maiores no processo. A correção pode ser jusFficável economicamente, mas nem sempre Sua correção é, em geral, jusFficável e pode ser feita na própria linha de produção A melhoria da qualidade do produto e do processo, quando somente causas comuns estão presentes, necessita de decisões gerenciais que podem envolver invesFmentos significaFvos A melhoria da qualidade pode, em grande parte, ser obFda por meio de ações locais que não envolvem invesFmentos significaFvos São exemplos: Capacitação inadequada da mão de obra, produção apressada, manutenção ou equipamento deficiente, entre outros São exemplos: máquina desregulada, ferramenta gasta, oscilação temporária de energia, falha ocasional do operador, entre outros Comuns ou aleatórias Especiais ou assinaláveis Fonte: Toledo et al., (2012) 6 Atualidades em Engenharia de Produção Hélio CavalcanF Albuquerque Neto De acordo com Toledo (et al., 2012) é importante observar que o conceito tradicional de controle se aproxima de ideias como inspeção, verificação, supervisão, coerção entre outros. Já o conceito moderno se aproxima de ideias como administração parFcipaFva, gerenciamento, aperfeiçoamento e capacitação. Controlar um processo em termos gerais significa: Buscar MELHORAR o desempenho do processo, por meio da eliminação de causas que afetam as várias caracterísFcas, ou variáveis, de controle do processo que está sendo gerenciado. Conseguir manter ESTÁVEL o desempenho do processo, ou seja, estabilizar os resultados e as causas de variação do processo; e Deve-‐se ressaltar que… 7 Verificar se o processo está sob controle Gráfico de controle -‐ Importância Mostrar a variabilidade rpica do processo Ferramentas básicas da Gestão da Qualidade De acordo com Vieira (2012) o gráfico de controle serve para: Monitorar o processo de tal modo que as causas especiais de variação sejam idenFficadas e corrigidas, quando possível, logo que ocorram Verificar se as melhorias feitas determinam menor variabilidade do processo Possui uma linha central que representa a média do processo (LC) Possui uma linha superior que representa o limite para as amostras (LSC) Possuiuma linha inferior que representa o limite para as amostras (LIC) Mas afinal, qual é a esquemaFzação do gráfico de controle e quais os fatores necessários para sua existência? Hélio CavalcanF Albuquerque Neto 7 8 Gráfico de controle – EsquemaFzação Os gráficos de controle podem ser divididos em duas categorias: variáveis e atributos Hélio CavalcanF Albuquerque Neto 9 Gráficos de controle para variáveis Hélio CavalcanF Albuquerque Neto Muitas das medidas da qualidade podem ser expressas em escala numérica. Assim, uma única caracterísFca da qualidade que pode ser mensurada é chamada de variável Quando se trabalha com variáveis, devemos controlar tanto o valor médio da caracterísFca e a variabilidade associada a mesma Caso o contrário o processo pode sair do controle… Fonte: Montgomery (2004) 10 Tipos de gráficos de controle para variáveis , R e S: são os gráficos da média e da amplitude. São os mais usados na práFca. O gráfico objeFva controlar a variabilidade, ao longo do tempo, no nível médio do processo e qualquer mudança que ocorra nele. É importante também acompanhar a dispersão de um processo que pode sofrer alterações devido à presença de causas assinaláveis. O aumento da dispersão, por exemplo, pode ser detectado pelo gráfico R das amplitudes. Quando é necessário verificar um grande volume de dados, aconselha-‐se a uFlização do gráfico S x x X e MR: são gráficos de valores individuais e da amplitude. Em alguns casos pode ser mais conveniente controlar o processo com base em leituras e valores individuais do que em amostras. Isso ocorre parFcularmente quando a inspeção e a medida são caras, o ensaio for destruFvo ou quando a caracterísFca que está sendo examinada for