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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS DIREITO CIVIL II – RESPONS. CIVIL E TEORIA GERAL DOS CONTRATOS ROTEIRO 02 – TEORIA GERAL DOS CONTRATOS PROF. GILBERTO S. AMARANTE _______________________________________________________________ 1 – Noção Geral 1.1 – Teoria do Fato Jurídico 1.1.1 – Fato Jurídico estrito senso 1.1.2 – Ato Jurídico (vontade): a) Ato jurídico cujos efeitos derivam de uma declaração de vontade (negócios jurídicos); b) Ato jurídico cujos efeitos derivam diretamente da lei (ex lege). 1.2 – Conceito -“Contrato é o acordo de duas ou mais pessoas para, entre si, constituir, regular ou extinguir uma relação jurídica de natureza patrimonial.” – Darcy Bessone. -“É o negócio jurídico bilateral ou plurilateral que sujeitas as partes à observância de conduta idônea à satisfação dos interesses que regula.” – Orlando Gomes -“Contrato é o acordo de duas ou mais vontades, na conformidade da ordem jurídica, destinado a estabelecer uma regulamentação de interesses entre as partes, com o escopo de adquirir, modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial” – Maria Helena Diniz 2 – Requisitos (art. 104, C.C.) 2.1 – Subjetivos: a) existência de duas ou mais pessoas; b) Capacidade genérica; c) Consentimento. -Apesar de sempre exigir duas partes, excepcionalmente, parte da doutrina tem admitido o “auto contrato”. 2.2 – Objetivos: a) licitude do objeto do contrato; b) possibilidade -física ou jurídica do objeto do negócio jurídico; c) determinabilidade do objeto; d) suscetibilidade de apreciação econômica do objeto. 2.3 – Formais: forma prescrita ou não defesa em lei (ex.: arts. 107 e 108, C.C.). Então, o contrato não precisa, necessariamente, ser escrito, podendo ser verbal ou, até mesmo, ser exteriorizado sem verbalização. Quando assume a forma escrita, tem-se o instrumento do contrato. 3 – Princípios Contratuais 3.1 – Autonomia da vontade: liberdade conferida às partes de, primeiramente, contratar ou não. Posteriormente, em contratando, as partes possuem a liberdade de fixar e escolherem livremente as cláusulas que irão reger o contrato (art. 5º, II, CF/88; art. 425 e art. 475, C.C.). -Limitações: a) abuso do direito (art. 187, C.C.); interpretação dos negócios jurídicos conforme a boa-fé e usos do lugar da celebração (art. 113, C.C.), função social do contrato (art. 421, C.C.); probidade e boa-fé (art. 422); ordem pública (art. 2.035, parág. único), normas cogentes derivadas do dirigismo estatal (ex. direito trabalhista); contratos de adesão (art. 54, C.D.C.), etc. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS DIREITO CIVIL II – RESPONS. CIVIL E TEORIA GERAL DOS CONTRATOS ROTEIRO 02 – TEORIA GERAL DOS CONTRATOS PROF. GILBERTO S. AMARANTE _______________________________________________________________ 3.2 – Consensualismo: para a formação do contrato, basta o consenso das partes (convergência de vontades), sendo que a forma ou a solenidade somente deverão ser observadas quando prescritas ou não proibidas pela lei. 3.3 – Relatividade: via de regra, o contrato cria norma inter allios, i.é., entre as partes contratantes, não vinculando terceiros que não participaram da avença. -Exceções: a) Função social do contrato; b) Contratos Coletivos; c) Fraude contra credores (art. 158 C.C.); d) Fraude à execução (art. 593, CPC). 3.4 - Força Obrigatória: o contrato, com base no ordenamento jurídico, cria norma entre as partes, que devem ser cumpridas (pacta sunt servanda). (art. 389, C.C.). 3.5 – Equilíbrio dos contratantes: o exercício da autonomia da vontade somente será efetivo à medida que se verifica um equilíbrio entre a autonomia das partes contratantes. 3.6 – Função Social do Contrato (art. 421, C.C.) 3.6.1-Liberdade de contratar # liberdade contratual 3.6.2 - Em relação ás partes contratantes, a função social visa garantir a justiça interna do contrato, impedindo cláusulas leoninas e abusivas, que possam submeter uma parte ao arbítrio de outra (Ex.: art. 424, C. Civil). -Já no âmbito externo (onde o princípio costuma ser mais alegado), visa garantir a intangibilidade dos direitos daqueles que não participam da avença. -“Cumpre sua função social o contrato que não sacrifica, compromete ou lesa interesses metaindividuais (públicos, difusos ou coletivos) acerca dos quais não têm os contratantes a disponibilidade. “ – Fábio Ulhoa Coelho -Assim, possui os seguintes conteúdos (III Jornada de Direito Civil do Conselho da Justiça Federal): a) prevalência dos interesses sociais eventualmente envolvidos no contrato sobre os direitos individuais nele regulados; b) inter-relação salutar entre os contratantes e terceiros não-contratantes, de modo a inibir a invasão de uns na esfera jurídica dos outros, sob pena de, sob o enfoque da tutela externa do crédito, eventual responsabilização de terceiros não-contratantes pelo inadimplemento contratual; c) obediência ao dever de justiça e equilíbrio nas trocas econômicas havidas por intermédio do contrato. 