Buscar

Tecidos do Corpo Humano

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 108 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 108 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 108 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

HISTOLOGIA-USP
EPITÉLIOS DE REVESTIMENTO
Há quatro tecidos básicos: tecido epitelial, tecido conjuntivo, tecido muscular e tecido nervoso. 
Esta classificação é útil do ponto de vista da sistematização dos tecidos e do ponto de vista didático. Com o correr do tempo e em consequência dos progressos havidos nos conhecimentos das células e da matriz extracelular, percebe-se que esta classificação rígida das células nos diversos tecidos pode não mais ser aplicada indiscriminadamente. Um exemplo é o termo célula secretora, que antigamente era aplicado às células glandulares, pois pareciam ser as únicas células que secretavam substâncias para o meio extracelular. Hoje sabe-se que muitas células, tanto epiteliais como do tecido conjuntivo e nervoso também são secretoras. 
Principais características de cada um dos tecidos:
	 
	características estruturais
	funções principais
	tecido epitelial
	células muito próximas entre si; quantidade muito pequena de matriz extracelular
	revestimento da superfície externa do corpo e de superfícies internas, secreção 
	tecido conjuntivo
	células separadas por grande quantidade de material extracelular
	sustentação do corpo e de órgãos, preenchimento, nutrição de células de outros tecidos, defesa, secreção
	tecido muscular
	células alongadas com pouco material extracelular entre si
	contração das suas células com geração de movimento, secreção
	tecido nervoso
	células com prolongamentos formando redes
	geração, integração e transmissão de impulsos nervosos, secreção
Principais características estruturais dos tecidos:
	 
	características estruturais
	tecido epitelial
	células muito próximas entre si, quantidade muito pequena de matriz extracelular
	tecido conjuntivo
	células separadas por grande quantidade de material extracelular
	tecido muscular
	células alongadas com pouco material extracelular entre si
	tecido nervoso
	células com prolongamentos 
 
Em muitos casos, o processo de diferenciação continua na vida adulta, a partir de células-tronco ou células-fonte, possuidoras de maior ou menor poder de diferenciação. É o caso da medula óssea, do testículo, da pele e de vários outros locais do corpo em que células menos diferenciadas estão constantemente se dividindo e se diferenciando para repor células perdidas. 
Cada um dos tecidos desempenha uma função importante para que o órgão como um todo funcione adequadamente: 
o epitélio de revestimento protege o órgão e possui papilas que facilitam a mistura dos alimentos durante a mastigação e contêm botões gustativos.
o tecido conjuntivo dá suporte físico ao epitélio, traz nutrição para suas células e prende o epitélio à massa muscular, que é o componente predominante da língua.
o tecido muscular (do qual apenas uma parte muito pequena aparece na figura) é responsável pela motricidade do órgão.
o epitélio glandular das glândulas secreta saliva para a cavidade oral.
tecido nervoso (não presente na figura) recebe impulsos dos sensores de tato e pressão e do corpúsculos gustativos e controla a secreção das glândulas e a contração muscular.
As principais características do tecido epitelial são:
Suas células mantêm muito pouco espaço entre si, portanto, são justapostas.
Suas células estabelecem muitas junções intercelulares com as células epiteliais vizinhas.
Há muito pouco material extracelular entre as suas células.
A forma de suas células é bastante diversa, desde achatada até piramidal, passando por cúbica e cilíndrica. 
O tecido epitelial em princípio não contém vasos sanguíneos. São raros os epitélios que possuem vasos no seu interior. As suas células estão sempre apoiadas sobre um tecido conjuntivo no qual existem vasos sanguíneos e linfáticos que fornecem oxigênio, nutrientes e outras moléculas ao epitélio e recolhem gás garbônico, líquido, metabólitos e secreções.
Na interface das células epiteliais com o tecido conjuntivo há uma delgada lâmina de um complexo de macromoléculas denominada lâmina basal. O conjunto constituído pela lâmina basal e pelas fibras do tecido conjuntivo que estão muito próximas à lâmina basal é visível ao microscópio de luz e é denominado membrana basal. As células epiteliais estão, portanto, sempre apoiadas sobre uma lâmina basal.
O contacto das células epiteliais com a lâmina basal provoca uma organização específica na grande maioria das células epiteliais, denominada polaridade. Com a polaridade as várias regiões dos diferentes tipos de células têm uma organização específica e um conteúdo de organelas característico e, portanto, diferentes funções.
A porção da célula que se apoia na lâmina basal é denominada região basal e a porção oposta, frequentemente voltada para uma cavidade, é denominada região apical. 
As células epiteliais frequentemente têm especializações da sua membrana plasmática, tais como microvilosidades, cílios, estereocílios, além das junções intercelulares.
Funções do tecido epitelial:
revestir superfícies 
secretar moléculas 
transportar moléculas ou íons entre dois compartimentos
O revestimento de superfícies tem várias finalidades importantes:
oferecer proteção mecânica à superfície revestida
funcionar como uma barreira separando compartimentos no corpo
agir como um local de absorção de moléculas transportando-as de um compartimento para o outro
oferecer proteção para algumas superfícies impedindo seu dessecamento. 
As funções de secreção e transporte consistem fundamentalmente em:
reunir pequenas moléculas e sintetizar moléculas maiores (macromoléculas) que serão eliminadas (secretadas) pelas células
transformar moléculas pela adição, retirada ou substituição de seus componentes e secretá-las
em um grupo menor de casos (como o suor das glândulas sudoríparas), a maior parte da secreção é somente transportada pelas células sem que haja um processo de síntese envolvido
transporte de moléculas, partículas e íons entre a luz de vasos sanguíneos e o tecido conjuntivo no caso de células que revestem internamente vasos sanguíneos e linfáticos 
Classificação do tecido epitelial: 
De acordo com sua localização, arranjo das células e funções, o tecido epitelial é classificado em dois tipos: 
tecido epitelial de revestimento
tecido epitelial secretor ou glandular
Esta classificação é, no entanto, imperfeita, pois há muitos epitélios de revestimento nos quais algumas ou todas células são também secretoras.
A imagem deste preparado histológico é constituída de três regiões bem distintas.
Preste bem atenção nestas regiões:
uma faixa superior "em branco", sem conteúdo. Deve ser uma cavidade interna ou a superfície externa do corpo. 
uma faixa intermediária bem corada, acidófila (cor de rosa) com muitos núcleos. 
uma faixa inferior acidófila, de cor rosa claro, com poucos núcleos. 
VASO SANGUINEO
Veja uma análise mais detalhada das duas regiões:
	 características da camada
	faixa intermediária com muitas células
	faixa inferior com células separadas
	reveste?
	sim, reveste uma superfície
	não
	células justapostas?
	sim
	não, são afastadas entre si
	material extracelular?
	não
	sim, muito
	possue vasos sanguíneos?*
	não
	sim
Nos epitélios que revestem as cavidades dos sistemas digestivo, respiratório e urinário esta camada de tecido conjuntivo também recebe o nome de lâmina própria.
 Nas superfícies úmidas do corpo, isto é, na superfície das cavidades dos órgãos internos, ao conjunto de epitélio + lâmina própria se dá o nome de membrana mucosa, termo às vezes simplificado para mucosa (como por exemplo: mucosa oral, mucosa gástrica). 
Há vários tipos de epitélios de revestimento. Os critérios de sua classificação são:
número de camadas de células.
forma das células.
Se houver apenas uma camada o epitélio é classificado como simples. Se houver mais de uma camada, o epitélio é estratificado. 
O critério de forma das células é aplicado de duas maneiras:
a) se for um epitélio simples, com apenas uma camada de células, vale a forma das células.
b) se for estratificado,vale a forma das células da camada mais superficial (mais afastada do tecido conjuntivo).
Epitélio simples cúbico-Como suas células são isodiamétricas seus núcleos são geralmente esféricos.Como qualquer tecido epitelial, repousa sobre uma membrana basal a qual se prende ao tecido conjuntivo e também prende o epitélio ao conjuntivo.
Este epitélio simples cúbico faz parte de uma estrutura denominada plexo corióide que fica no interior de ventrículos cerebrais. O epitélio é responsável pela secreção do líquido céfalo-raquidiano (líquor) que banha o sistema nervoso central internamente e externamente.
Os epitélio simples cúbicos frequentemente formam pequenos tubos como é o caso dos túbulos renais mostrados ao lado. A maioria destes túbulos foi cortada transversalmente. Note à direita um corte de um túbulo seccionado longitudinalmente que está em posição vertical na imagem. Lembre-se que tubos seccionados transversalmente têm o aspecto de anéis. A parede destes túbulos é formada por uma camada única de células, de formato cubóide.
Outros exemplos de locais onde há este tipo de epitélio simples cúbico:
superfície do ovário
ductos excretores de glândulas (que serão vistos no Módulo 3)
formando as glândulas sudoríparas vistas no Módulo 1 (clique para ver novamente uma destas glândulas).
Epitélio simples pavimentoso- É um epitélio formado por uma única camada de células planas, semelhantes a ladrilhos, porém de formas irregulares. São células muito delgadas e por esta razão frequentemente não é possível observar bem seu citoplasma ao microscópio. Seus núcleos, geralmente alongados ou elípticos, são mais espessos que o citoplasma e fazem saliência na superfície da célula.
Endotélio é o nome que se dá ao epitélio simples pavimentoso que reveste a luz dos vasos sanguíneos, dos vasos linfáticos e do coração. Este epitélio oferece proteção mecânica e uma superfície bastante lisa na interface da parede do vaso com o sangue. Suas células são bastante delgadas e frequentemente só se percebe o núcleo das células endoteliais. Seu citoplasma também é muito delgado e frequentemente difícil de ser observado em cortes.Na imagem ao lado pode-se ver muito bem as células deste epitélio. Lembre-se que os vasos são pequenos tubos e que quando cortados se parecem com anéis. A região central é a luz deste vaso sanguíneo a qual contém sangue.
Outro exemplo de epitélio simples pavimentoso constituindo um endotélio. A região clara central é a luz deste vaso sanguíneo.
Mesotélio é o nome que se dá ao epitélio simples pavimentoso que reveste externamente as vísceras - órgãos da cavidade torácica e abdominal. Constitui a camada mais externa da pleura, do peritônio e do pericárdio. A imagem mostra a superfície de um pulmão, portanto a pleura.
Epitélio simples prismático- O epitélio denominado epitélio simples prismático ou epitélio simples colunar é formado por uma camada de células prismáticas, altas, apoiadas sobre uma membrana basal. Seus núcleos são elípticos. Note como os núcleos alongados acompanham o maior eixo das células.É um tipo de epitélio bastante frequente no corpo constituindo, por exemplo, o revestimento interno do estômago, intestinos e de vários outros órgãos.
Epitélio simples prismático (ou colunar) que reveste internamente o intestino delgado. É bem visível o formato das células e dos seus núcleos alongados.Há somente uma camada de núcleos e, portanto, o epitélio é simples. A forma alongada dos núcleos denuncia que as células são prismáticas.O tecido conjuntivo subjacente está destacado em cinza ao passar o cursor sobre a imagem.Alguns núcleos esféricos (destacados em cor púrpura) dentro da camada epitelial são células de defesa, linfócitos, que migraram para o epitélio e estão entre suas células. 
INTESTINO
Mucosa gástrica, o revestimento interno do estômago. As células que revestem a luz do estômago são colunares, também chamadas de prismáticas.
MUCOSA GASTRICA
epitélio estratificado 
 Epitélio estratificado cúbico/colunar
 A imagem é de um ducto excretor de uma glândula salivar. Este ducto foi seccionado longitudinalmente e corre horizontalmente na figura. No seu interior, isto é, na sua luz, há uma substância acidófila homogênea corada em rosa claro - é a secreção da glândula sendo transportada pelo ducto. Trata-se de um ducto calibroso formado pela junção de vários outros ductos menores. A parede das porções iniciais deste tipo de ducto excretor é sempre constituída de uma só camada de células, um epitélio simples cúbico que depois, quando o ducto se torna mais calibroso, é substituído por um epitélio simples colunar. Nos ductos ainda mais calibrosos a parede pode se tornar estratificada, que é o Caso representado na imagem.
A parede do ducto desta figura é formada por duas camadas de células. 
Epitélio estratificado Pavimentoso
O epitélio estratificado pavimentoso tem várias camadas de células. A forma das células varia conforme sua posição no epitélio. As células basais são as mais profundas do epitélio. Estão apoiadas na membrana basal e são esféricas, cubóides ou colunares, dependendo do local do epitélio no organismo. As células intermediárias são alongadas e as células mais superficiais são achatadas como as células pavimentosas. O nome deste tipo de epitélio deriva da forma das células desta última camada. Nos epitélios estratificados pavimentosos há uma contínua produção de novas células na sua porção basal e uma contínua descamação na sua porção superficial. As células basais se dividem e lentamente ocupam posições cada vez mais superficiais. Isto é acompanhado pela modificação da forma das células que passa de cubóide ou arredondada para achatada. Este epitélio existe em locais sujeitos a atrito ou forças mecânicas, como por exemplo na cavidade oral e esôfago. A espessura deste epitélio, isto é, o número de camadas celulares, costuma ser maior em locais expostos a maiores forças. 
À primeira vista pode não ser fácil e óbvio perceber que a forma das células varia conforme sua distância da camada basal. Na figura a camada basal é a mais inferior, encostada no tecido conjuntivo. A comparação entre a forma dos núcleos, principalmente os da camada mais basal com os da camada superficial evidencia claramente esta mudança de forma. As células superficiais são bastante delgadas, assemelhando-se a pequenas escamas.
epitélio pavimentoso estratificado da vagina o citoplasma da maioria das células está pouco corado permitindo observar os contornos celulares. Veja novamente que se trata de um epitélio com muitas camadas de células e que a forma das células superficiais é achatada.
Epitélio estratificado Pavimentoso corneificado
A pele é revestida por um epitélio estratificado pavimentoso denominado epiderme. A epiderme é constituída de um epitélio estratificado pavimentoso corneificado. Diferente de todos epitélios observados anteriormente neste módulo, este epitélio está exposto ao ar constituindo uma superfície seca. No caso de epitélios expostos ao ar, as células das camadas mais superficiais sofrem um processo de corneificação. Isto previne o dessecamento deste epitélio. À medida que as células migram e chegam às camadas superficiais elas morrem e se transformam em delgadas placas de proteínas que protegem as outras camadas celulares. As células mortas da camada córnea descamam continuamente. Esta camada córnea está destacada na imagem ao lado ao passar o cursor sobre a imagem. Repare que não há núcleos nesta camada, pois as células estão mortas.A camada córnea é mais espessa em regiões de maior atrito - palma das mãos e sola dos pés.
Epitélio de Transição
O epitélio de transição reveste internamente a bexiga e outros órgãos do aparelho urinário.À primeira vista parece ser um epitélio estratificado formado por várias camadas de células esféricas ou poliédricas.Ele tem, no entanto, duas particularidades que o diferenciam de outros epitélios estratificados.Uma particularidade é a presença de células de dimensões grandes na camada mais superficial do epitélio.Estas células têm a forma de uma cúpula ou abóboda.
Uma característica muito importante das células do epitélio de transição é sua capacidade de se rearranjar nos diferentes estados de preenchimento da bexiga.Quando a bexiga está esvaziada ou com pouca urina o epitélio é mais alto e formado por maior número de camadas. Quando a bexiga contém muita urina, as células epiteliais se rearranjam, o número de camadas pode diminuir, o epitélio fica mais delgado e as células superficiais se tornam mais achatadas.
Epitélio de Transição
Estas duas imagens demonstram o rearranjo das células do epitélio de transição na bexiga. Quando a bexiga está esvaziada as células superficiais são mais globosas (figura superior); quando a bexiga está cheia as suas células superficiais se tornam achatadas (figura inferior).
Epitélio pseudoestratificado
O epitélio pseudoestratificado tem este nome porque parece ser estratificado, pois mostra núcleos em diferentes alturas da camada epitelial. Ná verdade há só uma camada de células (é, portanto, um epitélio simples), porém as suas células tem alturas diferentes, o que resulta na distribuição variada de seus núcleos, dando a falsa impressão de estratificação. Tanto as células altas como as células menores (células basais) estão apoiadas na membrana basal.
Este epitélio pseudoestratificado é do revestimento de uma traquéia.Observe a presença de núcleos em várias alturas da camada epitelial, porém eles não se distribuem em camadas distintas, como no caso do epitélio cúbico-prismático já visto anteriormente. O tecido abaixo dos núcleos é tecido conjuntivo. Entre as células de revestimento há células epiteliais secretoras denominadas células caliciformes, secretoras de muco. Elas têm a forma de um cálice. Seu citoplasma é pouco corado, porque o muco não se cora bem por H&E. Seus núcleos são muito corados e ficam na base da célula. Veja as células caliciformes.Outra particularidade importante do epitélio que reveste a traquéia é a presença de cílios nas suas células. Estes cílios são muito importantes, pois transportam partículas (poeira, bactérias) aderidas ao epitélio em direção à faringe. Observe a grande quantidade de cílios na superfície apical das células. Na figura ao lado é a superfície superior do epitélio.
 
