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Resumo 2a prova TRI 1

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RESOMO DE TRI 2a PROVA 
A Sociedade Anárquica- Bull 
Capítulo 1 – O conceito de ordem na política mundial 
De que se trata a ordem na política mundial? 
A ORDEM NA VIDA SOCIAL 
Um conjunto de coisas que demonstra uma ordem é, no seu sentido mais simples e geral, 
afirmar que elas estão relacionadas entre si de acordo com certa estrutura; que a sua relação 
reciproca não é fruto puramente do acaso, mas contem algum principio discernível – fileira de livros 
em uma estante exibe ordem. A ordem que se procura na vida social não é qualquer ordem ou 
regularidade nas relações entre indivíduos ou grupos, mas uma estrutura de conduta que leve a um 
resultado particular, um arranjo da vida social que promove determinadas metas ou valores – livros 
exibem ordem quando estão organizados de acordo com o autor ou o assunto, servindo a um 
objetivo. 
Para Santo Agostinho, ordem é uma boa disposição de elementos discrepantes, cada um deles 
ocupando o lugar mais apropriado – ordem como uma estrutura determinada que põe ênfase nos 
seus diferentes objetivos ou valores. Além disso, para ele, só existe ordem com relação a 
determinados objetivos, elementares ou primários, já que seu atendimento é condição para 
determinado tipo de vida social e para a vida social em si mesmo. Quaisquer que sejam as suas 
metas, todas as sociedades reconhecem esses objetivos gerais e incorporam arranjos destinados a 
promovê-los para a ordem: 
• Todas as sociedades procuram garantir que a vida seja protegida de alguma forma contra a 
violência que leve os indivíduos à morte ou produza danos corporais; 
• Todas as sociedades procuram a garantia de que as promessas feitas sejam cumpridas e que 
os acordos ajustados sejam implementados; 
• Todas as sociedades perseguem a meta de garantir que a posse das coisas seja em certa 
medida estável, sem estar sujeita a desafios constantes e ilimitados. 
Portanto, na vida social a ordem é um padrão de atividade humana que sustenta os seus 
objetivos elementares, primários ou universais. Se essas metas não forem alcançadas, não terá a 
sociedade ou vida social. A ordem não é o único valor em relação ao qual a conduta dos homens 
pode ser modelada, nem devemos presumir que ela preceda outros valores – como em período de 
guerra, os homens recorrem à violência e deixam de cumprir acordos e violam as regras de 
propriedade na busca de outros valores. Algumas vezes a ordem social é definida em termos de 
obediência a determinadas normas de conduta ou às vezes é definida como obediência as regras da 
lei. De fato, a ordem na vida social esta associada muito de perto à conformidade da conduta 
humana com relação a regras de comportamento, senão necessariamente a regras legais. Para Bull, a 
ordem pode existir na vida social sem a necessidade de regras. 
A conduta sujeita a ordem é uma conduta previsível, que se ajusta a leis que podem ser 
aplicadas a outros casos no futuro, assim como no passado e no presente. Porém, tais padrões se 
tornam conhecidos e são formulados como leis abrangentes e proporcionam uma base para as 
expectativas a respeito da conduta futura. Os homens atribuem valor a ordem porque há a 
previsibilidade do comportamento individual, consequência da conformidade com os objetivos 
elementares ou primários da coexistência. O comportamento desordenado também pode ajustar-se a 
lei científica, proporcionando uma base para expectativas sobre o futuro: todos os estudos teóricos 
sobre conflitos, guerras e revoluções demonstram da possibilidade de encontrar nas condutas sociais 
marcadas pela desordem uma conformidade com as leis cientificas. 



A ORDEM INTERNACIONAL 
Por ordem internacional o autor refere-se a um padrão de atividades que sustenta os objetivos 
elementares ou primários da sociedade dos Estados, ou sociedade internacional. 
Estados são comunidades políticas independentes, cada uma das quais possui um governo e 
afirma a sua soberania com relação a uma parte da superfície terrestre e a um segmento da 
população humana. São soberanos internamente, ou seja, a supremacia sobre todas as demais 
autoridades dentro daquele território e com respeito a população e são soberanos externamente, que 
consiste na independência com respeito as autoridades externas – supremacia interna e 
independência externa. As comunidades políticas independentes – não são soberanas porque não 
são Estados - abrangem Estados cujos governos se baseiam no principio da legitimidade dinástica. 
Incluem Estados multinacionais e Estados de uma única nacionalidade, Estados de território 
dividido e aqueles cujo território representa uma única entidade geográfica. Se situam fora do 
domínio estrito das relações internacionais. 
Um sistema de Estados (relações verticais) se forma quando dois ou mais Estados tem suficiente 
contato entre si, com suficiente impacto recíproco nas suas decisões, de tal forma que se conduzam, 
pelo menos até certo ponto, como partes de um todo – por exemplo, a América do sul não fazia um 
sistema com a Europa antes do seu descobrimento. A interação dos Estados pode ser direta quando 
são vizinhos, parceiros ou competem pelo mesmo fim ou indireta em consequência do 
relacionamento de cada um com um terceiro ou simplesmente pelo impacto deles sobre o sistema 
(se influenciam mutuamente por meio da cadeia que vincula outros Estados, a que ambos estão 
presos). A interação dos Estados que define um sistema internacional pode ter a forma de 
cooperação, conflito, neutralidade ou indiferenças reciprocas com relação aos objetivos de cada um. 
Portanto, para formarem um sistema de Estados basta que mantenham regularmente relações entre 
si e que sejam todas capazes de estar implicadas em uma guerra generalizada. 
Martin Wight distinguiu o sistema internacional de Estados (Estados soberanos, mas em 
qualquer momento deve haver uma potencia dominante ou hegemônica – a hegemonia passa de 
uma potencia para outra, sendo objeto de constante disputa) do sistema de Estados suzeranos (um 
Estado afirma e mantém supremacia sobre os demais – a hegemonia é permanente e em termos 
práticos é indisputável). Para Wight, um sistema internacional de Estados é um sistema de Estados e 
quando é um sistema de Estados suzeranos só um Estado possui soberania, faltando a existência de 
dois ou mais Estados soberanos. Além disso, os sistemas primários são compostos por Estados e os 
sistemas secundários são formados por sistemas de Estados – muitas vezes suzeranos. 
Para Hereen, um sistema de Estados era a união de vários Estados contíguos, semelhantes entre 
si em seus costumes, na sua religião e no grau de aprimoramento social, cimentados conjuntamente 
por uma reciprocidade de interesses – sistema de Estados envolvendo interesses e valores comuns, 
baseados em uma cultura ou civilização comum. 
Sociedade de Estados (relações horizontais) existe quando um grupo de Estados, conscientes de 
certos valores e interesses comuns, formam uma sociedade, no sentido de se considerarem ligados, 
no seu relacionamento, por um conjunto de regras e participam de instituições comuns. Ao mesmo 
tempo, cooperam para o funcionamento de instituições tais como a forma dos procedimentos do 
direito internacional, a maquinaria diplomática e a organização internacional, assim como os 
costumes e as convenções da guerra. Uma sociedade pressupõe um sistema, mas pode haver um 
sistema que não seja uma sociedade por não ter consciência dos interesses e valores comuns. Na 
sociedade, todos estão sujeitos às mesmas normas e cooperam para o funcionamento de instituições 
comuns. Pode haver comunicação, acordos e troca de representantes sem que haja a percepção de 
interesses ou valores comuns, que confiram a essas trocas substancia e uma perspectiva de 
permanência, sem que se estabeleçam regras a respeito do modo como tal interação deva prosseguir, 
e sem a tentativa de cooperar em instituiçõesnas quais haja de fato um interesse comum. As 
sociedades internacionais históricas, como a Grécia clássica, se basearam em uma cultura ou 
civilização comum. Onde tais elementos existem eles contribuem para essa sociedade porque 
facilitam a comunicação e uma melhor compreensão reciproca dos Estados participantes, ajudando 
a viabilizar a definição de regras comuns e o desenvolvimento de instituições compartilhadas e 
podem reforçar o sentido dos interesses comuns que impelem os Estados a aceitar a comunidade de 
ideias, instituições e valores. 
Ordem internacional é um padrão ou disposição das atividades internacionais que sustentam os 
objetivos elementares, primários ou universais de uma sociedade de Estados. Esses objetivos são: 
• A preservação do próprio sistema e da sociedade de Estados. Os Estados modernos se 
unem na crença de que eles são os principais atores da politica mundial e os mais 
importantes sujeitos de direitos e deveres dessa sociedade. Os desafios da persistência 
dessa sociedade são: 
1. Potencias tem condições de derrubar o sistema e a sociedade dos Estados, 
transformando-os em um império universal. 
2. Outros desafios ameaçaram retirar dos Estados a sua posição de principais 
participantes da politica mundial. 
3. Atores sub-estatais que participam da política mundial de dentro de um estado 
determinado ou atores trans-estatais que ultrapassam as fronteiras dos Estados. 