3.7 – Boa-fé Objetiva (art. 113 e art. 422, C.C.) 3.7.1 – Boa-fé objetiva # boa-fé subjetiva 3.7.2 – Funções da boa-fé objetiva: 3.7.2.1 - Interpretativa (art. 113, C.C.) 3.7.2.2 – Norma de Conduta: padrão de comportamento objetivo, que impõe a observância dos chamados deveres acessórios, laterais ou anexos, não só na execução do contrato, mas também nas fases pré e pós contratual. São eles: 3.7.2.2.1 – Dever de Proteção ou Segurança PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS DIREITO CIVIL II – RESPONS. CIVIL E TEORIA GERAL DOS CONTRATOS ROTEIRO 02 – TEORIA GERAL DOS CONTRATOS PROF. GILBERTO S. AMARANTE _______________________________________________________________ 3.7.2.2.2 – Dever de informação 3.7.2.2.3 – Dever de lealdade 3.7.2.2.4 – Dever de cooperação 3.7.3 – Teorias relacionadas à boa-fé objetiva: 3.7.3.1 – Abuso do direito (art. 187, C.C.) 3.7.3.2 – Culpa in contraendo 3.7.3.3 – Venire contra factum próprio 4 – Classificação dos Contratos 4.1 – Unilateral x bilateral (sinalagmáticos): se um ou os dois contratantes possuem obrigações a cumprir. 4.2 – Oneroso x Gratuito: se um ou os dois contratantes auferem vantagens econômicas. 4.3 – Aleatórios x comutativos: se as partes sabem, com antecedência, se haverá contraprestação ou não, e bem como a sua natureza ou conteúdo.. Ex.: contrato de seguro (aleatório). 4.4 – Paritários x Por Adesão: se há possibilidade de ambas as partes discutirem ou não as cláusulas substancias do contrato. Definição legal: art. 54, do CDC. 4.5 – Pessoais x Impessoais: se a obrigação que nasce do pacto é personalíssima ou não. 4.6 – Civis x de Cosumo: se a obrigação derivada do contrato é de consumo ou não. 4.7 – Civis x Mercantis: se a obrigação derivada do contrato é de natureza comercial ou empresaria (exploração de atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços) ou não. 4.8 – Formais (solenes) x Consensuais x Reais: se, para se aprimorarem, dependem apenas do consenso, ou de forma prescrita em lei ou da tradição de alguma coisa. 4.9 – Nominados (típicos) x Inominados (atípicos): se há legislação regulamentando a espécie contratual ou se, não havendo referida normatização, a espécie contratual é fruto exclusivo da autonomia da vontade das partes (art. 425, C.C.) 4.10 – Instantâneos (de execução imediata ou diferida) x Contínuos (execução continuada, de duração): se a execução do contrato se dá mediante apenas um ato da(s) parte(s) ou mediante vários atos reiterados da(s) parte(s), mediados por um determinado tempo. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS DIREITO CIVIL II – RESPONS.CIVIL E TEORIA GERAL DOS CONTRATOS ROTEIRO 02 – TEORIA GERAL DOS CONTRATOS PROF. GILBERTO S. AMARANTE _______________________________________________________________ 4.11 - Principais e Acessórios: se há ou não uma relação de acessoriedade entre duas ou mais as espécies contratuais. 5 - FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 5.1 – Definições 5.1.1 – Proposta / Oferta # Propaganda 5.1.2 – Policitante ou Proponente: quem faz a proposta / oferta. 5.1.3 – Oblato ou aceitante: pessoa a quem é dirigida a proposta / oferta. 5.2 – Proposta / Oferta 5.2.1 – A proposta para contratar vincula obrigatoriamente o proponente (art. 427, C.C). -Exceções: a) se o contrário puder se verificar nos termos da proposta. b) se a natureza do negócio ou circunstâncias do caso apontarem para o contrário. 5.2.2 – A proposta também não será obrigatória se (art. 428, C.C.): 5.2.2.1 – Feita a pessoa presente: -Não for aceita de pronto, considerando-se que a proposta feita por telefone ou por outro meio similar equivale-se à proposta feita a pessoa presente. 