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Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 00ª UNIDADE DO JUIZADO ESPECIAL DA CIDADE.
Ação de Indenização por Danos Morais
Proc. nº. 032.1111.222.333-4
Autor: João das Quantas
Ré: Empresa Xista Ltda
					EMPRESA XISTA LTDA, pessoa jurídica de direito privado, estabelecida na Rua Delta, nº. 0000, Centro, Curitiba (PR), com CEP 11222-44, inscrita no CNPJ(MF) sob o nº. 11.222.333/0001-44, vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu patrono que abaixo firma a presente – instrumento procuratório acostado ---, para, com supedâneo no art. 300 e segs. da Legislação Adjetiva Civil c/c art. 30 e 31, ambos da Lei dos Juizados Especiais, ofertar a presente
CONTESTAÇÃO 
C/C 
“PEDIDO CONTRAPOSTO”,
em face de Ação de Indenização por Danos Morais aforada por JOÃO DAS QUANTAS, já qualificado na peça exordial, em razão das justificativas de ordem fática e de direito abaixo estipuladas.
					
1 - SINOPSE DA AÇÃO AJUIZADA
 				A presente querela traz à tona com peça vestibular argumentos que:
( i ) O Autor, no dia 00/11/2222, comprara um livro junto à Ré nominado “Grécia, paraíso antigo”. A compra fora feita por meio do site da Promovida e pago em 3 vezes no cartão de crédito; 
( ii ) segundo relato ainda mencionado na inicial, acertou-se que a encomenda deveria ter chegado em até 10(dez) dias úteis. Contudo, segundo o mesmo, a encomenda só veio chegar depois de 45 (quarenta e cinco dias), isso após vários e insistentes pedidos, por email e por telefone; 
( iii ) estipula, de outro bordo, que esse episódio lhe trouxera angústia, tristeza, afetando sobremaneira seu dia a dia profissional e familiar. É dizer, segundo o Réu isso representa dano moral; 
( iv ) pede, por fim, a procedência dos pedidos com a condenação da Ré ao pagamento de indenização por danos morais do valor equivalente a 20(vinte) salários mínimos. 
2 - REBATE AO QUADRO FÁTICO
CPC, art. 302
	Longe de serem verdadeiros os fatos narrados na peça vestibular. 
	O número de dias de atraso da encomenda, estipulado pelo Autor na peça inaugural, não condiz com a realidade. A Promovida, na verdade, enviara a encomenda no dia 00/22/3333 e essa chegara ao seu destino no dia 22/33/0000, consoante comprovante dos Correios anexo. (doc. 01) É dizer, o transcurso de tempo entre a compra e o recebimento foi de 25(vinte e cinco dias). Atrasada sim, porém longe de ser o número de dias asseverado pelo Autor. 
	Diga-se, mais, ainda contrariando as infundadas observações fáticas estipuladas na petição inicial, que a Promovida desconhece o número de ligações ventiladas na vestibular. O Autor, ainda, sequer trouxe quaisquer indícios de veracidade das ligações realizadas nas datas e horários. Certamente não foram feitas. 
 	Ademais, situa o Autor que fora “profundamente” mal atendido pelo suporte ao cliente. Mais uma inverdade. Perceba que, ao revés disso, a Ré sempre respondera aos emails enviados, conforme prova carreada pelo próprio Promovente. (fls. 17/21)
	Nesse passo, refuta-se o quadro narrativo fático delineado na inaugural. 
3 – MÉRITO 
AUSÊNCIA DE DANO MORAL e NEXO CAUSAL
CC, art. 186 
 					
 				Os elementos dão ensejo à responsabilidade civil, decorrente de ato ilícito, são a conduta ilícita, dano e nexo de causalidade entre a conduta e o dano. Na ausência de um desses, não há o dever de indenizar, como decorre da Legislação Substantiva Civil:
CÓDIGO CIVIL
Art. 186 – Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito, ou causa dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comente ato ilícito. 
				Dessa forma, a responsabilidade civil tem como pressupostos básicos três elementos fundamentais, quais sejam: a culpa, de forma que só fato lesivo intencional ou imputável ao agente por omissão de dever autoriza a reparação; o dano, como lesão provocada ao patrimônio ou à honra da vítima e; o nexo de causalidade entre o dano e o efetivo comportamento censurável do agente. 	
 	Com efeito, a situação fática descrita na inicial de longe representa qualquer forma de dano ao Autor. O simples atraso da entrega da mercadoria, por poucos dias, é incapaz de considerado ato ilícito capaz de ensejar um dano à mora desse. 