• Manter a independência ou a soberania externa dos Estados individuais, ou seja, o 
reconhecimento de sua independência com relação à autoridade externa e o 
reconhecimento da jurisdição suprema que tem sobre o seu território e população. A 
sociedade internacional tem tratado a preservação da independência dos Estados como 
um objetivo subordinado à preservação da própria sociedade internacional, o que reflete 
o papel desempenhado pelas potencias maiores na formação dessa sociedade. A 
sociedade internacional permite a extinção da independência de Estados individuais, 
como acontece nos processos de partição e absorção de pequenas potências pelas 
potências maiores, em nome de princípios de compensação e equilíbrio de poder, o que 
levou ao declínio contínuo do numero de Estados europeus. A sociedade internacional 
trata a questão da independência dos Estados como sujeita a preservação do sistema, 
tolerando e estimulando a limitação da soberania ou independência dos pequenos 
Estados mediante recursos como os acordos que definem esferas de influência ou criam 
Estados tampões ou neutralizados. 
• Manutenção da paz no sentido de que a ausência da guerra entre os Estados membros da 
sociedade internacional seja a situação normal do seu relacionamento, rompida apenas 
em circunstâncias especiais. A paz tem sido vista pela sociedade internacional como uma 
meta subordinada à preservação do sistema de Estados e por isso tem se sustentado 
amplamente que pode ser apropriado fazer a guerra, meta subordinada também a 
preservação da soberania ou independência de Estados individuais que tem insistido no 
direito a guerra de autodefesa e para proteção de outros direitos. Isso está refletido nas 
palavras de paz e segurança da ONU. O que os Estados entendem por segurança é a paz, 
independência e a persistência da própria sociedade de Estados que a independência 
requer e para alcançar esses objetivos os Estados estão prontos para recorrer à guerra. 
• Limitação da violência que resulte na morte ou em dano corporal, o cumprimento das 
promessas e a estabilidade da posse mediante a adoção de regras que regulem a 
propriedade. Os Estados cooperam entre si para manter seu monopólio da violência e 
negam a outros grupos o direito de exercê-la. Aceitam limitações ao seu próprio direito 
de usar a violência e aceitam que a guerra só seja praticada por uma causa justa ou uma 
causa cuja justiça pode ser defendida. Tem, também, proclamado constantemente a 
adesão a regras exigindo que haja certos limites para a condução da guerra. 
Assim como entre os indivíduos, os Estados só podem cooperar com base em acordos e só 
podem preencher sua função na vida social com base na presunção de que serão cumpridos. A 
sociedade internacional se ajusta as pressões em favor da mudança que preconizam o não 
cumprimento de certos tratados, procurando ao mesmo tempo salvar o principio geral. A meta da 
estabilidade se dá pelo mútuo reconhecimento da soberania, pelo qual os Estados aceitam a esfera 
de jurisdição de cada um deles. O autor estava preocupado em definir o que está envolvido na ideia 
da ordem internacional, não em traçar o modo como ela está incorporada em instituições históricas, 
sujeitas às mudanças. 
A ORDEM MUNDIAL 
A ordem mundial são os padrões ou disposições da atividade humana que sustentam os 
objetivos elementares ou primários da vida social na humanidade considerada em seu conjunto. A 
ordem internacional é uma ordem entre os Estados, mas estes são agrupamentos de indivíduos, e os 
indivíduos podem ser agrupados de maneira diferente, sem formar Estados – mesmo quando 
agrupados em Estados, formam também grupos de outra natureza. Implícitas em tais questões 
existem questões mais profundas, de importância mais duradoura sobre a função da ordem na 
grande sociedade humana. 
Antes da segunda metade do século XIX a ordem mundial era simplesmente a soma dos 
vários sistemas políticos que impunham ordem a diferentes partes do mundo – nunca houve um 
único sistema que abrangesse todo o mundo. O primeiro sistema político mundial assumiu a forma 
de um sistema de Estados de âmbito global devido a expansão do sistema de Estados europeu por 
todo o globo, e a sua transformação em sistema de Estados de dimensão global. Na primeira fase, 
os europeus se expandiram e incorporaram ou dominaram o resto do mundo. Na segunda fase, que 
em parte se sobrepôs a primeira, as régios do globo dominadas ou incorporadas se livraram do 
controle europeu e assumiram seu lugar como Estados membros da sociedade internacional – 
independência das colônias, com a participação de indivíduos. A expansão do sistema de Estados foi 
parte de um aumento mais amplo do intercambio social e econômico. A estrutura política criada por 
esses desenvolvimentos foi apenas a de um sistema global, com uma sociedade de Estados. 
Hoje, o sistema político mundial assume a forma de um sistema de Estados. A ordem 
mundial poderia ser alcançada por outras modalidades de organização politica universal. No 
passado houve outras formas de organização politica universal, em escala menos do que global – o 
sistema de Estados tem sido uma exceção, não a regra geral. No futuro possam ser criadas novas 
formas de organização política universal. 
A ordem mundial implica algo diferente da ordem mundial. A ordem no conjunto da 
humanidade é mais abrangente do que a ordem entre Estados – algo mais fundamental e primordial, 
e que moralmente a precede. A ordem mundial é mais ampla do que a ordem internacional porque 
precisa-se tratar da ordem entre Estados e da ordem em escala interna ou local, existente dentro de 
cada estado, assim como da ordem dentro do sistema politico mundial mais amplo, em que o 
sistema de Estados é apenas um componente. 
A ordem mundial é mais fundamental e primordial do que a ordem internacional porque as 
unidades primárias da grande sociedade formada pelo conjunto da humanidade não são os Estados, 
mas os seres humanos individuais – elemento permanente e indestrutível, diferentemente dos 
agrupamentos de qualquer tipo. A ordem mundial precede moralmente a ordem internacional – 
hierarquia dos valores humanos. Se há algum valor na ordem política mundial, é a ordem em toda a 
humanidade que precisamos considerar como tendo valor primário, não a ordem dentro da 
sociedade de Estados. Se a ordem internacional tem algum valor, isto só pode ocorrer porque ela é 
um instrumento orientado para atingir a metamaior, da ordem no conjunto da sociedade humana. 


_______________________________________________________________________________ 
Cap 2 - Bull - Há uma ordem na política mundial? 
 Algum dia a ordem na política mundial poderá ter a forma da manutenção dos objetivos elementares 
da vida social em uma única sociedade mundial, ou uma grande sociedade reunindo toda a humanidade. Esse 
estudo tem como ponto de partida a proposição de que a ordem é registro histórico das relações 
internacionais; e particularmente que os Estados modernos formaram, e continuam a formar, não só um 
sistema de estados mas também uma sociedade internacional. 
 A ideia de sociedade internacional 
Ao longo de toda a historia do moderno sistema de estados três tradições doutrinarias tem competido entre si: 
Hobbesiana/realista - política internacional como estado de guerra -, kantiana/universalista - preconiza a 
atuação de uma comunidade potencial - Grociana/internacionalista - política internacional ocorre dentro 
de uma sociedade de estados. 
 
 Tradição Hobbesiana: 
- relações internacionais como um estado de guerra de todos contra todos 
- conflito entre os estados 
- jogo de soma zero: os interesses de cada estado excluem os interesses dos demais. 
- atividade internacional tipica é a guerra 
- a paz é um período de recuperação da ultima guerra e de preparação para a próxima. 
- O estado tem liberdade para perseguir suas metas com relação aos outros Estados, sem quaisquer 
restrições morais ou legais. 
- As únicas regras ou princípios que podem limitar ou circunscrever a conduta dos estados no seu inter-
relacionamento são as regras de prudência e conveniência. Assim, os tratados só serão respeitados se 
forem convenientes. 
 
 Tradição Kantiana 
- a natureza essencial da política internacional reside nos vínculos sociais transnacionais entre os seres 
humanos 
- o tema dominante das relações internacionais é a relação entre todos os homens, participantes da 
comunidade representada pela humanidade 
- dentro da comunidade humana, os interesses de todos os homens são os mesmos 
- jogo de soma maior que zero: exercício cooperativo 
- os conflitos de interesses entre os grupos dominantes dos Estados são superficiais e transitórios 
- a atividade típica da sociedade internacional é o conflito ideológico horizontal que ultrapassa as 
fronteiras dos estados e divide a sociedade humana em dois campos - os confiantes na imanente 
comunidade dos homens e os seus opositores. 
- Admite a existência de imperativos morais no campo das relações internacionais, que limitam a ação 
dos estados, mas esses imperativos não pregam a coexistência e a cooperação entre os estados, e sim a 
derrubada do sistema de estados e sua substituição por uma sociedade cosmopolita. 
 
 Tradição Grociana 
- coloca-se entre a realista e a universalista 
- descreve a política internacional como uma sociedade de estados ou sociedade internacional. 
- sustenta que existem regras e instituições mantidas em comum que limitam os conflitos entre os estados. 
- os estados constituem a principal realidade da política internacional, os membros da sociedade 
internacional são os estados e não os indivíduos. 
- jogo parcialmente distributivo e em parte produtivo: a política internacional não expressa nem um 
completo conflito de interesses nem uma absoluta identidade desses. 
- a atividade internacional típica é o comércio - intercâmbio econômico e social entre os estados. 
- Os estados estão limitados pelas regras e instituições da sociedade que formam, devendo obedecer as 
regras de prudência, conveniência, moralidade e da lei. 
- esses imperativos pretendem a aceitação das exigências da coexistência e cooperação dentro de um 
sociedade de estados. 