5.2.2.2 – Feita a pessoa ausente: a) sem prazo: quando houver passado o prazo suficiente para se chegar ao conhecimento do policitante a resposta do oblato. b) com prazo: b.1) quando houver decorrido o prazo estipulado sem a “expedição” da proposta b.2) quando houver a retratação do policitante e a referida retração chegue ao conhecimento do oblato antes da proposta ou simultaneamente a ela. 5.2.3 - Quando contiver todos os requisitos essências ao contrato, a oferta ao público se equivale à proposta, obrigando o policitante (art. 429, C.C.). No entanto poderá ser revogada, desde que esta faculdade esteja expressamente ressalvada na proposta/oferta e/ou desde que adote a mesma forma da proposta/oferta. 5.2.4 – No regime do Código de Defesa do Consumidor, se o policitante se recusar ao cumprimento do contrato nos termos da oferta, o consumidor poderá escolher entre (art. 30 c/c art. 35 e incisos, CDC): a) exigir o cumprimento específico da obrigação derivada da oferta b) aceitar outro produto ou serviço equivalente c) requerer a resolução do contrato, com perdas e danos. 5.3 – Aceitação 5.3.1 – Importará em nova proposta a aceitação intempestiva, ou caso seja externada com adições, restrições ou modificações (art. 431, C.C.). PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS DIREITO CIVIL II – RESPONS. CIVIL E TEORIA GERAL DOS CONTRATOS ROTEIRO 02 – TEORIA GERAL DOS CONTRATOS PROF. GILBERTO S. AMARANTE _______________________________________________________________ 5.3.2 -Caso, por algum imprevisto, a aceitação do oblato chegue tardiamente ao conhecimento do policitante, este deverá comunicar imediatamente o fato ao oblato, sob pena de perdas e danos (art. 430, C.C.). 5.3.3 – Se a retratação do oblato chegar ao conhecimento do proponente antes ou simultaneamente com a aceitação, esta não surtirá efeitos jurídicos (art. 433, C.C.). 5.3.4 – Caso o proponente tenha dispensado a aceitação, ou houver o costume de dispensá-la em determinado negócio, o contrato se aperfeiçoará caso a recusa não chega a tempo (art. 432, C.C.). 5.4 – Momento de Formação do Contrato (Teorias): 5.4.1 – Teorias 5.4.1.1 - Teoria da Cognição ou Conhecimento: o contrato se reputa perfeito no momento em que o policitante tem conhecimento da aceitação. 5.4.1.2 - Teoria da Agnição: reputa-se perfeito o contrato com a manifestação de vontade do oblato, ainda que a referida manifestação de vontade ainda não seja de conhecimento do policitante. Assim, nos contratos entre ausentes pode-se aplicar uma das seguintes sub-teorias: a) Declaração: o contrato se aperfeiçoa quando o oblato efetivamente declara. b) Expedição: o contrato se reputa perfeito com a expedição da manifestação de vontade pelo oblato. c) Recepção: o contrato se reputa perfeito quando o policitante recebe a aceitação do oblato. 5.4.2 - O Código Civil de 2002 adotou a “Teoria da Agnição por Expedição” (art. 434, II e artigo 428, II, C.,C.). Assim, nos contratos entre pessoas ausentes, os contratos apenas se aperfeiçoarão com a expedição da oferta pelo oblato, exceto (art. 434, caput e incisos, C.C.): a) Se a retratação do oblato chegar ao conhecimento do proponente antes ou simultaneamente com a aceitação, esta não surtirá efeitos jurídicos (art. 433, C.C.). b) Se o policitante se comprometeu à esperar a resposta. c) Se a resposta não chegar no prazo combinado. 5.4.3 – Lugar da Formação dos Contratos 5.4.3.1 – Apesar de o Código Civil ter adotado a teoria da expedição para fixar o momento de sua formação, o contrato reputa-se celebrado no lugar em que foi proposto (art. 435, C.C. e art. 9º, parág. 2º, L.I.C.C), salvo se as partes estipularem de modo diverso. 5.4.3.2 – Nas relações de consumo, inclusive quando o contrato for feito por vias eletrônicas, o foro é o do autor-consumidor (art. 101, I, C.D.C). 6 – Interpretação dos Contratos 6.1 – Normas legais aplicáveis a) Art. 112, C.C.: nas declaração de vontade mais vale a intenção do que o sentido literal. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS DIREITO CIVIL II – RESPONS. CIVIL E TEORIA GERAL DOS CONTRATOS ROTEIRO 02 – TEORIA GERAL DOS CONTRATOS PROF. GILBERTO S. AMARANTE _______________________________________________________________ b) Art. 113, C.C: interpretação conforme os usos do lugar da celebração e conformea boa-fé. c) Art. 114, C.C.: A renúncia e os negócios jurídicos benéficos devem ser interpretados estritamente. d) Art. 423, C.C.: Nos contratos de adesão, diante de cláusulas ambíguas ou contraditórias, deve-se interpretar mais favoravelmente ao aderente. e) Art. 819, C.C.: Na fiança a interpretação deve ser restritiva. f) Art. 843, C.C.: Na transição a interpretação deve ser restritiva. g) Art. 47, C.D.C.: as cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor. 6.2 – Algumas regras de interpretação dos contratos mencionadas pela doutrina: a) Deve-se ter em vista a comum intenção das partes e os fins econômicos que as levaram a contratar; b) Cláusulas ambíguas serão interpretadas de acordo com o costume do lugar em que foram estipuladas; c) O contrato deve ser interpretado contra o próprio estipulante que, podendo ser claro, não o foi; d) Nos contratos gratuitos a interpretação deve beneficiar o devedor, e nos onerosos deve-se buscar o equilíbrio entre as partes; e) Nas estipulações negociais, deve-se interpretar de maneira menos onerosa para o devedor; f) Nos contratos de adesão as cláusulas manuscritas prevalecem sobre as impressas; g) Quando determinada cláusula tem sentido ambíguo, a interpretação deve ser feita ao modo de torná-la eficaz; h) No caso de ambigüidade do texto contratual, deve-se interpretá-lo conforme os usos e costumes do lugar em que foi estipulado; i) Havendo dúvida quanto à onerosidade ou gratuidade do contrato, prevalecerá o entendimento pela onerosidade; j) No caso de má-fé do contratante, contra ele deverá ser interpretada a cláusula cujo vício ou obscuridade teve origem em sua culpa; k) As cláusulas de um contrato devem ser interpretadas em harmonia e não isoladamente; l) Se um contrato é seguido de outro, modificando-o em parte, devem ambos ser interpretados como um todo. 7 – Invalidade dos Pactos Sucessórios (art. 426, C.C.) (Pacta Corvina) 7.1 – Modalidades de sucessão: a) Legítima (art. 1.829, C.C.) b) Testamentária (art. 1.857, C.C.) 7.2 – Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva (art. 426, C.C.) 8 – Estipulações contratuais em relação a terceiros 8.1 – Estipulação em Favor de Terceiros PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS DIREITO CIVILII – RESPONS. CIVIL E TEORIA GERAL DOS CONTRATOS ROTEIRO 02 – TEORIA GERAL DOS CONTRATOS PROF. GILBERTO S. AMARANTE _______________________________________________________________ 8.1.1 - Noção: quando em um contrato as partes estipulam que a obrigação será cumprida em benefício de um terceiro. Exemplo: seguro de vida. 8.1.2 – Partes: a) Estipulante b) Promitente (devedor) c) Terceiro (beneficiário) 8.1.3 – Tanto o beneficiário quanto o estipulante podem exigir o cumprimento da obrigação derivada do contrato. No que tange ao terceiro, ele deve anuir expressamente com as normas e condições do contrato (art. 436, caput e parág. único). 8..1.4 – Caso se deixe exclusivamente ao terceiro o direito de exigir o cumprimento da obrigação, não poderá o estipulante exonerar o devedor (art. 437, C.C.) 8..1.5 – Pode o estipulante reservar para si o direito de substituir o beneficiário, por ato inter vivos ou causa mortis (art. 438, caput e parág. único) 8.2 – Da Promessa de Fato de Terceiro 8.2.1 – Aquele que prometer “fato” de terceiro responderá caso a obrigação não seja cumprida pelo terceiro (art. 439, C.C.), exceto: a) Caso se comprometa prestação a ser cumprida pelo cônjuge e que dependa de anuência do cônjuge o ato a ser praticado e desde que, pelo regime de casamento adotado, a indenização venha, de algum modo, a recair sobre os bens do cônjuge (art. 439, parág. único). b) Caso o terceiro se obrigar por ato próprio (art. 439, caput c/c 440, C.C.). 8.2.2 – Não se trata de representação, quando uma pessoa age no cumprimento de um contrato de mandato. 8.3 – Do Contrato com Pessoa a Declarar 8.3.1 – Pode uma das partes (stipulans), no momento de conclusão do contrato, reservar para si a faculdade de indicar outra pessoa (electus) para assumir sua posição contratual perante a outra parte (promittens) (art. 467, C.C.) 8.3.2 – A indicação, no silencia das partes, dar-se-á no prazo “decadencial” de 05 dias da conclusão do contrato e a sua aceitação por parte do electus deverá assumir a mesma forma que as partes utilizaram para a celebração do contrato (art. 468, caput e parág. único). 