 	O instituto da indenização por dano moral não pode ser banalizado ao ponto de levar qualquer inconveniente da vida social aos Tribunais, sob pena de ser judicializada toda a vida social e até a tornar inviável. De outro bordo, é cediço que o descumprimento contratual, como na hipótese tratada, por si só, não dá ensejo à reparação por dano moral. Acrescente-se que não comprovada ofensa efetiva à honra, à moral ou imagem da parte prejudicada, como in casu. Os danos ventilados pelo Autor não passam de conjecturas. 
 	Igualmente a dor moral, decorrente da ofensa aos direitos da personalidade, conquanto subjetiva, deve ser diferenciada do mero aborrecimento. Isso qualquer um está sujeito a suportar. Nesse compasso, o dever de indenizar por dano moral reclama um ato ilícito capaz de imputar um sofrimento físico ou espiritual, impingindo tristezas, preocupações, angústias ou humilhações. É dizer, o abalo moral há de ser de tal monta que adentre na proteção jurídica e, por isso, necessária cabal prova de acontecimento específico e de sua intensidade. 
 	Assim, inexiste qualquer liame de nexo de causalidade a justificar condenação da Ré, sobretudo quando os transtornos levantados pelo Autor não passam de meros aborrecimentos. E esses, bem como quaisquer chateações do dia-a-dia, desavenças ou inadimplemento negocial, são fatos corriqueiros e não podem ensejar indenização por danos morais. Afinal, fazem parte da vida cotidiana, com seus incômodos normais. 
 	Com efeito, para que se possa falar em dano moral, é preciso que a pessoa seja atingida em sua honra, sua reputação, sua personalidade, seu sentimento de dignidade, passe por dor, humilhação, constrangimentos, tenha os seus sentimentos violados. Em nada disso se apoia a peça vestibular. 
	Nesse trilhar, é altamente ilustrativo transcrever os seguintes arestos:
RESPONSABILIDADE CONTRATUAL. PRESSUPOSTOS - DANOS MORAIS. PESSOA JURÍDICA. MEROS ABORRECIMENTOS. IMPROCEDÊNCIA. 
I. São pressupostos para a existência da responsabilidade contratual: a existência prévia de contrato válido, "inexecução do contrato, no todo ou em parte, a ocorrência do ilícito contratual, que se materializa através do inadimplemento ou da mora", "o dano e a relação de causalidade entre este e o inadimplemento". II. Meros aborrecimentos decorrentes de descumprimento contratual, não configuram danos morais. (TJMG; APCV 1.0439.12.015202-0/001; Rel. Des. Mota e Silva; Julg. 12/08/2014; DJEMG 18/08/2014)
APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. RESPONSABILIDADE DO CONSTRUTOR POR DEFEITOS APRESENTADOS EM OBRA. NEGLIGÊNCIA E IMPERÍCIA NA CONSTRUÇÃO DE MURO. DANO MORAL. DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL. MERO ABORRECIMENTO. 
1. Nos termos do art. 12 do CDC, o construtor responde por defeitos apresentados em obra, mormente quando demonstrada sua negligência e imperícia. 2. Meros dissabores e aborrecimentos advindos da celebração de uma relação contratual insatisfatória, por si só, não ensejam dano moral. (TJMG; APCV 1.0155.10.001226-1/002; Rel. Des. Wagner Wilson; Julg. 07/08/2014; DJEMG 18/08/2014)
APELAÇÃO. AÇÃO OBRIGAÇÃO DE FAZER. FINANCIAMENTO DE VEÍCULO. QUITAÇÃO. BAIXA NO GRAVAME. DANOS MORAIS NÃO CONFIGURADOS. MANUTENÇAO DA SENTENÇA. 
O mero transtorno, ainda que de significativa proporção, não pode ser classificado como um legítimo dano moral, sobretudo em uma sociedade tão complexa como a atual, em que inúmeros eventos do cotidiano já são aptos a gerar aborrecimentos de toda ordem, sendo necessária grande prudência para diferenciar aqueles que se enquadram na categoria dos dissabores e os que se enquadram na dos danos morais. (TJMG; APCV 1.0105.13.010212-9/001; Rel. Des. Mota e Silva; Julg. 12/08/2014; DJEMG 18/08/2014)BEM MÓVEL. COMPRA E VENDA DE VEÍCULO USADO. FORNECEDOR NÃO SE DESINCUMBIU DO ÔNUS DA PROVA DA QUALIDADE DO VEÍCULO REVENDIDO. DESISTÊNCIA DA PRODUÇÃO DA PROVA PERICIAL. DANOS MATERIAIS. REPARO E SUBSTITUIÇÃO DE PEÇAS CUJO CUSTO DEVE SER SUPORTADO PELO RÉU. 
