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* * PRAT. DE ENS. E EST. SUP. DOCÊNCIADOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL PEDAGOGIA– MARIA INMACULADA CHAO CABANAS AULA 6 A INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA SALA DE AULA: COMPETÊNCIAS E CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO * * O PLANEJAMENTO Uma prática pedagógica dinâmica e que atenda à realidade educacional precisa contemplar a interação e o diálogo entre professor/aluno e aluno/aluno. * * Como identificar uma prática ATIVA e COLETIVA? procedimentos reflexivos em sala de aula; saber ouvir permitindo aproximar o conhecimento prévio do aluno do conhecimento científico, além de ser possível ensinar o respeito à diversidade de ideias e opiniões, tratando-se de uma aprendizagem coletiva; convívio com diferentes pontos de vista, aprendizagem de conteúdos, solidariedade e colaboração; * * Planejar é elaborar o plano de mediação da intervenção na realidade, para a colocação desse plano em prática. É claro que não se trata de etapas que se sucedem mecanicamente. Há momentos em que predomina a reflexão ou a ação, mas ambos constituem uma unidade indissociável: a práxis. * * * * * * O JOGO - uma prática que se caracteriza pela ação e participação dos alunos O jogo, em um enfoque educativo, ou seja, como suporte do ensino de conteúdos curriculares, exige também planejamento do professor, que precisa ter objetivos bem definidos. * * Em quais contextos? Um exemplo: para a compreensão da escrita alfabética e de suas convenções. Nessa situação, o professor, além de confeccionar o jogo com seus alunos, precisa pensar em que nível da escrita eles se encontram e estabelecer regrar claras que possam ser compreendidas por todos os alunos. * * JOGOS E BRINCADEIRAS Os conteúdos escolares podem, portanto, ser ensinados por meio de jogos e brincadeiras, basta que o professor planeje, crie espaços e tempos no cotidiano escolar e coloque à disposição dos alunos materiais para as descobertas e aprendizagem. * * Outro exemplo: No ensino da matemática, o jogo pode auxiliar o mediador da aprendizagem a desencadear novos conceitos, como resolução de situações- problema, operações, tabuada, medidas e outros conteúdos contemplados nos planos de ensino dos anos iniciais do Ensino Fundamental. * * Durante os jogos o professor precisa: saber intervir adequadamente, ajudar o aluno a elaborar estratégias, testando e confirmando-as no momento de tomar decisões durante o jogo e elaborar alternativas para vencer, o aluno consegue compreender a importância de determinado conceito na realidade, ou seja, percebe que, para ganhar, precisa ter também conhecimento. Os jogos podem ser utilizados em todas as disciplinas que devem ser ministradas nos anos iniciais do Ensino Fundamental * * Atividades relacionadas aos jogos e brincadeiras: 1. Brincadeiras de crianças de 5 a 10 anos em praças, calçadas e pátios de Porto Alegre (Rio Grande do Sul) Um dos participantes é escolhido para ser bruxa. Este só inicia a perseguição após ter contado até 20 ou 30. Quando a bruxa toca a mão em alguém, deverá dizer: bruxa! Quem for tocado será seu substituto, porque seu toque mágico o transforma em bruxa. Fonte: Kishimoto (1993, p. 22). * * * * 3. Escravos de Jó da tabuada ● Disponha as crianças sentadas no chão ou em cadeiras ao redor de uma mesa. ● Todas deverão ter nas mãos uma caixa de fósforo vazia. ● Dentro da caixa de fósforo deverão ter fragmentos de uma tabuada, por exemplo: 3x2. ● As crianças deverão passar as caixas no ritmo da música para o lado. Escravos de Jó Jogavam cachangá Tira, bota, deixa ficar Guerreiros com guerreiros Fazem zig, zig, zá (bis) * * ● Ao chegar na parte “fazem zig, zig, zá” todos devem segurar a caixa firmemente e fazer o movimento de vai e volta. Quando se falar “zá”, devem passar o objeto para o outro colega. ● Quem errar deverá abrir a caixa e responder a tabuada e se acertar a resposta, poderá voltar ao jogo. Fonte: Yogi (2003, p. 56). * * A avaliação – um instrumento de orientação Estudo de caso: Em uma sala de aula dos anos iniciais do Ensino