8.3.3 – O electus assume as obrigações e direitos advindos do contrato desde o momento de sua celebração (ex tunc -art. 469, C.C.). Porém, o contrato surtirá efeitos somente entre os contratantes se (art. 470, incisos I e II): a) Caso não houver indicação de nenhuma pessoa ou se o nomeado a recusá- la (art. 470, inciso I); b) Caso o nomeado era insolvente no momento da indicação e a outra parte desconhecia dita circunstância (art. 470, inciso II); c) Caso o nomeado era incapaz no momento da nomeação (art. 471, C.C.) 9 – Das Arras ou Sinal (art. 417 a 420, C.C.) PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS DIREITO CIVIL II – RESPONS. CIVIL E TEORIA GERAL DOS CONTRATOS ROTEIRO 02 – TEORIA GERAL DOS CONTRATOS PROF. GILBERTO S. AMARANTE _______________________________________________________________ 9.1 – Noção: cláusula acessória de um negócio jurídico bilateral em que uma parte, na conclusão do contrato, dá a outra dinheiro ou outro bem móvel a título de sinal, como forma de confirmar e/ou assegurar o negócio. 9.2 -Espécies 9.2.1 – Confirmatória (art. 417 a 419): -Quando não estipulado expressamente o direito ao arrependimento, as arras serão confirmatórias. - Via de regra, as arras assumem a função “confirmatória”. - Funções: a) Prestam-se a confirmar o contrato, reforçando a sua obrigatoriedade; b) Quando fungíveis com o objeto principal, constituem-se em início de pagamento. Quando não fungíveis, ainda assim, não há proibição para que as partes a reputem como início de pagamento. c) Prestam-se a prefixar eventuais perdas e danos. Assim, o valor ou a coisa adiantada constituir-se-á em antecipação de eventuais perdas e danos pelo descumprimento da avença, podendo haver indenização suplementar (art. 419, C.C.). 9.2.2 – Penitenciais (art. 420, C.C.): -Quando estipulado expressamente o direito de arrependimento, as arras constituir-se-ão num valor a ser pago à outra parte em razão do exercício do direito dearrependimento. Assim, se o arrependimento partir de quem as pagou, perderá o valor pago para a outra parte; e se o arrependimento partir de quem as recebeu, devolverá o valor recebido, mais o equivalente. -Neste caso, não há que se falar em indenização suplementar (art. 420, C.C., in fine) 9.3 – Distinções -Não confundir as arras com os seguintes institutos: a) Cláusula Penal (art. 408 a 416, C.C.) b) Obrigações Alternativas c) Obrigações Facultativas 9.4 – Quando o descumprimento do contrato não ocorrer por culpa de alguma das partes (ex.: caso fortuito/força maior) ou quando houver o exercício do direito de arrependimento de ambas as partes, não haverá retenção ou devolução em dobro das arras, voltando as partes ao status quo ante. 10 - Do Contrato Aleatório (art. 458, C.C.) 10.1 – Noção: espécie de contrato em que as partes não sabem, de antemão, se existirá contraprestação e/ou, caso haja, não sabem o conteúdo desta (ex.: contrato de seguro, contrato de coisas futuras, etc.). 10.2 – Espécies PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS DIREITO CIVIL II – RESPONS. CIVIL E TEORIA GERAL DOS CONTRATOS ROTEIRO 02 – TEORIA GERAL DOS CONTRATOS PROF. GILBERTO S. AMARANTE _______________________________________________________________ 10.2.1 – Álea quanto á existência da coisa (emptio spei) -O comprador se obriga a pagar o preço, ainda que a coisa não venha a existir, desde que não haja dolo ou culpa do credor (art. 458, C.C.) 10.2.2 – Álea quanto à quantidade da coisa (empetio rei speratae) -Se a coisa futura, objeto do contrato, vier a existir em menor quantidade, o preço deverá ser pago pelo devedor, sem qualquer abatimento, desde que não haja culpa do alienante (art. 459, C.C.). -Porém, neste caso, se a coisa futura inexistir não se reputará ocorrida a alienação, devendo as partes voltar ao status quo ante (art. 459, parág. único, C.C.). 10.2.3 – Álea relativa à coisa já existente (exposta a risco) -Tendo o adquirente assumido o risco, o alienante fará jus ao preço integral, ainda que a coisa inexista, totalmente ou parcialmente, no dia do contrato (art. 460, C.C.). Ex.: negociação de um bem pendendo ação reivindicatória. -Porém, caso o outro contratante não ignorava a consumação do risco (perda do objeto), a alienação poderá ser anulada pelo prejudicado em razão do dolo da outra parte (art. 461, C.C.). 11 – Do Contrato Preliminar (Pré-contrato / Compromisso) 11.1 – Contrato em que alguém se compromete a contratar no futuro. Ex.: compromisso de compra e venda. 