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artigo Crimes de falsidade

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O PRINCÍPIO DA LESIVIDADE COMO REQUISITO À INTERVENÇÃO PUNITIVA POR CRIME DE FALSIDADE
*Elisângela Vieites de Freitas NA 32010001451
Curso Direito – 8ª Fase
Sumário: 
1.Introdução. 2.O Bem Jurídico Tutelado 3. Princípio da lesividade ou ofensividade – 4. Conceito de crime de Falsidade. 4.1 Diferenças entre falsidade material e falsidade ideológica. 5. Conclusão.
Palavras chave: Bem Juridíco – Princípio da Lesividade – Crimes de falsidade material e ideológica.
The present article is of great importance in the context of the Brazilian Criminal Law, it brings the discussion of real lesivity so that, certain conducts is considered a crime, and obtain State intervention to guarantee its protection. In this context, we sought to deepen the concept of the protected legal good, in what way the society through the legislator typified it and the concept brought by the doctrinators. After the premise, we began to study the principle of lesivity or offensiveness, reflecting on the injury of others, the aggression suffered for its typification, the doctrinal and jurisprudential position.
Introdução
O presente artigo é de suma importância no contexto do direito Penal Brasileiro, ele traz a discussão da real lesividade para que, determinada conduta seja considerado crime, e obter a intervenção Estatal para garantir à sua proteção. Neste contexto, se buscou aprofundar o conceito do bem jurídico tutelado, de que forma a sociedade através do legislador a tipificou e o conceito trazido pelos doutrinadores. 
Após essa premissa, se passou a estudar o princípio da lesividade ou ofensividade, refletindo sobre o prejuízo alheio, a agressão sofrida para sua tipificação, a posição doutrinária e jurisprudencial. 
O bem Jurídico Tutelado
Cada sociedade, a partir de sua organização e senso comum, tem um determinado conjunto de valores, crenças, hábitos de acordo com a sua cultura. No decorrer do tempo, com a transformação da sociedade esses valores tiverem que ser tutelados pelo Estado, para evitar conflitos e pudesse almejar uma sociedade livre e justa. Assim, o bem jurídico, nada mais é que um dos fundamentos tutelados pelo nosso estado democrático de direito. 
No direito penal, esses valores são aqueles em que a sociedade elegeu como de fundamental importância, imprescindível de proteção da jurisdição do Estado, através do Poder judiciário. Por serem fundamentais, os bens jurídicos servem de base material para a tipificação de tipos penais. Exemplos: direito à vida, à liberdade, à propriedade, etc.
De acordo com Toledo (1994, p. 15) 
“Bem em um sentido mais amplo, é tudo aquilo que nos apresenta como digno, útil, necessário valioso [...] Os bens são, pois, coisas reais, ou objeto ideal dotado de” valor “, isto é, coisas materiais e objetos imateriais que além de ser o que são, valem“.
Corrobora, com essa valorização, no sentido que a sociedade possui bens jurídicos que devem ser protegidos, cuidados com muito rigor, que não podem estar à mercê da sorte, pois devem ser tratados como um bem precioso, pela importância que tem na sociedade. Assim, os bens jurídicos, nos ensinamentos de Teles, vão além (2004 p. 46): 
“são bens jurídicos a vida, a liberdade a propriedade, o casamento, a família, a honra, a saúde, enfim, todos os valores importantes para a sociedade” e ainda “bens jurídicos são valores éticos sociais que o Direito seleciona, com o objetivo de assegurar a paz social, e coloca sob a sua proteção para que não sejam expostos a perigo de ataque ou a lesões efetivas.”(TOLEDO, 1994, p. 16).
E, Segundo a visão de Zaffaroni (2002, p. 462) “Bem Jurídico penalmente tutelado é a relação de disponibilidade de um indivíduo com um objeto, protegido pelo Estado, que revela seu interesse mediante a tipificação penal de condutas que o afetam”.
Na visão dos três autores os bens jurídicos são “valores ético-sociais” que através do desenvolvimento da sociedade, foram selecionados para que o Estado os defenda. Ou seja, o bem jurídico pode ser coisa material ou imaterial, por exemplo, a vida, onde o objetivo é que o bem jurídico não sejam expostos aos perigos, ou lesão, mas sim garantir, através da norma reguladora a paz social. 
Na norma, o bem jurídico se baseia de acordo Constituição Federal e com a sua evolução histórica, aliás, todos os ramos do direito, a exemplo do Direito Penal, tendem a ser estudados não só à luz da Constituição, mas também de normas que prescrevem os direitos e garantias fundamentais. 
E, pelo Direito Penal, que adequa o ato praticado pelo agente, a um tipo criminal previsto no Código Penal Brasileiro. Assim sendo, o bem jurídico (objeto da proteção penal) que foi lesionado ou sofreu ameaça de lesão do condutor (sujeito autor do crime) precisará da intervenção do Estado de direito para puni-lo, de acordo com o dispositivo legal.
