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Artigo - Sociedade do Simulacro e do Espetáculo

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8154 
 
 
A CULTURA DO SIMULACRO NA SOCIEDADE DO ESPETÁCULO E OS 
NOVOS MECANISMOS DE SIMULAÇÃO ESPETACULAR* 
CULTURE OF SIMULACRO SOCIETY OF SPECTACLE AND NEW 
MECHANISMS OF SIMULATION SPECTACULAR 
 
Azor El Achkar 
RESUMO 
O homem sempre buscou formar de representar uma falsa imagem. O sistema capitalista 
aliena e produz simulação e espetáculo. O simulacro tornou-se cultura, onde simular e 
dissimular são as regras do jogo. O hiperreal é onde está a verdade, cujo princípio 
encontra-se cenificado. A mídia é o veículo para efetivação do simulacro. A sociedade 
espetacular prefere a imagem a coisa real, a cópia ao original. O espetáculo é propagado 
pela publicidade induzindo o consumo. A mercadoria domina o espetáculo e o reproduz. 
A televisão sempre foi o principal meio de produção do simulacro. A revolução 
produzida pela internet criou outros meios de simulação, sendo o Second Life um dos 
principais. No fim, tudo é representação. O ser humano não vive mais, não compartilha 
mais, encarcerado no mundo da ilusão e alienação. 
PALAVRAS-CHAVES: CULTURA DO SIMULACRO, SOCIEDADE DO 
ESPETÁCULO, SECOND LIFE. 
ABSTRACT 
Man has always sought ways to represent a false image. The capitalist system alienates 
and produces simulation and spectacle. The simulation has become culture, which 
simulate and disguise are the rules of the game. The hyperreal is where the truth lies, 
whose principle is cenificado. The media is the vehicle for realization of the 
simulacrum. The spectacular society prefers the image to the real thing, a copy of the 
original. The show is propagated by advertising inducing consumption. The commodity 
dominates the show and the play. Television has always been the main means of 
production of the simulacrum. The Internet revolution has created other means of 
simulation, and the Second Life one of the main. In the end, everything is represented. 
The human being is no longer living, does not share more, shut up in the world of 
illusion and alienation. 
KEYWORDS: CULTURE OF SIMULATION, SOCIETY OF THE SPECTACLE, 
SECOND LIFE. 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
* Trabalho publicado nos Anais do XVIII Congresso Nacional do CONPEDI, realizado em São Paulo – 
SP nos dias 04, 05, 06 e 07 de novembro de 2009. 
8155 
 
Desde há muito tempo o homem busca modos de ser o que não é. Não é de hoje que os 
meios para simular situações, objetos, personagens e outras formas de passar uma falsa 
impressão da realidade existem nos mais diferentes meios, classes sociais e contextos. É 
só lembrar-se do teatro grego e o subterfúgio das máscaras, dos textos assinados por 
pseudônimos ou anônimos. 
Com a evolução dos tempos, o teatro permaneceu vigorante, fazendo e levando essa 
imagem distorcida da realidade. Outros elementos foram incorporados como a música, 
as poesias, as fantasias, os bailes de máscara, as guerras, enfim, um crescente de eventos 
e acontecimentos todos relacionados com a criação de novas imagens, novos 
personagens, causando falsas e delirantes impressões. 
Entretanto, todos esses fatos relacionados com a vinculação de imagens e falsas 
aparências que aconteceram antes da revolução industrial eram de certa forma, 
inocentes, sem a intenção de persuadir ou alienar. Antes da revolução industrial não se 
estava submetido ao sistema capitalista de produção de bens, o que tornava a criação e 
simulação de aparências e imagens bem menos preocupante que nos dias atuais. 
Eram simulações numa sociedade menos interessada a com a acumulação de capital e 
mais preocupada em disputas de poder político, disputas amorosas e disputas 
territoriais. A falsa idéia da realidade se desenvolvia em moldes temporários, às vezes 
em querelas entre reinos e outras ligadas ao poder soberano do rei diante de seus 
súditos. Não havia a televisão nem a tecnologia digital, não havia ainda a procura da 
fuga total e permanente da realidade, nem a confusão entre o que era real e o que era 
simulado. 
A revolução industrial inaugura uma nova fase da civilização humana. Não mais os 
homens fazem os trabalhos, mas as máquinas tomam seu lugar e a produção em massa e 
em série toma forma e corpo, num caminho sem volta. Ao longo de mais de 250 anos 
esse processo de substituição não teve fim. Além disso, esse novo processo de produção 
de bens e mercadorias se tornou a única razão de ser da humanidade. A meta é produzir 
em grande quantidade e em larga escala, de modo que todo o mundo venha a se tornar 
consumidor e tudo seja transformado em mercadoria. 
O século XX foi por demais significativo para esta nova (ir) realidade. 
Comprovadamente o sistema funcionou e funciona muito bem. Quase todos agora têm 
acesso as mercadorias, que são produzidas em diversas cores, tamanhos, modelos, 
formas, valores e gostos. A produção, contudo, está centralizada em sociedades de 
poder oligárquico hegemônico monopolista e na mão de poucas famílias e 
conglomerados econômicos. E foi justamente neste século que as teorias contestatórias, 
críticas e analíticas deste sistema começaram a ser formuladas. 
O tema deste ensaio é comparar, apontar e atualizar com exemplos duas das principais 
correntes contestatórias das conseqüências trazidas pelo modelo capitalista de produção: 
a produção do simulacro e a instituição da sociedade espetacular. Fazendo esse 
retrospecto histórico percebe-se que na comparação com o passado a realidade atual 
tornou-se não realidade, ou ainda passou a não existir mais. Atualmente é difícil 
distinguir o que seja verdade, o que efetivamente existe daquilo que é puro simulacro, 
falsidade ou enganação. 
8156 
 