A classificação completa deste epitélio é epitélio pseudoestratificado ciliado com células caliciformes. É o epitélio que reveste a maior parte das vias respiratórias e por esta razão também é denominado epitélio respiratório. 
Especializações da superfície celular
 As células epiteliais têm muitas modificações de suas superfícies, modificações que auxiliam as células e os órgãos onde elas se localizam a exercer variadas funções. Estas modificações são denominadas especializações da superfície celular. As especializações da superfície ocorrem na superfície apical, basal e lateral das células epiteliais. Especializações da superfície lateral:
-interdigitações das membranas de células vizinhas. 
-junções intercelulares. 
Não são visíveis ao microscópio de luz. 
Especializações da superfície basal: 
-dobras da membrana. 
-hemidesmosomos. 
Não são visíveis ao microscópio de luz. 
Especializações da superfície apical: 
-cílios. 
-microvilosidades. 
-estereocílios.
Cílios
 Os cílios são expansões do citoplasma dotados de mobilidade. Veja a camada de cílios colocando o cursor sobre a figura. O cílios são encontrados, por exemplo, na superfície apical (ou superfície livre) do epitélio da tuba uterina e do epitélio de grande parte das vias respiratórias. Em ambas situações os cílios são importantes para mover a camada de muco que existe sobre a superfície destes epitélios, transportanto pequenas partículas (p. ex.: poeira, bactérias) ou outros objetos (espermatozóides) aderidos ao muco.
Microvilosidades
 