O Princípio da Lesividade ou ofensividade.
 Esse princípio vem com o objetivo de limitar o poder Estatal, diz que não pode ser incriminada a conduta que não atingiu o bem jurídico, em outras palavras, se não houver lesividade a terceiros o fato não pode ser punível. Esse princípio vem resguardado na interpretação do art. 5°, XXXIX Cf/88: 
“não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”.
E, no art. 13 do CP: “O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem o qual o resultado não teria ocorrido”.
 De outro modo, o princípio da lesividade ou ofensividade (nullum crimen sine iniuria) define que somente terá efeitos quando através de uma conduta, causar lesão à outra, ou seja, a criminalidade se configura quando provoca lesão ou perigo ao bem jurídico tutelado. 
A mesma opinião é compartilhada por Prado (2004, p. 147) quando afirma que:
 “[. . .] não há delito sem que haja lesão ou perigo de lesão (princípio da Lesividade e da Ofensividade) a um bem jurídico determinado. Sob essa perspectiva, a tutela penal só é legítima quando socialmente necessária (princípio da necessidade), imprescindível para assegurar as condições de vida, o desenvolvimento e a paz social, tendo em conta os ditames superiores da dignidade e da liberdade da pessoa humana”.
Podemos dizer que o princípio da lesividade, ensina que quando a conduta do agente entrar no contexto de interesse de outra pessoa deverá ser considerada crime, enquanto os efeitos forem de ordem pessoal, não haverá punição. 
A autolesão, a lesão corporal autorizada à terceiro e a tentativa de suicídio, por serem de sua própria integridade física e de sua vontade, não constitui crime por este instituto, desde que não prejudique terceiros, o exemplo na doutrina é quando autolesão tem interesse de fraudar a seguradora, neste caso a conduta é típica, ilícita e culpável, portanto encontram-se os elementos do crime. 
Enquadram-se também, nesse princípio, os crimes impossíveis, na qual não são puníveis, tendo em vista que o meio escolhido ou o objeto, pela qual o agente conduziu, não é capaz de ferir ou lesar um terceiro.
Na doutrina. Zaffaroni e Batista entendem:
“O princípio da lesividade, segundo o qual nenhum direito pode legitimar punitiva quando não medeie, pelo menos, um conflito jurídico, entendido como a afetação de um bem jurídico total ou parcialmente alheio, individual ou coletivo”.(ZAFFARONI e BATISTA, 2003, p. 226 ).
Além da destinação legislativa, que não pode criar tipos penais para criminalizar atos inofensivos, destinam-se principalmente os magistrados, que devem observar se houve lesão concreta do bem jurídico, pois o perigo concreto não constitui crime, assim como o crime impossível. Mas, essa questão é controversa, pois parcela da doutrina questiona a constitucionalidade dos delitos de perigo abstrato (ou presumido), casos em que da conduta o legislador presume, de forma absoluta, o perigo para o bem jurídico.
Já os Tribunais Superiores, para quem a criação de crimes de perigo abstrato não representa,por si só, comportamento inconstitucional por parte do legislador penal, no seu entendimento o legislador possui discricionariedade, inclusive de antecipar a tutela penal, nesses casos.
Na tentativa de chegar ao meio termo, na máxima Welzel, considerado o pai do Princípio Penal Constitucional da Adequação Social, que no seu entendimento, entende que para ser considerado crime, é necessária a presença de três elementos: a ação humana deve ser típica, antijurídica e culpável. Assim, consagrou-se na doutrina brasileira a Teoria Finalista, assim se excluem as condutas consideradas adequadas e aceitas pela sociedade. Restando ao aplicador do direito, que analise o caso concreto com equidade, sem que cause insegurança jurídica.
4. Conceito de crime de Falsidade. 
São os crimes contra a Fé Pública (bem jurídico tutelado), essas condutas ilícitas estão previstas no código penal, nos arts. 289ss são exemplos de crimes de falsificações mais comuns, a moeda falsa, falsidade de títulos e outros papéis públicos, a falsidade documental públicos ou particulares, a falsidade ideológica, etc...
Para configurar crime de falsificação deve haver o dolo (sabe e quer o resultado), e alteração ou imitação da coisa verdadeira, pode ser uma moeda, uma cártula, um cheque, um documento pessoal, etc... os crimes são contra o estado, pois não uma vítima específica. No livro “Falsidade Documental”, Sylvio do Amaral, descreve os três requisitos aceitos pelos doutrinadores para reconhecer o crimen de falsi, que são: imitação da verdade, potencialidade de dano e dolo. 