 A sociedade internacional cristã 
 
 Nos séculos XV, XVI e XVII, quando a organização política universal da Cristandade Ocidental 
ainda se encontrava em processo de desintegração, foram formadas três visões que pretendiam descrever a 
nova política internacional e prescrever uma conduta para os estados: de um lado pensadores que viam os 
estados emergentes, em confronto, ocupando o vacuo social e moral deixado pelo recuo da cristandade; de 
outro autores papais e imperialistas que promoviam uma reação em defesa dos ideais de autoridade universal 
do papa e do imperador; e ainda um terceiro grupo que afirmava a possibilidade de que os príncipes que se 
afirmavam sobre os rivais locais, declarando-se independentes das autoridades externas, estavam, contudo, 
ligados por interesses e regras comuns. 
 A sociedade internacional possuía os seguintes valores: 
1. Os valores eram cristãos. Todos os autores atribuíam a ideia de um direito natural que determinasse os 
direitos e deveres de todos. Princípios seculares. As assinaturas de tratados eram acompanhadas por 
juramentos religiosos, e as sociedades cristãs tinham um forte sentimento de diferenciação com respeito 
às potências externas. 
2. Os estudiosos não proporcionavam uma clara orientação que permitisse definir quais eram os membros 
da sociedade internacional; não havia qualquer princípio fundamental constitutivo ou critério de 
participação enunciados claramente. 
3. Primazia do direito natural sobre o direito positivo internacional. 
4. As regras de coexistência enunciadas continham as premissas de um sociedade universal. Insistiam que 
a guerra deveria ser feita apenas pelos que tivessem autoridade apropriada, por uma causa justa e 
usando meios justos. Não se tinha uma concepção clara da soberania como atributo dos estados 
membros da sociedade internacional. 
5. a ideia de sociedade internacional dos primeiros internacionalistas era a de que ela não definia um 
conjunto de instituições derivadas da cooperação dos estados. 
 Ao elaborar suas ideias sobre a sociedade internacional nenhum desses autores discutiu ou levou em 
consideração o equilíbrio de poder entre os estados. 
 A sociedade internacional europeia 
 Nos séculos XVIII e XIX, os vestígios da Cristandade Ocidental quase desapareceram da teoria e 
pratica da política internacional. A ideia de sociedade internacional assumiu uma forma distinta. À medida 
que o direito natural cedia lugar ao direito positivo internacional, as ideias dos teóricos políticos e legais 
convergia com as dos historiadores, que procuravam registrar as práticas do sistema de estados e dos 
estadistas que o operavam. Na cultura e nos valores, a sociedade internacional concebida pelos teóricos se 
identificava mais como europeia do que como cristã. A percepção do relacionamento recíproco entre as 
potências europeias estava sujeito a um condigo de conduta que não se aplicava a elas, ao tratar com outras 
sociedades menos importantes. A sociedade internacional é, então, uma sociedade de estado ou nações - 
membros imediatos dessa sociedade - mas os indivíduos são os seus membros finais. 
 Do reconhecimento de que os membros da sociedade internacional são os Estados, surgem outras 
características básicas dessa sociedade: todos os membros tem os mesmos direitos fundamentais; as 
obrigações que eles assumem são recíprocas; as regras e instituições da sociedade internacional derivam do 
seu consentimento; as entidades políticas tais como as monarquias orientais, os emirados árabes ou reinos 
africanos deviam ser excluídos. 
 Essa sociedade europeia era em sua maioria composta por monarquias hereditárias. Assim, o 
julgamento coletivo da sociedade internacional era de que o principio dinástico deveria determinar as 
questões da participação na família das nações, da transferência de soberania sobre o território e a população 
e de um governo para outro, e a sucessão nos Estados. 
 Depois das Revoluções Francesa e Americana, passou-se a admitir que os problemas deveriam ser 
solucionados tomando como referência os direitos da nação ou povo, e não os direitos dosgovernantes. 
Assim, o casamento dinástico cedeu lugar ao plebiscito como meio para tornar internacionalmente 
respeitável a aquisição de um território; o principio patrimonial foi substituído pelo principio da auto-
determinação nacional. 
 Para formular as regras da coexistência dos estados, os estudiosos conseguiram se livrar das 
premissas universalista e solidariza herdadas da Id. Média, levando em conta as características singulares da 
sociedade anárquica. 
 Do reconhecimento do fato de que, na guerra, dois beligerantes que se digladiam podem ambos ter 
causa justa, não foi difícil chegar a doutrina de que a guerra era simplesmente um conflito político, e que 
a questão da justiça da causa envolvida devia ser banida do direito internacional. Assim, as regras que 
limitavam a conduta dos beligerantes, asseguravam plena proteção a todos esses. 
 A posição de neutralidade foi reconhecida, com a condição de imparcialidade em relação aos dois 
lados. Além disso, o pensamento teórico desse período reconhecia que os contratos concluidos por um 
governo obrigavam os seus sucessores, e que eram validos mesmo se impostos a um dos contratantes. 
Reconheceram também que a soberania era um atributo de todos os estados, e a troca do reconhecimento 
da soberania, uma regra fundamental para a coexistência dentro do sistema de estados. 
 Considerava-se que a sociedade internacional se manifestava de forma visível em certas instituições 
que refletiam a cooperação dos seus estados membros. Reconhecia-se assim que o direito internacional era 
um corpo de regras especiais derivadas da cooperação dos estados modernos, que sugeriam uma 
disciplina e uma técnica distintas da utilizada pela filosofia ou teologia; e que diferia também do 
direito privado, por estender-se através das fronteiras nacionais - direito internacional público. 
 A preservação do equilíbrio de poder foi elevada ao status de um objetivo perseguido de forma 
consciente pela sociedade internacional. Da mesma forma, o conceito de grande potência e dos seus 
direitos e deveres especiais veio expressas uma nova doutrina da hierarquia dos estados, expressa 
formalmente no Concerto Europeu nascido do acordo de Viena, mediante o sistema de congresso. 
 A sociedade internacional mundial 
 No século XX, a ideia de sociedade internacional manteve-se na defensiva. De um lado a 
interpretação realista ou hobbesiana da política internacional foi alimentada pelas duas guerras mundiais, 
assim como pela expansão da sociedade internacional para alem dos seus limites originalmente europeus. De 
outro lado, as interpretações universalistas ou kantianas foram alimentadas pelo esforço orientado para 
transcender o sistema de estados, pretendendo escapar da desordem e dos conflitos que o têm acompanhado e 
das revoluções da Rússia e da China que deram novo alento às doutrinas da solidariedade internacional. A 
sociedade internacional contemporânea tem uma base cultural chamada de modernidade - cultura das 
potências ocidentais dominantes. 
 Hoje acredita-se que além do estado, titular de direitos e deveres legais e morais, participam da 
sociedade internacional as organizações internacionais, grupos não-estatais de vários tipos e também 
indivíduos (Declaração Universal dos Direitos Humanos e Tribunal de Nuremberg). 
 Na análise política e legal das relações internacionais a ideia da sociedade internacional tem-se 
baseado menos na evidencia da cooperação demonstrada pelos estados no seu comportamento efetivo do que 
em princípios que pretendem indicar qual deve ser esse comportamento. Ao mesmo tempo, tem havido um 
ressurgimento das premissas universalistas no modo como são formuladas as regras de coexistência. A ideia 
de limitação dos meios empregados na guerra pelos estados tem sido qualificada pelo retorno da distinção 
entre as causas da guerra objetivamente justas e injustas, como na tentativa de proibir as guerras de agressão. 
A ideia de que os países neutros devem conduzir-se na imparcialidade frente aos estados beligerantes tem 
sido igualmente qualificada, como na doutrina da segurança coletiva - Pacto da SDN e da ONU. 
 A SND, ONU e as outras organizações, passaram a ser tratadas como sendo as principais instituições 
da sociedade internacional, deixando de lado outras instituições cujo papel na manutenção da ordem 
internacional é central. Desenvolveu-se a rejeição wilsoniana ao equilíbrio de poder, a difamação da 
diplomacia e a tendência em substituí-la pela administração internacional, assim como um retorno à 
tendência de confundir o direito internacional com a moralidade ou o aprimoramento das relações 
internacionais. 
 Os elementos da sociedade 
 O sistema internacional moderno reflete todos os três elementos singularizados respectivamente pela 
tradição hobbesiana, kantiana e grociana: guerra e a disputa pelo poder entre os estados; conflito e 
solidariedade transnacionais, superando as fronteiras dos estados; cooperação e intercâmbio regulado 
entre os estados. Em diferentes contextos, um desses três elementos pode predominar sobre os outros. 
 Em nenhuma das fases do seu desenvolvimento, a sociedade internacional deixou de haver uma certa 
influencia da concepção dos interesses comuns dos estados, e das normas e instituições comuns aceitas e 
utilizadas por eles. Na maior parte do tempo a maioria dos estados respeitava as regras básicas da 
coexistência na sociedade internacional, do respeito mutuo pela soberania, cumprimento dos tratados e 
da limitação do uso da violência. 
 As grandes guerras prejudicam a credibilidade da sociedade internacional e fazem com que 
pensadores e estadistas se voltem para interpretações e soluções no espirito hobbesiano. Conflitos 
ideológicos que opõe os estados, e facções dentro deles, levam, as vezes, à negação da ideia de sociedade 
internacional. Mesmo no auge de uma grande guerra ou conflito ideológico, a ideia de sociedade 
internacional não desaparece, embora possa ser negada pelos estados conflitantes. 