As microvilosidades são muito frequentes em células epiteliais. Elas são vistas em grande quantidade em células de epitélios simples prismáticos que revestem órgãos em que há muita absorção de líquido e moléculas, como por exemplo, o epitélio do intestino delgado e o epitélio de túbulos renais. Nestes epitélios há uma grande concentração de microvilos (outro nome de microvilosidades) na superfície livre das células epiteliais. Os microvilos não são visíveis individualmente ao microscópio de luz, somente ao microscópio eletrônico. No entanto, conjuntos de microvilos podem ser vistos ao microscópio de luz sob forma de uma faixa de coloração diferente na superfície apical das células epiteliais. Neste caso este conjunto recebe o nome de bordadura estriada (no intestino delgado) ou orla em escova (nos túbulos renais).A imagem é de um epitélio simples prismático. Coloque o cursor sobre a figura para ver ressaltada a bordadura estriada.
Estereocílios- Estereocílios são microvilosidades de tamanho maior que as regulares e às vezes são ramificadas. Apesar do nome, não tem motilidade. São encontradas p. ex. na superfície livre das células do epitélio pseudoestratificado que reveste internamente o tubo do epidídimo. Servem provavelmente para aumentar a superfície de absorção das células.
Conceito e características do epitélio glandular
Os epitélios glandulares ou epitélios secretores constituem uma divisão do Tecido Epitelial, especializados em realizar secreção. O termo secreção é aqui usado no seu sentido mais amplo que inclui:
a síntese de moléculas novas a partir de precursores menores - por exemplo, síntese de proteínas.
a modificação de moléculas preexistentes - por exemplo, secreção de esteróides.
o transporte de íons - por exemplo, secreção de suor e de parte da saliva.
Sendo uma divisão do Tecido Epitelial, as células glandulares ou secretoras tem todas características de células do tecido epitelial, entre as quais se destacam:
grande proximidade e adesão entre as células.
pequena quantidade de matriz extracelular entre as células.
polaridade das células.
presença de uma lâmina basal.
Principais diferenças entre o epitélio de revestimento e o secretor:
a disposição das células epiteliais de secreção raramente ocorre em camadas, ao contrário das células de vários tipos de epitélios de revestimento. Elas quase sempre se dispõem em uma só camada a qual pode ter um arranjo tridimensional formando as glândulas.
nas células do epitélio secretor são maximizados os componentes relacionados com secreção. 
Esta divisão do Tecido Epitelial em duas categorias, porém, não significa que um epitélio de revestimento não possa também secretar. Exemplos:
no módulo anterior foram mostradas células secretoras inseridas entre as células de um epitélio de revestimento - as células caliciformes, existentes no epitélio "respiratório" o qual reveste uma grande parte do aparelho respiratório e que também estão presentes em grande quantidade no revestimento interno dos intestinos. 
todas células do epitélio simples prismático que reveste internamente a cavidade do estômago são secretoras.
Clique se quiser ver novamente: células caliciformes, epitélio do estômago.
As células epiteliais secretoras podem, portanto, assumir vários tipos de arranjo:
estar isoladas e dispersas entre outras células (p. ex.: células caliciformes).
formar um epitélio de revestimento (p. ex.: mucosa do estômago).
constituir entidades ou grandes órgãos especializados em secreção, chamados glândulas.
Glândula é o nome que se dá a uma estrutura anatômica formada por um ou por vários conjuntos de células epiteliais secretoras e seu(s) ducto(s) excretor(es). 
O tamanho de uma glândula é muito variável, desde microscópico, por exemplo as pequenas glândulas salivares que estão inseridas nos lábios e bochechas ou muito grande, como as glândulas salivares principais, o pâncreas, o fígado.
Apesar do conceito de glândula aqui descrito, alguns autores chamam as células caliciformes, dispersas entre outras células epiteliais, de glândulas unicelulares.
Classificação das glândulas
As glândulas exócrinas são dotadas de ductos excretores. Seus ductos conduzem a secreção parao exterior do corpo (ex. glândulas sudoríparas ou sebáceas) ou para cavidades internas (ex. glândulas salivares). Nas glândulas distinguem-se duas porções:
porção secretora - é a parte constituída pelas células secretoras. 
ducto(s) excretor(es) - é a porção que conduz a secreção e em certos casos pode influir na composição da secreção. 
As glândulas endócrinas não têm ductos excretores. Elas eliminam seus produtos no meio extracelular que as envolve. Estas secreções são absorvidas pelos vasos sanguíneos que existem em grande quantidade nestas glândulas e que distribuem os produtos de secreção pelo organismo.Das glândulas, tanto exócrinas como endócrinas, ainda fazem parte outras estruturas tais como: vasos sanguíneos, tecido conjuntivo, tecido nervoso.As glândulas são classificadas de acordo com vários critérios: presença ou não de ductos excretores, arranjo tridimensional das células secretoras, tipo de células presentes e sua secreção, modo de liberação da secreção, ramificação dos ductos excretores.
Quase todas glândulas se originam de um tecido epitelial de revestimento. Isto ocorre geralmente durante a vida intrauterina. Na maioria dos casos as glândulas se formam da seguinte maneira:
A formação de uma glândula se inicia pela proliferação de um pequeno grupo de células epiteliais (chamado broto epitelial) pertencentes a um epitélio de revestimento. 
A proliferação ativa das células do broto epitelial faz com que elas penetrem no tecido conjuntivo subjacente sob forma de uma coluna de células, respeitando a integridade da lâmina basal. Esta membrana basal se expande e continua recobrindo o cordão de células.
Se o destino deste grupo de células for a formação de uma glândula exócrina, a coluna de células se reorganiza da seguinte maneira: a) a porção ligada ao epitélio de revestimento forma um tubo oco constituindo um ducto excretor; b) a porção final da coluna origina uma porção secretora. A ramificação do ducto excretor e a formação de mais unidades secretoras podem ocorrer em seguida, originando glândulas de diversos tamanhos e graus de complexidade.
Se o destino destas células for a formação de uma glândula endócrina, a parte da coluna de células ligada ao epitélio de onde este conjunto se originou degenera, as células morrem e são reabsorvidas. As células restantes se reorganizam e passam a ser envolvidas por vasos sanguíneos que receberão e distribuirão o material secretado.
As glândulas exócrinas, em sua grande maioria, são constituídas de uma porção secretora e de um ducto excretor. Há um tipo de glândula exócrina existente nos intestinos constituído por apenas um tubo o qual constitui ao mesmo tempo a porção secretora e a porção excretora. No entanto, a maioria das glândulas exócrinas é formada por porções distintas, uma porção secretora e uma porção excretora.
Porção secretora
A porção secretora pode ser formada por um ou vários conjuntos de células cujas estruturas e arranjos são específicos nos vários tipos de glândulas. As células que constituem as porções secretoras se reúnem em pequenas estruturas em torno de um espaço central (uma pequena luz). O produto de secreção de cada célula é lançado neste espaço. Esta luz se continua com a luz dos ductos excretores. 
 Ducto excretor
A parede dos ductos é formada por um epitélio de revestimento que forma um pequeno tubo com uma luz central. Relembrando, esta luz é contínua com a luz das porções secretoras. O epitélio que forma o ducto costuma ser inicialmente do tipo simples cúbico. Se a glândula é pequena e se o ducto for curto, ele mantem esta estrutura em todo seu percurso. Em ductos mais longos de glândulas mais complexas o epitélio do ducto acaba se tornando simples prismático podendo até se tornar estratificado. Observe com atenção a figura. É uma rara imagem de um corte que contém uma glândula inteira. Esta glândula possui um longo ducto excretor que se abre em uma cavidade (na porção superior da figura). Em sua outra extremidade há várias porções secretoras (isto é, há vários conjuntos de células secretoras) de coloração mais clara. A glândula e seu ducto estão imersos em tecido conjuntivo e o ducto se abre em uma superfície revestida por um epitélio estratificado pavimentoso. Lembrando o mecanismo de formação das glândulas, esta glândula com toda certeza nasceu de um broto epitelial que se originou no epitélio, próximo ao local de saída do ducto.
Quanto à ramificação do ducto excretor
 As glândulas pequenas podem ser constituídas de uma porção secretora e seu ducto excretor único. Este tipo é considerado uma glândula simples. A glândula presente na figura que é o logo do epitélio glandular, na porção superior esquerda desta página é uma glândula simples. Havendo um só ducto e mais de uma unidade secretora a glândula é chamada simples ramificada como a presente em cima à direita na figura ao lado.Uma glândula cujo ducto excretor é ramificado é uma glândula composta. Os dois desenhos inferiores são deste tipo.
Quanto à forma da porção secretora
 Uma classificação das glândulas que tem muita importância prática leva em consideração a forma da porção secretora - desenhada em verde escuro na figura ao lado.  
A e B - se a unidade secretora tem forma de túbulo a glândula é denominada tubulosa.
C- a mesma denominação é usada mesmo que a glândula não tenha ducto excretor, isto é, o próprio túbulo secreta e conduz a secreção para o exterior da glândula.
D- glândula tubulosa simples ramificada (um só ducto com a unidade secretora tubulosa ramificada).
E- glândula tubulosa composta (porções secretoras tubulosas e ducto ramificado).
F- glândula tubulosa enovelada (é o caso da glândula sudorípara mostrada como exemplo de túbulo seccionado várias vezes - veja novamente).
G- se a unidade secretora é esférica ou ovalada, é uma glândula acinosa também chamada de alveolar. 
H- glândula acinosa composta - com ducto ramificado.
I- glândula mista túbulo-acinosa em que algumas porções secretoras são ácinos e outras são túbulos.
 
