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367339_Roteiro 02 - Teoria Geral dos Contratos

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS 
DIREITO CIVIL II – RESPONS. CIVIL E TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
ROTEIRO 02 – TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
PROF. GILBERTO S. AMARANTE 
_______________________________________________________________ 
 
 
1 – Noção Geral 
 
1.1 – Teoria do Fato Jurídico 
1.1.1 – Fato Jurídico estrito senso 
1.1.2 – Ato Jurídico (vontade): a) Ato jurídico cujos efeitos derivam de uma 
declaração de vontade (negócios jurídicos); b) Ato jurídico cujos efeitos 
derivam diretamente da lei (ex lege). 
 
1.2 – Conceito 
-“Contrato é o acordo de duas ou mais pessoas para, entre si, constituir, 
regular ou extinguir uma relação jurídica de natureza patrimonial.” – Darcy 
Bessone. 
-“É o negócio jurídico bilateral ou plurilateral que sujeitas as partes à 
observância de conduta idônea à satisfação dos interesses que regula.” – 
Orlando Gomes 
-“Contrato é o acordo de duas ou mais vontades, na conformidade da ordem 
jurídica, destinado a estabelecer uma regulamentação de interesses entre as 
partes, com o escopo de adquirir, modificar ou extinguir relações jurídicas de 
natureza patrimonial” – Maria Helena Diniz 
 
2 – Requisitos (art. 104, C.C.) 
2.1 – Subjetivos: a) existência de duas ou mais pessoas; b) Capacidade 
genérica; c) Consentimento. 
-Apesar de sempre exigir duas partes, excepcionalmente, parte da doutrina tem 
admitido o “auto contrato”. 
 
2.2 – Objetivos: a) licitude do objeto do contrato; b) possibilidade -física ou 
jurídica do objeto do negócio jurídico; c) determinabilidade do objeto; d) 
suscetibilidade de apreciação econômica do objeto. 
 
2.3 – Formais: forma prescrita ou não defesa em lei (ex.: arts. 107 e 108, C.C.). 
Então, o contrato não precisa, necessariamente, ser escrito, podendo ser 
verbal ou, até mesmo, ser exteriorizado sem verbalização. Quando assume a 
forma escrita, tem-se o instrumento do contrato. 
 
3 – Princípios Contratuais 
3.1 – Autonomia da vontade: liberdade conferida às partes de, primeiramente, 
contratar ou não. Posteriormente, em contratando, as partes possuem a 
liberdade de fixar e escolherem livremente as cláusulas que irão reger o 
contrato (art. 5º, II, CF/88; art. 425 e art. 475, C.C.). 
-Limitações: a) abuso do direito (art. 187, C.C.); interpretação dos negócios 
jurídicos conforme a boa-fé e usos do lugar da celebração (art. 113, C.C.), 
função social do contrato (art. 421, C.C.); probidade e boa-fé (art. 422); ordem 
pública (art. 2.035, parág. único), normas cogentes derivadas do dirigismo 
estatal (ex. direito trabalhista); contratos de adesão (art. 54, C.D.C.), etc. 
 
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS 
DIREITO CIVIL II – RESPONS. CIVIL E TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
ROTEIRO 02 – TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
PROF. GILBERTO S. AMARANTE 
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3.2 – Consensualismo: para a formação do contrato, basta o consenso das 
partes (convergência de vontades), sendo que a forma ou a solenidade 
somente deverão ser observadas quando prescritas ou não proibidas pela lei. 
 
3.3 – Relatividade: via de regra, o contrato cria norma inter allios, i.é., entre as 
partes contratantes, não vinculando terceiros que não participaram da avença. 
-Exceções: a) Função social do contrato; b) Contratos Coletivos; c) Fraude 
contra credores (art. 158 C.C.); d) Fraude à execução (art. 593, CPC). 
 
3.4 - Força Obrigatória: o contrato, com base no ordenamento jurídico, cria 
norma entre as partes, que devem ser cumpridas (pacta sunt servanda). (art. 
389, C.C.). 
 
3.5 – Equilíbrio dos contratantes: o exercício da autonomia da vontade somente 
será efetivo à medida que se verifica um equilíbrio entre a autonomia das 
partes contratantes. 
 