 A sociedade anárquica 
 Sustenta-se em geral que a existência da sociedade internacional é desmentida em razão da anarquia. 
Devido a essa anarquia, considera-se que os estados não formariam na verdade um tipo de sociedade, o que 
só poderia acontecer se eles estivessem sujeitos a uma autoridade comum (analogia interna). 
 Esse argumento de que os estados não formam uma sociedade por causa da anarquia internacional 
tem três pontos fracos: 
- O sistema internacional moderno não se parece com o estado de natureza hobbesiano (falta um poder 
comum, que tornaria possível a industria a agricultura, navegação, comercio e outros, pois sua força e 
capacidade é absorvida pelas imposições da segurança recíproca; não há regras legais ou morais; é um 
estado de guerra de todos contra todos); 
- Falsa premissa sobre as condições de ordem entre as entidades distintas do estado - indivíduos e grupos. (o 
temor de um governo supremo não é a única fonte de ordem do estado moderno - interesse mutuo, sentido 
de comunidade ou de vontade geral, habito, inércia). 
- Não leva em conta os limites da analogia com a situação interna dos estados, que afinal são muito 
diferentes dos indivíduos. (o estado não compromete da mesma forma suas energias na busca de 
segurança; alem disso, os estados não são vulneráveis a um ataque violento na mesma medida dos 
indivíduos; ou seja, os estados são diferentes dos indivíduos, e mais capazes de formar uma sociedade 
anárquica). 
 As limitações da sociedade internacional 
 É um erro interpretar os acontecimentos como se a sociedade internacional fosse o elemento 
exclusivo ou dominante, considerando o direito internacional no que tange à sua função de unir os 
estados, e não como um instrumento dos interesses estatais e um veiculo de ações transnacionais; como 
se as tentativas de manter um equilíbrio de poder devessem ser interpretadas exclusivamentecomo esforços 
para preservar o sistema dos estados, e não como manobras feitas por determinadas potências para 
ganhar uma posição de supremacia; como se as grandes potências devesse ser vistas só como grandes 
responsáveis ou indispensáveis, e não como grandes predadores; como se as guerras fossem sempre 
tentativas de violar a lei ou de defendê-la, e não simplesmente como manifestações dos interesses de 
determinados estados ou grupos transnacionais. 
 Além disso, o fato de que a sociedade internacional fornece um certo elemento de ordem à política 
internacional não deve justificar uma atitude de complacência a seu respeito, ou sugerir que falta fundamento 
aos argumentos daqueles que estão insatisfeitos com a ordem da sociedade internacional. A ordem existente 
é precária e imperfeita. Demonstrar que a sociedade internacional moderna proporciona um certo grau de 
ordem não é o mesmo que demonstrar que estruturas de um tipo bem diferente não poderiam proporcionar 
uma ordem de forma eficaz. 


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RESUMO WIGHT CAP 1, 9 E 10 
CAPITULO 1- POTÊNCIAS 
 A política do poder sugere as relações entre potências independentes. O termo implica duas 
condições: que existem unidades políticas independentes que não reconhecem superior político e que se 
consideram soberanas; que existem relações continuas e organizadas entre elas. Isso constitui o sistema de 
estados moderno. As unidades independentes são os estados, e o sistema de relações continuas altamente 
organizadas são as relações políticas e econômicas, diplomáticas e comerciais, ora a paz ora a guerra. A 
política do poder no sentido de política internacional surgiu com o estado moderno e soberano. 
 No moderno sistema de estados, o sentimento de unidade passou a ser rarefeito pois formou-se um 
grande número de estados independentes uns dos outros, e o entendimento a respeito dos padrões morais tem 
sido enfraquecido pelas disputas doutrinarias na Europa e pela expansão do sistema de estados para além da 
Europa. Parece que a sociedade internacional não passa de uma etiqueta para os estados soberanos, e que o 
todo nada mais é alem da soma das partes. 
 O poder que faz uma potência é composto de muitos elementos: tamanho da população, posição 
estratégica e extensão geográfica, recursos econômicos e produção industrial - eficiência 
administrativa e financeira, aprimoramento educacional e tecnológico, coesão moral. É o poder 
concreto que resolve as grandes questões internacionais. 
 A coesão moral das potências é frequentemente discutida em termos de nacionalidade ou de 
nacionalismo . O principio da autodeterminação nacional afirma o direito de cada nacionalidade formar um 1
estado e transformar-se numa potência. A palavra nacionalismo descreve a auto-afirmação coletiva de uma 
nação. 
 Uma potência é simplesmente uma coleção de seres humanos seguindo certas formas de ação 
tradicionais, e, caso um número suficiente deles resolva alterar seu comportamento coletivo, é possível que 
tenham sucesso. 
 O termo política de poder significa não somente relações entre potências independentes, mas 
também Machtpolitik - política da força -, ou seja, condução de relações internacionais por intermédio 
da força ou da ameaça do uso da força. 
__________________ 
CAPÍTULO 9 - ANARQUIA INTERNACIONAL 
 Até a criação da SDN, o direito internacional não tinha alternativa senão aceitar a guerra como um 
relacionamento legítimo entre os estados. A Liga renunciou à guerra como instrumento de política nacional. 
 O cenário internacional pode ser corretamente definido como uma anarquia. A causa fundamental 
da guerra não é a existência de rivalidades históricas, nem de acordos de paz injustos, magoas nacionalistas, 
competição pelas armas, imperialismo, pobreza, corrida econômica, contradições do capitalismo e 
agressividade do fascismo ou comunismo; sua causa fundamental é a ausência de um governo 
internacional - anarquia dos estados soberanos. 
 Diante de tal situação a desconfiança mútua é fundamental, e uma potência nunca pode ter a 
garantia de que uma outra potência não é malevolente. Em consequência, nenhuma potência pode entregar a 
outra qualquer parte de sua segurança e de sua liberdade - medo hobbesiano. 
 A anarquia é a característica que distingue a política internacional da política ordinária. O estudo da 
política internacional pressupõe a ausência de um sistema de governo. Há um sistema de direito internacional 
e existem instituições internacionais para modificar ou complicar o funcionamento da política de poder. Mas 
em linhas gerais ocorre que, na política internacional a lei e as instituições são governadas e circunscritas 
pela luta pelo poder. Assim, a política internacional pode ser chamada de política do poder. 
 Em um mundo constituído por potências soberanas e independentes, a guerra é o único meio pelo 
qual cada uma delas pode, em ultima instância, defender seus interesses vitais. Isso ´s igualmente verdadeiro 
caso um potência considere que seus interesses requerem pacificação ou agressão; de fato, a distinção é 
geralmente uma questão de séculos e não de moral, pois a potência insatisfeita muitas vezes procura retomar 
o que a potência satisfeita previamente tomou pelas forças; e a defesa, assim como o ataque, também 
constitui uma forma de guerra. 
________________ 
CAPITULO 10 - A SOCIEDADE INTERNACIONAL 
 Nos assuntos internacionais há tanto cooperação quanto conflito; existe um sistema diplomático e o 
direito internacional e instituições internacionais que complicam ou modificam o andamento da política do 
poder; e existem até regras para limitar as guerras, que não deixam de ter influência. 
 A sociedade internacional possui quatro peculiaridades: 
1. É única, composta das outras sociedades mais organizadas que chamamos de estados. Os estados são 
seus membros principais e imediatos, mesmo que haja um sentido no qual seus membros fundamentais 
são homens. 
2. O número de seus membros é consequentemente sempre pequeno. Comportando apenas o numero de 
Estados existentes. 
3. Os membros da sociedade internacional são mais heterogêneos do que indivíduos, e essa 
heterogeneidade é acentuada pelo seu pequeno número. 
4. Os membros da sociedade internacional são, em conjunto, imortais. O desaparecimento de um Estado é 
difícil, a tendência é ele se perpetuar. 
 A comprovação mais essencial da existência de uma sociedade internacional é a existência do direito 
internacional. 
 nação é quase intercambiável com estado ou poder1
1. O objeto do direito internacional são os Estados. 
2. O objetivo do direito internacional é definir os direitos e deveres de um estado que age em nome de seus 
cidadãos em relação a outros estados. 
3. O direito internacional é um sistema de direito costumeiro - somatória dos direitos e obrigações 
estabelecidas entre os estados por tratados, convenção tácita e costumo, e até um tratado, em ultima 
instância, depende da regra costumeira para estabelecer que as duas partes comprometem-se a obedecer 
seus termos. 
4. A maior parte do direito internacional é constituída por tratados. Esses últimos, contudo, são contratos 
entre aqueles que os assinaram. 
5. O direito internacional não possui agentes para o seu cumprimento, excetuando-se os próprios estados. 
Carece de um executivo, o que significa que ajuda mútua cooperativa é o máximo de que disporá, para se 
tornar eficaz. 
6. O direito internacional não possui judiciário como jurisdição compulsória. A ONU criou a Corte 
Internacional de Justiça, mas sua jurisdição somente abrange os casos cujas partes concordaram em se 
referirem a ela. 