relaFvamente homogênea Hélio CavalcanF Albuquerque Neto 11 Gráficos de controle para média e amplitude Hélio CavalcanF Albuquerque Neto Suponha que a caracterísFca da qualidade seja normalmente distribuída com média µ, e desvio padrão σ. Sendo ambos os valores conhecidos e tendo uma amostra x1, x2, …, xn de tamanho n, a média da amostra é: Sabendo que é normalmente distribuída com média µ, e desvio padrão n xxxx n21 +++= ! n/x σ=σ x Ademais, pelos conhecimentos estarsFcos há probabilidade 1 -‐ α de qualquer média amostral cair em: Esses são os limites de controle… n ZZ and n ZZ 2/x2/ 2/x2/ σ −µ=σ−µ σ +µ=σ+µ αα αα e 12 Gráficos de controle para variáveis e distribuição normal Hélio CavalcanF Albuquerque Neto Contudo os valores de Z padronizado são atribuídos ao número três, pelo gráfico de três sigma do processo 13 O Gráfico de controle e os níveis sigma O Ideal é que os dados fiquem na Zona C Hélio CavalcanF Albuquerque Neto 14 O Gráfico de controle e os níveis sigma Essas zonas auxiliam na interpretação do gráfico de controle que veremos mais adiante Hélio CavalcanF Albuquerque Neto Para a nossa avaliação só será importante a zona 3 sigma do processo. As demais zonas serão estudadas com auxílio de sozware A cada 1000 unidades, 3 peças são defeituosas A cada 1000 unidades, 318 peças são defeituosas A cada 1000 unidades, 46 peças são defeituosas μ ± 1σ μ ± 2σ μ ± 3σ Relacionando o intervalo de controle e a porcentagem desse intervalo dentro da distribuição normal, pode-‐se verificar o número de peças defeituosas que podem exisFr 15 Tipos de gráficos de controle para variáveis Hélio CavalcanF Albuquerque Neto De acordo com Kume (1993) em qualquer Fpo de gráfico de controle os limites são calculados pela seguinte equação: (valor médio) ± 3*(desvio-‐padrão) Contudo, na práFca não conhecemos os valores de µ e σ, fazendo com que haja a necessidade de esFmá-‐los a parFr de amostras ou subgrupos preliminares reFrados quando o processo está supostamente sob controle Nesse momento emerge a ideia dos subgrupos racionais: Se a média e a amplitude devem ser calculadas em paralelo, o ideal é ter um conjunto de dados para cada amostra verificada Para explicar melhor, temos o exemplo do lote OBSERVAÇÃO: Existem algumas empresas que já começaram a desenvolver trabalhos iniciais com um maior nível sigma 16 Gráficos de controle para média e amplitude Hélio CavalcanF Albuquerque Neto Sejam as médias amostrais, tem-‐se que o melhor esFmador de µ, a média do processo, é a média geral, isto é: Assim, deve ser a linha central no gráfico . Para os limites de controle é necessário uma esFmaFva do desvio padrão σ. Uma das formas de realizar esta esFmação épela amplitude de m amostras. Se é a amostra de tamanho n, tem-‐se que a amplitude da amostra é a diferença entre o maior e menor valor da observação, ou seja, . Sejam as amplitudes das m amostras, a amplitude média é: x x Visto o exemplo, pode-‐se retomar a ideia do cálculo dos limites de controle 17 Limites de controle Hélio CavalcanF Albuquerque Neto LSC = x + A2R Linha Central = x LIC = x − A2R Limites de controle para gráficos das médias Limites de controle para gráficos das amplitudes LSC = D4R Linha Central = R LIC = D3R O Valor de A2 é uma constante dada pela relação da amostra. Há uma tabela pronta para isso Os Valores de D3 e D4 são constantes dadas pelas relação da amostra. Há uma tabela pronta para isso 18 E o que seriam essas constantes? Hélio CavalcanF Albuquerque Neto Essas constantes são definidas por intermédio de desenvolvimentos estarsFcos. Por questões de tempo e objeFvo da disciplina, não mostraremos como deduzi-‐las, apenas uFlizamos um quadro com seus respecFvos valores Conforme formos estudando os gráficos de controle, outras constantes parecerão. Neste senFdo, darei uma tabela de constantes para cada um de vocês. 