Em que pese esta situação crítica, que configura mesmo uma crise, dia após dia ela se 
ampliada, com mais mecanismos e possibilidades de fuga da realidade, de criação do 
simulacro e fortalecimento da sociedade onde o espetáculo é a tradução no normal, do 
legal, do ético e do correto. 
 
2. A CULTURA DO SIMULACRO 
 
Neste sistema comandado pelo capital há uma forte tendência no encaminhamento dos 
padrões a um sistema de modelo estanque e estático que indiretamente é absorvido sem 
percepção nem contestação. Como uma mancha que cobre a todos, este padrão poucas 
vezes torna-se compreensível, sendo apenas por algumas exceções compreendido. 
Uma das visões paralela do status quo, e a que interessa, revela uma sociedade 
submetida ao jugo da falsa noção da realidade. Como um escravo cego que não percebe 
sua submissão a um estado de dependência, as pessoas já não têm mais o referencial de 
nenhum assunto, de nenhum tema. 
Todas as verdades pronunciadas carecem da essencialidade do mais fundamental 
princípio da veiculação de informações: a base de certeza e verificabilidade. Todas as 
noções e entendimentos do mundo fático vem impregnada de uma áurea de incertezas, 
relativismos e simulacros. 
Não há um só espaço de existência social onde haja a garantia de encontrar algo 
profundo, de conhecimento sólido, sem intenções ilusórias ou falsas expectativas. Os 
ambientes estão infestados de idéias privadas, favorecimentos indignos e ganhos 
estratosféricos. Motivos humanos para hábitos humanos voltados contra os humanos. 
Mas com reflexos na obra completa. 
A tradução sociológica e filosófica deste pensamento tem como principal representante 
o inquietante Jean Baudrillard. Suas idéias extrapolaram a noção material dos objetos e 
situações e transferem para um outro patamar os limites da compreensão deste universo 
de existência humana. 
Suas concepções alertam da existência de uma dimensão hiperreal da realidade. 
Primeiro acontece a liquidação de todas os possíveis modelos de referencia. Em seguida 
o real é superado por uma falsa idéia deste real, representada por signos. E por fim, uma 
operação de dissuasão transfigura o processo em duas realidades, operando 
simultaneamente,mas sobrepostas. 
O processo de dissuasão opera como uma máquina. Realiza sua missão diuturnamente, 
sem descanso nem férias. Seu trabalho é reprodutivo, multiplicado em todas as 
situações; é programática, pois disposta para todos os interesses; é impecável, por fazer 
o serviço sem deixar pistas nem evidências, oferecendo ao final, os signos do real. 
A dissuasão acaba por operar em duas lógicas: (a) dissimular, ao fingir não existir o que 
na verdade existe; (b) simular, ao fingir existir o que não existe. São estes os meios de 
8157 
 