 O aspecto moral e ambicioso do direito internacional transparece melhor no direito da guerra. O 
pacto de Briand-Kellog de 1928, levava o direito da guerra a um plano elevado, em que a maioriadas 
potências renunciaram à guerra como um instrumento de política nacional; a guerra continuava a ser legítima 
como um ato de política internacional, como por exemplo uma ação coletiva. Permanecia legítima também 
como um ato de legitima defesa - grande meio de se legitimar a guerra. 
 As instituições da sociedade internacional variam de acordo com sua natureza: diplomacia, alianças, 
garantias, guerra e neutralidade. A diplomacia é a instituição para negociar; as alianças para efetivar um 
interesse comum; o arbitramento para resolução de pequenas divergências entre os estados; guerra para 
decisão final a respeito das divergências. 
CAP 24 WIGHT 
Cap 24 - Wight - Além da política do poder 
 No estudo da política internacional, somos perseguidos pelo problema de saber se as relações entre 
as potências são de fato algo mais do que política do poder, e se elas podem realmente vir a ser mais do que 
isso. 
 A anarquia internacional é refreada por dois tipos opostos de interesse comum. O primeiro interesse 
é o da sua própria liberdade. O segundo é aquele representado por sucessivas potências dominantes, pois sua 
predominância terá em geral salvaguardado valores reais, e as vezes essas potências terão brandido uma 
ideologia internacional como sua arma mais poderosa 
 Uma potência dominante capaz de dar a suas políticas o impulso adicional de um ideal internacional 
torna-se então uma força tremenda cujos limites somente são atingidos se provocarem o interesse contrário 
representado pela liberdade generalizada. 
 
 A ideia do interesse comum não tem muita vitalidade se for separada da ideia da obrigação comum. 
Sempre existiu uma teoria de relações internacionais que afirma a primazia de conceitos comuns de justiça, 
direito e lei. Para essa teoria o homem é social e racional, sendo assim, existe sempre uma ordem moral no 
universo, que sua natureza racional o obriga a obedecer, que os verdadeiros interesses da sociedade humana 
não são conflitantes, e que esses últimos estão reunidos por obrigações de ordem moral e jurídica. Tal 
tradição foi a fonte de direito internacional. 
 A moral em política internacional não é simplesmente uma questão de tradição civilizada, mas 
é igualmente o resultado da segurança. Uma vez destruída a segurança, todos os objetivos mais elevados 
da política são engolidos na luta pela autopreservação. 
 Esse é o circulo vicioso da política: a moral é fruto da segurança, mas uma certa segurança 
duradoura entre varia potências depende da observância de um certo padrão comum de moralidade. A Liga 
das Nações transformou-o em um circulo virtuoso ao fazer da segurança coletiva uma obrigação, mas a 
solução pressupunha um certo grau de interesse próprio entre as grandes potências que não existia. 
 A comunidade global é ainda uma anarquia e a política internacional é ainda a política do poder. 
Toda potência tem um interesse maior que o bem estar social; acredita que o bem estar social depende desse 
interesse e é em nome dele que, em ultima instancia, o bem estar é sacrificado, esse interesse é a própria 
manutenção do poder. 


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Power and Interdependence 
Keohane e Nye 
PONTOS IMPORTANTES: 
• REALISMO E INTERDEPENDENCIA 
• PODER: SENSIBILIDADE E VULNERABILIDADE 
• REGIMES 
• INTERDEPENDENCIA COMPLEXA 
CAP 1 
 Vivemos numa era de interdependência. O mundo tem se tornado interdependente na economia, 
telecomunicação e aspirações humanas. A interdependência afeta a política mundial e o comportamento dos 
Estados; mas as ações governamentais também influenciam os padrões de independência. Criando ou 
aceitando procedimentos, regras ou certos tipos de atividades, os governos regulam e controlam as relações 
transacionais e interestatais. 
 __ 
 Durante a Guerra Fria, a retórica da segurança nacional justificava as estratégias criadas, a um custo 
considerável, para reforçar a estrutura econômica, militar e política do mundo livre. Isso também forneceu 
uma justificativa para a cooperação internacional e o apoio às nações unidas, assim como justificativa para 
alianças, ajuda externa, e envolvimentos militares extensos. 
 A importância da segurança nacional foi aumentada pela analise realista, que afirmou que a 
segurança nacional é a meta primaria dos Estados, e que na política internacional a ameaça a segurança é 
permanente. 
 Com o desempenho norte-americano no Vietnã, a menor hostilidade das relações entre EUA, China e 
URSS, e o uso impróprio do discurso de segurança national (economia) pelo presidente Nixon, 
enfraqueceram a visão de que a segurança nacional era dominada por preocupações apenas militares, assim 
como as relações de poder. Assim a retórica da interdependência se expandiu, sendo colocada como um 
necessidade natural, em que os conflitos de interesse seriam reduzidos pela interdependência, e que a 
cooperação era a solução para os problemas. 
 As duas retóricas coexistem, e nenhuma delas proporciona diretrizes confiáveis para problemas de 
grande interdependência. 
 __ 
 Dependência significa um Estado sendo determinado ou significativamente afetado por forças 
externas. Interdependência significa mutua dependência, caracterizada por situações efeitos recíprocos 
sobre países ou atores nos diferentes países. Esses efeitos normalmente resultam de transações internacionais 
- fluxos de dinheiro, bens, pessoas e informação. Os efeitos das transações na interdependência vão depender 
das restrições, ou custos, associados à elas. Quando existe custos recíprocos nos efeitos das transações se da 
a interdependência. Quando a interação não tem custos significativos, as transações são apenas de 
interconectividade. As relações de interdependência sempre envolverá custos. 
 Duas perspectivas diferentes podem ser adotadas para se abalizar os custos e benefícios de uma 
relação interdependente. A primeira foca nos ganhos conjuntos ou perdas conjuntas para as partes 
envolvidas. A outra sublinha ganhos relativos e questões de distribuição. 
 É necessário que se tenha cautela sobre a perspectiva de que a crescente interdependência esta 
criando um novo mundo de cooperação pra substituir o mundo mau de conflito internacional. A diferença 
entre a política internacional tradicional, e a política para interdependência econômica e ecológica não é uma 
diferença entre um mundo de soma-zero e um mundo de soma-não-zero. A interdependência militar não tem 
que ser de soma-zero, uma vez que alianças militares buscam ativamente pela interdependência para 
aumentar a segurança de todos. Inversamente, a política econômica e ecológica envolve competição mesmo 
quando muitos benefícios são esperados da cooperação. 
 São as assimetrias na dependência que têm maior probabilidade de fornecer fontes de influência 
para os atores nas suas relações com o outro. Atores menos dependente muitas vezes podem usar a relação de 
interdependência como uma fonte de poder nas negociações sobre um problema e talvez a afetar em outras 
questões. No outro extremo, a partir da simetria pura, é a dependência pura, que é muito rara. A maioria dos 
casos se encontram entre esses dois extremos. Que é onde o coração do processo de barganha política de 
interdependência reside. 
 __ 
 O poder pode se dar pela habilidade de um ator fazer com que outros façam algo que de outra forma 
não fariam, ou, o poder pode ser concebido em termos de controle de resultados. Para se entender o poder na 
interdependência, deve-se distinguir duas dimensões: sensibilidade e vulnerabilidade. 
 A sensibilidade envolve graus de responsabilidade num quadro politico. É medida pelo volume de 
fluxos e pelos custos efetivos nas alterações nas transações sobre as sociedades e governos. Uma 
interdependência sensível é criada pelas interações de quadros politicos, que se assumem como imutáveis 
devido a dificuldade de seformular novas políticas em pouco tempo. 
 Ex.: Modo como EUA, Japão e Europa foram afetados pelos preços do petróleo em 1971, 
1973-1975. Pouca alternativa desse países em trocar sua fonte de energia, a curto prazo, devido as 
alternativas e os custos. 
 A interdependência sensível pode ser social, política e econômica. 
 A dimensão da interdependência vulnerável se da na disponibilidade relativa e custo elevado das 
alternativas que vários atores enfrentam. Vulnerabilidade pode ser definida como a responsabilidade de um 
ator sofrer os custos impostos por eventos externos, mesmo depois de as políticas serem alteradas. 
 Como é difícil mudar as políticas rapidamente, os efeitos externos imediatos das mudanças externas 
normalmente reflete a dependência sensível. A dependência vulnerável pode ser medida apenas pelo custo 
elevado de realizar ajustes eficazes a um ambiente diferente, durante um período de tempo. 
 Ex.: No regime monetário de Bretton Woods, nos anos 60, EUA e GB eram sensíveis às decisões de 
especulações externas e transferencias de ativos dos Bancos centrais em dólares ou Libras. Entretanto, os 
EUA eram menos vulneráveis que os britânicos pois possuíam a opção de mudar as regras do sistema de 
acordo com o que considerassem custos toleráveis. Essa capacidade reduziu a vulnerabilidade e fez com que 
a sensibilidade política dos EUA fossem menores. 
 A vulnerabilidade é importante para entender a estrutura política das relações de interdependência; 
foca em quais atores ditam as regras. 
 Ex.: de vulnerabilidade social e economica na pag 13. 
 Para uma analise política util da interdependência internacional deve-se levar em consideração a 
assimetria das interdependências como fontes de poder sobre os atores. Isso pode ser aplicado sobre as 
relações entre os atores transnacionais e governos assim como entre as relações interestatais. 
