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ARQUITETURA NEOCOLONIAL

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INTRODUÇÃO 
 
De todas as artes, a Arquitetura é a que está mais evidente e, constantemente em 
contato com o ser humano sendo, por isso uma arte presente e atual, podendo ser admirada por 
sua mensagem implícita, de paz ou de luta. Como afirma Colin (2002, p. 27) “sabemos ainda 
como as obras de arte têm servido para a divulgação ou protesto a respeito de ideologias 
diversas”. Considera-se, no presente trabalho, Arquitetura como sendo todo e qualquer 
fenômeno arquitetônico propriamente dito. 
Como se pretende debater a questão da poética, contida na tradição arquitetônica, o 
capítulo 2 apoiou-se nos campos teóricos da Semiótica e da Sociologia baseando-se em alguns 
autores primordiais para a sua elucidação. Torna-se necessário o desenvolvimento dos 
conteúdos a seguir: conceituação de bem simbólico, de Pierre Bourdieu, por conta de seu livro 
“O Poder Simbólico”, de 1989, onde ele desenvolve este conceito. Na verdade, é o 
extraordinário poder que uma forma possui enquanto possibilidade de representar, ou como 
escreveu o referido autor e mestre “O poder simbólico como poder de constituir o dado pela 
enunciação, de fazer ver e fazer crer, de confirmar ou de transformar a visão do mundo e, deste 
modo, a acção sobre o mundo, portanto, o mundo...”. (1989, p.14). 
Também, empregou-se uma leitura útil de Umberto Eco, em seus livros: “A 
Estrutura Ausente“ (1987) e “As Formas do Conteúdo“ (1974), abordando a questão da 
linguagem na Arquitetura. Com Foucault (2000, p. 7), fomos buscar o discurso da obra 
arquitetônica, através de sua forma/imagem, recuperando-a no tempo de suas respectivas 
produções e contextos, permitindo, assim, a interpretação da mesma. Segundo o autor, é 
necessário “reconstituir, a partir do que dizem estes documentos – às vezes com meias-palavras 
-, o passado de onde emanam e que se dilui, agora, bem distantes deles.” (Foucault, 2000, p. 7). 
Eric Hobsbawn, com sua obra “A Invenção das Tradições“ (2002), ajudou-nos a 
mostrar como, no campo da cultura, pode haver a produção de uma determinada unanimidade 
cultural ou nacional e que o passado, num dado contexto, pode ser retomado como discurso 
legitimador, fazendo um paralelo com a Arquitetura brasileira. 
 
No capítulo 3 procurou-se discutir a identidade cultural de uma sociedade, com base 
nos estudos de Stuart Hall, Marilena Chauí, Fernando de Azevedo e Dante Moreira Leite. O 
passado arquitetônico (representado pelos movimentos Eclético e Art Noveau), bem como o 
próprio estilo estudado são assuntos dos capítulos 4 e 5. Finalmente, o capítulo 6 é contemplado 
com o estudo arquitetônico e a análise espacial da Universidade citada, que como obra 
arquitetônica, traz consigo a linguagem que permite a dedução de toda uma época, mostrando os 
conflitos históricos, sociais, filosóficos e estéticos, caracterizando-se, assim, como um modelo 
discursivo.

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