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WEB AULA 03 (EMPRESARIAL II) CASO CONCRETO: (VIII Exame Unificado da OAB – 2ª Fase – Empresarial – Prático-Profissional – 2012) Pedro emite nota promissória para o beneficiário João, com o aval de Bianca. Antes do vencimento, João endossa a respectiva nota promissória para Caio. Na data de vencimento, Caio cobra o título de Pedro, mas esse não realiza o pagamento, sob a alegação de que sua assinatura foi falsificada. Após realizar o protesto da nota promissória, Caio procura um advogado com as seguintes indagações: Responda, justificadamente, empregando os argumentos jurídicos apropriados e indicando os dispositivos legais pertinentes. . A) Tendo em vista que a obrigação de Pedro é nula, o aval dado por Bianca é válido? R: O aval é valido, pois se trata de uma obrigação autônoma e independente, não se constituindo deste modo, qualquer vínculo quer seja pessoal, quer seja formal com o título de crédito, bem como o avalista. Dessa forma apesar de a assinatura de Pedro ser falsa e a sua obrigação nula, a obrigação de Bianca é autônoma e independente e válida e esta não pode se recusar a pagar. Nesse sentido: Art. 898. O aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio título. § 1o Para a validade do aval, dado no anverso do título, é suficiente a simples assinatura do avalista. § 2o Considera-se não escrito o aval cancelado. Art. 899. O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; na falta de indicação, ao emitente ou devedor final. § 1º Pagando o título, tem o avalista ação de regresso contra o seu avalizado e demais coobrigados anteriores. § 2o Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda que nula a obrigação daquele a quem se equipara, a menos que a nulidade decorra de vício de forma. Art. 900. O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anteriormente dado. Decreto nº 2.044 de 31 de Dezembro de 1908 Art. 14. O pagamento de uma letra de câmbio, independente do aceite e do endosso, pode ser garantido por aval. Para a validade do aval, é suficiente a simples assinatura do próprio punho do avalista ou do mandatário especial, no verso ou no anverso da letra. Decreto nº 2.044 de 31 de Dezembro de 1908 Art. 43 As obrigações cambiais, são autônomas e independentes umas das outras. O significado da declaração cambial fica, por ela, vinculado e solidariamente responsável pelo aceite e pelo. Pagamento da letra, sem embargo da falsidade, da falsificação ou da nulidade de qualquer outra assinatura. B) Contra qual(is) devedor(es) cambiário(s) Caio poderia cobrar sua nota promissória? Caio poderá cobrar o título do avalista, que assumira a obrigação como devedora principal do crédito: Bianca; bem como de João, que fora endossante do título, garantindo a existência e o pagamento do mesmo. Não poderá cobrar de Pedro porque sua obrigação é nula, como enfatiza o enunciado da questão A Nesse sentido: Art. 15. O endossante, salvo cláusula em contrário, é garante tanto da aceitação como do pagamento da letra. O endossante pode proibir um novo endosso, e, neste caso, não garante o pagamento às pessoas a quem a letra for posteriormente endossada.(LUG). QUESTÃO OBJETIVA : (MAGISTRATURA/MG – VUNESP – 2012) É correto afirmar que o cancelamento do protesto, após quitação do débito: a) é ônus do credor b) é ônus do devedor c) é ônus do tabelião de protestos, que deverá proceder de ofício. d) dependerá sempre de intervenção do Poder Judiciário, mediante alvará ou mandado, conforme seja jurisdição voluntária ou contenciosa DOUTRINA “Pelo princípio da autonomia das obrigações cambiais, os vícios que comprometem a validade de uma relação jurídica, documentada em título de crédito,não se estendem às demais relações abrangidas no mesmo documento.” (COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial, volume 1: direito de empresa. 18º ed. São Paulo: Saraiva, 2014. Pág. 449). JURISPRUDÊNCIA Tribunal de Justiça do Paraná TJ-PR - Apelação Cível: AC 7664075 PR 0766407-5 Processo AC 7664075 PR 0766407-5 Orgão Julgador 13ª Câmara Cível Publicação DJ: 646 Julgamento 25 de Maio de 2011 Relator Angela Maria Machado Costa Ementa APELAÇÃO CÍVEL Nº 766407-5, DE SALTO DO LONTRA - VARA ÚNICA RELATORA : JUÍZA SUBST. 2º G. ANGELA MARIA MACHADO COSTA, EM SUBSTITUIÇÃO AO DES. GAMALIEL SEME SCAFF APELANTE : EDNEI WARMLING APELADO : GABRIEL CARDOSO APELAÇÃO CÍVEL - EMBARGOS À EXECUÇÃO - DESPACHO INATACADO QUE DETERMINOU A PRODUÇÃO DE PROVA GRAFOTÉCNICA - PRECLUSÃO QUANTO A ALEGAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE PEDIDO PELO RECONHECIMENTO DA FALSIDADE - AVALISTA QUE VENTILA A FALSIDADE NA ASSINATURA DO EMITENTE - INADMISSIBILIDADE - AÇÃO CAMBIAL - APLICAÇÃO DO ART. 51 DO DPL 2.044/1908 C/C ART. 6º DO CPC - IMPOSSIBILIDADE DE PLEITEAR, EM NOME PRÓPRIO, DIREITO ALHEIO. "As obrigações cambiais são autônomas e independentes umas das outras, razão pela qual uma vez firmado o aval, o avalista fica responsável pelo pagamento do título, não obstante a falsidade ou nulidade de qualquer outra assinatura aposta na cártula, inclusive a do emitente. Por outro lado, ao avalista é vedado opor ao portador do título as execuções pessoais do obrigado, dentre as quais está incluída a alegação de nulidade da assinatura do devedor principal. Como coobrigado, poderá o Apelação Cível nº 766.407-5 avalista defender-se, exclusivamente, com as exceções pessoais que lhe forem próprias, elencadas no artigo 51 da Lei Cambiária." (TJDF - APELAÇÃO CÍVEL : AC 4270796 DF Relator (a): NANCY ANDRIGHI, Julgamento: 31/03/1997, Órgão Julgador: 3ª Turma Cível, Publicação: DJU 07/05/1997 Pág. : 8.590) RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. Apelação Cível nº 766.407-5VISTOS ETC. I. RELATÓRIO. Acordão ACORDAM os Senhores Desembargadores integrantes da 13ª Câmara Cível, por unanimidade, em dar parcial provimento ao recurso, nos termos do voto do Relatora.
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