3.6 – Função Social do Contrato (art. 421, C.C.) 
3.6.1-Liberdade de contratar # liberdade contratual 
3.6.2 - Em relação ás partes contratantes, a função social visa garantir a justiça 
interna do contrato, impedindo cláusulas leoninas e abusivas, que possam 
submeter uma parte ao arbítrio de outra (Ex.: art. 424, C. Civil). 
-Já no âmbito externo (onde o princípio costuma ser mais alegado), visa 
garantir a intangibilidade dos direitos daqueles que não participam da avença. 
-“Cumpre sua função social o contrato que não sacrifica, compromete ou lesa 
interesses metaindividuais (públicos, difusos ou coletivos) acerca dos quais não 
têm os contratantes a disponibilidade. “ – Fábio Ulhoa Coelho 
-Assim, possui os seguintes conteúdos (III Jornada de Direito Civil do Conselho 
da Justiça Federal): 
a) prevalência dos interesses sociais eventualmente envolvidos no contrato 
sobre os direitos individuais nele regulados; 
b) inter-relação salutar entre os contratantes e terceiros não-contratantes, de 
modo a inibir a invasão de uns na esfera jurídica dos outros, sob pena de, sob 
o enfoque da tutela externa do crédito, eventual responsabilização de terceiros 
não-contratantes pelo inadimplemento contratual; 
c) obediência ao dever de justiça e equilíbrio nas trocas econômicas havidas 
por intermédio do contrato. 
 
3.7 – Boa-fé Objetiva (art. 113 e art. 422, C.C.) 
3.7.1 – Boa-fé objetiva # boa-fé subjetiva 
3.7.2 – Funções da boa-fé objetiva: 
3.7.2.1 - Interpretativa (art. 113, C.C.) 
3.7.2.2 – Norma de Conduta: padrão de comportamento objetivo, que impõe a 
observância dos chamados deveres acessórios, laterais ou anexos, não só na 
execução do contrato, mas também nas fases pré e pós contratual. São eles: 
3.7.2.2.1 – Dever de Proteção ou Segurança 
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DIREITO CIVIL II – RESPONS. CIVIL E TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
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3.7.2.2.2 – Dever de informação 
3.7.2.2.3 – Dever de lealdade 
3.7.2.2.4 – Dever de cooperação 
3.7.3 – Teorias relacionadas à boa-fé objetiva: 
3.7.3.1 – Abuso do direito (art. 187, C.C.) 
3.7.3.2 – Culpa in contraendo 
3.7.3.3 – Venire contra factum próprio 
 
4 – Classificação dos Contratos 
4.1 – Unilateral x bilateral (sinalagmáticos): se um ou os dois contratantes 
possuem obrigações a cumprir. 
 
4.2 – Oneroso x Gratuito: se um ou os dois contratantes auferem vantagens 
econômicas. 
 
4.3 – Aleatórios x comutativos: se as partes sabem, com antecedência, se 
haverá contraprestação ou não, e bem como a sua natureza ou conteúdo.. Ex.: 
contrato de seguro (aleatório). 
 
4.4 – Paritários x Por Adesão: se há possibilidade de ambas as partes 
discutirem ou não as cláusulas substancias do contrato. Definição legal: art. 54, 
do CDC. 
 
4.5 – Pessoais x Impessoais: se a obrigação que nasce do pacto é 
personalíssima ou não. 
 
4.6 – Civis x de Cosumo: se a obrigação derivada do contrato é de consumo ou 
não. 
 
4.7 – Civis x Mercantis: se a obrigação derivada do contrato é de natureza 
comercial ou empresaria (exploração de atividade econômica organizada para 
a produção ou circulação de bens ou serviços) ou não. 
 
4.8 – Formais (solenes) x Consensuais x Reais: se, para se aprimorarem, 
dependem apenas do consenso, ou de forma prescrita em lei ou da tradição de 
alguma coisa. 
 
4.9 – Nominados (típicos) x Inominados (atípicos): se há legislação 
regulamentando a espécie contratual ou se, não havendo referida 
normatização, a espécie contratual é fruto exclusivo da autonomia da vontade 
das partes (art. 425, C.C.) 
 
4.10 – Instantâneos (de execução imediata ou diferida) x Contínuos (execução 
continuada, de duração): se a execução do contrato se dá mediante apenas um 
ato da(s) parte(s) ou mediante vários atos reiterados da(s) parte(s), mediados 
por um determinado tempo. 
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4.11 - Principais e Acessórios: se há ou não uma relação de acessoriedade 
entre duas ou mais as espécies contratuais. 
 
5 - FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 
5.1 – Definições 
5.1.1 – Proposta / Oferta # Propaganda 
5.1.2 – Policitante ou Proponente: quem faz a proposta / oferta. 
5.1.3 – Oblato ou aceitante: pessoa a quem é dirigida a proposta / oferta. 
 
5.2 – Proposta / Oferta 
5.2.1 – A proposta para contratar vincula obrigatoriamente o proponente (art. 
427, C.C). 
-Exceções: 
a) se o contrário puder se verificar nos termos da proposta. 
b) se a natureza do negócio ou circunstâncias do caso apontarem para o 
contrário. 
 