Fundamental, a professora representa seus alunos com estrelas. Cada aluno é uma estrela, a qual fica anexada na parede. Observa-se que o nome de Carlos está na maior e mais brilhante estrela e o nome de Antônio na menor e menos ofuscante. A explicação da professora é que Carlos é um aluno excelente, suas notas são sempre acima de 90. Já Antônio não vai tão bem assim, e suas notas são abaixo de 60. A professora acredita que, com essa situação, talvez Antônio seja motivado a ser uma grande estrela e melhore na aprendizagem. * * Muitas vezes, a ênfase é dada à pedagogia do exame e não à pedagogia da aprendizagem. O professor avalia de acordo com seus procedimentos e técnicas e não reflete sua prática. Não percebe que faz comparações, que classifica e que deixa de considerar as habilidades e potencialidades dos alunos. Não percebe diante dos fatos que todos os alunos são estrelas e que com certeza têm algum brilho que merece ser considerado. Esse tipo de avaliação, tão comum nas escolas, é discriminatório e desconsidera a qualidade almejada na educação. * * COMO PODEMOS IDENTIFICAR A PRÁTICA DO EXAME? ( Segundo Luckesi (2003) ● Atenção na promoção: desde o início do ano letivo os alunos estão interessados apenas nas normas e modos pelos quais as notas serão obtidas. Não importa como serão obtidas, o que vale é a nota. ● Atenção na provas: as provas são instrumentos de ameaça e tortura aos alunos. Serve para garantir estudo e disciplina na sala de aula e é aliada do professor. * * ● Os pais são voltados para a promoção: para os pais, o importante é que os alunos tenham notas para serem aprovados. O sistema social se contenta com números, com os quadros gerais. Assim, seria o melhor professor aquele que dá boas notas, não aquele que ensina de fato o aluno. Essa cultura da avaliação abordada aqui faz da escola um espaço em que a quantidade é muito mais importante do que a qualidade. É preciso pensar nessas questões, pois mudanças ocorrem no campo educacional, e a avaliação precisa assumir o espaço não de punição, mas, sim, de orientação. * * A prática da avaliação Observação e registro: um instrumento básico de avaliação é a observação atenta do professor, porém deve ser fundamentada em conhecimentos adquiridos por meio da leitura e na observação do processo de desenvolvimento do aluno. Portfólio: trata-se da organização de um arquivo de registro das atividades dos alunos. Este arquivo poderá ser organizado por bimestre, trimestre, semestre ou anualmente, dependendo da necessidade do professor. Autoavaliação: é um instrumento muito útil na avaliação, porque permite que o aluno desenvolva sua autonomia e sinta-se estimulado a acompanhar o seu próprio progresso. A cada período, o aluno é convidado a fazer um parecer sobre sua aprendizagem, comparando-a com períodos anteriores. Trabalhos práticos e exposições orais: são formas diferentes de avaliar, permitem detectar as dificuldade e facilidades dos alunos. * * Compreende-se que são diversos os instrumentos que poderão ser utilizados em sala de aula para verificar a aprendizagem do aluno; no entanto, o melhor de todos os instrumentos é o professor. * * A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO NAS DIFERENTES ÁREAS O professor que atua nos anos iniciais do Ensino Fundamental é responsável por ensinar todas as disciplinas estabelecidas na grade curricular desta etapa de ensino. * * Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Pedagogia (CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 2006), a docência deve ser entendida como ação educativa e processo pedagógico metódico e intencional,construído em relações sociais, étnicas, raciais e produtivas, as quais influenciam conceitos, princípios e objetivos da pedagogia. * * “A aprendizagem do aluno realiza-se, principalmente, pelo tipo de interação com o professor e não apenas com o conteúdo transmitido. Ele aprende mais por esse vínculo do que pelo programa.” (RIBAS, 2000, p. 87). * * Língua portuguesa A escola tem a responsabilidade de ensinar a língua oral e escrita para que a participação do aluno na sociedade se efetive, ou seja, é