 Não espera-se que uma medida de poder potencial, como a interdependência assimétrica, prevêem o 
sucesso e o fracasso dos atores em influenciar os resultados. Apenas promove uma aproximação da barganha 
inicial de vantagens disponíveis em cada lado. 
“uma relação interdependente ocorre quando os atores dessa relação são mutuamente dependentes. Todavia 
não se pode esperar que os custos e benefícios desse relacionamento sejam simétricos. Pelo contrário, as 
relações internacionais são assimétricas, e é nesse contexto em que o poder pode ser projetado. Não se 
está falando aqui em hard power, mas sim na forma como os atores – estatais ou não – articulam os mais 
variados temas da agenda internacional com o propósito único de concretizar seus interesses. Em uma 
análise interdependentista da cena internacional, os custos e benefícios dos ajustes das políticas dos Estados 
frente às mudanças no cenário externo são sempre levadas em consideração. Assim, torna-se mais 
compreensível os graus de sensibilidade e vulnerabilidade dos atores na cena mundial. Neste contexto, a 
sensibilidade de um país seria medida em um cenário político ou econômico imutável. O fato do cenário se 
manter constante pode revelar a dificuldade de o país formular novas políticas em um curto espaço de 
tempo, ou pode refletir o comprometimento deste mesmo país com sua política interna ou regimes 
internacionais. Assim, efeitos imediatos decorrentes de fatores externos denunciam sensível dependência 
do cenário externo. No tocante à vulnerabilidade, Keohane e Nye apontam para a capacidade dos países 
em efetivamente formular novas políticas e encontrar alternativas em curto espaço de tempo, frente a uma 
situação adversa no contexto internacional (KEOHANE, NYE. p. 4-21).” 
 __ 
 Regimes são conjuntos de arranjos governamentais formais ou informais que afetam as relações de 
interdependência, por meio dos quais os governos regulam e controlam as relações transnacionais e 
interestatais. São resultado da criação ou aceitação de procedimentos, regras ou instituições para 
determinados tipos de atividades. 
 A fraqueza das organizações internacionais e os problemas na aplicação da lei internacional fazem 
com que alguns considerem os regimes internacionais insignificantes, ou com que apenas os ignorem. 
Entretanto, regimes internacionais específicos muitas vezes tem efeitos importantes para as relações 
interdependentes. 
 Regimes Internacionais podem ser incorporados nos acordos ou tratados internacionais, como foi 
com acordo monetário internacional desenvolvido por Bretton Woods em 1944, ou podem envolver 
propostas formais de acordos que nunca foram Implementados, como o GATT, que deu origem à OMC. Eles 
podem ser também meramente implícitos, como a relação entre EUA e Canadá no pós-guerra. 
 Para se entender os regimes que afetam os padrões da interdependência, é necessário observar a 
estrutura e os processos do sistema internacional, e como afetam uns aos outros. A estrutura diz respeito a 
distribuição de capacidades entre unidades semelhantes. O processo se refere ao comportamento 
alocativo ou de barganha dentro de uma estrutura de poder. 
 Regimes internacionais são fatores intermediários entre o poder estrutural do sistema 
internacional e a barganha política e econômica que ocorre com ele. 
CAP 2 
 Os autores criticam o realismo afirmando que essa teoria é inadequada para analisar a política da 
interdependência, e afirmar que essa teoria é um tipo ideal. Por isso, criam um outro tipo ideal em oposição 
ao realismo, a interdependência complexa. 
 Para o realismo, a integração política entre os Estados serve os interesses nacionais dos estados mais 
poderosos. Assim como os atores transnacionais são considerados sem importância política, ou nem ao 
menos considerados existentes. Apenas o Exercício da força permite que os estados sobrevivam, realizando o 
equilíbrio de poder. 
 A interdependência complexa possui três características principais. 
Canais Múltiplos: conectam sociedades, incluindo relações entre os Estados, elites não-governamentais e 
organizações transnacionais. Podem ser resumido como relações entre estados, transgovernamentais e 
transnacionais. Esses atores não tradicionais são importantes pois agem como transmissores, fazendo com 
que políticas governamentais de vários países se tornem mais sensíveis a outro. Resumo: as relações não são 
apenas entres estados como os realistas afirmavam, os atores transgovernamentais (burocracias do 
governo, e não o governo em si) e transnacionais também devem ser levados em conta, uma vez que 
esses afetam as políticas internas dos países, tornando esses muitas vezes mais sensível ao pais de 
origem desses atores, isso faz com que a política econômica domestica seja cada vez mais afetada pela 
externa. 
Ausência de Hierarquia nas agendas: as agendas das relações interestatais consistem um múltiplas 
questões que não estão organizadas em claras e consistentes hierarquias. A ausência de hierarquia entre as 
questões implica que a segurança militar não domine a agenda sempre. Os problemas de energia, 
recursos, meio-ambiente, população, uso do espaço e do mar, se classificam no mesmo patamar da segurança 
militar, ideologia, e rivalidades territoriais. As consultas desenvolvidas pela OCDE, GATT/OMC, FMI, e 
Comunidade Europeia, indicam como característica, a sobreposição da política domestica e externa nos 
países pluralistas. Quando existem varias questões na agenda, muitas dos quais ameaçam os interesses dos 
grupos domésticos, mas não ameaçam claramente a nação como um todo, os problemas da formulação de 
uma política externa coerente e consistente aumentam. 
Menor papel da Força Militar (instrumento de política): a força militar não é usada pelos governos contra 
outros nas regiões ou questões quando a interdependência complexa prevalece. A força militar pode ser 
irrelevante para resolver desacordos em questões econômicas entre os membros de uma aliança, mas por 
outro lado pode ser muito importante para aliançaspolíticas e militares contra um bloco rival. A força 
domina outros meios de poder; se não houver restrições sobre a própria escolha do instrumento, o estado 
com força militar superior irá prevalecer. Se o dilema de segurança para todos os estados for extremamente 
aguda, a força militar, apoiada por recursos econômicos e outros, seria claramente fonte dominante de poder. 
A sobrevivência é a principal meta do Estado, e em situações de perigo, a força é necessária. Entretanto, 
entre países industrializados e pluralistas, a margem de segurança percebida tem se ampliado, devido ao 
declínio de possibilidade de ataques no geral. Além disso, nem sempre a força militar é apropriada para se 
atingir outras metas - econômicas e ambientais - que estão sendo consideradas mais importantes. Na maioria 
das situações, os efeitos da força militar são caros e incertos. Custos: alem dos econômicos há o custo da 
quebra dos regimes. Resumo: O poder militar não seria um instrumento de política efetivo contra outros 
estados que façam parte da região de interdependência complexa, ou nas areas temáticas em que a 
interdependência complexa se faz presente. Isso acontece por que o uso da força impõe custos aos objetivos 
dos Estados além da segurança. Além disso, a capacidade destrutiva das armas nucleares torna qualquer 
ataque de uma potência nuclear arriscado. Outro ponto é o fato de que as guerras de descolonização da Africa 
e da Asia, bem como a guerra do Vietnã mostraram as limitações do uso convencional da força. Alem disso, 
o uso da força pode fazer com que relações dos estados em outras areas sejam rompidas, acarretando 
prejuízos aos Estados. 
A interdependência exige o não uso da força, caso seja usada a força o país estará querendo 
propositalmente o regime. O Estado usa a força quando se atinge o limite de sua vulnerabilidade. 
“A Interdependência Complexa foi desenvolvida por dois acadêmicos americanos, Robert Keohane e Joseph 
Nye, com o intuito de explicar essas mudanças. Segundo eles, diversas conexões transnacionais estavam 
surgindo, aumentando relações (principalmente as econômicas) entre países e sociedades e ampliando as 
oportunidade de cooperação entre nações. Para Keohane e Nye, existem três características que definem o 
mundo em que vivemos: 
1. Existem vários canais que conectam sociedades, incluindo laços informais entre elites governamentais, 
bem como relações transnacionais. 
2. Os temas das relações internacionais não podem ser rigidamente hierarquizados por importância. Tudo 
depende da situação. A agenda política mundial consiste de múltiplas questões que não estão organizadas 
em uma hierarquia clara ou consistente. 
3. O uso de força militar vem diminuindo, devido à dependência mútua entre membros da comunidade 
internacional.” 
___ 
 Em um mundo de interdependência complexa, no entanto, espera-se que algumas autoridades, 
especialmente de níveis mais baixos, para enfatizar a variedade de objetivos estatais que devem ser 
perseguidos. Na ausência de uma hierarquia clara de questões, os objetivos variam de acordo com as 
questões, e podem não estar intimamente relacionados. Cada burocracia buscará os seus próprios interesses 
e, apesar de várias agências poderem chegar a compromissos em questões que afetam a todos, eles vão 
perceber que um padrão consistente de política é difícil de manter. Além disso, os atores transnacionais irão 
introduzir objetivos diferentes em vários grupos de questões. 
 Os objetivos vão variar de acordo com as questões da interdependência complexa, assim como a 
distribuição de poder e o processo politico. Estados fortes econômica e militarmente irão dominar varias 
organizações e varias questões ligando suas próprias políticas em certas questões, às políticas dos outros 
estados. 
