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slides (1)O Romantismo

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Literatura Brasileira 
Teleaula 2
Profa. Me. Gisele Thiel Della Cruz
Organização da Teleaula
� O Romantismo brasileiro 
e a nacionalidade
� A lírica romântica
� O projeto de José de Alencar
� Outros autores românticos
Contextualização
O Romantismo
� Eventos históricos para a 
consolidação do sistema 
literário: a vinda da família 
real portuguesa para o Brasil 
(1808) e a Independência 
do Brasil (1822)
� Os acordos de 1810 e a 
elevação a Reino Unido a 
Portugal e Algarves (1815) 
� Melhorias com D. João –
tipografia e biblioteca
� Sentimento nacionalista 
– Independência
� Consciência nacional
� Desejo de traçar uma 
tradição literária
� Revista Niterói – influência 
de Denis e Garret
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� Marco inicial do Romantismo 
no Brasil: a publicação 
do livro Suspiros poéticos 
e saudades (1836), de 
Gonçalves de Magalhães 
� O indianismo –
exemplo característico 
do programa estético
� Sentimento nacionalista –
figura do indígena
� O indígena foi retomado por 
autores como Gonçalves Dias, 
Gonçalves de Magalhães, José 
de Alencar e Teixeira e Sousa 
� Mito do herói nacional e 
de um passado lendário
� O indianismo foi uma forma 
compensatória de encontrar 
um correspondente aos temas 
lendários e cavalheirescos da 
literatura romântica europeia
Conceitualização
A Primeira Geração
� A primeira geração 
romântica constituiu-se 
em torno da figura de 
Gonçalves de Magalhães
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� Destacam-se, na poesia, 
além do próprio Magalhães, 
Manuel Araújo 
� Porto Alegre e Gonçalves Dias 
� Na prosa, Teixeira e Sousa e 
Joaquim Manuel de Macedo; 
no teatro, Martins Pena
� Crítica ao modelo 
épico (antiquado) de 
Confederação do tamoios
� Do ponto de vista estético 
o momento mais alto ficou 
para Gonçalves Dias
� Reconhecimento de seus 
contemporâneos
� A obra de Gonçalves Dias, 
em linhas gerais, concilia 
o rigor formal, derivado 
da tradição neoclássica, e 
o sentimentalismo, marca 
central da estética romântica 
� Poema “I-Juca Pirama”
� Organizado em dez partes
� Conta a história de um 
jovem guerreiro tupi 
que cai prisioneiro da 
tribo dos Timbiras
No meio das tabas de amenos verdores,
Cercadas de troncos – cobertos de flores,
Alteiam-se os tetos d’altiva nação;
São muitos seus filhos, nos ânimos fortes,
Temíveis na guerra, que em densas coortes
Assombram das matas a imensa extensão.
São rudos, severos, sedentos de glória,
Já prélios incitam, já cantam vitória,
Já meigos atendem à voz do cantor:
São todos Timbiras, guerreiros valentes!
Seu nome lá voa na boca das gentes,
Condão de prodígios, de glória e terror! 
(Dias, 1952, p. 130)
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Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi.
Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci;
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi. 
(Dias, 1952, p. 131)
� Os dois primeiros romancistas 
brasileiros são Teixeira e Sousa 
e Joaquim Manuel de Macedo 
� O primeiro publicou, em 1843, O 
filho do pescador, e o segundo, 
em 1844, A moreninha, um dos 
romances mais famosos do 
romantismo brasileiro
A Segunda Geração 
� 1850 – surgiu um segundo 
grupo de poetas românticos 
no Brasil, Álvares de Azevedo, 
Laurindo Rebelo, Aureliano Lessa 
e Bernardo Guimarães – SP
� Junqueira Freire e Casimiro 
de Abreu
� Modo de vida byroniano
� O sentimentalismo difuso, 
em tom melancólico, 
timidamente presente
� Dilaceramento do sentimento
� Diferente de Casimiro de 
Abreu – belo doce e meigo
Oh! que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
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Como são belos os dias
Do despontar da existência!
– Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é – lago sereno,
O céu – um manto azulado,
O mundo – um sonho dourado,
A vida – um hino d’amor!