 Glandulas intestinais
 Os intestinos têm na sua mucosa milhões de pequenas glândulas tubulosas simples denominadas criptas intestinais ou criptas de Lieberkühn. Cada uma das colunas verticais presentes na imagem é uma glândula em forma de um túbulo como mostra o primeiro desenho à esquerda, embaixo. Na realidade, porém, estes tubos não são retilíneos, porém curvos. Este túbulo constitui ao mesmo tempo a porção secretora e a porção excretora. Entre as glândulas há tecido conjuntivo. A porção superior (vazia) da figura à direita é a luz intestinal.
Estas glândulas são formadas por um epitélio simples prismático (também chamado simples colunar). A luz destas glândulas costuma ser muito estreita 
As setas indicam um espaço existente entre o epitélio e o tecido conjuntivo. Este espaço não é real, pois in vivo o epitélio se apoia diretamente sobre a lâmina basal, a qual se apoia no tecido conjuntivo. O espaço se formou durante a preparação do tecido para a obtenção deste corte. Foi provocado pela manipulação a que o tecido esteve sujeito. Este espaço é um exemplo do que se chama de artefato de técnica, isto é, uma modificação introduzida acidentalmente e geralmente involuntária.
Esta imagem traz mais um exemplo de glândulas tubulosas simples do intestino, revestidas por epitélio simples colunar. As células que formam a glândula estão ressaltadas em laranja e a luz da glândula em amarelo.
 Como já foi discutido no Módulo 1, os cortes histológicos são muito delgados. A glândula é mais espessa que a espessura do corte e, portanto, não cabe em um corte. Além disso, o corte é feito ao acaso e os túbulos que constituem as glândulas não são retilíneos. Por estas razões duas glândulas mostradas na figura parecem não se conectar com a luz intestinal que está na porção superior da figura.
  Os locais claros na camada epitelial são células caliciformes que existem em grande quantidade nesta mucosa. Clique para observar algumas células caliciformes. 
Estas células secretam muco na luz da glândulao qual é em seguida lançado na luz intestinal. Este muco é considerado um componente importante das fezes e para a lubrificação da mucosa intestinal.
glândulas tubulosas 
 Túbulo mucoso - 1
 Túbulo mucoso é o nome que se dá a um tipo particular de glândula tubulosa muito comum no organismo. Existe em vários locais do tubo digestivo (mucosa bucal, glândulas salivares, esôfago, duodeno), aparelho respiratório e em outros sistemas. 
Estas glândulas podem estar isoladas e esparsas (por exemplo, no tecido conjuntivo existente na língua e nas paredes das bochechas e lábios) ou em grandes aglomerados constituindo uma grande estrutura anatômica (por exemplo, a glândula salivar sublingual).
A secreção destas glândulas é constituída principalmente por muco, um material rico em um grupo de glicoproteínas denominadas mucinas, de consistência levemente viscosa. 
No tubo digestivo esta secreção é importante para varias funções: umidificar os alimentos na boca dando-lhes consistência apropriada para deglutição e condução ao estômago; diminuir o atrito mecânico entre os alimentos e a mucosa bucal, gástrica e intestinal. 
No aparelho respiratório o muco forma uma película sobre o epitélio. A esta película viscosa aderem partículas de pó e bactérias que chegam com o ar inspirado. Esta película de muco é constantemente movimentada em direção à faringe pelos cílios que existem em grande quantidade no epitélio respiratório. O muco que forma esta película é originado das células caliciformes deste epitélio respiratório e também de glândulas mucosas. 
A porção secretora dos túbulos mucosos tem a forma de um túbulo, cujo comprimento pode ser bastante variável, assim como a sua forma que pode ser desde quase retilínea até bastante contorcida. O desenho acima mostra um túbulo mucoso bastante simples, curto e retilíneo. 
As células secretoras são prismáticas ou piramidais, seu citoplasma é levemente basófilo e parece ser vacuolizado (parece ter vacúolos) na região apical da célula. Na verdade este aspecto se deve ao fato de que a secreção mucosa se cora mal por hematoxilina e eosina.
Os núcleos destas células são bastante característicos. Têm cromatina condensada e estão na porção basal da célula, geralmente paralelos à lâmina basal.
Túbulo mucoso - 3
 Veja em aumento maior o túbulo mucoso que é usado como logo deste módulo (na figura do topo da página à esquerda). Observe suas características, semelhantes às descritas na página anterior. Observa-se muito bem a porção secretora -com as células destacadas em azul escuro e com a luz em azul claro- e o ducto excretor -com as células destacadas em amarelo escuro e sua luz em amarelo claro. Observe material secretado na luz do túbulo e do ducto. Esta pequena glândula está envolvida por tecido conjuntivo
Túbulo mucoso - 2
 A figura mostra detalhes da porção secretora de uma pequena glândula formada por vários túbulos mucosos. 
Repare:
1 - na parede e luz de um túbulo mucoso. 
As glândulas que aparecem na figura ao lado são um pouco mais complexas que a do desenho inicial e que a da página anterior. 
Ao passar o mouse observe que o túbulo que fica em destaque é longo, retorcido e parece ser ramificado. Sua parede é formada por células (que ficam de cor alaranjada com o mouse). A luz (em amarelo claro) é ampla e contém material secretado pelas células. Veja que na figura há pequenas partes de vários outros túbulos mucosos além do que está destacado.2 - na forma das células secretoras, na maioria prismáticas e algumas piramidais. Seus núcleos -aparecem em azul claro ao usar o mouse- têm cromatina densa, isto é, se coram muito pela hematoxilina, e parecem estar "apertados" contra a base da célula.3 - no citoplasma das células secretoras, levemente basófilo, um pouco vacuolizado e heterogêneo.4 - no tecido conjuntivo que existe entre as glândulas, o qual contém alguns vasos sanguíneos.5 - não há nesta figura nenhum trecho de porção condutora (ducto excretor) da glândula.
À direita há mais duas imagens contendo túbulos mucosos.Na imagem superior, um aumento médio de um conjunto de porções secretoras de túbulos mucosos, um dos quais mostra um ducto excretor saindo de uma porção secretora (coloque o cursor sobre a figura). Consegue distinguir bem a porção secretora da porção condutora?
 Na imagem inferior há, em aumento menor, outro conjunto de porções secretoras de túbulos mucosos e à direita da figura um ducto excretor em posição quase vertical. Este ducto provavelmente conduz a secreção destas porções secretoras.
 Em ambas figuras observe com atenção:
- a forma bastante diversa dos túbulos: alguns circulares, outros em forma de U ou V, alguns ramificados. Esta diversidade se deve tanto à diferença de tamanho dos túbulos como em grande parte devido aos planos de corte.
- a coloração basófila clara do citoplasma das células mucosas.
- a presença de uma luz relativamente grande no interior de vários túbulos.
- a relativa facilidade de observar os limites das células que compõem os túbulos.
- a presença de tecido conjuntivo em torno dos conjuntos e em torno de cada túbulo
Ácino seroso - 1
 Nesta e nas próximas páginas será analisado um outro tipo de organização de glândulas que é muito comum no organismo. Trata-se do ácino seroso. Ele existe em vários locais do corpo. No aparelho digestivo forma desde pequenas glândulas da parede da bochecha até glândulas enormes como a parótida e o pâncreas. A secreção do ácino seroso é fluida e constituída principalmente por proteínas. Várias destas proteínas são enzimas digestivas importantes para a quebra de nutrientes em moléculas menores faciçlitando sua absorção nos intestinos. Ao contrário dos túbulos mucosos (que são tubulares), os ácinos serosos são esféricos, arredondados ou ovalados. Suas células são geralmente piramidais e a superfície livre das células está em contacto com a luz do ácino. Apesar do desenho mostrar uma luz relativemente ampla, a luz é na verdade mais estreita e geralmente difícil de observar ao microscópio, ao contrário da luz dos túbulos mucosos que é mais dilatada. O citoplasma das células é bem corado, acidófilo, frequentemente apresentando um ergastoplasma muito evidente na região basal da célula. Estas células acumulam sua secreção na região apical em grandes grãos de secreção. Os núcleos são esféricos, sua cromatina é descondensada e situam-se na região basal da célula, porém não ficam "apertados" contra a superfície basal como nos túbulos mucosos. Cada ácino se continua diretamente com um pequeno ducto excretor.
A imagem é de um pâncreas, um órgão formado por milhões de ácinos serosos. 
À primeira vista nem sempre é fácil distinguir os ácinos. Procure identificar pequenos conjuntos arredondados de células. Alguns ácinos ficam destacados ao colocar o cursor sobre a figura. Procure distinguir outros ácinos, além dos que ficam ressaltados com o mouse.No centro da imagem há uma região composta por tecido conjuntivo que envolve um ducto excretor de médio calibre. Todo o restante da imagem é constituído por ácinos serosos.
 