uma das condições necessárias para o exercício da cidadania. “O domínio da língua tem estreita relação com a possibilidade de plena participação social, pois é por meio dela que o homem se comunica, tem acesso à informação, expressa e defende pontos de vista, partilha ou constrói visões de mundo, produz conhecimento”. PCN (BRASIL, 1997, p. 26). * * * * Arte O ensino de arte nos anos iniciais do Ensino Fundamental Propicia ampliar a sensibilidade, a percepção, a reflexão e a imaginação do aluno. Essa disciplina é permeada pelas seguintes linguagens: artes visuais, música, dança e teatro. Na ocasião, sugere-se o trabalho com artes visuais, buscando articulação com a disciplina de língua portuguesa. * * Ciências O objetivo da disciplina de ciências é colaborar para que o aluno compreenda as transformações que ocorrem no mundo. Por meio de aulas teóricas e práticas, alunos e professores podem ampliar o conhecimento a respeito dos fenômenos da natureza e desenvolver competências que possibilitem utilizar conhecimentos científicos e tecnológicos no seu dia a dia. Precisa ser considerado, ao se ensinar ciências, tudo o que o aluno sabe ou pensa sobre o assunto, não podendo faltar na metodologia do professor: observação, experimentação e pesquisa em textos. * * Geografia O ensino de geografia deve possibilitar a compreensão de espaço, tempo, transformações e criação de necessidades. Deve ter como objetivo mostrar ao aluno que cidadania é também o sentimento de pertencer a uma realidade na qual as relações entre a sociedade e a natureza formam um todo integrado, constantemente em transformação, do qual ele faz parte. Inúmeras são as atividades que podem ser propostas nesta disciplina que vão além do discurso do professor e dos conteúdos apresentados nos livros didáticos. Uma sugestão de atividade é a maquete. * * Matemática O professor, ao trabalhar a matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental, precisa considerar que não se trata de uma disciplina pronta, acabada e perfeita e muito menos que é um fator de avaliação da inteligência; Trata-se de uma disciplina em construção, e todos os alunos podem aprendê-la por meio de um processo de interação, reelaboração, complementação e sistematização de conhecimentos. O aluno que ingressa no Ensino Fundamental não chega analfabeto em matemática, ele já teve contato com números e com situações matemáticas. O professor deve considerar estes conhecimentos prévios e ajudar o aluno a elaborar novas estratégias. Ao se ensinar matemática, é necessário promover situações de aprendizagem a partir da resolução de problemas – aprende-se matemática a partir da resolução de problemas. * * Educação física A educação física nos anos iniciais é muito importante, pois possibilitam aos alunos desenvolverem a socialização, atividades corporais e culturais. Além disso, também tem a finalidade de lazer, estimulando a afetividade e o trabalho com as emoções. * * História As aulas de história não devem ser reduzidas à memorização de datas e acontecimentos passados, mas devem, sim, buscar integrar o passado com o presente, ajudando o aluno a compreender como a sociedade chegou a ser o que é hoje. “Passado e presente se integram através das permanências e mudanças que caracterizam cada espaço social.” (NEMI, 1996, p. 80). * * Reflexão sobre a aula: Síntese No decorrer deste capítulo, foi possível repensar a docência nos anos iniciais do Ensino Fundamental, em que todas as disciplinas são de igual importância e precisam ser trabalhadas de forma interativa e humanizadora. Buscar a articulação dos conteúdos é uma prática bastante produtiva e que se adquire com reflexão teórica e prática. Pensar em atividades que vão além da exposição teórica do professor e dos textos apresentados em livros didáticos permite uma aprendizagem mais significativa . * * Na aula 7 iremos discutir a realização das atividades pelo professor nas diferentes áreas do conhecimento e a análise dessas atividades a partir das sua observação no campo de estágio (Parte 3 de seu Relatório) Até lá! *
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