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Aula 7: O Brasil no contexto internacional
Durante a década de 1980, a América Latina lutava pelo crescimento econômico e ao mesmo tempo travava o duelo contra altas taxas de inflação.
No Brasil, os anos 80 se inauguram com uma profunda crise, iniciada por pelos menos dois fatores: as rígidas restrições externas, provocadas por dois choques do petróleo (em 1973 e 1979) e o aumento dos juros americanos entre 1979 e 1982. Veja o gráfico do crescimento da dívida externa brasileira durante os governos militares:
A ditadura militar começava a  apresentar brechas para a volta da democracia. Devido à inflação, o governo do presidente Figueiredo negocia com o FMI (Fundo Monetário Internacional) e admite a impossibilidade de pagar a dívida externa. A ajuda vem, e com ela as duras exigências do FMI, como a redução de salários e a diminuição do gasto público. Em outras palavras, o governo aceita frear o crescimento brasileiro.
Esse cenário econômico também foi percebido em outras partes da América Latina.
O Brasil no contexto internacional.
Ao final da década de 1970, o Brasil passava por uma crise econômica, e, não distante da realidade dos demais países da América Latina, enfrentava altos índices de inflação. Para controlar a crise, o governo foi obrigado a tomar medidas de retração da economia para seu posterior ajuste.
A virada política com o final da ditadura promoveu também uma mudança na esfera econômica. Os novos parâmetros da economia mundial e a grande influência norte-americana com que o país teve contato foram primordiais para a estruturação de políticas econômicas voltadas para o neoliberalismo. 
O Estado passou a intervir menos na economia para apenas regulá-la.
Pensando uma nova medida para valorizar a moeda nacional, o cruzeiro, que desde 1979 vinha sofrendo grande desvalorização, cria-se, em 1986, o Plano Cruzado num momento em que a crise parecia estar sendo superada (1985-1986). 
O governo congelou a taxa de câmbio no período de um ano, congelou os preços também por um período de um ano, criou uma espécie de seguro desemprego para os trabalhadores que fossem demitidos sem justa causa ou que ficassem sem empregos devido ao fechamento de empresas. Um ano após sua implementação, a crise volta a se instalar gerando novamente crescimento econômico negativo.
Seguindo o mesmo modelo do Plano Cruzado, surgiram o Plano Bresser (1987) e o Plano de Verão (1989), ambos dotados de medidas semelhantes ao primeiro e que não obtiveram êxito na tentativa de promover o crescimento econômico e a diminuição da inflação.
Porém, no ano de 1989, o crescimento conseguiu ser superior aos dos anos anteriores, mas ainda assim insatisfatório. Em toda a América Latina a década de 1980 ficou conhecida como a década perdida devido a necessidade de recuperação econômica que todo o continebte enfrentou.
O período de abertura política.
No início da década de 1970, no governo Médici, o Brasil acabava de passar por seu “milagre econômico”, em que a taxa de crescimento da economia havia chegado aos 12%, enquanto a inflação aos 18%. Porém, tamanho crescimento havia gerado uma enorme dívida externa, aliada à alta no petróleo, a altas taxas de juros e ao crescimento da inflação.
Em 1974, Ernesto Geisel foi eleito. Percebendo todos os problemas econômicos e o desgaste do regime, ele anuncia uma “distensão lenta, segura e gradual”. A insatisfação da população, mesmo com a forte censura, era notória. Até mesmo dentro das Forças Armadas esse descontentamento era latente, principalmente entre os militares de patentes mais baixas.
Ainda em 1974, a propaganda política é permitida e o partido de oposição, o MDB, ganha a maior parte das cadeiras do senado, a grande parte da câmara dos deputados e a maioria das prefeituras do país. 
Os militares conhecidos como “linha dura” iniciam movimentos clandestinos a fim de não permitir a expansão dessa tendência à abertura política. 