11.2 – Com a exceção da forma, o contrato preliminar deve possuir os mesmos requisitos essenciais do contrato definitivo – art. 104, C.C. (art. 462, C.C.). -O contrato preliminar deverá ser levado ao registro competente (art. 463, parág. único, C.C.). Assim, os contratos preliminares que tenham imóveis como objeto serão registrados no CRI e os relativos aos bens móveis no Cartório de Títulos e Documentos. Dita norma deve se compatibilizar com a Súmula 239, do STJ. 11.3 – Efeitos: -Caso não conste cláusula de arrependimento, a celebração do contrato definitivo torna-se obrigatória para as partes, podendo qualquer delas assinalar prazo para que a outra cumpra o objeto do contrato preliminar (art. 462, parág. único). -Caso a natureza da obrigação o permita e escoado o prazo assinalado, poderá haver o suprimento judicial de vontade (art. 464, C.C.). -Alternativamente, poderá a parte prejudicada considerar o contrato desfeito e pedir perdas e danos (art. 465, C.C.). -Caso o contrato preliminar seja unilateral, deve o credor se manifestarno prazo previsto no contrato preliminar ou no prazo razoavelmente assinalado pelo devedor, sob pena de se tornar sem efeito a promessa unilateral (art. 466, C.C.) 12 - Dos Vícios Redibitórios ou Dos Vícios Ocultos PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS DIREITO CIVIL II – RESPONS. CIVIL E TEORIA GERAL DOS CONTRATOS ROTEIRO 02 – TEORIA GERAL DOS CONTRATOS PROF. GILBERTO S. AMARANTE _______________________________________________________________ 12.1 – Noção: falhas ou defeitos ocultos em coisa recebida em pagamento num contrato comutativo, defeitos estes que tornam a coisa imprópria ao uso a que se destina ou que lhe diminuam o valor. 12.2 – Requisitos: a) Coisa recebida em virtude de Contrato comutativo (ex.: art. 441, parág. único, C.C.) b) Vício oculto, i.é, não aparente; não perceptível de forma imediata para uma pessoa de diligência normal. c) Vício que torna a coisa imprópria ao uso ou que lhe diminua o valor. Vício que teria o condão de comprometer o negócio, pelo menos nas mesmas bases em que entabulado, se fosse conhecido pelo adquirente. d) Vício existente antes da transferência da propriedade, ainda que manifestado posteriormente (art. 444, C.C.) 12.3 – Teorias 12.3.1 – Teoria do erro: fundamenta-se no erro, ignorância, do adquirente. 12.3.2 – Teoria do inadimplemento contratual: o alienante é responsável pelo adequado cumprimento do contrato, responsabilizando-se pela integridade da coisa. 12.3.3 – Teoria do risco: o alienante é quem suporta o risco pela integridade da coisa, responsabilizando-se por ela. 12.3.4 – Teoria da equidade: como forma de se manter a necessária comutatividade entre as partes contratantes. 12.4 – Efeitos: 12.4.1 – O adquirente pode enjeitar a coisa, desfazendo o negócio (art. 441, C.C.) ou, alternativamente, requerer abatimento do preço (art. 442, C.C.) 12.4.2 – Caso o alienante não ignorava o vício, além de devolver o que recebeu em virtude do contrato, também pagará perdas e danos ao adquirente. Caso contrário, apenas devolverá o que recebeu, mais as despesas do contrato (art. 443, C.C.) 12.5 – Prazo Decadencial 12.5.1 – O adquirente poderá manejar as ações edilícias (redibitória ou quanti minoris / estimatória): a) em 30 dias no caso de coisas móveis e 1 ano no caso de bens imóveis, contado da entrega efetiva. Se o adquirente já estava na posse da coisa, o prazo será reduzido á metade, contando-se a partir da alienação (art. 445, caput, C.C.) 12.5.2 – Quando, pela natureza do vício, ele somente puder ser constatado mais tarde, o prazo terá início com o conhecimento do vício pelo adquirente, e será de 180 dias para móveis e de 1 ano para imóveis (art. 445, parág. 1º, C.C.). 12.5.3 – Em se tratando de venda de animais deverão ser observadas, sucessivamente, as seguintes regras: a) lei especial; b) usos locais; c) as normas do art. 445, parág. 1º, do Código Civil (art. 445, parág. 2º, C.C.). PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS DIREITO CIVIL II – RESPONS. CIVIL E TEORIA GERAL DOS CONTRATOS ROTEIRO 02 – TEORIA GERAL DOS CONTRATOS PROF. GILBERTO S. AMARANTE _______________________________________________________________ 12.5.4 – Na constância de cláusula de garantia, não correrão os prazos decadenciais. Contudo, deverá o adquirente, sob pena de decadência, denunciar o defeito ao alienante no prazo de 30 dias a partir do seu conhecimento (art. 446, C.C.). 