funcionamento da dissuasão atual. Por este modo e nesta altura o questionamento deve 
ser geral: onde está o verdadeiro e o que é falso, onde está o real e o que é imaginário? 
O real foi extinto, perdendo de vez a chance de se produzir. Seus vestígios sobreviveram 
inseridos em um deserto, o deserto do real, num ambiente inóspito e inabitado. O 
simulacro vem preceder a nova dimensão. O simulacro encontra no hiperreal seu vasto e 
concreto campo de atuação. Desprovido de origem e de realidade, toma a forma da 
verdade e apropria-se de seus elementos de constituição. Destrona o princípio da 
verdade. 
A manifestação vem em forma de imagem, de um signo. Simulacros de imagens estão 
dispostos em todos os lados, substituindo a realidade. Signos que absorvem e remetem a 
profundidade de um sentido. Modificando-se este signo, modifica-se também o sentido, 
podendo operar por simples desejo do sistema. Neste sentido, a representação não 
consegue absorver a simulação, pois esta envolve todo o edifício da representação, 
tomando-o como um simulacro. 
Os signos até tornarem-se simulacros seguem a seguinte seqüência: (1) iniciam ao 
transmitirem um reflexo da realidade; (2) mascaram e desnaturalizam uma realidade que 
se faz profunda; (3) em seguida, eles mascaram a ausência desta realidade profunda; (4) 
o novo signo já não tem nada a ver com nenhum tipo de realidade envolvida; (5) e por 
fim, passa a ser seu próprio simulacro. 
Por toda parte vive-se num universo extremamente parecido com o mundo original. As 
coisas, todavia, aparecem dobradas por sua própria cenificação. Opera-se, assim, a 
ocultação da realidade, expurgada ao deserto do real, onde esta já não é mais realidade, 
derrocada junto com o princípio da verdade. 
Assim sendo, a operatividade dos signos realiza o milagre do engano visual, que 
ressurge sobre todo o mundo real circulante, revelando-nos que a realidade nada mais é 
que um mundo hierarquicamente cenificado. Objetiva-se de acordo com as regras de 
profundidade. Neste momento constata-se que a realidade é um princípio cuja 
observância se regula toda a pintura, a escultura, a arquitetura. Mas mesmo sendo um 
princípio, é ainda um simulacro que buscar por fim a supersimulação experimental do 
engano visual. 
Diversos escândalos são apenas expressões de dissimulação. Muitas vezes são tramas 
feitas pelo próprio sistema aos seus adversários. As simulações consistem em criar fatos 
com o fim de polemizar questões e regenerar situações escondidas ou ocultar verdades 
comprometedoras. Revela-se verdadeira negatividade operativa, onde nesses cenários de 
dissuasão busca-se restaurar um princípio moribundo mediante um escândalo, um 
especismo ou uma morte simulada. 
Nesta seara surge o princípio da realidade política. Segundo Baudrillard, a lógica da 
simulação é diferente da lógica dos fatos. A simulação se caracteriza por uma 
precedência do modelo sobre o mais mínimo dos fatos. Os fatos não têm sua própria 
trajetória, mas na interseção dos modelos apenas um fato pode ser absorvido por todos 
os modelos de uma vez. 
8158 
 
Esta confusão do fato com o modelo é que dá lugar a todas as interpretações possíveis, 
inclusive as mais contraditórias, onde sua verdade consiste em intercambiar-se. A 
imagem é semelhante aos modelos de que procedem, num ciclo generalizável 
interminável. 
Todos os poderes e instituições falam de si mesmas por negação, tentando escapar da 
agonia real. O poder busca cenificar a sua própria morte para recuperar algum sinal de 
existência e legitimidade. 
A produção dos valores e mercadorias já há muito tempo carecem de sentido próprio, 
pois a sociedade, ao continuar produzindo e super produzindo, somente busca 
ressuscitar o real que lhe escapa ao deserto. Por isso, esta produção material se converte 
em hiperreal. O trabalho se transformou numa necessidade. O seu cenário se monta para 
ocultar que o real do trabalho, a produção, desapareceu. Assim sendo, o trabalho segue 
apenas para ocultar que não há trabalho. 
Neste contesto a informação passa a corresponder a um simulacro de espaços e 
perspectivas que vem a julgar o projeto do real. Os veículos do mass media representam 
uma espécie de código genético que conduz a mutação do real em hiperreal. A televisão, 
por sua vez, ao penetrar em nossos lares, nos observa, nos informa e nos manipula. 
São, no fim das contas, pseudoacontecimentos. Guerras, crises do petróleo, da energia, 
de fato, nunca chegaram mesmo a existir, ou mesmo que tivessem um fundo real, 
configuram-se sempre como peripécias artificiais, truques históricos, catástrofes e crises 
destinadas a manter pela hipnose um cerco histórico. 
A questão passa em provar o real com o imaginário, a verdade com o escândalo, a lei 
com a transgressão, o trabalho com a greve, o sistema com a crise, o capital com a 
revolução. No momento em que tudo se transforma no seu termo contrário para 
sobreviver a sua forma expurgada, a simulação inicia uma implosão de sentidos. Por 
fim, somos todos cúmplices e o mass media também em manter a ilusão da 
possibilidade de certos fatos, da realidade de opções de uma finalidade histórica, da 
objetividade dos fatos: cúmplices em tentar salvar o princípio da realidade. 
 