19 Exemplos Hélio CavalcanF Albuquerque Neto Exemplo práFco 1 Realizando uma aFvidade na indústria SUCOGELADO, você constatou que a quanFdade (em mililitros, ml) de suco presente em uma garrafa deve ser monitorada pelos gráficos de controle de média e da amplitude usando uma série de observações. Sendo assim, você obteve dados oriundos de 20 amostras preliminares, nas quais são evidenciados na Tabela 1. Diante disso, construa os gráficos de controle da média e da amplitude usando esses dados. Qual a sua conclusão? 20 Dados do problema: Tabela 1 Hélio CavalcanF Albuquerque Neto 21 Dados do problema: Tabela 1 Hélio CavalcanF Albuquerque Neto 191715131197531 501 500 499 A mostras V al or es d a m éd ia __ X=499,864 LSC =501,214 LIC =498,514 191715131197531 4,8 3,6 2,4 1,2 0,0 A mostras V al or es d a am pl itu de _ R=2,34 LSC =4,948 LIC =0 Gráficos da média e amplitude 22 Exemplos Hélio CavalcanF Albuquerque Neto Exemplo práFco 2 Você foi recém contratado numa indústria de fabricação de semicondutores e no primeiro dia já foi alocado no setor de placas metálicas. Nesse setor uFliza-‐se estresse térmico em conjunto com fotolitografia para uniformizar a placa. Por outro lado, há várias reclamações de outros setores que são subsequentes a esse, dizendo que as placas não estão com a largura suficiente. Visando a melhoria da qualidade por caratas de controle, você coletou vinte e cinco amostras, cada um do tamanho de cinco placas. O intervalo de tempo entre as amostras ou subgrupos é de uma hora. Os dados de medição são apresentados na Tabela 2. O processo está sob controle? JusFfique. 23 Dados do problema: Exemplo práFco 2 Hélio CavalcanF Albuquerque Neto 24 Gráfico de controle do Exemplo práFco 2 Hélio CavalcanF Albuquerque Neto 252321191715131197531 1,7 1,6 1,5 1,4 1,3 Amostras V al or es d as m éd ia s __ X= 1,5056 LSC= 1,6932 LIC= 1,3181 252321191715131197531 0,60 0,45 0,30 0,15 0,00 Amostras V al or es d as a m pl itu de s _ R= 0,3252 LSC= 0,6876 LIC= 0 Gráficos de controle para média e amplitude 25 Gráfico de controle: Minitab Hélio CavalcanF Albuquerque Neto Os gráficos vistos foram feitos no Minitab, que é justamente o sozware que pretendo adotar nas análises posteriores. Infelizmente essas aulas serão curtas, buscando um suporte práFco e moderno ao estudante Sim, mas vocês precisam entender o que estão fazendo e manualmente é a melhor forma. Obviamente que a posteiori uFliza-‐se um sozware Ah professor, fazendo no sozware fica muito fácil! 26 O Dilema do Engenheiro de Produção Hélio CavalcanF Albuquerque Neto Pode parecer fácil, mas a escolha do tamanho da amostra e da frequencia de amostragem é um dos problemas no chão de fábrica Qual seria a melhor estratégia: Tirar amostras de tamanho cinco a cada meia hora ou Frar amostras de tamanho 20 a cada duas horas? Uma possível estratégia a ser adotada é verificar a velocidade da produção. Se for muito alta, pode-‐se adotar amostras grandes Dizer qual é a melhor estratégia é difiícil, mas a indústria “tende” a buscar uma coleta mais frequente… só que coletas frequentes demandam maiores gastos… 27 Planejamento de um gráfico de controle Hélio CavalcanF Albuquerque Neto Subgrupo (n): pode ser fixo ou variável, dependendo das caracterísFcas do processo. Na práFca, uFliza-‐se um n ímpar e menor que 15 observações Tamanho da amostra (m): recomenda-‐se um tamanho amostral superior a 25observações Intervalo de tempo: na práFca por questões econômicas, sugere-‐se tomar amostras pequenas em intervalos pequenos de tempo ou grandes amostras em intervalos grandes Ao planejar um gráfico de controle deve se levar em consideração: a escolha do tamanho da amostra (m), o tamanho do subgrupo (n) de cada amostra, o intervalo de tempo entre as amostras e as especificações dos Fpos de limites de controle Tipos de limites de controle: são