5.2.2 – A proposta também não será obrigatória se (art. 428, C.C.): 
5.2.2.1 – Feita a pessoa presente: 
-Não for aceita de pronto, considerando-se que a proposta feita por telefone ou 
por outro meio similar equivale-se à proposta feita a pessoa presente. 
5.2.2.2 – Feita a pessoa ausente: 
a) sem prazo: quando houver passado o prazo suficiente para se chegar ao 
conhecimento do policitante a resposta do oblato. 
b) com prazo: 
b.1) quando houver decorrido o prazo estipulado sem a “expedição” da 
proposta 
b.2) quando houver a retratação do policitante e a referida retração chegue ao 
conhecimento do oblato antes da proposta ou simultaneamente a ela. 
5.2.3 - Quando contiver todos os requisitos essências ao contrato, a oferta ao 
público se equivale à proposta, obrigando o policitante (art. 429, C.C.). No 
entanto poderá ser revogada, desde que esta faculdade esteja expressamente 
ressalvada na proposta/oferta e/ou desde que adote a mesma forma da 
proposta/oferta. 
5.2.4 – No regime do Código de Defesa do Consumidor, se o policitante se 
recusar ao cumprimento do contrato nos termos da oferta, o consumidor 
poderá escolher entre (art. 30 c/c art. 35 e incisos, CDC): 
a) exigir o cumprimento específico da obrigação derivada da oferta 
b) aceitar outro produto ou serviço equivalente 
c) requerer a resolução do contrato, com perdas e danos. 
 
5.3 – Aceitação 
5.3.1 – Importará em nova proposta a aceitação intempestiva, ou caso seja 
externada com adições, restrições ou modificações (art. 431, C.C.). 
 
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5.3.2 -Caso, por algum imprevisto, a aceitação do oblato chegue tardiamente 
ao conhecimento do policitante, este deverá comunicar imediatamente o fato 
ao oblato, sob pena de perdas e danos (art. 430, C.C.). 
5.3.3 – Se a retratação do oblato chegar ao conhecimento do proponente antes 
ou simultaneamente com a aceitação, esta não surtirá efeitos jurídicos (art. 
433, C.C.). 
5.3.4 – Caso o proponente tenha dispensado a aceitação, ou houver o costume 
de dispensá-la em determinado negócio, o contrato se aperfeiçoará caso a 
recusa não chega a tempo (art. 432, C.C.). 
 
5.4 – Momento de Formação do Contrato (Teorias): 
5.4.1 – Teorias 
5.4.1.1 - Teoria da Cognição ou Conhecimento: o contrato se reputa perfeito no 
momento em que o policitante tem conhecimento da aceitação. 
5.4.1.2 - Teoria da Agnição: reputa-se perfeito o contrato com a manifestação 
de vontade do oblato, ainda que a referida manifestação de vontade ainda não 
seja de conhecimento do policitante. Assim, nos contratos entre ausentes 
pode-se aplicar uma das seguintes sub-teorias: 
a) Declaração: o contrato se aperfeiçoa quando o oblato efetivamente declara. 
b) Expedição: o contrato se reputa perfeito com a expedição da manifestação 
de vontade pelo oblato. 
c) Recepção: o contrato se reputa perfeito quando o policitante recebe a 
aceitação do oblato. 
 
5.4.2 - O Código Civil de 2002 adotou a “Teoria da Agnição por Expedição” (art. 
434, II e artigo 428, II, C.,C.). Assim, nos contratos entre pessoas ausentes, os 
contratos apenas se aperfeiçoarão com a expedição da oferta pelo oblato, 
exceto (art. 434, caput e incisos, C.C.): 
a) Se a retratação do oblato chegar ao conhecimento do proponente antes ou 
simultaneamente com a aceitação, esta não surtirá efeitos jurídicos (art. 433, 
C.C.). 
b) Se o policitante se comprometeu à esperar a resposta. 
c) Se a resposta não chegar no prazo combinado. 
 
5.4.3 – Lugar da Formação dos Contratos 
5.4.3.1 – Apesar de o Código Civil ter adotado a teoria da expedição para fixar 
o momento de sua formação, o contrato reputa-se celebrado no lugar em que 
foi proposto (art. 435, C.C. e art. 9º, parág. 2º, L.I.C.C), salvo se as partes 
estipularem de modo diverso. 
5.4.3.2 – Nas relações de consumo, inclusive quando o contrato for feito por 
vias eletrônicas, o foro é o do autor-consumidor (art. 101, I, C.D.C). 
 