3. A SOCIEDADE DO ESPETÁCULO 
 
Durante a década de sessenta do século passado levantes revolucionários se formaram 
por toda a Europa, mas principalmente na França. Constituídos por operários e 
impregnados pelos ideais marxista, estes coletivos acreditavam na luta revolucionária 
como alternativa ao fim da submissão ao sistema vigente. Um destes grupos extremistas 
era a Internacional Situciacionista. 
Foi em auxílio a este grupo, buscando fortalecê-los com um conhecimento teórico para 
fins práticos, que Guy Debord inspirou e destinou a teoria do espetáculo. Seguindo as 
mesmas idéias promulgadas por Marx, a contestação deveria ser revolucionária para 
8159 
 
exterminar a sociedade moderna, mediante a revolta das classes para uma sociedade 
sem classes. 
Contemporâneo a Baudrillard, fiel ao seu raciocínio e fonte inspiradora, Debord inicia 
dizendo que em nosso tempo, há uma preferência da imagem a coisa real, da cópia ao 
original, da representação a realidade, da aparência ao ser. 
Tudo parece ser um grande espetáculo, ou seja, uma relação social entre pessoas 
mediadas por imagens. A sua manifestação está: (a) na própria sociedade; (b) numa 
parte da sociedade, que concentra todo o olhar e toda a consciência, onde o espetáculo é 
o instrumento da unificação, pelo fato de estar separado. É o lugar do olhar iludido e da 
falsa consciência. 
A manifestação espetacular da sociedade é o projeto e resultado do modo de produção 
existente. Nas sociedades onde reinam as modernas condições de produção, a vida se 
apresenta como uma imensa acumulação de espetáculos, onde tudo que era vivido 
diretamente torna-se representação. O espetáculo torna-se o modelo atual da vida 
dominante na sociedade, sendo propagado por meio da informação, da propaganda e da 
publicidade, induzindo o consumo de divertimento. 
O sistema produziu a separação do mundo, que restou cindido em realidade e em 
imagem. A inversão do real pelo espetáculo constitui-se em um produto, no momento 
em que a realidade surge no espetáculo e o espetáculo é real, onde esta alienaçãorecíproca é a essência e a base da sociedade existente. O espetáculo torna-se a afirmação 
da aparência e de toda a vida humana como simples aparência. 
As transformações realizadas pelo sistema econômico de produção primeiramente 
deslocaram a essencialidade do ser para o ter. Na fase atual, o ter foi substituído pelo 
parecer, de modo que o ter deve extrair seu prestígio imediato e função última. As 
realidades individuais tornaram-se sociais, dependente de suas forças. Assim, o sistema 
somente permite aparecer aquilo que ele não é. No fim, quando o mundo real se 
transforma em imagem, estas se tornam seres reais. 
O espetáculo passa a ser o discurso ininterrupto que a ordem atual faz a respeito de si 
mesma, onde os meios de comunicação mass media representam a manifestação 
superficial mais esmagadora do espetáculo. 
A perda da unidade do mundo levou ao surgimento do espetáculo. O trabalho e a 
produção são o espetáculo, onde o modo de ser é a abstração. E nesta fábula de 
representação, o espectador, quanto mais contempla menos vive, quanto mais aceita 
reconhecer-se nas imagens dominantes da necessidade, menos compreende sua própria 
existência e desejos. O processo gera alienação, pois o espetáculo é a sua fabricação 
concreta. 
O mundo que o espetáculo mostra e faz mostrar é o mundo da mercadoria dominando 
tudo o que é vivido. No sistema de capital de produção a mercadoria tornou-se a força 
que ocupa a vida social. A mercadoria desde então, ocupou todos os espaços, pois tudo 
foi transformado nela. O dinheiro tornou-se o equivalente geral abstrato de todas as 
mercadorias. E é na sociedade do espetáculo que a mercadoria contempla a si mesma no 
mundo que ela ajudou a criar. 
8160 
 