definidos com o intuito de estabelecer os parâmetros que digam o controle do processo 28 O Dilema do Engenheiro de Produção Hélio CavalcanF Albuquerque Neto Outro dilema é oriundo da própria caracterísFca básica da qualidade: A melhoria conrnua Imagine que você é Engenheiro de Produção da empresa X e implantou os gráficos de controle para variáveis em um setor Y. Estando o processo estabilizado e sob controle, torna-‐se suficiente para aFngir um padrão de elevada qualidade? Daí surge o problema: Se você melhora cada vez mais o processo, os limites de controle podem ficar obsoletos e a coleta de amostras pode ser reduzida (diminui o custo) Na primeira perspecFva sim, pois você aFngiu a “meta” esFpulada. Mas como a qualidade nunca pára, deve-‐se melhorar o processo e fazer com que esse torne-‐se cada vez mais “controlado” 29 Tamanho do subgrupo variável Hélio CavalcanF Albuquerque Neto Nesse enfoque, o tamanho do subgrupo não é constante, ou seja, há uma variação de n ao longo da coleta (pela questão da melhoria conrnua). Normalmente não se uFliza os gráficos de média e amplitude, mas os de dispersão Assim, uma situação práFca é fazer uma mudança permanente (ou semipermanente) no tamanho da amostra por causa dos custos ou porque o processo apresentou boa estabilidade e menos recursos estão sendo alocados ao monitoramento do processo Nesse caso é fácil recalcular os novos limites de controle a parFr dos anFgos, sem coletar amostras adicionais baseadas no novo tamanho amostral 30 Limites para tamanho de amostra variável Hélio CavalcanF Albuquerque Neto Limites de controle para gráficos das médias Limites de controle para gráficos das amplitudes LSC = D4 d2 (novo) d2 (antigo) ! " # $ % &Rnovo LC = Rnovo = d2 (novo) d2 (antigo) ! " # $ % &Rantigo LIC =max 0,D3 d2 (novo) d2 (antigo) ! " # $ % &Rantigo ' ( ) *) + , ) -) Parece di]cil, mas é bastante fácil. Voltamos ao Exemplo PráFco 2: suponha que o pessoal de produção queira reduzir o tamanho amostra para três observações, já que o processo mostrou-‐se bem sob controle. LSC = x + A2 d2 (novo) d2 (velho) ! " # $ % &Rvelho LC = x LIC = x − A2 d2 (novo) d2 (velho) ! " # $ % &Rvelho OBSERVAÇÃO: Para a constante A2 deve-‐se uFlizar o NOVO tamanho amostral 31 Limites para tamanho de amostra variável Hélio CavalcanF Albuquerque Neto Exemplo práFco 3 32 Limites de Controle TentaFvos Hélio CavalcanF Albuquerque Neto Caso exista(m) ponto(s) fora dos limites deve-‐se fazer uma revisão desses mesmos limites, buscando uma causa atribuível. Inicialmente deve-‐se plotar o gráfico e ver se todas as amostras estão dentro dos limites Se a causa atribuível for idenFficada, o ponto é descartado e calcula-‐se os novos limites Cuidado: existem causas comuns que são inerentes ao processo e não se deve confundi-‐las com as causas especiais Quando uFlizamos amostras preliminares para desenvolver gráficos de controle, os limites são chamados de limites de controle tentaBvos, pois é necessário idenFficar se eles podem de fato ser a base do controle da qualidade do processo. 33 Gráficos baseados nos valores de referência Hélio CavalcanF Albuquerque Neto Quando é possível especificar valores padrão para o processo de média e desvio padrão, podemos usar esses padrões para estabelecer os gráficos de controle para média e amplitude, sem análise de dados do passado. Suponha-‐se que as normas apresentadas são média µ, e desvio padrão σ. Limites de controle para gráficos das médias Limites de controle para gráficos das amplitudes LSC = µ + Aσ LC = µ LIC = µ − Aσ LSC = D2σ LC = d2σ LIC = D1σ Normalmente é isso que ocorre nas empresas. 