6 – Interpretação dos Contratos 
6.1 – Normas legais aplicáveis 
a) Art. 112, C.C.: nas declaração de vontade mais vale a intenção do que o 
sentido literal. 
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b) Art. 113, C.C: interpretação conforme os usos do lugar da celebração e 
conformea boa-fé. 
c) Art. 114, C.C.: A renúncia e os negócios jurídicos benéficos devem ser 
interpretados estritamente. 
d) Art. 423, C.C.: Nos contratos de adesão, diante de cláusulas ambíguas ou 
contraditórias, deve-se interpretar mais favoravelmente ao aderente. 
e) Art. 819, C.C.: Na fiança a interpretação deve ser restritiva. 
f) Art. 843, C.C.: Na transição a interpretação deve ser restritiva. 
g) Art. 47, C.D.C.: as cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira 
mais favorável ao consumidor. 
 
6.2 – Algumas regras de interpretação dos contratos mencionadas pela 
doutrina: 
a) Deve-se ter em vista a comum intenção das partes e os fins econômicos que 
as levaram a contratar; 
b) Cláusulas ambíguas serão interpretadas de acordo com o costume do lugar 
em que foram estipuladas; 
c) O contrato deve ser interpretado contra o próprio estipulante que, podendo 
ser claro, não o foi; 
d) Nos contratos gratuitos a interpretação deve beneficiar o devedor, e nos 
onerosos deve-se buscar o equilíbrio entre as partes; 
e) Nas estipulações negociais, deve-se interpretar de maneira menos onerosa 
para o devedor; 
f) Nos contratos de adesão as cláusulas manuscritas prevalecem sobre as 
impressas; 
g) Quando determinada cláusula tem sentido ambíguo, a interpretação deve 
ser feita ao modo de torná-la eficaz; 
h) No caso de ambigüidade do texto contratual, deve-se interpretá-lo conforme 
os usos e costumes do lugar em que foi estipulado; 
i) Havendo dúvida quanto à onerosidade ou gratuidade do contrato, 
prevalecerá o entendimento pela onerosidade; 
j) No caso de má-fé do contratante, contra ele deverá ser interpretada a 
cláusula cujo vício ou obscuridade teve origem em sua culpa; 
k) As cláusulas de um contrato devem ser interpretadas em harmonia e não 
isoladamente; 
l) Se um contrato é seguido de outro, modificando-o em parte, devem ambos 
ser interpretados como um todo. 
 
7 – Invalidade dos Pactos Sucessórios (art. 426, C.C.) (Pacta Corvina) 
7.1 – Modalidades de sucessão: 
a) Legítima (art. 1.829, C.C.) 
b) Testamentária (art. 1.857, C.C.) 
7.2 – Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva (art. 426, C.C.) 
 
8 – Estipulações contratuais em relação a terceiros 
8.1 – Estipulação em Favor de Terceiros 
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8.1.1 - Noção: quando em um contrato as partes estipulam que a obrigação 
será cumprida em benefício de um terceiro. Exemplo: seguro de vida. 
8.1.2 – Partes: 
a) Estipulante 
b) Promitente (devedor) 
c) Terceiro (beneficiário) 
8.1.3 – Tanto o beneficiário quanto o estipulante podem exigir o cumprimento 
da obrigação derivada do contrato. No que tange ao terceiro, ele deve anuir 
expressamente com as normas e condições do contrato (art. 436, caput e 
parág. único). 
8..1.4 – Caso se deixe exclusivamente ao terceiro o direito de exigir o 
cumprimento da obrigação, não poderá o estipulante exonerar o devedor (art. 
437, C.C.) 
8..1.5 – Pode o estipulante reservar para si o direito de substituir o beneficiário, 
por ato inter vivos ou causa mortis (art. 438, caput e parág. único) 
 
8.2 – Da Promessa de Fato de Terceiro 
8.2.1 – Aquele que prometer “fato” de terceiro responderá caso a obrigação 
não seja cumprida pelo terceiro (art. 439, C.C.), exceto: 
a) Caso se comprometa prestação a ser cumprida pelo cônjuge e que dependa 
de anuência do cônjuge o ato a ser praticado e desde que, pelo regime de 
casamento adotado, a indenização venha, de algum modo, a recair sobre os 
bens do cônjuge (art. 439, parág. único). 
b) Caso o terceiro se obrigar por ato próprio (art. 439, caput c/c 440, C.C.). 
8.2.2 – Não se trata de representação, quando uma pessoa age no 
cumprimento de um contrato de mandato. 
 