Diferenças entre ácinos serosos e túbulos mucosos
Frequentemente os iniciantes confundem o diagnóstico de ácinos serosos com túbulos mucosos. Compare os ácinos serosos da figura superior com os túbulos mucosos presentes na figura inferior. Atenção: o aumento dos túbulos mucosos da figura inferior é bem maior do que o dos ácinos. Repare nos seguintes aspectos:
 coloração:
ácinos serosos - conjuntos de células bem coradas por eosina (acidófilos)
túbulos mucosos - pouco corados, por hematoxilina (basófilos)
 forma das porções secretoras:
ácinos serosos - arredondados
túbulos mucosos - alongados, frequentemente ramificados
 
forma das células secretoras:
ácinos serosos - piramidais
túbulos mucosos - colunares ou piramidais
 
forma dos núcleos das células secretoras:
ácinos serosos - esféricos, cromatina frouxa
túbulos mucosos - alongados, "apertados" contra a base da célula, cromatina densa
 
As células secretoras dos ácinos serosos têmpolaridade muito definida. Nos ácinos serosos do pâncreas esta característica é ainda mais evidente que em acinos serosos de outros locais do corpo. A porção basal de cada célula é basófila porque contém muitos componentes ácidos - ácido ribonucléico- nos ribosomos do ergastoplasma (ou retículo endoplasmático granular). A porção apical de cada célula é acidófila em razão da grande quantidade de proteínas existentes nos grãos de secreção. Repare como o citoplasma desta região tem um aspecto granuloso, devido ao acúmulo dos grãos de secreção. O conjunto de ergastoplasmas das células que compõem um ácino forma uma faixa escura na periferia de cada ácino.O conjunto de grãos de secreção das várias células faz com que o centro do ácino seja bem corado pela eosina em vermelho ou alaranjado.Na região "acima" do núcleo (ou supranuclear) das células polarizadas, localizada entre o núcleo e a região apical, costuma estar o aparelho de Golgi. Este só é visível pelo uso de técnicas histológicas específicas 
A parótida é uma glândula constituída de ácinos serosos. No entanto, não é tão fácil distinguir os ácinos como no caso do pâncreas. Passe o cursor sobre a imagem para ver alguns ácinos (destacados em azul).A porção basal das células que constituem os ácinos da parótida não é tão corada como as células do pâncreas por ter menor quantidade de ergastoplasma.Procure ver a forma das células e dos núcleos.Dois ductos excretores e suas luzes ficam ressaltados em laranja com o cursor.
 Ductos excretores 
 Os ductos excretores são tubos cuja parede é formada por células epiteliais (de revestimento). Este epitélio é inicialmente um epitélio simples cúbico ou cubóide - veja a figura ao lado, de um corte de glândula parótida destacando dois ductos. A sua luz (destacada em laranja) é muito estreita.Em ductos mais calibrosos o epitélio pode se tornar colunar ou até mesmo estratificado ducto revestido por epitélio estratificado
 Lembrar que em alguns tipos de glândulas tubulosas, como é o caso das glândulas tubulosas da mucosa intestinal, a própria glândula também é seu ducto excretor glândula intestinal O ducto se inicia na porção secretora da glândula e sua luz se continua com a luz desta porção secretora. Em glândulas volumosas há uma verdadeira árvore formada por ductos que próximo às porções secretoras são delgados, vão se reunindo com ductos de outras porções secretoras, acabam tornando-se cada vez mais calibrosos até que terminam em uma superfície onde a luz se abre e a secreção é lançada
ductos ramificados de uma grande glândulA
Parênquima e estroma
 Há milhares de pequenas glândulas em muitos órgãos e estruturas. São as glândulas que estão nos lábios, bochechas, língua, parede do esôfago, intestino delgado e, no aparelho respiratório, urinário e vários outros locais. Estas glândulas estão inseridas no tecido conjuntivo do órgão e não são entidades anatômicas distintas, isto é, não são separadas do local em que se encontram e, geralmente, não são dissecáveis.
As grandes glândulas exócrinas que constituem entidades anatômicas distintas, como por exemplo as grandes glândulas salivares e o pâncreas, são dissecáveis e, além disso têm uma organização característica que será analisada agora. Nestas grandes glândulas (e também em alguns outros órgãos que não sejam glândulas) é possível reconhecer duas porções distintas:
parênquima - é a porção constituída pelas células características de um órgão. Se for uma glândula exócrina é a porção constituída pelas células secretoras e ductos. Se for uma glândula endócrina são as células secretoras. É, portanto, a parte funcional do órgão, que exerce as funções típicas daquele órgão.
estroma - é a porção que realiza a sustentação do órgão. É constituído por tecido conjuntivo que existe em volta e entre as porções secretoras e os ductos. Sua função é dar suporte à glândula, manter unidas suas diferentes partes, conduzir vasos, nervos e ductos excretores e eventualmente recobrir a glândula como um todo formando uma cápsula. 
Repare que este corte de parótida tem duas porções bem distintas:
uma porção no canto inferior esquerdo semelhante a outra no canto superior direito, ambas ligadas por uma faixa oblíqua, que forma uma ponte entre as duas. Estas porções coradas em cor de rosa constituem o estroma da glândula, composto por tecido conjuntivo. 
duas porções de coloração mais intensa, mais basófila que a anterior, uma no canto inferior direito e a outra ocupando a maior parte da figura. Estas porções são constituídas pela porção da glândula encarregada de secreção - é o parênquima.
O parênquima está dividido em porções separadas entre si, todas formadas de porções secretoras. Cada porção maior da glândula constitui um lobo. Cada lobo é separado dos lobos vizinhos por uma camada mais espessa de estroma.Os lobos, por sua vez, são constituídos de agrupamentos menores de porções secretoras denominados lóbulos. Os vários lóbulos são separados entre si por delicadas faixas de estroma.Lembrar que os lobos e lóbulos são estruturas tri-dimensionais! O sistema de ductos da glândula
Nas glândulas salivares principais e pâncreas a secreção presente na luz de cada porção secretora é lançada inicialmente para um ducto muito pequeno denominado ducto intercalar, o qual não pode ser visto na imagem ao lado. Vários ductos intercalares de um lóbulo se reúnem para formar ductos intralobulares. Como seu nome indica, situam-se no interior dos lóbulos.
Tipos de glândulas endócrinas 
 A maioria das glândulas se formam a partir do crescimento de um broto epitelial que se forma em um epitélio de revestimento.
Na formação de glândulas endócrinas a continuidade entre o epitélio e a futura porção secretora é perdida e as células desta porção se reorganizam de duas maneiras alternativas:
glândula endócrina cordonal - suas células se organizam em cordões, colunas ou placas de células. Estas placas têm formas diversas e são envolvidas por muitos capilares sanguíneos que recebem os produtos de secreção e os distribuem pelo sangue. 
glândula endócrina folicular - suas células formam um epitélio simples que pode variar de pavimentoso a colunar. Este epitélio se organiza em pequenas esferas chamadas folículos. A única grande glândula endócrina folicular do corpo é a tiróide.
Glândula endócrina cordonal
A maioria das glândulas endócrinas é deste tipo: ilhotas de Langerhans, adrenal, paratiróide, adenohipófise, corpo lúteo. A imagem é de uma ilhota de Langerhans na qual se observam cordões de células (destacados em laranja pelo cursor). Cordões são o que se vê em um corte, porém tridimensionalmente são pequenas placas. Os cordões são envolvidos por uma rica rede de capilares sanguíneos que nesta imagem são vistos como espaços circulares ou elípticos vazios e que estão ressaltados em vermelho pelo cursor. 
Glândula endócrina folicular
 As células deste tipo de glândula endócrina formam a parede de pequenas esferas denominadas folículos. As células se organizam em forma de um epitélio simples. No interior de cada esfera se acumula a secreção. A tiróide é o melhor exemplo de glândula endócrina do tipo folicular. A parede dos folículos é formada por um epitélio simples que pode pavimentoso, cúbico ou colunar, dependendo do estado funcional do folículo (folículos pouco ativos = epitélio pavimentoso; folículos muito ativos=epitélio colunar). A secreção contida no interior destes folículos é chamada colóide e contém os precursores do hormônio tiroidiano. Na figura ao lado, dois folículos estão ressaltados com suas paredes epiteliais em cor azul e a secreção em amarelo. O espaço existente entre o colóide e a parede é um artefato de técnica causado pela retração diferencial do colóide que retrai mais que a parede. Repare em torno da ilhota: uma grande quantidade de pequenos ácinos serosos responsáveis pela secreção exócrina do pâncreas, já vistos anteriormente.
conceito e características principais do tecido conjuntivo - 1
	