34 Limites de especificação X Limites de controle Cuidado em relacionar limites de controle dos gráficos de média e amplitude com limites de especificação. Segundo Montgomery (2004), os limites de controle são guiados pela variabilidade natural do processo, isto é, pelos limites de tolerância. Por outro lado, os limites de especificação são delimitados pela empresa, organização ou pessoas envolvidas. Muitas vezes é necessário estabelecer a média e o desvio de acordo com critérios técnicos ou especificações do cliente. Quando isso não ocorre, tais parâmetros devem ser esFmados a parFr das amostras disponíveis (LOUZADA et al., 2013). Hélio CavalcanF Albuquerque Neto ATENÇÃO No chão de fábrica… 35 Gráficos de controlepara média e desvio padrão (S) Hélio CavalcanF Albuquerque Neto Os gráficos de controle de desvio padrão do processos têm como objeFvo principal o monitoramento da variabilidade dentro da amostra (RAMOS et al., 2013) detectando alterações na dispersão do processo (COSTA et al., 2008) Embora os gráficos de controle para médias e amplitudes sejam os mais usados, deve-‐se evidenciar que quando o tamanho das amostras forem relaFvamente grandes (n>10) aconselha-‐se a usar os gráficos de controle de desvio padrão (MONTGOMERY, 2004; VIEIRA, 2012) 36 Gráficos de controle para desvio padrão Para calcularmos os limites de controle, supõe-‐se que m amostras sejam analisadas cada uma com tamanho n e que Si é o desvio da i-‐ ésima amostra. Assim, os limites são: Limites de controle para gráficos das médias Limites de controle para gráficos dos desvios padrão Deve-‐se ressaltar que o desvio padrão amostral pode ou não ser fornecido na questão. Caso não seja, o cálculo é feito pela variância: LSC = B4S LC = S LIC = B3S LSC = x + A3S LC = x LIC = x − A3S E o desvio-‐ padrão é a raiz quadrada da variância 37 Exemplos Hélio CavalcanF Albuquerque Neto Exemplo práFco 4 Ao visitar a indústria de papel FOLHALIMPA, você observou no setor de testes de qualidade a Tabela 3, na qual apresenta observações da resistência à tensão de folhas de plásFco (a força, em psi, necessária para quebrar uma folha). Devido aos seus conhecimentos oriundos de sala de aula, você acredita que o processo está sob controle? JusFfique. 38 Dados do problema: Exemplo práFco 4 39 Gráfico de controle do Exemplo práFco 4 Hélio CavalcanF Albuquerque Neto 21191715131197531 34 32 30 28 26 A mostras V al or es d a m éd ia __ X=30,267 LSC =34,048 LIC =26,486 21191715131197531 6,0 4,5 3,0 1,5 0,0 A mostras V al or es d o de sv io _ S=2,323 LSC =5,263 LIC =0 Gráficos de média e desvio 40 Gráficos de controle para medidas individuais Dependendo da situação, o controle do processo recolhe amostras de um só item, ou seja, o subgrupo é igual a 1 (RAMOS et al., 2013) Hélio CavalcanF Albuquerque Neto Com amostras de tamanho igual a 1, os gráficos de média e amplitude são subsFtuídos pelos gráficos de observações individuais e amplitude móvel, ou “gráfico de X e MR” (COSTA et al., 2008) Isso ocorre quando toda a unidade produzida é analisada (VIEIRA, 2012) o que faz com que seja necessário o uso de esFmadores mais sofisFcados da variabilidade, como a amplitude móvel, por exemplo (LOUZADA et al., 2013) 41 Gráficos de controle para medidas individuais Diante disso, Montgomery (2004) elenca alguns exemplos de situações onde pode-‐se uFlizar os gráficos de controle para medidas individuais Taxa de produção é muito lenta e é inconveniente acumular tamanhos de amostras n>1 para análise. O longo intervalo entre observações pode causar problema na formação de subgrupos Tecnologia de inspeção e medição automáFca é usada e toda a unidade fabricada é inspecionada, de modo que não há razão para formar subgrupos racionais Várias medidas são tomadas em uma mesma unidade do produto, como espessura do óxido em uma placa na manufatura de semicondutores Medidas repeFdas do processo diferem apenas por causa do erro de laboratório ou análise, como em muitos processos químicos Em uma máquina de processos, tais como o de fabricação de papel, medidas sobre algum parâmetro, como a espessura do revesFmento a longo prazo, diferem muito pouco e produzem um desvio padrãomuito pequeno, caso o objeFvoseja controlar a espessura do revesFmento ao longo do rolo 42 Gráficos de controle para medidas individuais Para iniciarmos a verificação do controle do processo, uFlizamos a amplitude móvel de duas observações consecuFvas.