8.3 – Do Contrato com Pessoa a Declarar 
8.3.1 – Pode uma das partes (stipulans), no momento de conclusão do 
contrato, reservar para si a faculdade de indicar outra pessoa (electus) para 
assumir sua posição contratual perante a outra parte (promittens) (art. 467, 
C.C.) 
8.3.2 – A indicação, no silencia das partes, dar-se-á no prazo “decadencial” de 
05 dias da conclusão do contrato e a sua aceitação por parte do electus deverá 
assumir a mesma forma que as partes utilizaram para a celebração do contrato 
(art. 468, caput e parág. único). 
8.3.3 – O electus assume as obrigações e direitos advindos do contrato desde 
o momento de sua celebração (ex tunc -art. 469, C.C.). Porém, o contrato 
surtirá efeitos somente entre os contratantes se (art. 470, incisos I e II): 
a) Caso não houver indicação de nenhuma pessoa ou se o nomeado a recusá-
la (art. 470, inciso I); 
b) Caso o nomeado era insolvente no momento da indicação e a outra parte 
desconhecia dita circunstância (art. 470, inciso II); 
c) Caso o nomeado era incapaz no momento da nomeação (art. 471, C.C.) 
 
9 – Das Arras ou Sinal (art. 417 a 420, C.C.) 
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9.1 – Noção: cláusula acessória de um negócio jurídico bilateral em que uma 
parte, na conclusão do contrato, dá a outra dinheiro ou outro bem móvel a título 
de sinal, como forma de confirmar e/ou assegurar o negócio. 
 
9.2 -Espécies 
9.2.1 – Confirmatória (art. 417 a 419): 
-Quando não estipulado expressamente o direito ao arrependimento, as arras 
serão confirmatórias. 
- Via de regra, as arras assumem a função “confirmatória”. 
- Funções: 
a) Prestam-se a confirmar o contrato, reforçando a sua obrigatoriedade; 
b) Quando fungíveis com o objeto principal, constituem-se em início de 
pagamento. 
Quando não fungíveis, ainda assim, não há proibição para que as partes a 
reputem como início de pagamento. 
c) Prestam-se a prefixar eventuais perdas e danos. Assim, o valor ou a coisa 
adiantada constituir-se-á em antecipação de eventuais perdas e danos pelo 
descumprimento da avença, podendo haver indenização suplementar (art. 419, 
C.C.). 
 
9.2.2 – Penitenciais (art. 420, C.C.): 
-Quando estipulado expressamente o direito de arrependimento, as arras 
constituir-se-ão num valor a ser pago à outra parte em razão do exercício do 
direito dearrependimento. Assim, se o arrependimento partir de quem as 
pagou, perderá o valor pago para a outra parte; e se o arrependimento partir de 
quem as recebeu, devolverá o valor recebido, mais o equivalente. 
 -Neste caso, não há que se falar em indenização suplementar (art. 420, C.C., 
in fine) 
 
9.3 – Distinções 
-Não confundir as arras com os seguintes institutos: 
a) Cláusula Penal (art. 408 a 416, C.C.) 
b) Obrigações Alternativas 
c) Obrigações Facultativas 
 
9.4 – Quando o descumprimento do contrato não ocorrer por culpa de alguma 
das partes (ex.: caso fortuito/força maior) ou quando houver o exercício do 
direito de arrependimento de ambas as partes, não haverá retenção ou 
devolução em dobro das arras, voltando as partes ao status quo ante. 
 
10 - Do Contrato Aleatório (art. 458, C.C.) 
10.1 – Noção: espécie de contrato em que as partes não sabem, de antemão, 
se existirá contraprestação e/ou, caso haja, não sabem o conteúdo desta (ex.: 
contrato de seguro, contrato de coisas futuras, etc.). 
 
10.2 – Espécies 
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10.2.1 – Álea quanto á existência da coisa (emptio spei) 
-O comprador se obriga a pagar o preço, ainda que a coisa não venha a existir, 
desde que não haja dolo ou culpa do credor (art. 458, C.C.) 
10.2.2 – Álea quanto à quantidade da coisa (empetio rei speratae) 
-Se a coisa futura, objeto do contrato, vier a existir em menor quantidade, o 
preço deverá ser pago pelo devedor, sem qualquer abatimento, desde que não 
haja culpa do alienante (art. 459, C.C.). 
-Porém, neste caso, se a coisa futura inexistir não se reputará ocorrida a 
alienação, devendo as partes voltar ao status quo ante (art. 459, parág. único, 
C.C.). 
10.2.3 – Álea relativa à coisa já existente (exposta a risco) 
-Tendo o adquirente assumido o risco, o alienante fará jus ao preço integral, 
ainda que a coisa inexista, totalmente ou parcialmente, no dia do contrato (art. 
460, C.C.). 
Ex.: negociação de um bem pendendo ação reivindicatória. 
-Porém, caso o outro contratante não ignorava a consumação do risco (perda 
do objeto), a alienação poderá ser anulada pelo prejudicado em razão do dolo 
da outra parte (art. 461, C.C.). 
 