 A utilidade da força diminuiu, e as questões se tornaram mais equivalentes em questão de 
importância, assim, a distribuição de poder em cada questão se tornam mais importante. Se as ligações se 
tornarem menos efetivas como um todo, os resultados da barganha política vão variar de acordo com a área 
temática. Essa diferenciação entre os temas na interdependência complexa significa que as ligações entre os 
temas se tornarão mais problemáticos e tenderão à reduzir a hierarquia internacional. 
 As Agendas poderão influenciar fortemente a balança de poder. Como a complexidade dos 
atores e dos temas da política mundial aumentou, a utilidade da força declinou, e a linha entre política 
domestica e externa esta se misturando: as condições da interdependência complexa esta mais próxima, a 
formação da agenda política se tornou mais sutil e diferenciada. Uma vez que as agendas são afetadas pelos 
problemas domésticos que surgiram decorrentes do crescimento da economia, pode-se perceber que a 
sensibilidade da interdependência aumenta. 
 Os múltiplos canais de contato entre as sociedades tem dificultado a distinção de políticas 
domesticas e externas. Algumas organizações ou grupos podem interagir diretamente com atores de outras 
sociedades ou com outros governos para aumentar seus benefícios nas interações. Alguns atores, entretanto, 
podem ser menos vulneráveis e sensíveis a mudanças nessas interações do que outros, o que afeta os padrões 
da ação política. 
 Devido a influencia dos atores nas políticas domesticas, o processo de definição do interesse 
nacional torna-se mais complicado, e assim acaba sendo definido de acordo com os diferentes temas. 
 As organizações internacionais ajudam a definir os temas da agenda internacional, e age como 
formadora de coalizões, arena para iniciativas políticas e ligação entre os estados mais fracos. Podem 
também ajudar a determinar prioridades governamentais e a natureza dos comitês interdependentes e outros 
arranjos dentro dos governos. Além disso permitem que os Estados menos desenvolvidos tenham uma 
representação conjunta, o que permite com que temas de solidariedade sejam mais discutidos. 
 
_______________________________________________________________________________ 
A ESTRUTURA DA DEPENDÊNCIA 
Theotonio dos Santos 
O QUE É A DEPENDÊNCIA? 
 Por dependência nos referimos a uma situação na qual a economia de certos países é 
condicionada pelo desenvolvimento e pela expansão de outra economia à qual está 
subordinada. A relação de interdependência entre duas ou mais economias, e entre essas e o 
comercio internacional, assume a forma de dependência quando alguns países (dominantes) podem 
se expandir e ser auto-sustentáveis, enquanto outro (dependentes) só podem fazê-lo como um 
reflexo daquela expansão. 
 Na tradição marxiana, a teoria do imperialismo foi desenvolvida como um estudo do 
processo de expansão dos centros imperialistas e de sua dominação mundial. Ao analisar o processo 
de constituição de uma economia global que integra as chamadas economias nacionais num 
mercado mundial de mercadorias, capital e, até mesmo, de força de trabalho, vemos que as 
relações produzidas por esse mercado são desiguais e cominadas. As relações comerciais 
baseiam-se no controle monopólico do mercado, que leva à transferencia do excedente gerado 
dos países dependentes para os países dominantes; as relações financeiras, do ponto de vista dos 
dominantes, baseiam-se em empréstimos e na exportação de capital, o que lhes permite receber 
juros e lucros, aumentando assim seu excedente domestico e fortalecendo se controle sobre as 
economias dos outros países. 
 Para os países dependentes, essas relações apresentam uma exportação de lucros e juros que 
leva junto a parte do excedente gerado domesticamente e conduz a uma perda do controle sobre 
seus próprios recursos produtivos. Para permitir relações tão desvantajosas, os países dependentes 
têm de gerar grandes excedentes, não por meio da criação de tecnologias de nível mais elevado, 
mas pela superexploração da força de trabalho, o que resulta a limitação do desenvolvimentode seu mercado interno e de sua capacidade técnica e cultural, bem como da saúde moral e 
física da sua população. Isso se denomina desenvolvimento combinado pois é a combinação 
dessas desigualdades e a transferência de recursos dos setores mais atrasados e dependentes aos 
mais avançados e dominantes o que explica e aprofunda a desigualdade, e a transforma em um 
elemento necessário e estrutural da economia global. 
FORMAS HISTÓRICAS DE DEPENDÊNCIA 
 As formas históricas de dependência são condicionadas pelas formas básicas dessa 
economia mundial que possui suas próprias leis de desenvolvimento; pelo tipo de relação 
econômica dominante nos centros capitalistas e pelos modos como estes se expandem; e pelos 
tipos de relações econômicas existentes nos países periféricos que são incorporados à situação 
de dependência no âmbito da rede de relações econômicas internacionais gerada pela expansão 
capitalista. Com isso, podemos distinguir a dependência colonial, a dependência financeiro-
industrial, e a dependência tecnológico-industrial, baseada em corporações multinacionais. 
Essas formas de dependência condicionaram as relações internacionais desses países, assim como a 
orientação de sua produção, as formas de acumulação de capital, a reprodução da economia e sua 
estrutura social e política. 
AS ECONOMIAS DE EXPORTAÇÃO 
 Nas duas primeiras formas de dependência supracitadas, a produção volta-se para os 
produtos destinados à exportação, isto é, a produção determinada pela demanda dos centros 
hegemônicos. A estrutura produtiva interna se caracteriza por uma rígida especialização e pela 
monocultura em regiões inteiras. Junto com esses setores de exportação, surgiram determinadas 
atividades econômicas complementares que eram dependentes, em geral, do setor de exportação ao 
qual vendiam seus produtos. Havia uma terceira economia, de subsistência, que fornecia força de 
trabalho para o setor da exportação sob condições favoráveis e para a qual a população excedente se 
transferia em períodos desfavoráveis ao comercio internacional. 
A NOVA DEPENDÊNCIA 
 A nova forma de dependência esta em processo de desenvolvimento, e é condicionada pelas 
exigências dos mercados internacionais de produtos capitais. A possibilidade de gerar novos 
investimentos depende da existência de recursos financeiros em moeda estrangeira para a aquisição 
de maquinário e matérias-primas processadas não produzidas domesticamente. Tais aquisições estão 
limitadas pelos recursos gerados pelo setor exportador e pelo monopólio de patentes que levam as 
empresas monopolistas a preferir transferir seus maquinários na forma de capital do que como 
mercadorias para a venda. 
 O desenvolvimento industrial depende de um setor de exportação para obter moeda 
estrangeira para adquirir insumos utilizados pelo setor industrial. A primeira consequência dessa 
dependência é a necessidade de preservar o setor exportador tradicional, o que limita 
economicamente o desenvolvimento do mercado interno ao conservar relações retrogradas de 
produção, o que significa a manutenção do poder nas mãos das oligarquias decadentes 
tradicionais. Nos países em que esses setores são controlados pelo capital estrangeiro, isso 
significa a remessa de altos lucros para o estrangeiro e a dependência política de tais 
interesses. 
 Em respostas a essas limitações, os países dependentes nas décadas de 1930 e 1940 
desenvolveram uma política de restrições cambiais e taxação do setor exportador nacional e 
estrangeiro; hoje, tendem a gradual nacionalização da produção e à imposição de algumas tímidas 
restrições ao controle estrangeiro da comercialização de produtos exportados. Procuram também 
obter melhores condições para a venda de seus produtos. 
 Em décadas recentes criaram mecanismos para acordos internacionais de preços, e hoje a 
UNCTAD e a CEPAL pressionam para obter condições tarifarias mais favoráveis para esses 
produtos por parte dos centros hegemônicos. 
 O desenvolvimento industrial, é, portanto, fortemente condicionado por flutuações na 
balança de pagamentos. Isso conduz a um deficit devido às próprias relações de dependência. 
As causas do deficit são: 1) as relações comerciais ocorrem em um mercado internacional 
altamente monopolizado, o que tende a reduzir o preço das matérias-primas e a elevar o preço 
de produtos industriais. Além disso, há uma tendência, na tecnologia moderna, a substituir 
diversos produtos primários por matérias-primas sintéticas. 2) O capital estrangeiro mantém o 
controle dos setores mais dinâmicos da economia e repatria um grande volume dos lucros, assim, os 
fluxos de capitais são altamente desfavoráveis para os países dependentes. Há assim um 
importante déficit na balança de pagamentos total, limitando assim a possibilidade de importação de 
insumos para a industrialização. 3) se torna necessário o financiamento estrangeiro para cobrir o 
deficit existente e também para financiar o desenvolvimento por meio de empréstimos para o 
estimulo de investimentos e para suprir um excedente económico interno que foi em grande 
medida descapitalizado pela remessa, como lucro, de parte do excedente gerado domesticamente. 
Desse modo, o capital estrangeiro e o auxilio estrangeiro preenchem as lacunas que eles 
próprios criaram. 
 O desenvolvimento industrial é fortemente condicionado pelo monopólio tecnológico 
exercido pelos centros imperialistas. Os países subdesenvolvidos dependem da importação de 
maquinário e de matérias-primas para o desenvolvimento de suas industrias. Contudo, esses bens 
são patenteados, e usualmente pertencem às grandes companhias. Essas exigem pagamento de 
royalties para essa utilização, ou a maioria dos casos, convertem tais bens em capital, 
introduzindo-os sob a formas de seus próprios investimentos – afiliadas. 