Ausência de impugnação específica do orçamento apresentado pelo autor ou de apresentação de novos orçamentos por parte do fornecedor. Abusividade não demonstrada. Manutenção do valor apresentado pelo consumidor. Danos morais não caracterizados. Mero inadimplemento contratual. Situação que não ultrapassou o mero aborrecimento ou dissabor cotidiano. Ausência de lesão a direito da personalidade. Indenização indevida. Impugnação à concessão dos benefícios da Justiça gratuita. Declaração de pobreza. Presunção relativa, que deve prevalecer caso não sejam demonstrados indícios de capacidade financeira dos declarantes. Impugnados que afirmam não possuir recursos para suportar os encargos da lide. Ausência de comprovação em sentido contrário. Recurso do réu parcialmente provido e recurso do autor improvido. (TJSP; APL 9241010-09.2008.8.26.0000; Ac. 6697590; Nuporanga; Trigésima Segunda Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Hamid Bdine; Julg. 25/04/2013; DJESP 18/08/2014)
RESPONSABILIDADE CIVIL. REPARAÇÃO. DANO MORAL. 
Equivocadas remessas de cartas e avisos, pelo demandado e pelo SERASA, visando a cobrança de dívida. Inexistência, contudo, de relação negocial entre as partes. Comprovação de que a negativação do nome do demandante no cadastro de inadimplentes não restou perfectibilizada. Mero aborrecimento que não configura dano moral. Não demonstração, ademais, de que a cobrança revestiu-se de caráter vexatório. Ilícito civil não configurado. Pedido parcialmente procedente na origem. Recurso desprovido. A remessa de cartas, avisos ou outras formas de notificação extrajudicial exigindo o pagamento de dívida inexistente, em que pese causar ao destinatário inegáveis aborrecimentos, não tem o condão, contudo, de caracterizar, por si só, ilícito civil passível de ressarcimento por dano moral, sobretudo se não houver prova de que as informações nelas contidas chegaram ao conhecimento de terceiros, e, também, porque, na hipótese, sequer houve negativação em órgãos restritivos de crédito. (TJSC; AC 2014.031006-9; São José; Quarta Câmara de Direito Civil; Rel. Des. Eládio Torret Rocha; Julg. 07/08/2014; DJSC 15/08/2014; Pág. 181)
	Corroborando com tal entendimento, vejamos o magistério de Flávio Tartuce:
“Inicialmente, tanto doutrina como jurisprudência sinalizam para o fato de que os danos morais suportados por alguém não se confundem com os meros transtornos ou aborrecimentos que a pessoa sofre no dia a dia. Isso sob pena de colocar em descrédito a própria concepção da responsabilidade civil e do dano moral.” (TARTUCE, Flávio. Direito Civil: direito das obrigações e responsabilidade civil. 7ª Ed. São Paulo: Método, 2012, vol. 2., p. 394)
 	Na mesma linha de orientação, professa Sílvio de Salvo Venosa que:
“Não é também qualquer dissabor comezinho da vida que pode acarretar a indenização. Aqui, também é importante o critério objetivo do homem médio, o bonus pater famílias: não se levará em conta o psiquismo do homem excessivamente sensível, que se aborrece com fatos diuturnos da vida, nem o homem de pouca ou nenhuma sensibilidade, capaz de resistir sempre às rudezas do destino. “ (VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: responsabilidade civil. 12ª Ed. São Paulo: Atlas, 2012, vol. 4, p. 46)
 	De toda conveniência também demonstrar que o tema já restou debatido e definido na III Jornada de Direito Civil, do Conselho da Justiça Federal:
Enunciado 159
Art. 186: O dano moral, assim compreendido todo dano extrapatrimonial, não se caracteriza quando há mero aborrecimento inerente a prejuízo material.
 	É de se concluir, destarte, que o fato narrado não teve maiores consequências e não passou de percalço comercial, não sendo apto a causar constrangimento e dor ao Autor. Por via de consequência, improcedente o pedido de indenização sob o enfoque de dano moral. 
4 – O PEDIDO FOMENTA “ENRIQUECIMENTO ILÍCITO” 
				Uma análise superficial da inicial vê-se que o Autor pediu como condenação a quantia correspondente a vinte(20) salários mínimos, a pretexto de recompensar a ocorrência do pretenso dano perpetrado. 
				Não admitidos os fundamentos de defesa, antes citados, sobretudo pela improcedência da ação, ad argumentandum, temos que a condenação pretendida é excessiva. 
				O Direito estatuído constitucionalmente não visa estimular o enriquecimento sem causa.
				Destarte, o pedido indenizatório, no plano do dano moral, peca pela exorbitância de seus valores, o que não condiz, nem de longe, com a realidade jurídica doutrinária e jurisprudencial. Há, aqui, uma pretensão nítida e explícita de enriquecimento sem causa. 