	Derme. Aumento: grande. H&E
	Cartilagem hialina. Aumento:médio. H&E.
	4-1
	
Uma observação superficial destas duas imagens já chama a atenção para uma das principais características do tecido conjuntivo: a grande quantidade de matriz extracelular existente entre suas células.
Coloque o cursor sobre a imagem: a matriz ficará destacada em verde e as células em vermelho.Esta consideração se torna ainda mais gritante quando recordamos imagens de tecido epitelial, pois duas das principais características desse último tecido são a proximidade e adesão entre células e a quantidade muito reduzida de matriz extracelular.No tecido conjuntivo tanto as células como a matriz exercem funções muito importantes para o funcionamento de outros tecidos, órgãos e do organismo como um todo.O tecido conjuntivo se origina do mesênquima, um tecido conjuntivo primitivo com potencialidade de formar os variados tipos e subtipos de tecido conjuntivo. As células do mesênquima, células mesenquimais, são formadas a partir de células do folheto intermediário do embrião, o mesoderma, no fim do primeiro mes de vida intrauterina. Algumas porções do mesênquima da cabeça podem ter origem diferente desta que foi mencionada. Células mesenquimais persistem durante toda a vida do indivíduo e funcionam como células-tronco para a reposição ou nova formação de tecido conjuntivo. As células mesenquimais fazem parte da população de células-tronco do organismo.O tecido conjuntivo é, portanto, um tecido de origem fundamentalmente mesodérmica, constituido de diferentes tipos de células e de uma matriz extracelular complexa, com muitos componentes moleculares e muito organizada. Há vários tipos e sub-tipos de tecido conjuntivo formados por diferentes combinações de células e matriz. Estas combinações específicas têm como resultado diferentes funções exercidas por este tecido. 
o tecido conjuntivo é formado por diversos tipos de células separadas entre si por quantidades variáveis de matriz extracelular. 
pode-se dividir as células do tecido conjuntivo em duas populações: células residentes e células transientes.
as células residentes são componentes habituais e permanentes do tecido conjuntivo.
Em um tecido conjuntivo do tipo propriamente dito, as células residentes são o fibroblasto, o macrófago, o mastócito e a célula mesenquimal. Nos vários outros tipos e subtipos de tecido conjuntivo podem existir outras células residentes, como por exemplo, as células cartilaginosas na cartilagem, células ósseas no osso e assim por diante. 
A maioria das células residentes tem vida longa, mas em caso de necessidade -por exemplo uma solicitação de aumento de atividade durante uma inflamação ou cicatrização- seu número pode aumentar à custa de células-tronco mesenquimais (no caso de fibroblastos) ou a partir de células progenitoras vindas da medula hemopoiética (no caso de mastócitos e macrófagos).
as células transientes são células que estão migrando pelo tecido conjuntivo, vindas principalmente do sangue. Fazem parte destas células os leucócitos ou glóbulos brancos do sangue. A função destas células na defesa do organismo contra moléculas estranhas e microorganismos é exercida quase que inteiramente no tecido conjuntivo. A presença destas células nos diferentes locais de tecido conjuntivo do corpo é variável e depende frequentemente de sinais químicos transmitidos por exemplo por células inflamatórias, que estimulam a saída dos leucócitos dos vasos sanguíneos e seu acúmulo no tecido conjuntivo.
A matriz extracelular é composta principalmente de macromoléculas, água, íons, peptídios, pequenos carboidratos e outras pequenas moléculas. Uma parte destas moléculas se origina do plasma sanguíneo. 
As macromoléculas que mais caracterizam a matriz extracelular do tecido conjuntivo são glicoproteínas, glicosaminoglicanas e proteoglicanas, cuja composição molecular, quantidade e proporção relativa variam nos diferentes tipos de tecido conjuntivo e nos diferentes locais e órgãos do organismo. 
Várias das proteínas se organizam em longas estruturas de espessura e comprimento variáveis formando filamentos. Os filamentos mais calibrosos são visíveis ao microscópio de luz e são chamados fibras do tecido conjuntivo e que constituem a matriz extracelular fibrilar.
Uma parte da matriz extracelular é formada por macromoléculas -principalmente glicosaminoglicanas e proteoglicanas- que não se organizam em filamentos e é denominada matriz extracelular fundamental (ou amorfa). Esta parte da matriz nem sempre é bem preservada nos preparados histológicos e nem sempre se cora muito bem pela hematoxilina e eosina. É pouco visivel nos preparados rotineiros onde é responsável pelo aspecto aparentemente "vazio" de muitos locais da matriz. Vários de seus componentes podem ser visualizados por outras colorações e técnicas histoquímicas ou imunohistoquímicas.
Funções do tecido conjuntivo
O tecido conjuntivo exerce uma série de importantes funções no organismo, dentre as quais se destacam: 
sustentação de outros tecidos e órgãos e do corpo como um todo
preenchimento de espaços entre outros tecidos e estruturas e adesão entre tecidos para a estruturação dos órgãos
meio de passagem de vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos. Exerce um papel importante na nutrição de células de outros tecidos facilitando a difusão de gases, nutrientes e metabólitos entre o sangue e os tecidos
reserva energética nas células adiposas
defesa do organismo através dos órgãos linfóides, das células linfóides e do sistema mononuclear fagocitário, todas estas células pertencentes ao tecido conjuntivo 
defesa do organismo pela participação de suas células na resposta inflamatória e por ser sede da maioria das respostas inflamatórias
produção de células sanguíneas pela medula hematopoiética.
matriz extracelular fibrilar
A matriz extracelular fibrilar predomina em volume sobre a matriz fundamental na maioria dos tipos de tecido conjuntivo. Esta matriz é composta de três tipos de fibras: colágenas, elásticas e reticulares.
A classificação das fibras da matriz fibrilar se originou quando estas fibras foram descritas pela microscopia de luz. Alguns tipos de fibras somente são visíveis após colorações especiais ou tratamentos especiais dos cortes. Os novos conceitos introduzidos pela microscopia eletrônica e pela imunohistoquímica e pelo conhecimento da composição química das diferentes fibras acrescentaram muita informação sobre a matriz fibrilar, porém, para efeitos práticos a antiga classificação e nomenclatura é muito útil e ainda é utilizada largamente. 
As fibras colágenas são constituídas pela proteína colágeno, denominação que na verdade se refere a uma família de pelo menos 20 moléculas que têm várias características em comum. Colágeno é sintetizado e secretado por células do tecido conjuntivo, principalmente pelos fibroblastos, células do tecido ósseo e do tecido cartilaginoso, assim como por células de outros tecidos. A proteína mais comum desta família é o colágeno tipo I. As fibras colágenas são formadas por colágeno tipo I associado a quantidades menores de moléculas de colágenos de outros tipos moleculares. 
As moléculas de colágeno tipo I associadas a moléculas de outros tipos formam fibrilas visíveis ao microscópio eletrônico. As fibrilas se reúnem em fibras de calibres bastante diversos, visíveis ao microscópio de luz. As fibras, por sua vez, podem se reunir em feixes. As fibras colágenas têm diâmetro bastante variável e aparecem bem coradas por corantes ácidos como é o caso da eosina e da técnica do picro-Sirius (são portanto acidófilas). 
As fibras colágenas existentes nos diversos locais do organismo têm provavelmente composição química ligeiramente diferente entre si devido à presença dos vários outros tipos de moléculas de colágeno que se associam ao colágeno tipo I e por outras glicoproteínas, glicosaminoglicanas e proteoglicanas. Esta composição molecular diferenciada resulta nas características próprias de espessura e organização das fibras nestes diferentes locais do organismo. 
As fibras elásticas são constituídaspor um outro grupo de proteínas que se reunem em fibras de diferentes tipos e que em conjunto constituem o que se chama de sistema elástico. As fibras elásticas são os elementos mais complexos deste sistema por serem construídas de várias proteínas do sistema elástico. As outras fibras do sistema elástico são denominadas fibras elaunínicas e fibras oxitalânicas. As fibras do sistema elástico costumam ser evidenciadas ao microscópio de luz por meio de técnicas especiais de coloração e eventualmente as fibras elásticas podem também ser observadas em cortes corados por hematoxilina e eosina. São dotadas de elasticidade e, da mesma forma como molas, voltam ao tamanho e forma originais após sofrerem pressão ou distensão.
As fibras reticulares são muito delgadas e têm este nome por que quase sempre se organizam em redes tridimensionais encontradas em vários órgãos. Os espaços das malhas destas redes são ocupados por células que se apoiam nas fibras. As fibras são compostas principalmente de colágeno tipo III associado a outros tipos de colágeno e a moléculas não-colagênicas. Provavelmente devido a sua composição química, não são coradas por hematoxilina e eosina, mas podem ser visibilizadas por técnicas de impregnação de prata, técnicas em que prata metálica é precipitada sobre as fibras. Por esta razão, estas fibras são também chamadas de argirófilas. As fibras reticulares podem também ser evidenciadas pela técnica do PAS, provavelmente devido à sua riqueza em carboidratos - rever a técnica de PAS.
Mesentério
 
Nas próximas páginas serão vistas fibras da matriz extracelular do tecido conjuntivo. Do ponto de vista didático, um local muito conveniente para se observar estas fibras é o mesentério. 
Mesentério é uma delgada membrana semi-transparente de tecido conjuntivo revestida por mesotélio em ambas faces. O mesentério prende as alças intestinais à parede interna da cavidade abdominal e no seu interior passam vasos e nervos. Serve para manter em seu lugar os intestinos, nutri-los e inervá-los. 
O mesentério é rico em fibras e células do tecido conjuntivo. É possível cortar um pequeno fragmento de mesentério, fixá-lo com fixador histológico, corá-lo e colocá-lo sobre uma lâmina histológica. Não há necessidade de fazer cortes histológicos deste material, pois, sendo delgado é translúcido e pode ser observado ao microscópio de luz. Este tipo de preparado em que se coloca um fragmento de órgão ou tecido sobre a lâmina de vidro é denominado preparado total. 
  