O tempo foi transformado em uma mercadoria consumível. O tempo é agora 
pseudocíclico, pois modificado pela indústria. É o verdadeiro tempo espetacular. É tanto 
o tempo de consumo das imagens, como imagem do consumo do tempo. O tempo do 
consumo de imagens corresponde ao meio de ligação de todas as mercadorias, é o 
campo inseparável em que os instrumentos do espetáculo são executados. Já a imagem 
social do consumo do tempo é exclusivamente dominada pelos momentos de lazer e 
férias, momentos representados a distância e desejáveis por definição como toda 
mercadoria espetacular, onde no final, o espetáculo é a falsa consciência do tempo. 
A produção capitalista transformou também o espaço. Na sociedade espetacular, o 
espaço foi unificado, formando um processo extensivo e intensivo de banalização. O 
espaço deve ser livre para o fluir da mercadoria. O turismo reflete bem este quadro, pois 
como subproduto da circulação de mercadorias, a circulação humana resume-se 
fundamentalmente no lazer de ir ver o que se tornou banal. 
A mercadoria incorporou a cultura como mais um de seus produtos na sociedade do 
espetáculo. Sendo a esfera geral do conhecimento e das representações do vivido, a 
cultura ganha independência e inicia um movimento imperialista de enriquecimento, 
levando ao declínio de sua liberdade e autonomia. A cultura tornou-se a mercadoria 
vedete na sociedade espetacular. 
O espetáculo é ideologia por excelência, pois expõe e manifesta em sua plenitude a 
essência de todo o sistema ideológico: o empobrecimento, a sujeição, a negação da vida 
real. O espetáculo é a expressão da separação e do afastamento entre o homem e o 
homem. O espetáculo conserva e impõe ao mesmo tempo no pseudoconcreto de seu 
universo, os caracteres ideológicos do materialismo – que concebe o mundo como 
representação – e do idealismo – por meio da mediação técnica de signos e sinais, que 
materializam um material abstrato. 
O espetáculo vem representar o apagamento dos limites do eu e do mundo pelo 
esmagamento do eu que a presença – ausência do mundo assedia. É também a supressão 
dos limites do verdadeiro e do falso pelo recalcamento de toda verdade vivida, diante da 
presença real da falsidade garantida pela organização da aparência. 
 
4. NOVOS SISTEMAS DE FUGA DA REALIDADE 
 
O mundo restou virtualizado. Cada vez mais as relações deixam de ser pessoais e 
passam a ser estabelecidas numa outra dimensão, onde o contato físico é substituído 
pela tecla e tela do computador pessoal. O início dessa revolução foi com o advento da 
televisão, que trancafiou as pessoas na sua frente e as algemou ao controle remoto. As 
pessoas perderam diversos hábitos de relacionamento, como encontros para discussão 
de temas polêmicos, reuniões familiares e agrupamentos de amigos. 
A verdade legítima passou a ser aquela divulgado pela telinha, as discussões agora são 
as relações que acontecem na novela, o modelo a ser seguido é o propalado pelos atores, 
8161 
 
os gostos são os ditados pelos programas de auditórios e as informações são apenas as 
divulgadas nos telejornais. Tudo que se encontra fora da televisão não está no mundo. 
Mas a televisão viu surgir, na década de noventa do século passado, um concorrente a 
altura e de peso. A propagação da rede mundial de computadores, internet, fez aparecer 
um novo tipo de escravo alienado, aquele que passa o dia em frente a um personal 
computer. A comunicação via redes interligadas como uma teia roubou diversos clientes 
da televisão e operou de modo mais eficiente ainda, criando simulacros e 
espetacularizando com mais intensidade a vida. 
A rede internet trouxe outros tipos de fuga da realidade. Prolifera-se a manifestação de 
informações falsas, errôneas, confusas, alarmistas e mentirosas. Atingindo um número 
incontável de pessoas, a veiculação de notícias via web precisa constantemente ser 
confirmada por outros sítios eletrônicos. São histórias que já viraram verdadeiras lendas 
na internet. É a difusão de falsos vírus, de acontecimentos que não existiram, de pessoas 
que não morreram. O sítio Quatro Cantos tem um portal dedicado exclusivamente a 
desvendar este tipo de informação e alertar o usuário. 
O novo espaço cibernético tende a inscrever na sua estrutura virtual o espaço da vida, 
abrangendo todos os locais, como o espaço da visão e das paixões. A tendência é a 
fusão das máquinas com as paixões, por meio da imagem, mostrando que a resposta 
passa pela divisão, pela desagregação, pelos pequenos vincos que se possa fazer nessa 
superfície extensa e ligada do ciberespaço. Um novo tipo de realidade virtual apareceu 
em 1999. Um verdadeiro mundo virtual foi criado, vendendo-se a possibilidade de 
poder ser quem se quiser ser. 
É mais uma possibilidade de as pessoas comuns exporem a sua intimidade, mesmo que 
falsa. A vida real foi totalmente transportada para uma vida imaginária, totalmente 
virtual, idealizada como a verdadeira vida física nunca poderia proporcionar. É um 
processo de esquecimento do ser, consistindo num veículo que produz uma experiência 
irreal, mas efetivamente vivida pelos indivíduos como certa, num ambiente onde no seu 
interior a existência passa a ser cotidianamente construída, desconstruída e reconstruída. 
Este novo universo ganhou o nome de Second Life. Não se trata da exteriorização de 
uma interioridade, uma vez que, tendo se constituído, decide se expor. Mas antes, é uma 
subjetividade que se constitui no ato de se fazer visível ao outro, como exterioridade. É 
a subversão do sentido de intimidade e exterioridade. Neste ambiente, a intimidade se 
volta para fora, num movimento de conquista de um olhar alheio que lhe proporcione a 
visibilidade requerida para a sua constituição e sentido, quando neste momento a 
intimidade passa a constituir uma matéria artificialmente assistida e produzida na 
presença explícita do olhar do outro. 
Um mundo que imita integralmente a vida. Assim pode ser definido o Second Life. 
Inclusive esta “nova” Terra sofre com problemas de governança, onde seu 
administrador já foi chamado de ditador benevolente. Composto por regras próprias, 
este jogo em forma de produçãode uma nova sociedade tem atraído todas as atividades 
desenvolvidas no mundo de verdade. Existe uma moeda de troca, chamado de Linden 
Dollars. Hoje este espaço virtual universalizado possui mais de dois milhões de 
residentes. Tem movimentado diariamente mais de US$ 1.000.000,00. Neste mundo é 
8162 
 
