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Análise alelopática de extratos de sementes de mamona

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Analise alelopática de extratos de sementes da mamona (Ricinus communis) sobre a germinação da couve (Brassica oleracea)
OLIVEIRA, Amanda S.1; ALVES, Mylena F. 1; DINIZ, Matheus. 1; BARCELOS, Gabriel F. 1; FRAGIORGE, Edson J. 1 
1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – campus Uberlândia (amanda-design@hotmail.com, mylenafalves@gmail.com, matheusdiniz1@gmail.com, barcelos_gabrielif@hotmail.com; edsonjose@iftm.edu.br)
VII SEMANA DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
“Sustentabilidade e Segurança Alimentar”
De 27 a 30 de agosto de 2018
 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
1. Introdução
 
As substancias metabólicas produzidas pelas plantas responsáveis pelas interações bioquímicas, são chamados de aleloquímicos e influenciam em todo desenvolvimento metabólico das plantas. Molisch (1937), define alelopatia como um mecanismo entre as espécies de plantas, que podem ocorrer em diferentes formas entre espécies distintas.
Fatores como temperatura, pluviosidade, iluminação, o estágio fenológico e o órgão da planta influenciam na concentração dos aleloquimicos nos tecidos [1]. A alelopatia atua no ecossistema nas interações entre as comunidades bióticas, ocasionando efeitos nocivos em algumas plantas que podem inibir as atividades metabólicas em outras espécies. Este mecanismo de defesa foi desenvolvido ao longo da evolução da espécie podem ser liberados no ambiente através dos processos fisiológicos e ecológicos, como: volatilização, decomposição, exsudação e a lixiviação. Atualmente discute-se muito a utilização de agroquímicos para o controle de plantas invasoras, e as pesquisas com alelopatia contribuem como alternativas de controle ou de conservação da vegetação natural [2], [3], [4] e [5].
A Ricinus communis L., conhecida como mamona, mamoneira, carrapateiro ou bojueira-ricino, pertence a Família Euphorbiaceae. Possui características que as classificam como arbusto perene de textura sublenhosa, ramificada, totalmente glaba, de 2-4 m de altura. Possui caule branco-ceroso e fistuloso. Folhas alternas, membranáceas, palmatilobadas, de 15-45 cm de comprimento e sua reprodução é realizada pela dispersão de suas sementes. [6];
A mamona é uma planta cultivada para fins de extração de óleo de suas sementes para inúmeras finalidades industriais, como: na fabricação de tintas, isolantes cosméticos, corantes e produtos farmacêuticos. Com o subproduto da extração do óleo, tem- se um resíduo solido, chamado de torta de mamona utilizado como adubo orgânico. Podem ainda serem utilizadas como planta ornamental.
Suas sementes contem substancias toxicas e alergênicas e sua ingestão causa problemas graves, até a morte de pessoas e animais. Seus compostos tóxicos são pouco solúveis em óleos, de modo que após a extração do óleo de mamona ficam retidos no resíduo solido. 
Plantas de mamona são infestantes em diversas culturas, especialmente em áreas onde a mamona foi anteriormente cultivada [7]
A 
Objetivou-se neste trabalho avaliar as propriedades alopáticas dos frutos da mamoneira, quando aplicadas em diferentes dosagens na germinação de sementes de couve. 
2. Material e Métodos 
O experimento foi realizado no Instituto Federal do Triangulo mineiro- Campus Uberlândia, Lat. 8° 55′ 8′′ S, Long. 48° 16′ 37′′ W, onde foi utilizado os Laboratórios de Solos e Microbiologia para o desenvolvimento do experimento.
A coleta do material que originou o extrato, foi realizada no instituto. Houve uma classificação visual onde material danificados foram eliminados.
Foi utilizado um liquidificador industrial para o processamento do extrato, as sementes da mamona foram trituradas separadamente com a adição de agua. O armazenamento do extrato se deu em uma geladeira em um período de 48 horas em frascos ambares. Após esse período o material foi pergolado em funil de vidro e algodão hidrófilo em uma proveta.
O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizados (DIC), com 5 tratamentos e 4 repetições, totalizando 20 parcelas, contendo 50 sementes de couve em cada. A partir do filtrado bruto (200,0 g L-1) foram feitas diluições seriadas e em paralelo um controle positivo (testemunha), figura 1. Demais tratamentos, (T2) 40 g L-1, figura 2, (T3) 80 g L-1; (T4) 120 g L-1 e (T5) 200 g L-1 (extrato sem diluição), figuras 2,3,4 e 5 respectivamente.
Foram colocadas em placas de Petri, revestidas com papel germinativo embebecidos pelo extrato em diferentes concentrações e mantidas em temperatura ambiente, protegidas no laboratório, por um período de 7 dias. 
 Para analise dos extratos, foram realizados diferentes testes com o objetivo de obter a discrição física e físico-química dos materiais. 
Foram consideradas germinadas, as sementes que apresentaram 2 mm de protrusão de raiz, após o sétimo dia [5].
Os resultados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% com auxílio do software R.
O preparo dos extratos, desenvolvimento do experimento e delineamento estatístico foram realizados de forma similar tanto na pesquisa do potencial alelopático dos frutos de mamona. 
Resultados
A caracterização física e físico-química do extrato e os valores dos parâmetros analisados foram expressos em média e desvio padrão, conforme a Tabela 1.
	Tabela 1. Valores médios obtidos das análises físicas e físico-químicas dos frutos de mamona (Ricinus communis) que foram utilizados na elaboração do extrato aquoso. Uberlândia-MG, 2018.
	Análises físicas e físico-químicas
	Média
	Desvio Padrão
	°Brix (Sólidos Solúveis Totais) (SST)
	1,00
	±0,1
	pH
	4,72
	±0,2
	Densidade (g mL-1) a 20,0 °C
	1,08
	±0,1
	Acidez titulável em 110 mL
	15,17
	±0,2
	Temperatura (T°C)
	23,80
	±0,1
	L*
	11,18
	±0,3
	a*
	- 0,13
	±0,2
	b*
	11,59
	±0,1
	Chroma
	134,46
	±0,8
	°h
	- 0,40
	±0,1
	Resultados expressos como média ± desvio padrão.
Notas: L* – luminosidade e °h – ângulo Hue (tonalidade).
Figura 1. Tratamento 1, onde foi aplicado água (testemunha).
Figura 2. Tratamento 2, onde foi aplicado 40 g L-1 de extrato aquoso do fruto de Ricinus communis
Figura 3. Tratamento 3, onde foi aplicado 80 g L-1 de extrato aquoso do fruto de Ricinus communis.
 