A imagem inferior é de um fragmento de mesentério observado ao microscópio em pequeno aumento.
Fibras elásticas em mesentério
 A figura mostra um fragmento de mesentério corado para demonstrar fibras elásticas. Estas aparecem coradas em púrpura, seu calibre é muito homogêneo e podem ser ramificadas, organizando-se como uma rede.A coloração usada neste preparado foi desenvolvida específicamente para demonstrar fibras elásticas.
Fibras elásticas e colágenas em mesentério
 Neste fragmento total de mesentério observado por transiluminação há novamente as fibras elásticas.
Além disso foram coradas também as fibras colágenas, que predominam no mesentério em relação às elásticas. Veja algumas fibras colágenas destacadas. Neste preparado, suas principais diferenças morfológicas em relação às fibras elásticas são:
espessura variável 
trajeto tortuoso
coloração pelo corante Sirius red, indicando que as fibras são acidófilas.
Há, no entanto, locais do corpo em que as fibras colágenas têm espessura homogênea e trajeto retilíneo.
Ao observar as fibras colágenas deste preparado é muito importante lembrar que esta imagem não é de um corte, é de uma membrana vista por transparência. Este fragmento de mesentério tem três dimensões. O que se está vendo é um somatório e uma superposição de fibras presentes em vários planos da espessura do fragmento.
Fibras elásticas
 Há muitas fibras elásticas em locais do organismo sujeitos a movimentação. O mesentério é um deles, pois ele acompanha o movimento das alças intestinais. Esta página oferece dois outros exemplos significativos. O pulmão sofre distensão a cada movimento de inspiração e retorna a seu tamanho original após a expiração. Este retorno se deve em grande parte à riqueza de fibras elásticas no pulmão. As fibras elásticas são estiradas na inspiração e voltam a sua forma durante a expiração.A imagem superior é de um pulmão: podem se observar fibras elásticas nas paredes dos alvéolos pulmonares. Algumas delas aparecem destacadas ao passar o cursor aqui .Parte de um bronquíolo pode ser visto à esquerda, em cuja parede também há fibras elásticas, pois o bronquíolo aumenta seu calibre a cada inspiração. 
A imagem inferior é de uma traquéia que, como o pulmão e os outros dutos extrapulmonares, possui muitas fibras elásticas. Estas fibras estão cortadas em muitos planos e várias foram cortadas transversalmente aparecendo como pontos bem corados. 
Material elástico na aorta
 Um local que contém grande quantidade de material elástico é a parede da aorta e a parede do início de seus ramos mais importantes. Um corte transversal da túnica média da aorta mostra uma grande quantidade de linhas de material que se cora positivamente para fibras elásticas. Estas linhas são paralelas e concêntricas em relação à luz da aorta. Na verdade, uma análise tridimensional mostrou que estas linhas são na realidade placas de material elástico. A importância desta grande quantidade de placas é a seguinte:
- após a sístole (contração) o coração lança um certo volume de sangue na aorta
- neste momento a parede da aorta dilata 
- após a passagem do sangue a parede volta a seu calibre anterior graças ao material elástico de suas paredes, até que ocorra a próxima sístole.
Com isto, após cada sístole há um certo aumento da pressão arterial (pressão sistólica) que logo depois volta para um nível inferior (pressão diastólica).
 Se a parede da aorta não passasse por este ciclo de ceder, dilatar e voltar ao calibre anterior:
- o fluxo do sangue se comportaria como ocorre em um tubo de paredes rígidas: a pressão na aorta subiria muito após a sístole e cairia muito durante a diástole.
- no restante das artérias e capilares o sangue avançaria aos saltos e trancos de sístole em sístole em vez de manter um fluxo contínuo proporcionado pela elasticidade da parede da aorta.
Fibras colágenas - 1
 A maior parte desta imagem de tecido conjuntivo é ocupada por fibras colágenas (algumas destacadas em azul ao passar o cursor sobre a imagem). Observar:
coloração das fibras em cor de rosa pela eosina: acidofilia
grande variação de calibre 
mudança de direção das fibras
arranjo não organizado das fibras 
Há também muitos núcleos de células as quais serão estudadas mais adiante.
Fibras colágenas - algumas ressaltadas quando se passa o mouse sobre a imagem. 
Observe as características das diversas fibras.
Fibras reticulares
 As fibras reticulares são muito delgadas e formam redes em cujas malhas se alojam células. Estas fibras e as redes são encontradas nos órgãos linfóides (baço, linfonodos), nos rins, fígado, musculatura lisa e outros locais. A imagem ao lado é um bom exemplo da rede formada pelas fibras reticulares. É de um baço, um órgão em que predominam linfócitos. Os linfócitos são células livres migratórias e que quando estão no baço ocupam as delicadas malhas de suas fibras reticulares.Observe no aumento pequeno a rede que se extende pelo órgão inteiro e que tem alguns locais mais escuros de concentração de fibras. No aumento maior nota-se a delicadeza das fibras e as malhas que elas organizam.Nesta imagem as fibras reticulares aparecem escuras, de cor marrom ou pretas, porém não foram coradas em seu senso estrito. Os cortes foram submetidos a uma técnica de impregnação metálica durante a qual prata metálica precipita nas fibras. Por esta razão são também denominadas fibras argirófilas. 
Fibras reticulares
 
Esta imagem é novamente de um baço, um órgão rico em fibras reticulares. Devido à suariqueza em açúcares, as fibras reticulares podem ser vistas em microscopia de luz após tratamento pela técnica de PAS. No caso do baço e de outros locais do organismo as fibras reticulares formam uma rede por todo o órgão. Além disso, o baço possui um conjunto extenso de capilares sanguíneos de luz dilatada e irregular, denominados sinusóides (estes existem também em outros órgãos). No baço os sinusóides são suportados por fibras reticulares que envolvem sua (muito delgada e delicada) parede como se fossem os arcos que envolvem um barril de madeira mantendo unidas as outras peças. Ao passar o cursor sobre a imagem: foram desenhadas partes de fibras reticulares para mostrar como elas se dispõem tridimensionalmente em torno dos sinusóides do baço. A luz do sinusóide está ressaltada em cor creme.
Fibroblasto - 1
 O tipo de tecido conjuntivo que foi analisado até o momento neste módulo é o tipo mais comum de tecido conjuntivo não especializado, chamado Tecido conjuntivo propriamente dito.A sua denominação já indica que é um tecido conjuntivo bastante frequente no organismo e representativo de sua categoria. Mais adiante este e os outros tipos de tecido conjuntivo serão melhor estudados.Em um tecido conjuntivo propriamente dito "normal", isto é, padrão deste tipo, sem a presença de crescimento anormal, sem infecções presentes e passadas, e portanto sem cicatrização em andamento ou recentemente encerrada, a célula mais comum é o fibroblasto. É a célula mais frequente na imagem ao lado.O fibroblasto é uma célula muito importante para este tecido (e para o organismo como um todo) pois sintetiza e secreta a maior parte da sua matriz extracelular e também digere e reabsorve a matriz. Portanto, além de produzir, o fibroblasto controla a quantidade e a qualidade da matriz, obedecendo a sinais emitidos pelo organismo ou a sinais originados localmente.O fibroblasto aparece muito cedo durante o desenvolvimento embrionário e age durante toda a vida do indivíduo. Como é um representante típico de células do tecido conjuntivo, origina-se de células mesenquimais durante a vida embrionária ou durante a vida pós-natal. Sua quantidade aumenta pela diferenciação de células mesenquimais em função de necessidades do organismo. Um bom exemplo de aumento da sua quantidade é durante uma cicatrização, em que o organismo repõe matriz extracelular perdida por um processo físico ou infeccioso.
Observe com atenção esta imagem - há dois componentes principais. Procure distinguí-los:
1 - fibras colágenas, acidófilas, coradas em rosa pela eosina. São fibras de tamanho, espessura e direção variáveis.
2 - fibroblastos, células que são a maioria das células presentes nesta imagem. São as células com núcleos alongados . Seu citoplasma praticamente não é visível.
Fibroblasto - 2
 A imagem contém três fibroblastos situados entre fibras colágenas. Coloque e tire o cursor de sobre a figura repetidas vezes para observar bem as características que serão descritas.Um deles, posicionado verticalmente em relação à figura, mostra núcleo e citoplasma. A cromatina do seu núcleo é mais do tipo frouxo e é elíptico com suas extremidades arredondadas. Seu citoplasma não parece ser muito extenso e parece que está dobrado e fora de foco, isto é, a maior parte do citoplasma está em um plano ligeiramente diferente do núcleo. Este citoplasma, aliás, é um pouco arroxeado, dá para perceber? Esta célula deve estar ativamente produzindo macromoléculas. O fibroblasto que está imediatamente à direita do anterior tem um núcleo em ângulo e que se situa em um plano de foco ligeiramente diferente do fibroblasto anterior. Seu citoplasma não é visível.O terceiro fibroblasto está no canto inferior esquerdo da figura. É bem visível seu núcleo, de características muito semelhantes às do primeiro fibroblasto descrito. Muito pouco de seu citoplasma é visível.
Forma dos fibroblastos
Os fibroblastos podem ser fusiformes ou pavimentosos. Neste segundo caso seu citoplasma é bastante extenso, mas muito delgado, com exceção da região em torno do núcleo. Ele lembra a imagem de um ovo frito mostrada no ítem Forma das células no Módulo 1 - rever Forma das células.
Por esta razão, geralmente só pode ser vista a região perinuclear do citoplasma que é mais espessa e, mesmo assim, quando a célula for seccionada transversalmente. Se o citoplasma tiver sido seccionado "de frente" difícilmente será visto, talvez no máximo se veja uma mancha cor de rosa bem tênue. Coloração do citoplasma.
Ainda para dificultar um pouco mais a sua visualização - o citoplasma do fibroblasto é geralmente acidófilo, isto é, cor de rosa, com a mesma coloração das fibras colágenas que estão em sua volta. O citoplasma, portanto, acaba se confundindo com as fibras colágenas vizinhas. O reconhecimento e o diagnóstico de um fibroblasto é então frequentemente feito pelo seu núcleo. Mais adiante serão mostradas mais imagens de fibroblastos, com e sem citoplasma.
Fibroblasto e fibrócito- 4
 Pode-se ver nesta imagem um fibroblasto e dois fibrócitos. Aproveite para compará-los, principalmente seus núcleos, pois são o componente sempre facilmente visivel:
fibroblasto: cromatina mais frouxa, extremidades do núcleo arredondadas.
fibrócito: núcleo mais delgado, com cromatina densa, extremidades do núcleo agudas.
 No fibroblasto se pode ainda ver uma porção de citoplasma à direita do núcleo.
FIBROBLASTO
FIBROCITO
Mastócito
 O mastócito é uma célula que participa da reação inflamatória secretando para a matriz várias das moléculas acumuladas no seu citoplasma, como por exemplo a histamina. É uma célula de forma ovalada, tem um núcleo central e uma grande quantidade de grânulos no citoplasma. Localiza-se preferencialmente próximo de vasos sanguíneos.O mastócito geralmente é reconhecido pelos seus grânulos. Devido ao conteúdo dos grânulos estes não se coram bem por hematoxilina e eosina e portanto o mastócito não é facilmente reconhecido em cortes corados por estes corantes. Por outro lado, os grânulos podem ser bem evidenciados por corantes que demonstram fibras elásticas e corantes que coram proteoglicanas e glicosaminoglicanas, pois estas estão presentes em grande quantidade nos seus grânulos. Dois exemplos destes corantes são o azul de toluidina e o Alcyan blue. Devido ao arranjo especial das moléculas nos grânulos certos corantes como o azul de toluidina coram estruturas celulares ou extracelulares de uma outra cor, em vez da coloração que seria esperada. No caso do azul de toluidina, em vez da coloração azul as estruturas se coram em violeta. Esta propriedade de coloração por uma cor diferente é denominada metacromasia. Os grânulos dos mastócitos são metacromáticos. As figuras têm várias imagens de mastócitos. As três primeiras são de mastócitos de mesentério corados pela técnica de Weigert a qual demonstra material elástico e também cora mastócitos. Os núcleos não estão corados e aparecem com sua "imagem negativa". última imagem é de um corte corado por hematoxilina e eosina no qual se visualiza um mastócito com seu citoplasma preenchido por grânulos, embora normalmente não seja possível observar grânulos de mastócitos com esta coloração. Em todas imagens é característica a presença de grande quantidade de grânulos no citoplasma. 
Células residentes
 