12.5.5 – Distinguir vícios ocultos: a) do inadimplemento contratual; b) erro quanto á qualidade essencial do objeto (art. 139 c/c art. 178, II, C.C.). 12.5.6 – O defeito de uma das coisas vendidas conjuntamente, via de regra, não autoriza a rejeição da outra (art. 503, C.C.). 12.5.7 – Quanto se tratar de relação de consumo, aplica-se as regras relativas ao vício do produto (art. 18 a 26, C.D.C.). 13 – Da Evicção 13.1 – Em um contrato oneroso, ainda que seja mediante hasta pública, quando o adquirente de determinada coisa (evicto) a perde posteriormente para o seu real proprietário (evictor), tem direito à restituição do preço e demais despesas, perante quem o alienou (alienante) (art. 447, C.C.) 13.1.1 – Doação: por se tratar de contrato não oneroso, via de regra, a evicção não se aplica a este tipo de contrato. Porém, caso não haja convenção em contrário, será aplicável às doações feitas para casamento com certa e determinada pessoa (art. 552, C. Civil). Da mesma forma, tem-se entendido que se aplica às doações com encargo. 13.2 – Diferentemente do Código Civil de 1916, o atual C.Civil não a restringe à perda da propriedade por decisão judicial, podendo, também, ser aplicada no caso de apreensão da coisa por ato de autoridade administrativa. 13.3 – A evicção se opera também nas alienações feitas em hasta pública (art. 477, parte final, C. Civil) e independentemente da boa-fé ou da má-fé do alienante. 13.4 – O adquirente deve denunciar à lide (art. 70, I, CPC) o alienante imediato ou qualquer dos alienantes anteriores (art. 456, C. Civil, caput). Caso o alienante não responda à denunciação à lide, o adquirente poderá deixar de contestar ou oferecer recursos, caso seja manifesta a procedência do pedido de evicção (art. 456, parág. único, C. Civil). 13.4.1 – Para parte da doutrina, a denunciação à lide do alienante pelo evicto é obrigatória, sob pena de se perder o direito à evicção. Porém, a jurisprudência do STJ está no sentido de que o evicto que não denunciar à lide o alienante poderá manejar ação autônoma (Resp. 880698-DF). 13.5 – A evicção pode ser excluída, diminuída ou aumentada, por convenção das partes, de forma expressa. (art. 448, C. Civil). 13.5.1 - Porém, a cláusula de exclusão somente terá efeito se ficar demonstrado que o evicto conhecia o risco da evicção e se, em sabendo, o assumiu. (art. 449, C.Civil) PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS DIREITO CIVIL II – RESPONS. CIVIL E TEORIA GERAL DOS CONTRATOS ROTEIRO 02 – TEORIA GERAL DOS CONTRATOS PROF. GILBERTO S. AMARANTE _______________________________________________________________ 13.5.2 – Mesmo quando se tratar de contrato de adesão, a cláusula que exclua a responsabilidade por evicção nos contratos de consumo é nula (art. 51, inciso I, CDC). 13.6 – O adquirente também não terá direito à evicção se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa (art. 457, C. Civil). 13.7 - O evicto será indenizado pelo alienante pelo preço da coisa na época em que se perdeu e de forma proporcional, no caso de evicção parcial (art. 450, parág. único, C. Civil) 13.8 – Além do preço da coisa, o alienante será obrigado perante o evicto: a) À indenização dos frutos que for obrigado a restituir ao evictor (art. 450, I, C. Civil) b) Ao reembolso das despesas dos contratos, custas e honorários do advogado constituído pelo evicto e pelas perdas e danos derivadas da evicção (art. 450, incisos I e II, C. Civil) c) À indenização das benfeitorias úteis e necessárias feitas pelo evicto, desde que não tenham sido indenizadas pelo evictor. O elienante poderá compensar perante o evicto o valor as benfeitorias feitas por ele e que tenham sido indenizadas ao evicto pelo evictor (arts. 453 e 454, C. Civil). 13.9 – Em caso de deterioração da coisa: a) A responsabilidade do alienante subsiste, salvo no caso de dolo do adquirente (art. 451, C. Civil). b) O alienante poderá compensar as vantagens obtidas na deterioração da coisa pelo evicto, caso este não tenha sido condenado a indenizá-las (art 452, C. Civil). 