11 – Do Contrato Preliminar (Pré-contrato / Compromisso) 
11.1 – Contrato em que alguém se compromete a contratar no futuro. Ex.: 
compromisso de compra e venda. 
11.2 – Com a exceção da forma, o contrato preliminar deve possuir os mesmos 
requisitos essenciais do contrato definitivo – art. 104, C.C. (art. 462, C.C.). 
-O contrato preliminar deverá ser levado ao registro competente (art. 463, 
parág. único, C.C.). Assim, os contratos preliminares que tenham imóveis como 
objeto serão registrados no CRI e os relativos aos bens móveis no Cartório de 
Títulos e Documentos. Dita norma deve se compatibilizar com a Súmula 239, 
do STJ. 
 
11.3 – Efeitos: 
-Caso não conste cláusula de arrependimento, a celebração do contrato 
definitivo torna-se obrigatória para as partes, podendo qualquer delas assinalar 
prazo para que a outra cumpra o objeto do contrato preliminar (art. 462, parág. 
único). 
-Caso a natureza da obrigação o permita e escoado o prazo assinalado, poderá 
haver o suprimento judicial de vontade (art. 464, C.C.). 
-Alternativamente, poderá a parte prejudicada considerar o contrato desfeito e 
pedir perdas e danos (art. 465, C.C.). 
-Caso o contrato preliminar seja unilateral, deve o credor se manifestarno 
prazo previsto no contrato preliminar ou no prazo razoavelmente assinalado 
pelo devedor, sob pena de se tornar sem efeito a promessa unilateral (art. 466, 
C.C.) 
 
12 - Dos Vícios Redibitórios ou Dos Vícios Ocultos 
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12.1 – Noção: falhas ou defeitos ocultos em coisa recebida em pagamento num 
contrato comutativo, defeitos estes que tornam a coisa imprópria ao uso a que 
se destina ou que lhe diminuam o valor. 
 
12.2 – Requisitos: 
a) Coisa recebida em virtude de Contrato comutativo (ex.: art. 441, parág. 
único, C.C.) 
b) Vício oculto, i.é, não aparente; não perceptível de forma imediata para uma 
pessoa de diligência normal. 
c) Vício que torna a coisa imprópria ao uso ou que lhe diminua o valor. Vício 
que teria o condão de comprometer o negócio, pelo menos nas mesmas bases 
em que entabulado, se fosse conhecido pelo adquirente. 
d) Vício existente antes da transferência da propriedade, ainda que 
manifestado posteriormente (art. 444, C.C.) 
 
12.3 – Teorias 
12.3.1 – Teoria do erro: fundamenta-se no erro, ignorância, do adquirente. 
12.3.2 – Teoria do inadimplemento contratual: o alienante é responsável pelo 
adequado cumprimento do contrato, responsabilizando-se pela integridade da 
coisa. 
12.3.3 – Teoria do risco: o alienante é quem suporta o risco pela integridade da 
coisa, responsabilizando-se por ela. 
12.3.4 – Teoria da equidade: como forma de se manter a necessária 
comutatividade entre as partes contratantes. 
 
12.4 – Efeitos: 
12.4.1 – O adquirente pode enjeitar a coisa, desfazendo o negócio (art. 441, 
C.C.) ou, alternativamente, requerer abatimento do preço (art. 442, C.C.) 
12.4.2 – Caso o alienante não ignorava o vício, além de devolver o que 
recebeu em virtude do contrato, também pagará perdas e danos ao adquirente. 
Caso contrário, apenas devolverá o que recebeu, mais as despesas do 
contrato (art. 443, C.C.) 
 
12.5 – Prazo Decadencial 
12.5.1 – O adquirente poderá manejar as ações edilícias (redibitória ou quanti 
minoris / estimatória): a) em 30 dias no caso de coisas móveis e 1 ano no caso 
de bens imóveis, contado da entrega efetiva. Se o adquirente já estava na 
posse da coisa, o prazo será reduzido á metade, contando-se a partir da 
alienação (art. 445, caput, C.C.) 
12.5.2 – Quando, pela natureza do vício, ele somente puder ser constatado 
mais tarde, o prazo terá início com o conhecimento do vício pelo adquirente, e 
será de 180 dias para móveis e de 1 ano para imóveis (art. 445, parág. 1º, 
C.C.). 
12.5.3 – Em se tratando de venda de animais deverão ser observadas, 
sucessivamente, as seguintes regras: a) lei especial; b) usos locais; c) as 
normas do art. 445, parág. 1º, do Código Civil (art. 445, parág. 2º, C.C.). 
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12.5.4 – Na constância de cláusula de garantia, não correrão os prazos 
decadenciais. Contudo, deverá o adquirente, sob pena de decadência, 
denunciar o defeito ao alienante no prazo de 30 dias a partir do seu 
conhecimento (art. 446, C.C.). 
12.5.5 – Distinguir vícios ocultos: a) do inadimplemento contratual; b) erro 
quanto á qualidade essencial do objeto (art. 139 c/c art. 178, II, C.C.). 
12.5.6 – O defeito de uma das coisas vendidas conjuntamente, via de regra, 
não autoriza a rejeição da outra (art. 503, C.C.). 
12.5.7 – Quanto se tratar de relação de consumo, aplica-se as regras relativas 
ao vício do produto (art. 18 a 26, C.D.C.). 
 