				Com efeito, é ancilar o entendimento jurisprudencial:
RESPONSABILIDADE CONTRATUAL. PRESSUPOSTOS. DÉBITO DE EMPRÉSTIMOS EM CONTA CORRENTE. INSCRIÇÃO INDEVIDA JUNTO AOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO. DANO MORAL. PROVA DO DANO. INEXIGIBILIDADE. VALORAÇÃO DO DANO. CRITÉRIOS. JUROS DE MORA. INÍCIO DE INCIDÊNCIA. 
I. São pressupostos para a existência da responsabilidade contratual: a existência prévia de contrato válido, "inexecução do contrato, no todo ou em parte, a ocorrência do ilícito contratual, que se materializa através do inadimplemento ou da mora", "o dano e a relação de causalidade entre este e o inadimplemento". II. A devolução indevida de cheques sob o fundamento de fatal de provisão de fundos gera injusta lesão à sua honra do consumidor, garantindo-lhe direito à indenização por dano moral. III. O dano moral fundado na ofensa à honra e no sentimento de dignidade da pessoa decorre da própria devolução indevida de cheques, não se exigindo prova de efetivo prejuízo sofrido pela parte. lV. Para fixação dos danos morais, deve-se levar em consideração as circunstâncias de cada caso concreto, tais como a natureza da lesão, as consequências do ato, o grau de culpa, as condições financeiras das partes, atentando-se para a sua dúplice finalidade, ou seja, meio de punição e forma de compensação à dor da vítima, não permitindo o seu enriquecimento imotivado. V. Em se tratando de indenização por dano moral, o termo inicial dos juros de mora é a data em que o valor da indenização é fixado. (TJMG; APCV 1.0521.12.002029-7/001; Rel. Des. Mota e Silva; Julg. 12/08/2014; DJEMG 18/08/2014)
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. CESSÃO DE CRÉDITO. INEXISTÊNCIA DE DÉBITO. INSCRIÇÃO INDEVIDA NOS CADASTROS DE INADIMPLENTES. RESPONSABILIDADE DO BANCO CEDENTE E DA EMPRESA CESSIONÁRIA. VALOR INDENIZATÓRIO. FIXAÇÃO EM QUANTIA RAZOÁVEL. REDUÇÃO CABÍVEL. 
Inexistindo débito por parte da autora, indevida a inscrição do seu nome no cadastro de maus pagadores e configurado o dano moral por ela suportado, o qual é presumido e decorre puramente da imprópria negativação. A responsabilidade pelos danos causados à autora deve recair tanto sobre o banco cedente, responsável pela contratação motivadora do débito inscrito, como também sobre a empresa cessionária, que ordenou a inscrição indevida nos cadastros de inadimplentes. A indenização deve ser fixada segundo critérios de razoabilidade, proporcionalidade e com observância das peculiaridades do caso, que na hipótese apontam para a necessidade de redução do valor estabelecido na Instância a quo, para não dar ensejo ao enriquecimento ilícito da consumidora autora. (TJMG; APCV 1.0384.11.006094-2/001; Rel. Des. Arnaldo Maciel; Julg. 12/08/2014; DJEMG 18/08/2014)
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. VIABILIDADE. DILIGÊNCIAS PROBATÓRIAS DESNECESSÁRIAS CADASTRO INDEVIDO. CONTRATO EFETUADO POR TERCEIRO COM DOCUMENTO FALSO. DANO MORAL. Demonstrado pela autora que a tomadora do empréstimo utilizou documento falsificado. Dano moral decorrente da ilicitude do ato, prescindindo de prova acerca do efetivoprejuízo material (dano moral in re ipsa). Inexistência de comprovação, pela parte demandada, de que tomou todas as cautelas devidas antes de proceder à contratação, de modo a elidir sua responsabilidade pela quebra do dever de segurança, nos moldes do art. 14, § 3º, I e II, do CDC. Da restituição em dobro. A repetição em dobro do indébito ocorre ante a incidência do disposto no artigo 42, parágrafo único do CDC, sendo desnecessária a presença da má-fé por parte da fornecedora dos serviços. Quantum indenizatório adequado o quantum indenizatório fixado na origem, de forma a atingir sua função reparatória e punitiva, sem importar em enriquecimento ilícito de uma das partes. Apelação desprovida. (TJRS; AC 199963-91.2014.8.21.7000; Canoas; Nona Câmara Cível; Rel. Des. André Luiz Planella Villarinho; Julg. 13/08/2014; DJERS 18/08/2014)
				Desse modo, inexorável a conclusão de que o Promovente almeja, antes de tudo, um enriquecimento sem causa, o que, óbvio, merece ser completamente rechaçado. 