Macrófago
 O macrófago é uma célula derivada de um tipo de leucócito, o monócito, que é formado na medula hematopoiética. Os monócitos circulantes saem do sangue atravessando a parede dos vasos sanguíneos e se estabelecem no tecido conjuntivo. No tecido conjuntivo se transformam em macrófagos. Os macrófagos são considerados fagócitos profissionais, isto é, células cuja função primária é a de fagocitar partículas, sejam elas restos celulares, partículas inertes ou microorganismos. Há outros tipos de células que eventualmente podem fagocitar e que não são portanto fagócitos profissionais. Atualmente se sabe que além de fagocitar, o macrófago tem uma enorme importância no desenrolar da resposta imunitária produzindo e secretando um grandenúmero de moléculas que, entre outras funções:
- atraem outras células para um local em que esteja ocorrendo uma reação inflamatória
- regulam o funcionamento de células envolvidas na resposta imunitária
- podem induzir a produção aumentada de células envolvidas em uma resposta inflamatória e/ou imunitária. 
 Além disso, os macrófagos têm a capacidade de expor em suas superfícies fragmentos de moléculas derivadas de sua ação fagocitária, exibindo estes fragmentos para células do sistema imunitário (linfócitos) que podem iniciar uma resposta imunitária após o reconhecimento destes fragmentos. Exercendo esta função os macrófagos recebem também o nome de células apresentadoras de antígenos. Macrófagos são encontrados em todos locais de tecido conjuntivo e, além disso, se concentram em vários órgãos como por exemplo o fígado, baço, linfonodos, onde estão relacionados com a defesa do organismo. O macrófago é uma célula esférica e relativamente grande em comparação com uma hemácia ou um linfócito, os quais têm cerca de 7 µm de diâmetro. Seu citoplasma é eosinófilo e seu núcleo esférico às vezes é excêntrico, isto é, situa-se fora do centro da célula, próximo à membrana celular. 
	
Seu diagnóstico nem sempre fácil em preparados rotineiros corados por H&E. Por imunocitoquímica pode-se identificá-lo por meio de proteínas (marcadores) próprias de macrófagos. Uma boa maneira para ter certeza sobre o diagnóstico de um macrófago é procurar material fagocitado no seu citoplasma. A imagem abaixo mostra macrófagos do fígado, também chamados de células de Kupfer, situados na parede de espaços sanguíneos que existem em grande quantidade em torno dos hepatócitos . Estas imagens são do fígado de um animal de laboratório injetado por via intravenosa com um corante cor de rosa. Partículas deste corante foram fagocitadas por macrófagos (setas azuis) e se acumularam em seu citoplasma. 
A fagocitose foi tão intensa que o citoplasma está repleto de grãos de corante que podem até esconder o núcleo ou empurrá-lo para a periferia da célula (setas vermelhas).
	
Macrófago
 A figura mostra macrófagos no interior de um linfonodo. Os linfonodos são pequenos órgãos espalhados pelo corpo. Até eles chegam vasos linfáticos que transportam linfa. Nos linfonodos a linfa é "filtrada" pelos macrófagos, pois estes têm a oportunidade de encontrar antígenos trazidos pela linfa. Repare que o citoplasma de um macrófago ativo parece ser um pouco "espumoso" ou vacuolizado. Isto se deve provavelmente à grande quantidade de vacúolos existentes em seu citoplasma. Um dos macrófagos da figura tem no seu citoplasma duas partículas fagocitadas
Neutrófilos e outros leucócitos do sangue
Em uma pessoa sadia, os neutrófilos são as células mais numerosas dentre o grupo dos leucócitos ou glóbulos brancos do sangue. São produzidos na medula hematopoiética e liberados no sangue onde circulam durante algum tempo e eventualmente saem dos vasos penetrando no tecido conjuntivo. Neste são sempre encontrados em pequenos números e sua vida neste tecido costuma ser curta (cerca de 12 h). São constantemente substituídos por novos neutrófilos vindos da circulação. Sinais químicos podem estimular sua saída dos vasos e provocar seu acúmulo em locais específicos do tecido conjuntivo onde estejam ocorrendo processos inflamatórios. Da mesma forma, sua produção na medula pode aumentar muito devido a sinais químicos. Os neutrófilos são células fagocitárias e costumam ser o primeiro grupo de células chamado em caso de infecções, principalmente bacterianas. 
Os neutrófilos formados na medula hematopoiética passam por várias etapas durante o seu desenvolvimento a partir de células precursoras. Em uma das últimas etapas aparece a chamada forma em bastonete, na qual o núcleo, anteriormente esférico, passa a exibir uma forma semelhante à de uma letra C. A maioria das células neste estágio continua seu desenvolvimento e um dos fatos mais notáveis desta última etapa é o aparecimento de lóbulos nucleares, isto é, o material nuclear que antes estava sob forma de uma letra C passa a se dividir em duas ou mais porções que são unidas por delgados filamentos. Cada um destes fragmentos é um lóbulo nuclear. As células com esta forma são denominadas segmentados e é a forma predominante no sangue circulante em condições normais. Formas em bastonete também costumam existir no sangue circulante normal em pequeno número. 
Leucócitos polimorfonucleares e mononucleares 
Outros leucócitos também sofrem lobulação de seus núcleos durante sua formação na medula hematopoiética. São os eosinófilos e os basófilos. Estas células, juntamente com os neutrófilos, constituem o grupo dos leucócitos polimorfonucleares. Esta denominação deriva da variabilidade do número de lóbulos nucleares nestas células, que pode ser de dois (geralmente nos eosinófilos e basófilos) ou de três ou mais nos neutrófilos.
Os núcleos de um outro grupo de leucócitos não sofrem lobulação durante sua formação na medula, permanecendo esféricos ou adquirindo uma pequena reentrância. Este grupo constitui os leucócitos mononucleares e dele fazem parte os linfócitos, que são o segundo tipo de célula mais numeroso no sangue, e os monócitos. 
Infiltrado inflamatório
 O tecido conjuntivo é a principal sede de reações inflamatórias no organismo. Além das células residentes há normalmente neste tecido várias células transientes provenientes do sangue e que saem dos vasos sanguíneos para o tecido conjuntivo. A quantidade de células transientes aumenta muito quando há uma inflamação local. Neste caso, sinais químicos emitidos por microorganismos mortos e por células locais, principalmente macrófagos, atraem leucócitos para esta região. Uma grande quantidade de leucócitos acumulada em um local de resposta inflamatória recebe o nome de infiltrado inflamatório. 
Os tipos de células presentes em um infiltrado inflamatório variam bastante, dependendo principalmente de:
o agente que inicialmente provocou esta reação. A população celular pode ser muito diferente se a reação for uma resposta a uma bactéria, um protozoário ou um agente físico (por exemplo uma irradiação de calor, isto é, uma queimadura). 
o momento em que a reação inflamatória estiver sendo observada. Por exemplo, após uma infecção bacteriana há inicialmente uma resposta imediata, aguda, que consiste principalmente de neutrófilos e talvez eosinófilos. Em uma fase mais tardia, aparecem muitos linfócitos e plasmócitos, além de macrófagos. Mais adiante ainda podem persistir somente estas últimas células sem a presença de neutrófilos e eosinófilos
A imagem mostra um tecido conjuntivo situado abaixo de um epitélio estratificado pavimentoso. Observe que neste tecido conjuntivo há um grande acúmulo de células que em aumento maior se verifica serem leucócitos. É um acúmulo anormal -não esperado- e localizado de leucócitos denominado infiltrado inflamatório. Os infiltrados inflamatórios são muito didáticos para se observar as células transientes do tecido conjuntivo, que serão vistas nas próximas páginas desta série.
	
	Aumento: pequeno. 
	Coloração: H&
	
Neutrófilo
 
Os neutrófilos, juntamente com os macrófagos, são as principais células fagocitárias do organismo. Nas fases iniciais de uma inflamação bacteriana eles chegam em grande número pela corrente sanguínea. São células pequenas cujos citoplasmas são pouco corados. Na fase de neutrófilo bastonete seu núcleo tem a forma de uma letra C. No sangue e em um infiltrado inflamatório recente, porém, predominam os neutrófilos segmentados cuja principal característica é a lobulação do núcleo. Na figura há vários neutrófilos segmentados. Seus núcleos são destacados ao colocar o cursor sobre a imagem. Repare no tamanho relativamente pequeno da célula e na lobulação dos núcleos. Procure um dos neutrófilos destacados que tem pelo menos quatro lóbulos nucleares.
Neutrófilo
 O infiltrado inflamatório presente na figura contém uma grande população de células, tornando mais difícil o diagnóstico individual

Outros materiais