possível adquirir bens. Inclusive já fez sua primeira milionária, Anshe Chung, um dos 
avatares do Second Life. 
É a nova sensação do momento. Nesta comunidade virtual a vida é reproduzida 
fielmente, além de serem criadas situações surrealistas, fictícias ou que já estejam 
prevendo como será o futuro. Formado por gráfico incrementados, o Second Life, parece 
um jogo tridimensional, mas “lá dentro” é possível conversar e interagir com outras 
pessoas é possível freqüentar bares, fazer compras em lojas, visitar parques e conhecer 
outros lugares criados exclusivamente para este mundo virtual. 
Para “nascer” neste universo virtual paralelo, é preciso configurar seu avatar, que pode 
assumir um personagem homem ou mulher, com todas as suas características que serão 
desenhadas pelo usuário. A interação é bem realista, bastando se aproximar de um outro 
avatar e digitar algumas palavras para iniciar uma conversa. É possível ainda gritar, 
gesticular, manter bate papos reservados e trocar cartões pessoais. 
Neste mundo as atividades e eventos variam enormemente, como no mundo real. 
Existem listas de festas e encontros realizados diariamente, pode-se ir a uma boate ou a 
um bar, pode-se fazer um encontro de pára-quedistas, que fazem fila para saltar de um 
avião simulado, ou ainda desfrutar fantasias eróticas, quando uma casa noturna realiza 
um concurso de topless, oferecendo premio em dinheiro, inclusive. 
Outras finalidades são previstas por esta nova plataforma de comunicação. Mesmo 
sendo administrado por uma empresa privada, o mundo criado em Second Life também 
tem sido visado para formulação de pesquisa acadêmica e políticas públicas urbanas. 
Um centro de pesquisa ligado a uma Faculdade de Direito criou um ciberespaço 
chamado de Ilha da Democracia. Seu objetivo é estimular os avatares a personalizar a 
área com suas sugestões e criatividade. Os mentores do projeto vão guardando todas as 
idéias numa base de dados, e deste modo pretendem analisar formas de autogovernança, 
lançamento de novos produtos, pesquisas de opinião, entre outras. Um dos maiores 
receios, entretanto, será a dificuldade em avaliar se o Second Life poderá realmente se 
tornar fonte de pesquisa, principalmente devido ao desvio de comportamento gerado 
pelas identidades virtuais, que estão em habitats onde tudo pode acontecer. 
Outra possibilidade criada pelo programa é a prática do turismo. Por estar 
constantemente sendo construído pelos próprios usuários, há nesta comunidade virtual 
lugares curiosos, exóticos e surpreendentes para se explorar. É possível encontrar ilhas 
paradisíacas, chalés nas montanhas, cassinos e shopping centers. Para prática do turismo 
pode-se comprar ou alugar aeronaves e embarcar em excursões pré-programadas com 
destino a alguns pontos turísticos interessantes. Independente desta opção, todos podem 
voar e se teletransportar por conta própria. 
Quem parece estar mais interessado em freqüentar este mundo virtual é o mercado. Já 
são diversas as empresas que compraram espaços imóveis e utilizam este ambiente para 
as mais diversas finalidades. A Adidas criou uma loja exclusivamente para lançamento 
de seu novo tênis. Sua estratégia é permitir que os avatares dêem enormes saltos virtuais 
e comprem uma versão do tênis feita de bits. A Nissan promoveu campanha de seu 
novo veículo, o Sentra, por meio da aquisição de uma ilha. Contratou programadores e 
criou um circuito virtual, elaborou carros digitais onde os avatares pudessem dirigir, 
além de painéis e outras ações promocionais, encorajando visitantes a sua ilha. A MTV 
8163 
 