5 – PEDIDO CONTRAPOSTO 
Fórum permanente dos Juízes Coordenadores dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais do Brasil – FPJC
Enunciado 31: É admissível pedido contraposto no caso de ser a parte ré pessoa jurídica.
 				É inescusável que o Autor se utiliza desta ação como “arma” de vingança contra a Ré. Essa tem sua sede na Capital de Fortaleza (CE). Sabedor disso, o Promovente se utiliza deste processo de sorte a trazer sequela financeira à Ré. 
				Com essa postura, procura o Autor instar uma composição, pois, com a demanda tramitando em outra Comarca, a Ré terá custos elevados com contratação de advogado do município onde tramita a querela. Mais ainda, existirá audiência de instrução e, mais uma vez, ônus de deslocamento será arcado pela Promovida. O raciocínio é óbvio: “É mais vantajoso fazer acordo a ter que se submeter aos custos de acompanhar o deslinde do processo. “
 				De fato isso tem acontecido. A Ré tivera de contratar advogado para realizar sua defesa em outro Estado e, com isso, pagar verba honorária advocatícia para tal desiderato. (doc. 04)
 				Não é justo que o Autor tenha essa benesse, enquanto a Promovida tenha que suportar, unilateralmente, todas as despesas em enfoque. 
 				Em conta disso, a Ré apresenta este pedido contraposto, de sorte a se obter o ressarcimento de todas as despesas suportadas pela mesma. 
 				Bom salientar que a remuneração contratual em liça fora estipulada dentro do estrito limite da legalidade previsto no Estatuto do Advogado e do Código de Ética desta entidade (EOAB, art. 22 e art. 41, Código de Ética do Advogado). Além do mais, frise-se que fora observado a boa-fé contratual e os limites estabelecidos na tabela de honorários organizada pela Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil deste Estado. Os honorários contratuais, pois, foram fixados contratualmente pelas partes de forma moderada e razoável. 
	 			
	Dessa forma, a Ré, ao se defender em juízo da ação descabidamente promovida pelo Autor, não pode ser penalizada pelo fato de ter contratado um advogado particular. 
	
	Nesse diapasão, o Autor fez com que a Ré viesse ao Judiciário demonstrar seus direitos e contratar onerosamente um advogado para assisti-la na demanda. Desse modo, não deixa de ser um dano causado à mesma, maiormente quando houvera dispêndio de valores para contratar um advogado para essa finalidade. 
	Portanto, se o Autor deu azo às despesas, deverá ressarcir integralmente os prejuízos sofridos pela Ré.
				Com esse enfoque vejamos o que prevê a Legislação Substantiva Civil quanto à possibilidade da indenização dos honorários advocatícios contratuais: 
CÓDIGO CIVIL
Art. 389 - Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
Art. 395 - Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
	
Art. 404 - As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena convencional.
( destacamos )
	
	Perceba, mais, que as normas acima descritas tratam de honorários advocatícios extrajudiciais e, por esse norte, sendo os honorários advocatícios em tela contratuais, esses seguem o destino das regras acima mencionadas. 
	Nesse sentido:
JUIZADOS ESPECIAIS. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA. COMPRA E VENDA DE UNIDADE. COMISSÃO DE CORRETAGEM. IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO AUTORAL. NÃO OCORRÊNCIA. SENTENÇA REFORMADA EM PARTE. OBRIGAÇÃO DE PAGAMENTO DE SERVIÇOS DE INTERMEDIAÇÃO NÃO ASSUMIDO PELO COMPRADOR. INFORMAÇÃO INADEQUADA. AGENTES ATUANDO SOB AS INSTRUÇÕES DO FORNECEDOR. DESNATURAÇÃO DO CONTRATO DE CORRETAGEM. TRANSFERÊNCIA AO CONSUMIDOR DE SERVIÇO QUE NÃO CONTRATOU. ABUSIVIDADE DE CLÁUSULA EM CONTRATO DE ADESÃO. INOBSERVÂNCIA DO ART. 722 DO CÓDIGO CIVIL. REPETIÇÃO DE INDÉBITO NA FORMA DOBRADA. AUSÊNCIA DE ENGANO JUSTIFICÁVEL. CONDENAÇÃO DAS REQUERIDAS A INDENIZAR OS CUSTOS COM ADVOGADO DO AUTOR. PROCEDÊNCIA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. 