 Os países dependentes não tem moeda estrangeira suficiente, os empresários locais 
enfrentam dificuldades de financiamento e têm de pagar pela utilização de determinadas tecnologias 
patenteadas. Esses fatores obrigam os governos burgueses nacionais a facilitar a entrada de capital 
estrangeiro para suprir o mercado nacional restrito, que é fortemente protegido por altas tarifas com 
o objetivo de promover a industrialização. 
EFEITOS SOBRE A ESTRUTURA PRODUTIVA 
 O sistema produtivo nos países subdesenvolvidos é essencialmente dominado por essas 
relações internacionais. Primeiro, a necessidade de conservar estrutura agraria ou de 
exportação de minérios gera uma combinação entre centros econômicos mais avançados que 
extraem valor excedente dos setores mais atrasados, e também entre centros internos 
metropolitanos e centros internos coloniais interdependentes. 
 Em segundo lugar, a estrutura industrial e tecnológica responde mais diretamente aos 
interesses das corporações multinacionais que às necessidades internas de desenvolvimento. Em 
terceiro lugar, a mesma concentração tecnológica e econômico-financeira das economias 
hegemônicas é transferida sem uma alteração substancial a diferentes economias e sociedades, 
dando origem a uma estrutura produtiva altamente desigual, uma alta concentração de renda, o 
subaproveitamento da capacidade instaladas, intensa exploração dos mercados existentes… 
 A acumulação de capital caracteriza-se por profundas diferenças entre os níveis salariais 
domésticos, no contexto de um mercado de trabalho local de baixo custo, combinado com uma 
tecnologia de capital intensivo. O resultado disso é o alto grau de exploração da força de trabalho. 
 Essa exploração é ainda mais agravada pelos altos preços dos produtos industrializados, 
impostos pelo protecionismo, pelas isenções e pelos subsídios concedidos pelos governos nacionais, 
e pelo auxilio fornecido pelos centros hegemônicos. Além disso, a acumulação dependente é 
profundamente condicionada pelo caráter desigual e combinado das relações econômicas 
capitalistas internacionais.A sobrevivência das relações tradicionais na região rural é uma seria limitação ao tamanho 
do mercado, uma vez que a industrialização não oferece perspectivas promissoras. A estrutura 
produtiva criada pela industrialização dependente limita o crescimento do mercado interno. Essa 
estrutura submete a força de trabalho a relações altamente exploratórias que restringem seu poder 
aquisitivo; adotam uma tecnologia de uso intensivo do capital, criando poucos empregos em 
comparação com o crescimento da população e limitando a geração de novas fontes de renda. Essas 
limitações afetam o crescimento do mercado de bens de consumo. Além disso, a remessa de lucros 
ao estrangeiro levam embora parte do excedente gerado no país. 
 Assim, vemos que o suposta atraso dessas economias deve-se a integração com o 
capitalismo, que gera poderosos obstáculos ao seu pleno desenvolvimento devido a maneira como 
estão inseridas nesse sistema internacional e das leis de desenvolvimento desse sistema 
CONCLUSÕES: REPRODUÇÃO DEPENDENTE 
O sistema de reprodução dependente deve ser entendido como parte de um sistema de relações 
econômicas globais baseado no controle monopolista do capital de grande escala, no controle de 
determinados centros econômicos e financeiros sobre outros, no monopólio de uma tecnologia 
complexa que conduz a um desenvolvimento desigual e combinado nos níveis nacional e 
internacional. Os países subdesenvolvidos se desenvolvem dentro do esquema de um processo de 
produção e reprodução dependente. 
 Ao reproduzir esse sistema produtivo e essas relações internacionais, o desenvolvimento do 
capitalismo dependente reproduz os fatores que o impedem de alcançar uma situação vantajosa 
nacional e internacionalmente, e, assim, reproduz o atraso, a miséria e a marginalização social em 
seu território. 
 A única maneira de o pais subdesenvolvido se desenvolver é pela industrialização, e os 
países rompem com o sistema por meio da exportação. 


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DEPENDENCIA E DESENVOLVIMENTO NA AMÉRICA LATINA - FHC 
 No período de 1929-1955 se passava, tanto na pratica quanto na teoria, de uma fase em que 
a industrialização se concebia como um recurso complementar no processo de desenvolvimento - 
baseado na exportação de produtos primários -, e ainda como uma espécie de alternativa para os 
períodos de contração do mercado internacional, a uma formulação teoria e a um conjunto de 
expectativas apoiadas na convicção de que o a industrialização sucederia para a expansão das 
exportações, complementando assim um ciclo de crescimento e uma fase de desenvolvimento 
autossuficiente. Esse deveria se basear no estímulos do mercado interno e na diferenciação do 
sistema produtivo industrial, o que conduziria a criação de uma indústria própria de bens de capital. 
 No inicio da década de 1950, do ponto de vista econômico pressupunha-se que toda política 
de desenvolvimento deveria concentrar-se em: absorção de uma tecnologia capaz de promover a 
diversificação da estrutura produtiva e aumenta a produtividade; e definição de um política de 
investimentos que, através do estado, criasse infraestrutura requerida por essas diversificações. 
 Uma alternativa complementar era a redefinição dos termos da cooperação internacional; 
seja através de programas diretos de financiamento exterior ao setor público, ou seja através de uma 
política de sustentação de preços; tais soluções não chegaram a se concretar em forma satisfatória 
para o desenvolvimento. 
Analise tipológica: Sociedades tradicionais e modernas 
 Essa analise propõe a formulação de modelos ou tipos de formação social. Se sustenta que 
as sociedades latino-americanas pertenceriam a um tipo estrutural denominado sociedade 
tradicional e que está indo em direção ao tipo de sociedade chamada moderna. A mudança de 
estrutura social implica fundamentalmente em um processo de relação entre grupos, forças e classes 
sociais através do qual alguns tentam se impor, dominando os demais da maneira que acharem 
melhor. 
 A relação entre desenvolvimento e modernização não se verifica necessariamente se supõe-
se que a dominação nas sociedades mais desenvolvidas exclui os grupos tradicionais. Por outro 
lado, também pode se considerar o caso de que uma sociedade se moderniza em suas pautas de 
consumo, educação e etc, sem que se forme um desenvolvimento efetivo, mas que se torne menos 
dependente e haja um deslocamento do sistema econômico da periferia para o centro. 
A concepção de troca social 
 O processo de desenvolvimento consistia em levar a cabo e reproduzir as diversas etapas 
que caracterizam as transformações sociais dos países desenvolvidos. Assim, as variações 
históricas, singularidade de cada situação de subdesenvolvimento, possuem pouco valor 
interpretativo para esse tipo de sociologia. 
 No plano de analise econômico, o efeito da demonstração supões que a modernização da 
economia se efetua através do consumo e que sua ultima instancia introduz um elemento de 
alteração do sistema produtivo que pode provocar um desvio no que diz respeito as etapas da 
industrialização características dos países adiantados. Se supõe também que os mesmos fatores que 
favorecem esse processo pressionam para que os países insuficientemente desenvolvidos alterem 
outros aspectos do comportamento humano antes que se verifique a diferenciação completa do 
sistema produtivo. 
 O mais adequado, é analisar a questão da America Latina por um procedimento 
metodológico que acentue suas condições especificas e o tipo de integrando social das classe e 
grupos como condicionantes principais do processo de desenvolvimento. Nessa perspectiva, o efeito 
de demonstração se incorporaria na analise como elemento explicativo subordinado, pois o 
fundamental seria caracterizar o modo de relançar entre os grupos sociais no plano nacional e as 
tensões entre as classes e grupos sociais que podem produzir consequências dinâmicas na sociedade 
subdesenvolvida. 
 Assim, nos importa realçar as características histórico-estruturais em que se gera um 
processo de natureza semelhante e que revelam o mesmo sentido em que pode ter como 
modernização. 
Estrutura e processo: determinações reciprocas 
 Se considera o desenvolvimento como resultado da interação de grupos e classes sociais que 
tem um modo de relação que lhes é próprio e portanto interesses e valores distintos, cuja oposição, 
conciliação e superação da vida ao sistema socioeconômico. A estrutura social e política vão se 
modificando na medida em que essas distintas classe e grupos sociais possam impor seus interesses, 
sua força e sua dominação ao conjunto da sociedade. 
 Pode-se dizer que o problema do controle social da produção e do consumo constitui uma 
analise sociologia do desenvolvimento. Essa interpretação sociológica dos processos de 
transformação econômica requerem analises das situações em que as tensões entre os grupos e 
classes sociais criam as bases de sustentação da estrutura econômica e política. A problemática 
sociológica do desenvolvimento implica no estudo das estruturas de dominação e das formas de 
estratificação social que condicionam os mecanismos e os tipos de controle e decisão do sistema 
econômico em cada situação social particular. 
 
Subdesenvolvimento, periferia e dependencia 
 Entre as economias desenvolvidas e subdesenvolvidas não existia uma simples diferença de 
etapa ou de estado do sistema produtivo, mas também, de função ou posição dentro de uma mesma 
estrutura econômica internacional de produção e distribuição. Supõe-se por outro lado, uma 
estrutura definida de relações de dominação. 
 Reconhece-se que no plano politico-social existe algum tipo de dependência nas situações 
de subdesenvolvimento, e que essa dependência começou historicamente com a expansão das 
economias dos países capitalistas originários.

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