lançou o Virtual Laguna Beach, onde fãs de seus programas podem passear pelos sets 
virtuais. Reebok, Nike, Amazon e American Apparel montaram lojas para vender 
versões digitais e reais de seus produtos. 
A IBM parece ser a empresa mais interada ao ambiente virtual Second Life. Prevendo 
um investimento de US$ 10 milhões em 12 meses, seu objetivo é reforçar a presença lá 
dentro. O primeiro passo é ampliar os laços institucionais. Recentemente a empresa 
promoveu um encontro nesta simulação do mundo real com a participação de 7 mil 
funcionários. A IBM tem usado o habitat para treinamento e simulações. Sua meta 
comercial é desenvolver uma intranet 3D privada, para discussão de informações de 
negócios e fortalecer o chamado v-businnes, ou virtual businnes, inclusive já tendo 
realizado encontros com vinte dos seus maiores clientes. 
 
5. VIVENDO O SIMULACRO NO ESPETÁCULO 
 
A contemporaneidade dos ensinamentos de Guy Debord e Jean Baudrillard 
impressionam. Apontando características daquela sociedade indicaram os 
acontecimentos que estavam por acontecer. O advento de universos virtuais completa 
agora dez anos de existência, fidedignamente reproduzindo e criando novas 
possibilidades de existência social. O primeiro protótipo de um universo virtual paralelo 
apareceu em 1999, chamado Active Worlds. Ainda persiste, mas o Second Life apareceu 
como a grande sensação deste século. 
Em que pese os veículos analisados pelos autores para comprovar suas teorias, como a 
televisão, a medicina, a mercadoria, as guerras, a corrida espacial, o trabalho, a 
globalização, a religião, a ciência, os escândalos políticos, o mass media e a 
publicidade, este novo universo veio desbancar todos estes e reafirmar o poder de suas 
idéias. 
Se a proposta e as intenções da Linden Lab realmente se confirmarem, todos serão 
obrigados a despir a sua verdadeira identidade e assumir avatares. O mundo real será 
efetivamente o mundo virtual, onde será possível ser quem se quiser, fazer o que se 
desejar e simular o que a criatividade permitir. Não haverá limites. Não haverá mais no 
que acreditar ou confiar. Tudo será representação ou simulação, não de algo real, pois 
este deixará de existir, mas de algo que a nossa capacidade considerar e desejar como 
real. 
Simulação e dissimulação se imbricarão e no fundo perderão sentido, pois não havendo 
realidade, não haverá o que fingir não ter o que se tem ou fingir ter o que não se tem, 
visto que tudo pode se ter. Neste ambiente, muito mais que ter, o importante é parecer. 
Como os avatares assumem as feições mais esdrúxulas possíveis, a imagem torna-se a 
principal referência e revela toda a pseudopersonalidade deste ser simulado. 
Seguindo fielmente a transformação da realidade em hiperrealidade proposta por 
Baudrillard, a comunidade virtual já operou automaticamente o processo de dissuasão, 
transfigurando os estados em duas realidades, neste caso, simulacro de realidade. A 
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materialidade perde totalmente o sentido e finalidade, sendo radicalmente substituída 
por signos sem referência, visto que esta se perdeu antes mesmo do processo de 
construção da hiperrealidade. 
O princípio da verdade, que já havia sido destronado, agora é apagado, enterrado e 
velado. O deserto do real some completamente, sem deixar vestígios ou rastros. A 
cenificação é sucedida pelo duplo operativo de todas as coisas, onde no ambiente virtual 
a reprodução é muito mais intensa, muito menos real e muito mais simulada. Não há 
porque haver confusão. A cópia não é mais da realidade, mas sim a própria imagem 
dissuadida. 
Percebe-se que Debord estava certo ao afirmar que em nosso tempo há uma preferência 
da imagem a coisa real, da representação a realidade, da aparência ao ser. O universo de 
mundo virtual cria um novo tipo de relação social, congregando vários usuários no 
ciberespaço. A necessidade de comunhão e interação comunitária do ser humano 
permanece, entretanto o ser físico foi trocadopor uma imagem, um signo, um avatar. 
Neste contexto não há mais separação entre realidade e imagem. Tudo agora é imagem. 
Tudo agora é espetáculo. Tudo agora é simulacro. 
O espetáculo finalmente ganhou seu palco efetivo e verdadeiro. O Second Life é o 
espetáculo vivo, onde as realidades individuais são permitidas justamente por aparecer 
aquilo que não são. As imagens são seres reais, interagindo profunda e realisticamente, 
como um simulacro de intenções e desejos. A fábula da representação ocupa o lugar que 
antes pertencia ao real, tornando a abstração o modo de ser. O ser humano, preterido a 
sua imagem, não vive mais, não compartilha mais, encarcerado no mundo da ilusão e 
alienação. 
A mercadoria assume de vez a sua missão de ordenadora do mundo espetacular. A 
imagem produzida vira uma mercadoria. Tudo que está no novo mundo virtual é 
mercadoria. Tudo pode ser vendido, trocado, alugado. Todos os espaços são ocupados 
pela mercadoria, que tudo regula e tudo padroniza. E na sua missão, nos ilude separando 
e afastando o homem do homem. Apaga os limites do eu e do mundo, onde o virtual 
agora é o real garantido pela organização da aparência. 
 