+ como base ara esFmar a variabilidade do processo. A amplitude móvel é dada pela equação: Ademais, a média das amplitudes é dada por: Limites de controle para gráficos das médias Limites de controle para gráficos das amplitudes móveis MRi = |xi -‐ xi-‐1| m MR MR m 1i i∑ = = LSC = D4MR LC =MR LIC = D3MR LSC = x +3MRd2 LC = x LIC = x −3MRd2 OBSERVAÇÃO: Para a constante d2 uFlize o valor de n=2 na tabela 43 Exemplos A unidade de processamento de crédito imobiliário de um banco monitora os custos de processamento de pedidos de emprésFmo. A quanFdade monitorada é a média semenal dos custos de processamento, obFda dividindo o total dos custos semanais pelo número de emprésFmos processadas durante a semana. Os custos de processamento para as 20 semanas mais recentes estão apresentados na Tabela 5. Faça os gráficos de controle e verifique se o processo está sob controle. Exemplo práFco 5 44 Dados do problema:Exemplo práFco 5 191715131197531 320 310 300 290 280 Número de observ ações V al or es in di v id ua is _ X=300,5 LSC =321,22 LIC =279,78 191715131197531 24 18 12 6 0 Número de observ ações A m pl itu de s m óv ei s __ MR=7,79 LSC =25,45 LIC =0 Gráficos de controle para valores individuais e amplitudes móveis 45 Interpretando o gráfico de controle Hélio CavalcanF Albuquerque Neto Tendência Desvio Ponto fora Se lembra que eu disse que conseguia verificar nos exemplos práFcos se o processo estava sob ou fora de controle, mas isso não era suficiente? Um dos moFvos é justamente a presença de causas especiais “escondidas no processo” 46 Interpretando o gráfico de controle Hélio CavalcanF Albuquerque Neto Saltos Ciclos Desvio Desvio 47 Interpretando o gráfico de controle Desvio: Mudança da velocidade do equipamento; alteração do material; troca do instrumento de medição ou do operador. Ponto fora: parFda ou parada da máquina; troca de material; lançamento errado na medição. Hélio CavalcanF Albuquerque Neto Tendência: Desgaste do equipamento; deterioração do processo; fadiga do operador. Salto: Mudança de setup; nova máquina ou material; troca de operador Ciclos: Mudança de operador; fatores de funcionamento do equipamento – temperatura, sistema de refrigeração e variações nas pressões que o maquinário suporta 48 Resumo – Como esboçar o gráfico de controle da média e da amplitude? 01. Estabeleça o número de amostras m a serem coletadas e o tamanho de cada uma das amostras n (1 < n < 11). Sugestão: use um valor para m em torno de 25; 02. Realize os cálculos necessários, verificando se a média e desvio foram esFmados ou se é necessário usar os limites de controle tentaFvos; 03. Trace o sistema de eixos cartesianos; 04. Escreva os números que idenFficam as amostras na abcissa; 05. Escreva as médias das amostras na ordenada; Hélio CavalcanF Albuquerque Neto De acordo com Viera (2012) e Louzada et al., (2013) uma série de procedimentos podem ser estabelecidos para calcular a média, tais como: 49 Resumo – Como esboçar o gráfico de controle da média e da amplitude? 06. Faça um ponto para representar cada par de valores; 07. Una os pontos por segmentos de reta; 08. Trace três linhas paralelas ao eixo horizontal: -‐ A do meio (cheia), com ordenada igual a ; -‐ A superior (tracejada), com ordenada igual ao LSC; -‐ A inferior (tracejada), com ordenada igual ao LIC; 09. Caso exista algum ponto fora dos limites ou se a interpretação de do gráfico aponta alguma causa especial, busque causas especiais no processo; 10. Refaça o gráfico sem a causa especial. Hélio CavalcanF Albuquerque Neto x 50 Resumo – Como esboçar o gráfico de controle da média e da amplitude? 