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As funções da pulsão de morte

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Nomes: Gabrieli Hernando Valdez 131.1480; Leonardo Henrique Schneider Silva 131.1507; Tamily Enembek Donini Barros 131.1506. 4º Semestre Psicologia
O desenvolvimento do conceito de pulsão de morte na obra de Freud
Freud desenvolveu duas teorias das pulsões. A primeira teoria consistia em uma divisão das pulsões entre pulsões do ego e pulsões sexuais, sendo essas voltadas para a manutenção da espécie e conservação do indivíduo.  Em sua segunda teoria, propôs a pulsão de morte, que seria voltada à descatexização, à inanição, à diminuição da excitação; e a pulsão de vida, que buscava o investimento e a unificação. A pulsão é exposta por Freud, como o representante psíquico de uma energia que leva ao movimento, ou ainda uma espécie de demanda por ação que seria feita ao psiquismo, que a fonte seria um processo excitatório em um órgão de forma continua exigindo que o organismo saiba lidar com ela. 
Em 1920 Freud revê sua primeira teoria pusional, e elabora a sua segunda teoria: Pulsão de vida, formada a partir da pulsão de auto conservação e sexual, presentes as excitações que induziriam à busca de objetos, e a Pulsão de morte, entendida por Freud como: 
Uma tendência que levaria à eliminação da estimulação do organismo. Assim, o trabalho dessa pulsão teria como objetivo a descarga, a falta do novo, a falta de vida, ou seja, a morte. Aquela que levaria à estagnação. Estas eram descritas como as que buscariam a paz, ou melhor, a ausência de estimulação no organismo. (KARINE, 2015)
Quanto à parte da pulsão de morte que permanece no ego, Freud dizia que a fusão à pulsão de vida, faria com que chegasse a descarga. Portanto, formas saudáveis de descarga são desenvolvidas em contrapartida às soluções que a pulsão de morte encontra quando desfusionada, que seria o estabelecimento de neuroses graves. Quando isto ocorre, a pulsão de morte encontraria no superego um aliado e seria a responsável pela dureza e crueldade exibida dessa instância, e também por uma ação exagerada e excessivamente punidora voltada ao ego.
Freud descreve que cada grupo de pulsões coincidiria a um processo fisiológico particular. A pulsão de vida teria processos de construção e a pulsão de morte, de demolição, sendo que em toda matéria viva esses dois processos estariam presentes. Melhor dizendo, a pulsão de vida teria um desempenho mais conjuntivo, anexando as substâncias vivas e gerando unidades cada vez maiores, ela seria a ligação. Já a pulsão de morte teria um funcionamento disjuntivo, desfazendo o que foi construído, desligando. A pulsão de morte anuncia a tendência fundamental de todo ser vivo de retornar ao estado inorgânico, a busca pela redução completa das tensões. Voltada para o interior à pulsão de morte se expressa na autodestruição, e para o exterior se manifesta como pulsão de destruição.
As observações das brincadeiras infantis, do comportamento dos pacientes na transferência, dos pesadelos nas neuroses traumáticas e, finalmente, as histórias da vida de homens e mulheres levaram-no a ter “coragem” de supor que existe alguma coisa vinculada à compulsão de repetição, que sobrepuja o princípio de prazer, fazendo com que o sujeito seja arrastado por uma espécie de força demoníaca. Trata-se da pulsão de morte. (JORGE,2002)
As funções da pulsão de morte
A pulsão de morte contém diversas facetas, uma de destruição, outra de regularização da excitação, com o intuito de manter baixo o nível de tensão, e a última seria a onipotência da qual o homem se depara em certos momentos. Em seus estudos iniciais Freud vê a excitação como efeito da pressão pulsional, posteriormente, após renovar seu conceito, define a pulsão como o representante psíquico das excitações. A pulsão de morte se baseia no pressuposto de dissolver as unidades e conduzi-las de volta ao seu estado primitivo, inorgânico, o que pode ser explicado ao princípio de nirvana, que seria a tendência do organismo à descarga, ao nível zero, onde não haveria espaço para nenhuma tensão ou desejo. 