(Abreu, 1952, p. 368-369)
� Álvares de Azevedo é 
certamente a figura central da 
segunda geração romântica
� Ele forjou uma obra e uma 
persona literária que podem 
ser tomadas como paradigmas 
dessa segunda geração
� Para Candido, por volta de 
1850 o romance brasileiro 
se torna robusto
� O primeiro é autor do célebre 
romance Memórias de um 
sargento de milícias (1852-
53). Trata-se de um romance 
de costumes cuja ação se 
passa no tempo de D. João VI
� A grande contribuição 
desse romance de 
costumes está na aposta 
de ficcionalizar o mundo 
popular do Rio de Janeiro
A Terceira Geração
� Contexto convulsionado 
dos anos de 1860 e 1870
� Crise da monarquia 
brasileira (1870)
• Escravatura
• Republicanismo
� Guerra do Paraguai 
(1864-1870)
� Tema literário –
questões políticas 
candentes na época
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� Castro Alves e Fagundes 
Varela
� Em plano mais modesto, 
estão Tobias Barreto, Luís 
Guimarães Jr, Sousândrade 
e Machado de Assis
� Castro Alves – o maior 
nome da última geração 
de poetas românticos 
� O principal traço estilístico 
de sua obra é a eloquência 
verbal de sua poesia
� Castro Alves alimenta-se 
da tendência difusa em 
apostar no verbo literário, 
avizinhando-se daquela 
“visão transfiguradora”
’Stamos em pleno mar
Era um sonho dantesco... o tombadilho, 
Que das luzernas avermelha o brilho, 
Em sangue a se banhar. 
Tinir de ferros... estalar do açoite...
Legiões de homens negros como a noite, 
Horrendos a dançar... 
Negras mulheres, suspendendo às tetas 
Magras crianças, cujas bocas pretas 
Rega o sangue das mães: 
Outras, moças... mas nuas, espantadas, 
No turbilhão de espectros arrastadas, 
Em ânsia e mágoa vãs.
E ri-se a orquestra, irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente 
Faz doudas espirais...
Se o velho arqueja... se no chão resvala, 
Ouvem-se gritos... o chicote estala. 
E voam mais e mais... 
Presa dos elos de uma só cadeia, 
A multidão faminta cambaleia 
E chora e dança ali
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Um de raiva delira, outro enlouquece... 
Outro, que de martírios embrutece, 
Cantando, geme e ri!
No entanto o capitão manda a manobra 
E após, fitando o céu que se desdobra 
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros: 
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros! 
Fazei-os mais dançar!...
� Franklin Távora – crítica 
aos romances de Alencar: 
Iracema e O Gaúcho
� Oposição ao romance 
europeizante
� Identidade brasileira 
estaria no norte
� Construção do regionalismo
� O cabeleira
� Visconde de Taunay
� Inocência – plasticidade e 
equilíbrio – descrição do espaço 
interiorano já no 1º capítulo –
mundo rural, convenção 
romântica, comédia de erros
Aplicação Prática
José de Alencar
� Figura central do romance 
do Oitocentos brasileiro
� Consolida o romance brasileiro 
como principal gênero literário 
do século XIX
� Frentes: romance histórico, 
urbano, regionalista e indianista
Suas principais obras são: 
� Romances Urbanos: Cinco 
minutos (1856); A viuvinha 
(1857); Lucíola (1862); Diva 
(1864); A pata da gazela 
(1870); Sonhos d’ouro 
(1872); Senhora (1875); 
Encarnação (1877)
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� Romances Indianistas: 
O guarani (1857); Iracema 
(1865); Ubirajara (1874)
� Romances Históricos: 
As minas do prata (1873); 
Alfarrábios (1873); A guerra 
dos mascates (1873)
� Romances Regionalistas: 
O gaúcho (1870); O tronco 
do Ipê (1871); Til (1877) Iracema (1881), de José Maria de Medeiros.
� Alencar também se 
dedicou à poesia épica, ao 
teatro e à crítica literária
� Alencar – Consolidação 
do romance no Brasil
� Técnicas romanescas 
se firmam: trama mais 
urdida,personagens mais 
complexas, narrador mais 
sutil e matiza a ação 
em vários níveis
� Aprofundamento psicológico 
dos personagens
� E a galeria de personagens com 
complexidade psicológica é vasta: 
Aurélia, em Senhora, se debate 
entre a vingança e o amor; em O 
gaúcho, Manuel Canho desenvolve 
relações perturbantes com animais 
e pessoas; Paulo oscila entre 
desejo e nojo por Lúcia em Lucíola
� É com José de Alencar, 
portanto, que o 
romance brasileiro 
se complexifica
9
Uma brisa ligeira, ainda impregnada 
das evaporações das águas, 
refrescava a atmosfera. Os lábios 
aspiravam com delícias o sabor 
desses puros bafejos, que lavavam 
os pulmões fatigados de uma 
respiração árida e miasmática. 
Os olhos se recreavam na festa 
campestre e matutina da natureza 
fluminense, da qual as belezas de 
todos os climas são convivas. 
Subia a passo curto e repousado a 
ladeira de Santa Teresa, calculando 
a hora de minha chegada pelo despertar 
de Lúcia; o meu pensamento porém 
abria as asas, e precedendo-me, ia saudar 
a minha doce e terna amiga.
Síntese
Pontos-chave
� A consolidação do sistema 
proposto por Candido
� As três gerações românticas
� A produção de Macedo 
e Taunay
� Manuel Antônio de 
Almeida – Memórias de 
um sargento de milícias
� O projeto de José 
de Alencar
� Machado de Assis

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