Figura 4. Tratamento 4, onde foi aplicado 120 g L-1 de extrato aquoso do fruto de Ricinus communis.
Figura 5. Tratamento 5, onde foi aplicado 200 g L-1 de extrato aquoso do fruto de Ricinus communis.
As análises de variância comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5%, foram expressas em média e desvio padrão, conforme a Tabela 3.
	Tabela 3. Análise de variância, dos extratos aquosos dos frutos de mamona (Ricinus communis), aplicados em sementes de couve (Brassica oleracea spp.)
	Tratamentos 
	Médias 
	Grupo
	I
	7,25
	C
	II
	12,5
	b
	III
	16,25
	b
	IV
	16,25
	b
	V
	42,75
	a
.
4. Conclusões
Nas condições em que se realizou este trabalho, os extratos aquosos das dos frutos de mamona demostraram potencial de inibição na germinação de couve para a dose de 200 g L-1, sendo que a para as doses menores o houve efeito de inibição de germinação porem com medias inferiores. 
5. Referências
[1]DELACHIAVE, M.H.A.P.; ONO, E.O.; RODRIGUES, J.D. Efeitos alelopáticos de grama-seda (Cynodon dactylon (L.) Pers.) na germinação de sementes de pepino, milho, feijão e tomate. Revista Brasileira de Sementes, Londrina v. 21, p.194-197, 1999.
[2] SMITH, A.E. & Martin, D.L. 1994. Allelopathic characteristics of three cool-season grass in the forage ecosystems. Agronomy Journal 8(2): 243-246. Disponivel em: https://pubag.nal.usda.gov/catalog/1462367. Acesso em 29 de julho de 2018.
[3] MACIAS, F.A; Varela, R.M.; Torres, A.; Oliva, R.M. & Molinillo, J.M.G. 1998. Bioactive norsesquiterpenes from Helianthus annuus with potential allelopathic activity. Phytochemistry 48(4): 631-636. Disponível em https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0031942297009953.Acessoem 29 de julho de 2018.
[4] CHOU, C.H. 1999. Roles of allelopathy in plant biodiversity and sustainable agriculture. Critical Reviews in Plant Sciences 18(5): 609-630.  Disponível em https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/07352689991309414. Acesso em 29 de julho de 2018.
[5] OLOFSDOTTER, M. & Mallik, A.U. 2001. Allelopathy symposium. Agronomy Journal 93(1): 1-2. Disponível em: http://dx.doi.org/10.2134/agronj2001.9311 Acesso em 29 de julho de 2018.
[6] LORENZI, H. Manual de identificação e controle de plantas daninhas: plantio direto e convencional. 7. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2014. 379 p. il. 
[7] KISSMANN, K, G. Plantas infestantes e nocivas, 2.ed. Sao Paulo: BASF, 1997-2000
	
[5] RIZZI, Elvia Silvia et al. Allelopathic potential and phytochemistry of cambarazinho (Vochysia Haenkeana (Spreng.) Mart.) leaves in the germination and development of lettuce and tomato. Bioscience Journal, Uberlândia - Minas Gerais, v. 1, n. 32, p.98-107, fev. 2016.

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