13 – Da Evicção 
13.1 – Em um contrato oneroso, ainda que seja mediante hasta pública, 
quando o adquirente de determinada coisa (evicto) a perde posteriormente 
para o seu real proprietário (evictor), tem direito à restituição do preço e demais 
despesas, perante quem o alienou (alienante) (art. 447, C.C.) 
13.1.1 – Doação: por se tratar de contrato não oneroso, via de regra, a evicção 
não se aplica a este tipo de contrato. Porém, caso não haja convenção em 
contrário, será aplicável às doações feitas para casamento com certa e 
determinada pessoa (art. 552, C. Civil). Da mesma forma, tem-se entendido 
que se aplica às doações com encargo. 
 
13.2 – Diferentemente do Código Civil de 1916, o atual C.Civil não a restringe à 
perda da propriedade por decisão judicial, podendo, também, ser aplicada no 
caso de apreensão da coisa por ato de autoridade administrativa. 
 
13.3 – A evicção se opera também nas alienações feitas em hasta pública (art. 
477, parte final, C. Civil) e independentemente da boa-fé ou da má-fé do 
alienante. 
 
13.4 – O adquirente deve denunciar à lide (art. 70, I, CPC) o alienante imediato 
ou qualquer dos alienantes anteriores (art. 456, C. Civil, caput). Caso o 
alienante não responda à denunciação à lide, o adquirente poderá deixar de 
contestar ou oferecer recursos, caso seja manifesta a procedência do pedido 
de evicção (art. 456, parág. único, C. Civil). 
13.4.1 – Para parte da doutrina, a denunciação à lide do alienante pelo evicto é 
obrigatória, sob pena de se perder o direito à evicção. Porém, a jurisprudência 
do STJ está no sentido de que o evicto que não denunciar à lide o alienante 
poderá manejar ação autônoma (Resp. 880698-DF). 
 
13.5 – A evicção pode ser excluída, diminuída ou aumentada, por convenção 
das partes, de forma expressa. (art. 448, C. Civil). 
13.5.1 - Porém, a cláusula de exclusão somente terá efeito se ficar 
demonstrado que o evicto conhecia o risco da evicção e se, em sabendo, o 
assumiu. (art. 449, C.Civil) 
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13.5.2 – Mesmo quando se tratar de contrato de adesão, a cláusula que exclua 
a responsabilidade por evicção nos contratos de consumo é nula (art. 51, inciso 
I, CDC). 
 
13.6 – O adquirente também não terá direito à evicção se sabia que a coisa era 
alheia ou litigiosa (art. 457, C. Civil). 
 
13.7 - O evicto será indenizado pelo alienante pelo preço da coisa na época em 
que se perdeu e de forma proporcional, no caso de evicção parcial (art. 450, 
parág. único, C. Civil) 
 
13.8 – Além do preço da coisa, o alienante será obrigado perante o evicto: 
a) À indenização dos frutos que for obrigado a restituir ao evictor (art. 450, I, C. 
Civil) 
b) Ao reembolso das despesas dos contratos, custas e honorários do advogado 
constituído pelo evicto e pelas perdas e danos derivadas da evicção (art. 450, 
incisos I e II, C. Civil) 
c) À indenização das benfeitorias úteis e necessárias feitas pelo evicto, desde 
que não tenham sido indenizadas pelo evictor. O elienante poderá compensar 
perante o evicto o valor as benfeitorias feitas por ele e que tenham sido 
indenizadas ao evicto pelo evictor (arts. 453 e 454, C. Civil). 
 
13.9 – Em caso de deterioração da coisa: 
a) A responsabilidade do alienante subsiste, salvo no caso de dolo do 
adquirente (art. 451, C. Civil). 
b) O alienante poderá compensar as vantagens obtidas na deterioração da 
coisa pelo evicto, caso este não tenha sido condenado a indenizá-las (art 452, 
C. Civil). 
 