1. Não consta no bojo do Instrumento Particular de Promessa de Venda e Compra (fls. 109/142) cláusula expressa que transfere a responsabilidade de o consumidor arcar com a comissão de corretagem. Ora, na Declaração de Financiamento Bancário, a qual prevê que a dedução do valor a título de comissão de corretagem, consta a informação de que tal documento é parte integrante da Proposta de Compra com Recibo de Sinal, porém não integra o contrato particular de compra e venda. 2. Diante da ausência de comprovação de que o consumidor foi devidamente esclarecido sobre a obrigação de arcar com o pagamento da comissão de corretagem, a r. sentença merece ser reformada. 3. O ônus de pagar o corretor de imóveis pertence àquele que o contrata, na espécie, a incorporadora/construtora, ora recorrida. Ao consumidor que se dirigiu espontaneamente ao stand de vendas da recorrente, naturalmente atendido por seu preposto, não cumpre a obrigação pela intermediação da venda do imóvel. 4. A análise dos documentos acostados aos autos demonstra que os serviços de intermediação (corretagem) não foram prestados em benefício do consumidor. O agente indicado no recibo atua sob as instruções e em benefício da construtora/incorporadora, devendo ela responder pela remuneração do profissional. 5. Nos termos do Art. 6º, inciso III e Art. 31, ambos do CDC, ao consumidor assiste o direito de ser informado de forma clara e precisa. Restou indemonstrado nos autos que o consumidor tenha sido esclarecido sobre este ônus. O simples preenchimento de um recibo nesses termos não comprova que o consumidor tenha recebido as devidas orientações a esse respeito. 6. A referida despesa não foi incluída no valor do imóvel, bem como não há previsão no instrumento particular de compra e venda de que o consumidor expressamente contratou o serviço de corretagem. Transferir esse ônus ao consumidor viola os termos da Lei, porque não contratou o corretor e não teve a liberdade de escolher o profissional de sua preferência. Informação inadequada, a teor do art. 6º, inciso III, da Lei nº 8.078/90, que afasta a exigibilidade de qualquer outra importância que não a constante da promessa de compra e venda firmada. 7. Indevida a cobrança, impende o dever de ressarcir o consumidor. A ausência de engano justificado da recorrida corrobora na devolução do valor em dobro, fato que incide nas regras do parágrafo único do Art. 42 do CDC. 8. Estabelecem os art. 389 e 404, ambos do Código Civil Brasileiro, que não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. O Superior Tribunalde Justiça já decidiu que os honorários advocatícios contratuais integram os valores devidos como reparação por perdas e danos. Precedentes do STJ. RESP 1.134.725/MG, Relatora Ministra NANCY ANDRIGHI, Terceira Turma, DJe 24/06/2011; RESP 1274629- AP e RESP 1027797-MG. 9. Recurso conhecido e provido. (TJDF; Rec 2013.07.1.037657-6; Ac. 804.485; Segunda Turma Recursal dos Juizados Especiais do Distrito Federal; Relª Juíza Marília de Ávila e Silva Sampaio; DJDFTE 25/07/2014; Pág. 203)
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REVISÃO CONTRATUAL C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS, OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE TUTELA ESPECÍFICA E REPETIÇÃO DO INDÉBITO. CONTRATO DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. RELAÇÃO REGIDA PELO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. ATRASO NA CONCLUSÃO DA OBRA CONFIGURADO. JUNTADA DE DOCUMENTO EM SEDE DE APELAÇÃO. IRRELEVÂNCIA. PRÉDIO INACABADO APÓS A ENTRE- GA. NECESSIDADE DE DIVERSOS REPAROS. RESPONSABILIDADE DA CONSTRUTORA. REVISÃO DE CLÁUSULA CONTRATUAL. INVERSÃO EM FAVOR DO CONSUMIDOR. CLÁUSULAS ABUSIVAS. NULIDADE DECLARADA. HONORÁRIOS CONTRATUAIS. POSSIBILIDADE JURÍDICA. APLICAÇÃO DO CÓDIGO CIVIL. PRINCÍPIO DA REPARAÇÃO INTEGRAL. RESSARCIMENTO DEVIDO. CONSTRANGIMENTOS SUPORTADOS. DEVER DE INDENIZAR. DANOS MATERIAIS COMPROVAÇÃO EM PARTE. REFORMA DA SENTENÇA TÃO SOMENTE NESTE ASPECTO. PROVIMENTO PARCIAL. 