Diante da pulsão de morte, nos vemos frente a inclinação para agressão, inerente ao homem, o que criaria as bases da constituição do superego atuando para tornar o desejo de agressão inofensivo ao sujeito. Originando assim, uma grande tensão entre o severo superego e o ego, que é nomeada como sentimento de culpa, carregando consigo a necessidade de punição, criando assim, seu conceito de compulsão à repetição. Perante a compulsão à repetição, notamos que no interior da sexualidade humana há algo que gera o desprazer e escapa ao princípio do prazer, por ser um processo inconsciente o sujeito não consegue domina-lo, obrigando-o a reproduzir sequências em sua origem foram geradoras de sofrimento, em busca do gozo inconfessável, negado. 
Em outras palavras, é preciso que haja a repetição ou um julgamento do gênero: “[...] é sempre a mesma coisa” para que Tanatos encontre a possibilidade de sua existência. É então na “constatação” da coisa, aqui a coisa repetida, que ela se torna visível. Ela, a compulsão à repetição, é, assim, a tentativa de ligação construída no momento de experiências traumáticas passadas ou atuais dos pacientes traumatizados. (LINDENMEYER, 2015)
Portanto, a pulsão de morte também tem seu lado positivo, estando sempre em constante movimento junto a pulsão de vida, sendo tanto a força como a fragilidade, a destruição mas também a reconstrução, pode usar como exemplo as forças da pulsão de morte agindo sobre a angústia, que seria responsável pela elevação da tensão, sendo escoada pela pulsão de vida e impulsionada pelo princípio do prazer, proporcionando ao sujeito a procura de objetos que minimizem os impactos de sua angústia, assim, podemos concluir que somos a todo momento pressionados pela pulsão de morte, nos colocando em uma posição de mudanças que buscam pelo diminuição das tensões, pois “o objetivo de toda vida é a morte.”
Relação da pulsão de morte com o filme Divertidamente
	No filme Divertidamente, ao fazermos uma análise comparativa com a pulsão de morte e pulsão de vida, podemos ver que, na primeira cena, o painel de controle das emoções de Riley, ao seu nascimento, é constituído por apenas um botão e controlado apenas pela Alegria (que será vista como pulsão de vida). Posteriormente, surge a tristeza, que seria vista no contexto de pulsão de morte como compulsão à repetição e, também, podemos fazer uma analogia da Raiva sendo fruto da pulsão de morte, representando a agressividade. Como não podemos ignorar o fato de pulsão de vida e pulsão de morte agirem simultaneamente, não sendo demonstrado em algumas cenas do filme, ocorreu a destruição e, posteriormente, a reconstrução, originando um painel mais aprimorado, dando origem a novas pulsões (emoções). Riley começa a apresentar novos comportamentos como birra, medo, nojo e agressividade, criando suas ilhas primárias, a base de estruturação da sua personalidade. E, com as mudanças de sua personalidade, ocorre a destruição das suas ilhas primárias, para a reconstrução de si mesma, que é demonstrada no filme de maneira conflituosa, onde Riley foge de casa escondida de seus pais: agressividade da pulsão de morte. Surgindo entre o conflito do Superego rígido e o Ego, vem o sentimento de culpa, que carrega em si a necessidade de punição, levando-a a descer do ônibus e voltar para casa. Tais situações provocam um “pane” no seu painel de controle atual, e voltam ao seu funcionamento normal a partir do equilíbrio entre as instâncias da pulsão de vida e morte, fragilidade e destruição. Com tal homeostasia, ocorre a reconstrução mais estruturadas de novas ilhas, com mecanismos de defesa secundários, surgindo assim um painel de controle revigorado, com mais funções. Contudo, pode ser observado ao decorrer do filme, a importância da pulsão de morte em nosso desenvolvimento, sendo ela responsável pela destruição que abrirá para espaço uma reconstrução mais aprimorada, que proporcionará ao indivíduo a diminuição de suas tensões, um dos principais objetivos da pulsão de morte. Entretanto, para queocorra a reconstrução, é preciso do equilíbrio entre tais instâncias.
Referências bibliográficas 
LINDENMEYER, Cristina. A inadmissível pulsão de morte. Reverso, Belo Horizonte, v. 37, n. 69, p. 53-59, jun.  2015 .   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952015000100006&lng=pt&nrm=iso>. Acessos em 28 ago.  2018.
JORGE, M. FERREIRA, N. Freud criador da psicanálise. 3ª Edição. Editora Zahar. 2002.
KARINE, M. A; ADOLFO, G. R. M N. O desenvolvimento do conceito de pulsão de morte na obra de Freud. Forteleza, v 15, n. 1, p 3-4, abr. 2015. Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2359-07692015000100008

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