13.10 – Caso a evicção seja parcial: 
a) Sendo considerável a evicção parcial, poderá o evicto optar entre a 
resolução do contrato ou a restituição da parte do preço proporcional a ela (art. 
455 c/c art. 450, parág. único,C. Civil). 
b) Não sendo considerável a perda, caberá somente direito à indenização, não 
dando ensejo à resolução do contrato (art. 455, C. Civil) 
 
14 – Exceção do Contrato não Cumprido 
14.1 – Nos contratos bilaterais, um contratante não pode exigir o cumprimento 
da obrigação de outro antes de cumprir a sua (art. 476, C. Civil) 
14.2 – Caso o contrato não seja de prestações simultâneas, a parte que 
primeiro de vê cumprir com a sua obrigação pode deixá-la de cumprir ou exigir 
garantia, caso a outra parte apresente sinais de insolvência (art. 477, C. Civil) 
 
15 – Extinção dos Contratos 
15.1 – Pagamento: o pagamento é a principal forma de extinção dos contratos, 
e consiste na satisfação direta e voluntária do objeto do contrato. 
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15.2 – Resilição do Contrato 
a) Bilateral ou Distrato: quando há consenso das partes para a extinção do 
vínculo contratual. Deve observar a mesma forma determinada pela lei para o 
contrato (art. 472, C. Civil). 
b) Resilição Unilateral: quando as partes ou a lei (explícita ou implicitamente) 
prevêem a possibilidade de extinção do vínculo contratual por manifestação de 
vontade de apenas uma parte. Neste caso será necessária a denúncia do 
contrato mediante notificação à outra parte (art. 473, C. Civil). Ex.: contrato de 
trabalho e demais contratos por tempo indeterminado. 
-Se em razão da natureza do contrato, uma das partes houver feito 
investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia vazia (imotivada) 
somente produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a 
natureza e o montante dos investimentos (art. 473, parág. único). 
 
15.3 – Resolução do Contrato 
a) Resolução sem culpa: ocorre nos casos de força maior ou caso fortuito (art. 
393, C. Civil). Neste caso, aplica-se a regra geral res perit domino. 
b) Resolução por culpa: quando houver inadimplemento culposo do contrato 
poderá pedir a sua resolução, exigindo as perdas e danos. Também, 
opcionalmente, poderá exigir-lhe o cumprimento, sempre com perdas e danos 
(art. 475, C. Civil). 
c) Cláusulas Resolutivas (art. 474, C. Civil): 
c.1) Tácita: requer interpelação judicial, divergindo a doutrina se opera efeitos 
ex nunc ou ex tunc. 
c.2) Expressa: não depende de reconhecimento judicial, operando de pleno 
direito. 
 
15.4 – Resolução por Onerosidade Excessiva (art. 478 a 480) 
15.4.1 – Nos contratos bilaterais, signalagmáticos, e de execução continuada 
ou diferida, tornando-se excessivamente onerosa a prestação de uma das 
partes em razão de evento extraordinário e imprevisível, esta parte poderá 
requerer a resolução do contrato (art. 478). 
 
15.4.2 – Requisitos: 
a) Que o contrato seja de execução continuada ou diferida. 
b) Que haja um evento extraordinário e imprevisível (teoria de imprevisão). 
c) Que, em razão deste evento, a prestação se torna muito onerosa para uma 
parte e extremamente vantajosa para a outra, isto é, que comprometa o 
equilíbrio econômico-financeiro do contrato. 
 
15.4.3 – A resolução do contrato poderá ser afastada pelo contratante 
beneficiado caso ele concorde em modificar os termos do contrato, resgatando-
se o equilíbrio financeiro do contrato (art. 479). 
 
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15.4.4 – A sentença que decretar a resolução do contrato em razão da 
onerosidade excessiva retroagirá à data da citação (art. 478, in fine). 
 
15.4.5 – Nos contratos unilaterais, poderá o devedor requerer o ajustamento de 
suas prestações para se evitar a onerosidade excessiva (art. 480). 
 
15.4.6 – Quando se trata de relação de consumo, o Código de Defesa do 
Consumidor não exige que o desequilíbrio seja causada por algum evento 
extraordinário e imprevisível (art. 6º, V, CDC). 
 
16 – Da Exceção do Contrato não Cumprido (exceptio nom adimpleti 
contractus) (art. 476 e 477) 
16.1 – Nenhuma das partes, num contrato bilateral, pode exigir o cumprimento 
da prestação da contraparte enquanto não cumprir com a sua obrigação (art. 
476). 
 
16.2 – Após a conclusão do contrato, caso uma das partes dê sinais de estar 
insolvente, a outra parte pode deixar de cumprir com a sua obrigação na 
avença, até que receba a prestação ou a garantia de cumprimento desta pela 
outra parte (art. 477).

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