Restando incontroverso o fato de que houve demora na conclusão da obra e, mais ainda, que após a entrega das chaves, ainda havia diversos reparos a serem feitos no imóvel, inconteste a responsabilidade da construtora. Não é relevante a juntada de documento em sede recursal, quando este era acessível à parte antes mesmo da prolação da sentença. Quando o inadimplemento do devedor motivar o credor a buscar o judiciário e sua pretensão for acolhida, as despesas atinentes ao processo, inclusive os honorários convencionais, deverão ser ressarcidas nos termos dos arts. 389, 395 e 404 do Código Civil. Nos termos do inciso IV do art. 51 do CDC, são nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade;. O inadimplemento contratual somado à gravidade dos efeitos colaterais dele decorrente justifica, indubitavelmente, o dever de indenizar. Inexistindo qualquer circunstância fática nos autos que possa ser relevada para se reduzir a condenação, fixada de danos morais, o caso é de se manter o valor fixado na sentença. Diferentemente dos danos morais, aqueles de ordem material não se presumem, não sendo razoável ao magistrado supor os prejuízos patrimoniais suportados. (…). (TJPB; AC 0025757-86.2011.815.0011; Terceira Câmara Especializada Cível; Relª Desª Maria das Graças Morais Guedes; DJPB 15/07/2014; Pág. 19)
APELAÇÃO CÍVEL. 
Ação de rescisão contratual c/c restituição de valores c/c indenização por danos morais e materiais com pedido de tutela antecipada. Relação de consumo. Contrato de prestação de serviço de telefonia móvel e de recepção e envio de dados pela internet. Descumprimento de cláusulas do contrato. Danos materiais. Honorários contratuais. Possibilidade. Arts. 389, 395 e 404 do Código Civil de 2002. Danos morais. Cabimento. Quantum indenizatório fixado com razoabilidade. Recurso improvido o Código Civil de 2002, nos termos dos arts. 389, 395 e 404, determina, de forma expressa, que os honorários advocatícios integram os valores devidos a título de reparação por perdas e danos. Os honorários mencionados pelos referidos artigos são os honorários contratuais, pois os sucumbenciais, por constituírem crédito autônomo do advogado, não importam em decréscimo patrimonial do vencedor da demanda. O desembolso realizado pela parte acusada para contratação de advogado para promover defesa em processo administrativo e judicial em razão de acusação indevida de um ilícito, constitui dano emergente que não pode fcar sem ressarcimento, sob pena da reparação não ser integral. Comprovado o liame da conduta ilícita do agente e o conseqüente dano sofrido pela vítima, impõe-se ao autor o dever de reparação. O valor da indenização a título de danos morais deve atender determinados vetores que dizem respeito à pessoa do ofendido e do ofensor, partindo-se da medida do padrão sócio-cultural médio da vítima, avaliando-se a extensão da lesão ao direito, a intensidade do sofrimento, a duração do constrangimento desde a ocorrência do fato, as condições econômicas do ofendido e as do devedor, e a suportabilidade do encargo. Tendo em vista as circunstâncias do caso, e os critérios da razoabilidade e ponderando as condições econômicas do ofensor, o grau de ofensa e suas consequências, tenho por bem manter o valor da indenização fxado na sentença em r$10.000 (dez mil reais), pois este se mostra adequado, não representando sanção excessiva e nem enriquecimento ilícito à parte ofendida. O quantum, ademais, cumpre a função pedagógico-repressiva que a sanção deve encerrar. (TJMS; APL 0800928-52.2012.8.12.0012; Ivinhema; Primeira Câmara Cível; Rel. Des. Divoncir Schreiner Maran; DJMS 09/07/2014; Pág. 7)
AGRAVO RETIDO. CONVERSÃO DE RITOS. ADMISSIBILIDADE. AÇÃO INDENIZATÓRIA AJUIZADA PELO PROCEDIMENTO SUMÁRIO, MAS QUE SEGUIU O RITO ORDINÁRIO. IRRELEVÂNCIA. CONVERSÃO QUE POSSIBILITOU DILAÇÃO PROBATÓRIA MAIS AMPLA COM VISTAS A ESCLARECER QUESTÃO CONTROVERTIDA. IDEAL DE CELERIDADE QUE CEDE AO IDEAL MAIOR DA JUSTIÇA E À BUSCA DA DECISÃO QUANTO MAIS PRÓXIMA DA JUSTA. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. AGRAVO RETIDO CONHECIDO E DESPROVIDO. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS. ACIDENTE DE TRÂNSITO. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. DESNECESSÁRIA A OITIVA PESSOAL DA AUTORA, VEZ QUE SUA VERSÃO DOS FATOS JÁ SE ENCONTRA SUFICIENTEMENTE DELINEADA NOS AUTOS. PRELIMINAR AFASTADA. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS. ACIDENTE DE TRÂNSITO. CAUSADOR DA COLISÃO QUE BUSCA DESQUALIFICAR PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA. DESACOLHIMENTO. 