13.10 – Caso a evicção seja parcial: a) Sendo considerável a evicção parcial, poderá o evicto optar entre a resolução do contrato ou a restituição da parte do preço proporcional a ela (art. 455 c/c art. 450, parág. único,C. Civil). b) Não sendo considerável a perda, caberá somente direito à indenização, não dando ensejo à resolução do contrato (art. 455, C. Civil) 14 – Exceção do Contrato não Cumprido 14.1 – Nos contratos bilaterais, um contratante não pode exigir o cumprimento da obrigação de outro antes de cumprir a sua (art. 476, C. Civil) 14.2 – Caso o contrato não seja de prestações simultâneas, a parte que primeiro de vê cumprir com a sua obrigação pode deixá-la de cumprir ou exigir garantia, caso a outra parte apresente sinais de insolvência (art. 477, C. Civil) 15 – Extinção dos Contratos 15.1 – Pagamento: o pagamento é a principal forma de extinção dos contratos, e consiste na satisfação direta e voluntária do objeto do contrato. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS DIREITO CIVIL II – RESPONS. CIVIL E TEORIA GERAL DOS CONTRATOS ROTEIRO 02 – TEORIA GERAL DOS CONTRATOS PROF. GILBERTO S. AMARANTE _______________________________________________________________ 15.2 – Resilição do Contrato a) Bilateral ou Distrato: quando há consenso das partes para a extinção do vínculo contratual. Deve observar a mesma forma determinada pela lei para o contrato (art. 472, C. Civil). b) Resilição Unilateral: quando as partes ou a lei (explícita ou implicitamente) prevêem a possibilidade de extinção do vínculo contratual por manifestação de vontade de apenas uma parte. Neste caso será necessária a denúncia do contrato mediante notificação à outra parte (art. 473, C. Civil). Ex.: contrato de trabalho e demais contratos por tempo indeterminado. -Se em razão da natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia vazia (imotivada) somente produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o montante dos investimentos (art. 473, parág. único). 15.3 – Resolução do Contrato a) Resolução sem culpa: ocorre nos casos de força maior ou caso fortuito (art. 393, C. Civil). Neste caso, aplica-se a regra geral res perit domino. b) Resolução por culpa: quando houver inadimplemento culposo do contrato poderá pedir a sua resolução, exigindo as perdas e danos. Também, opcionalmente, poderá exigir-lhe o cumprimento, sempre com perdas e danos (art. 475, C. Civil). c) Cláusulas Resolutivas (art. 474, C. Civil): c.1) Tácita: requer interpelação judicial, divergindo a doutrina se opera efeitos ex nunc ou ex tunc. c.2) Expressa: não depende de reconhecimento judicial, operando de pleno direito. 15.4 – Resolução por Onerosidade Excessiva (art. 478 a 480) 15.4.1 – Nos contratos bilaterais, signalagmáticos, e de execução continuada ou diferida, tornando-se excessivamente onerosa a prestação de uma das partes em razão de evento extraordinário e imprevisível, esta parte poderá requerer a resolução do contrato (art. 478). 15.4.2 – Requisitos: a) Que o contrato seja de execução continuada ou diferida. b) Que haja um evento extraordinário e imprevisível (teoria de imprevisão). c) Que, em razão deste evento, a prestação se torna muito onerosa para uma parte e extremamente vantajosa para a outra, isto é, que comprometa o equilíbrio econômico-financeiro do contrato. 15.4.3 – A resolução do contrato poderá ser afastada pelo contratante beneficiado caso ele concorde em modificar os termos do contrato, resgatando- se o equilíbrio financeiro do contrato (art. 479). PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS DIREITO CIVIL II – RESPONS. CIVIL E TEORIA GERAL DOS CONTRATOS ROTEIRO 02 – TEORIA GERAL DOS CONTRATOS PROF. GILBERTO S. AMARANTE _______________________________________________________________ 15.4.4 – A sentença que decretar a resolução do contrato em razão da onerosidade excessiva retroagirá à data da citação (art. 478, in fine). 15.4.5 – Nos contratos unilaterais, poderá o devedor requerer o ajustamento de suas prestações para se evitar a onerosidade excessiva (art. 480). 15.4.6 – Quando se trata de relação de consumo, o Código de Defesa do Consumidor não exige que o desequilíbrio seja causada por algum evento extraordinário e imprevisível (art. 6º, V, CDC). 16 – Da Exceção do Contrato não Cumprido (exceptio nom adimpleti contractus) (art. 476 e 477) 16.1 – Nenhuma das partes, num contrato bilateral, pode exigir o cumprimento da prestação da contraparte enquanto não cumprir com a sua obrigação (art. 476). 16.2 – Após a conclusão do contrato, caso uma das partes dê sinais de estar insolvente, a outra parte pode deixar de cumprir com a sua obrigação na avença, até que receba a prestação ou a garantia de cumprimento desta pela outra parte (art. 477).
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