01. Estabeleça o número de amostras m a serem coletadas e o tamanho de cada uma das amostras n (1 < n < 11). Sugestão: use um valor para m em torno de 25; 02. Realize os cálculos necessários, verificando se a média e desvio foram esFmados ou se é necessário usar os limites de controle tentaFvos; 03. Trace o sistema de eixos cartesianos logo abaixo do gráfico de controle ; 04. Escreva os números que idenFficam as amostras na abcissa, na mesma escala do gráfico ; Hélio CavalcanF Albuquerque Neto De acordo com Viera (2012) e Louzada et al., (2013) uma série de procedimentos podem ser estabelecidos para calcular a amplitude, tais como: x x 51 Resumo – Como esboçar o gráfico de controle e da média e da amplitude? 05. Escreva as amplitudes das amostras no eixo das ordenadas; 06. Faça um ponto para representar cada par de valores (o número da amostra e sua amplitude); 07. Una os pontos por segmentos de reta; 08. Trace três linhas paralelas ao eixo horizontal: -‐ A do meio (cheia), com ordenada igual a ; -‐ A superior (tracejada), com ordenada igual ao LSC; -‐ A inferior (tracejada), com ordenada igual ao LIC; 09. Complete o gráfico com rtulo e legenda com a data em que os dados foram obFdos e o nome do responsável pela coleta dos dados. Hélio CavalcanF Albuquerque Neto R 52 Resumo – Como esboçar o gráfico de controle para a média e o desvio padrão? 01. Estabeleça o número de amostras m a serem coletadas e o tamanho de cada uma das amostras n (n > 10). Sugestão: use um valor para m em torno de 25; 02. Organize uma folha de verificação para registrar as medidas do caracterísFco de qualidade nos n itens das m amostras; 03. Escreva as medidas feitas nessa folha de verificação; 04. Estabeleça o número de amostras m a serem coletadas e o tamanho de cada; 05. Calcule a média amostral de cada m amostras;06. Calcule o desvio padrão amostral de cada m amostras; Hélio CavalcanF Albuquerque Neto De acordo com Viera (2012) e Louzada et al., (2013) uma série de procedimentos podem ser estabelecidos para calcular o desvio padrão amostral, tais como: 53 Resumo – Como esboçar o gráfico de controle para a média e o desvio padrão? 07. Realize os cálculos necessários, verificando se a média e desvio foram esFmados ou se é necessário usar os limites de controle tentaFvos; 08. Trace o sistema de eixos cartesianos logo abaixo do gráfico de controle ; 09. Escreva os números que idenFficam as amostras na abcissa, na mesma escala do gráfico ; 10. Escreva os números que idenFficam a média dos desvios padrões na ordenada, na mesma escala do gráfico ; 11. Calcule os limites superior e inferior de controle para e por meio das fórmulas apropriadas (lembre-‐se de verificar se exisFram valores esFmados para as variáveis em questão – as equações são diferentes) 12. Lembre-‐se que as constantes (esFmadores) são tabelados de acordo com o número de observações x x x x s 54 Resumo – Como esboçar o gráfico de controle da média e da amplitude móvel? 01. Organize uma folha de verificação para registrar as medidas do caracterísFco de qualidade na das m amostras; 02. Escreva as medidas feitas nessa folha de verificação; 03. Calcule a média das amostras; 04. Calcule a amplitude móvel de cada amostra pela equação apropriada; 05. Calcule a média das amplitudes móveis; 06. Calcule os limites superior e inferior de controle para a média, a parFr da equação apropriada; 07. Calcule os limites superior e inferior de controle para a amplitude móvel a parFr da equação apropriada. Hélio CavalcanF Albuquerque Neto De acordo com Viera (2012) e Louzada et al., (2013) uma série de procedimentos podem ser estabelecidos para calcular a amplitude móvel:
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