Em 1975, o jornalista Vladmir Herzog é assassinado nas dependências do DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna), em São Paulo.
E em Janeiro de 1976, o operário Manuel Filho é encontrado morto em condições semelhantes.
O grande passo de Geisel para a abertura política foi pôr fim ao AI-5.
O período de abertura política.
Em 1978, Figueiredo, do MDB, foi eleito e, logo ao assumir, em 1979, assinou a Lei de Anistia, permitindo que presos políticos, artistas e demais exilados pudessem voltar ao Brasil. 
Nesse mesmo ano, ele institucionalizou o pluripartidarismo no Brasil e, com isso, os antigos partidos políticos, que haviam caído na ilegalidade durante o regime, voltaram a funcionar.
Com tais medidas também atraiu a fúria dos que não queriam a abertura política, que nesse momento se tornou ainda mais iminente. Em 1981 uma bomba explodiu durante um evento no centro de convenções Rio Centro.
No ano de 1983, a insatisfação com o regime começou a tomar forma a partir da proposta da Emenda Constitucional Dante de Oliveira, e, em 1984, ocorreu o movimento popular conhecido como “Diretas Já”, que se caracterizou por várias manifestações em todo o país clamando por eleições presidenciais diretas. 
A população chega ao comício das Diretas Já, na Av. Presidente Vargas,tendo ao fundo a igreja da Candelária, 10 de agosto de 1984.
Essas manifestações tiveram como principais pontos o Rio de Janeiro e São Paulo, levando às ruas 1 milhão de manifestantes e 1,7 milhões, respectivamente. Porém, as reivindicações não foram atendidas, e as eleições do ano seguinte foram indiretas.
A Constituinte de 1986 e a Constituição de 1988.
Os anseios da população brasileira estavam todos direcionados à redemocratização do país. A abertura política aconteceu e alguns direitos foram devolvidos, porém era necessária a formulação de uma nova Constituição. A carta existente havia sido modificada várias vezes ao longo da Ditadura e não correspondia ao novo ordenamento político do país.
O problema estava em como essa Constituição seria formulada. Ficou decidido que os deputados e senadores acumulariam essa função e seriam os responsáveis pela elaboração da nova carta.
Diversas linhas de pensamento expressavam suas idéias a respeito de como se daria a Assembléia. A corrente progressista defendia que a bancada deveria ser eleita pelo povo, pois assim ela teria maior representatividade, por ter função exclusiva.
Composta por 559 membros, a Assembleia Constituinte foi presidida por Ulysses Guimarães, do PMDB. Era composta, em sua maioria, por membros do Centro Democrático, mais conservador.(PMDB, PFL, PDS e PTB). Isso influenciou diretamente na formulação da nova Constituição, pois garantiu a maioria dos votos em decisões importantes como a extensão na duração do mandato de Sarney (que durou cinco anos), a questão da reforma agrária e o papel das Forças Armadas.
A Constituinte de 1986 e a Constituição de 1988.
No período de formulação da constituição, que durou dezoito meses, a população foi estimulada a participar por meio de grupos que levavam as ideias a assembleia: sindicatos de classe, entidades religiosas e demais seguimentos da sociedade, abaixo-assinados etc.
Dividida em nove títulos, passou a garantir direitos democráticos como:
               
• Direito de voto a analfabetos.
• Voto facultativo aos jovens entre 16 e 18 anos.
• Direitos trabalhistas como: licença maternidade de 120 dias, e paternidade de 5 dias, direito à greve, liberdade sindical, entre outros. 
• O mandato do presidente passou a 4 anos ao invés de 5, e é instituída a possibilidade de segundo turno nas eleições municipais,
   (apenas nas cidades com mais de 200 mil habitantes). 
• O aparelho censório foi desmontado, 
• O divórcio se tornou legal, 
• Criação dos direitos da criança e do adolescente.
• Criminalização do racismo.
• Reconhecimento da cultura indígena, entre outros.

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