Em se tratando de indenização por responsabilidade civil, a solução a ser dada à demanda não pode vir fundamentada em ilações, deduções ou presunções, como se estas, por si só, bastassem à aceitação de sua tese. Réu que não se desincumbiu de seu ônus probatório (art. 333, II, do CPC). Recurso do corréu desprovido. Responsabilidade civil. Ação de reparação de danos materiais. Acidente de trânsito. Pretensão reparatória que inclui pedido de ressarcimento de despesas com contratação de advogado. Acolhimento. Honorários contratuais que não se confundem com honorários de sucumbência. Direito à reparação integral do dano sofrido. Inteligência dos artigos 389, 395 e 404 do Código Civil. Precedente do Colendo STJ. Sentença reformada neste tópico, restando mantida, no mais, por suas próprias razões. Recurso da autora provido. (TJSP; EDcl 0003295-21.2011.8.26.0435/50000; Ac. 7521879; Pedreira; Vigésima Oitava Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Julio Vidal; Julg. 11/03/2014; DJESP 12/05/2014)
	Apropriado que lancemos, também, notas doutrinárias acerca do tema em vertente:
“Finalmente, o dispositivo em exame acrescenta os honorários de advogado ao valor indenizatório. Ao acrescentar a verba honorária entre os valores devidos em decorrência das perdas e danos, parece que o legislador quis permitir que a parte prejudicada pelo inadimplemento possa cobrar o que despendeu com honorários, seja antes de ajuizar a ação, seja levando em conta a diferença entre aquilo que contratou com seu cliente e aquilo que foi arbitrado a título de sucumbência. Não se pode supor que tenha feito menção a essa verba apenas para os casos de ajuizamento de ação, quando houver a sucumbência, pois, nessa hipótese, a solução já existiria no art. 20 do Código de Processo Civil e não é a adequada a interpretação que conclui pela inutilidade do dispositivo. As dificuldades apontadas para a incidência deste dispositivo tampouco preocupam. Se o credor contratar um advogado que resolveuextrajudicialmente sua questão, ao obter indenização por perdas e danos sem necessidade de ingressar em juízo, haverá prejuízo para ele se da quantia obtida tiver que deduzir os honorários devido ao profissional. 
( . . . )
 Este dispositivo poderá incidir nos casos de competência do Juizado Especial nos quais a regra especial afasta a verba de sucumbência (arts. 54 e 55 da Lei n. 9.099/95). Com efeito, se aquele que se vale dos serviços do Juizado Especial precisar constituir advogado em demanda sujeita ao disposto neste artigo, poderá postular a verba honorária como integrante de sua indenização, e o fará com amparo nos arts. 389 e 404 deste Código, pois não serão honorários de sucumbência, mas da intervenção extrajudicial de seu procurador. “(Cezar Peluzo(coord.). Código Civil Comentado. 4 ª Ed. São Paulo: Manole, 2010. Pág. 405)
(os destaques são nossos)
 				 Por esse norte, a reparação do dano há de ser integral, razão qual todas as despesas enfrentadas pela Ré suportadas neste processo deverão ser pagas pelo Autor. 
6 – EM CONCLUSÃO
				Em arremate, pleiteia a Ré que Vossa Excelência digne de tomar as seguintes providências:
a) Diante disso tudo se espera que os pedidos do Autor sejam JULGADOS IMPROCEDENTES, maiormente quando inexistem danos configurados;
b) no tocante ao pedido contraposto, formulado com suporte no art. 31 da Lei 9099/95, pede-se a condenação do Autor da ação de indenização em espécie a pagar, à guisa de reparação de danos materiais, a quantia de R$ 00.000,00 (.x.x.x) referente ao pagamento de verba honorária contratual, bem assim as demais despesas enfrentadas e comprovadas durante a instrução deste processo. 
c) protesta e requer seja deferida a produção de provas de sorte comprovar o quanto alegado, assim por todos os meios de provas admitidas em direito (art. 5º, inciso LV, da Lei Fundamental), notadamente pelo depoimento pessoal do Autor, oitiva das testemunhas ora arroladas, juntada posterior de documentos como contraprova, tudo de logo requerido.
			 Respeitosamente, pede deferimento.
				 Cidade, 00 de agosto do ano de 0000.
				
 Fulano(a) de Tal 
		 	 Advogado(a)
ROL DE TESTEMUNHAS 
1) Fulano de tal, solteiro, comerciário, residente e domiciliado na Rua x, nº 000 – Fortaleza(CE);
2) Cicrano de tal, solteiro, comerciário, residente e domiciliado na Rua y, nº 000 – Fortaleza(CE)
3) João Fictício, solteiro, comerciário, residente e domiciliado na Rua z, nº 000 – Fortaleza(CE);
						Data Supra. 
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