6. FINALMENTES 
 
No mundo invertido, a verdade é um movimento do que é falso. O espetáculo é a 
principal produção da sociedade atual. Com a internet, esta produção foi potencializada. 
Esta recente ferramenta de comunicação e interação está revolucionando o mundo. 
Entretanto, suas estruturas permanecem fragilizadas e monopolizadas. A rede mundial 
de computadores é governada por uma empresa privada norte americana, a Icann, que 
tem um acordo com o governo local. 
Em recente discussão junto a Organização das Nações Unidas, países emergentes como 
Brasil, Índia e China reivindicaram a transferência da gestão da rede para um organismo 
supra nacional, composto por representantes de diversos países e empresas. O órgão 
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ligado a ONU responsável pelo tema, a União Internacional de Telecomunicações 
praticamente ignorou a demanda e postergou qualquer decisão para outra oportunidade. 
O Second Life tende a transformar o mundo virtual no local de vivência dos seres 
humanos no futuro. Representando a ponta de um gigante iceberg, a tecnologia de 
simulação virtual de situações reais pode vir a se tornar num dos eventos mais 
importantes para a internet e para a sociedade. Por não apresentar limites do que possa 
ser criado e construído, essa plataforma virtual gera expectativas positivas e negativas. 
Ao mesmo tempo que amplia as possibilidade de comunicação, interação, aplicação da 
criatividade, reproduz com maestria e perfeição a sociedade espetacular mediada por 
signos e imagens. Os usuários são mercadorias mergulhados nos mais diversos 
produtos, a procura das mais diversas sensações. Afastando-nos da realidade, produz a 
sua própria realidade espetacular. 
O conjunto dos conhecimentos que continua a se desenvolver atualmente como 
pensamento do espetáculo deve justificar uma sociedade sem justificativas e constituir-
se em ciência geral da falsa consciência. 
É a existência social que determina a consciência social dos homens e não o contrário. 
Não há como dominar a consciência dos povos enquanto mais e mais são arrastados 
pela exploração. Em outro turno, a consciência social atua sobre a vida social que a 
engendrou e ao enfrentar condições sociais adversas, as opiniões, idéias e teorias 
revolucionárias surgem produzidas e sistematizadas por milhões de homens. Por não 
serem espontâneas, mas organizadas, as idéias podem se transformar em ação, força, 
tradição e poder. 
Desmantelar sucessivamente os mecanismos da sociedade do espetáculo que unificam a 
circulação das mercadorias em torno das imagens que dominam os mundos virtuais é 
algo por si valioso como contraposição à alienação contemporânea. 
É evidente que nenhuma idéia pode levar além do espetáculo existente, mas apenas 
além das idéias existentes sobre o espetáculo. Para destruir a sociedade do espetáculo, é 
preciso que os homens ponham em ação uma força prática. Para tanto, necessário se faz 
uma auto-emancipação. É preciso emancipar-se das bases materiais da verdade 
invertida. É preciso instaurar o princípio da verdade no mundo. 
REFERÊNCIAS 
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DEBORD, op. cit. p. 166. 
MIRANDA, op. cit. 
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