4.1 Diferenças entre falsidade material e falsidade ideológica.
 O crime de falsidade material modificar, alterar documento verdadeiro. Ou seja, quando o agente faz uma falsificação no todo ou em parte do documento verdadeiro, independentemente se os dados inseridos são verdadeiros ou não.
Enquanto no crime de falsidade ideológica, o falsificador vai modificar a verdade sobre os dados presentes no documento, seja por informação que deveria constar, inserindo declaração diversa da que deveria ser escrita. Ou seja, o documento é verdadeiro mais os dados foram omitidos ou alterados sobre o fato juridicamente relevante.
Rogério Greco, distinguindo os crimes de falsidade:
 “fala-se em falsidade ideológica (ou intelectual), que é modalidade do falsum documental, quando a genuinidade formal do documento não corresponde a sua veracidade intrínseca. O documento é genuíno ou materialmente verdadeiro (isto é, emana realmente da pessoa que nele figura como seu autor ou signatário), mas o seu conteúdo intelectual não exprime a verdade. Enquanto a falsidade material afeta a autenticidade ou inalterabilidade do documento na sua forma extrínseca e conteúdo intrínseco, a falsidade ideológica afeta-o tão somente na sua ideação, no pensamento que as suas letras encerram” (2011, p.282).
Em outras palavras, a falsidade material, altera o aspecto formal do documento, construindo um novo, alterando o verdadeiro, já a falsidade ideológica altera o conteúdo parcial ou não, ficando inalterado o seu aspecto formal.
Mirabete ensina que: 
“... enquanto na falsidade material o crime é apurado pelo exame do escrito para se verificar se houve contrafação ou alteração, na ideológica somente pode ser constatado pela verificação dos fatos a que se refere o documento” (2010, p.212).
Do uso do documento público falso pelo agente que falsifica
Há uma discussão acerca do agente que falsifica o documento público com o escopo de usá-lo, e de fato o faz. Alguns doutrinadores defendem que o crime cometido haverá concursos de crimes, mas outros não, como o caso de Rogério Greco que entende, nesse caso, não haverá concurso de crimes, à medida que “o crime-meio (falsificação de documento público) deverá ser absorvido pelo crime-fim (uso de documento falso)”.
Da Falsificação grosseira.
Para a posição majoritária da doutrina brasileira, a falsificação grosseira de documento público afasta a configuração do delito em estudo, pois não há de se falar em perigo à fé pública, haja vista que não haveria perigo de iludir quaisquer pessoas.
Das Fotocópias não autenticadas.
A doutrina, em sua maioria, entende que as fotocópias não autenticadas não se caracterizam como documento público, ou seja, não há de se falar da infração penal in casu.
Da Falsidade ideológica pelo uso do cartão de crédito
Caracterizada a falsidade grosseira do cartão de crédito ou débito, poderá haver o crime de estelionato. Porém se a falsificação não tenha como o agente ativo sacar valores ou causar dano ao objeto jurídico, o crime será impossível por ineficácia absoluta do meio.
Para fins do disposto na lei, equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou débito.
São vários os casos concretos de falsidade, descritos acima, alguns casos específicos, porém a título de exemplificação, podemos utilizar os próprios artigos que tipificam os crimes contra a fé pública que estão assim definidas a partir do Título X, Capítulo I, art. 289 Da moeda falsa ao Capítulo V, art. 311-A Das fraudes em Certames de Interesse Público.
Conclusão.
Podemos concluir que, no caso concreto, os operadores do direito deverão observar nos crimes contra a administração Pública frente a analise casuística da ofensividade do ato, verificar a lesão que a ação violou para agir com proporcionalidade, e senso de justiça. Ou seja, fazer uma ponderação da valorização no caso, de forma a verificar se a atitude causou prejuízo à coletividade. 
Sendo assim, é importante a observação do princípio da Lesividade ou Ofensividade como norteador, e requisito para aplicação do regramento positivado pelo legislador, buscando maior eficiência, celeridade e equidade do ato praticado em detrimento a lesividade do bem jurídico violado. 
Referências
BITENCOURT, César Roberto. Manual de direito penal – Parte geral. 5. ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999.
PRADO, Luiz Regis. Curso de direito penal brasileiro – Parte geral. Vol. 1. 3. ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002. 
TELES, Ney Moura. Direito penal: parte geral. V. 4. São Paulo: Atual, 2004.
TOLEDO, Francisco de Assis.Princípios básicos de direito penal. Saraiva: São Paulo, 1994.
TOLEDO, Francisco de Assis. Princípios básicos de direito penal. 5. ed., São Paulo: Saraiva, 1999. 
http://www.blogladodireito.com.br
www.libertas.edu.br/revistajuridica/downloadpdf.php?r=revistajuridica2/34
https://lauracsmendes.jusbrasil.com.br/.../breve-analise-dos-crimes-contra-a-fe-publica
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/5982/Analise-teorica-dos-crimes-de-falso

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