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* * HIPERTIROIDISMO Ana Carolina Souza Belém-PA 2014 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ ATENÇÃO À SAÚDE DO SISTEMA ENDÓCRINO * * Endotext, 2013 * * DEFINIÇÃO Hipertiroidismo Hiperfunção da glândula tireóide (aumento na produção, secreção e concentração sérica de HT) Tireotoxicose: quadro clínico decorrente do excesso da ação dos HT. Tireotoxicose sem hipertiroidismo: Tireotoxicose factícia Tireodites destrutivas * * ETIOLOGIA Bócio Difuso Tóxico (Doença de Basedow-Graves) Bócio Nodular Tóxico (Doença de Plummer) Causas raras: Adenoma hipofisário produtor de TSH Doença trofoblástica gestacional Mutação congênita do receptor do TSH Struma ovarii * * DOENÇA DE BASEDOW-GRAVES Etiologia mais comum Incidência de 23 casos para cada 100.000 habitantes 7 ♀: 1 ♂ Jovens 3ª e 4ª décadas de vida É menos comum na raça negra Associada a distúrbios auto-imunes * * PATOGÊNESE Doença auto-imune: antígenos self X não self Antígenos diferenciação de células CD4: Th1 e Th2 Th1: Secretam gama-interferon, TNF alfa, IL-2 Regulam imunidade celular Th2: secretam IL-4,5,6,10 e 8 ativa LB, induz secreção de Ig específicas APC : processar e apresentar Ag aos receptores em LT * * * * PATOGÊNESE Na DG células Th2 imunidade humoral , linfócitos B anticorpo anti-receptor do TSH (TRAb) ocupa e ativa o TSH-R, estimulando a tireóide. Embora inicialmente consideradas como doenças distintas, em uma visão mais moderna e atual, DG e TH representariam lados opostos ou desfechos diferentes de um mesmo processo * * FATORES PREDISPONENTES GENÉTICOS: Nítida predisposição familiar Nenhum gene identificado AMBIENTAIS Gravidez, ingestão excessiva de iodo, infecções virais Contrastes iodados Yersinia enterocolítica * * DIAGNÓSTICO Clínico Tríade: Hipertiroidismo c/ bócio Oftalmopatia Dermopatia Raros: Inflamação subperióstea em falanges de mãos e pés Crise tireotóxica * * DIAGNÓSTICO Arq Bras Endocrinol Metab [online]. 2013, vol.57, n.3, pp. 205-232 * * DIAGNÓSTICO OFTALMOPATIA DE GRAVES Receptor tiroidiano tem características antigênicas semelhante aos fibroblastos. Infiltração linfocitária no tecido orbitário processo inflamatório no tecido conjuntivo e musc ocular extrínseca Aumento de moléculas hidrofílicas na órbita (fibroblastos, cel adiposas, glicosaminoglicanos) proptose 50% dos pacientes com DG. O fumo é o maior fator de risco * * DIAGNÓSTICO OFTALMOPATIA DE GRAVES Quadro clínico: Sensação de areia nos olhos, fotofobia, visão borrada, lacrimejamento Proptose uni ou bilateral, alteração na motilidade extrínseca ocular, atraso palpebral no olhar para baixo (lid-lag), retração palpebral, ceratite de exposição, hiperemia conjuntival Exoftalmômetro de Hertel: anormal 20 mm em brancos e 22 mm negros * * DIAGNÓSTICO OFTALMOPATIA DE GRAVES Curso natural Fase ativa ou inflamatório Fase inativa * * DIAGNÓSTICO Clinical activity score (CAS): Edema palpebral. Eritema palpebral Eritema conjuntival Quemose OG é considerada ativa : 3 de 7 itens Edema de carúncula, Dor ocular espontânea e Dor ocular à movimentação. * * DIAGNÓSTICO OFTALMOPATIA DE GRAVES: Avaliação: RNM e USG Ácido hialurônico sérico Glicosaminoglicanos na urina * * DIAGNÓSTICO DERMOPATIA DE GRAVES (MIXEDEMA PRÉ-TIBIAL) 5-10 % dos pacientes Associado OG e títulos elevados de TRAb Quadro clínico: Espessamento da pele por acúmulo de glicosaminoglicanos Casca de laranja * * DIAGNÓSTICO DERMOPATIA DE GRAVES Unhas de Plummer * * Hipertireoidismo apatético: - idoso - prostração - depressão - bócio pequeno - manifestações cardiovasculares ( FA/ IC ) refratárias ao tratamento Diagnóstico clínico * * DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Hipertiroidismo: TSH suprimido e elevação de T3 e T4 T3 tireotoxicose: apenas T3 elevado Hipertiroidismo subclínico: TSH < 0.4 mU/L, T4 L normal * * DIAGNÓSTICO LABORATORIAL TRAb Diagnóstico de DG eutiróidea Diagnóstico de hipertiroidismo apatético Distinção entre DG x Tiroidites Avaliar risco de reicidiva * * DIAGNÓSTICO COMPLEMENTAR Cintilografia de tireóide Tecnésio ou I 131 Elevada em 100% dos casos Achados: Glândula difusamente aumentada Hipercaptante Distribuição uniforme do traçador * * TRATAMENTO DA DG Clínico Radioterápico Cirúrgico Arq Bras Endocrinol Metab vol.45 no.6 São Paulo Dec. 2001 * * TRATAMENTO CLÍNICO DA DG Drogas anti-tiroidianas (DAT) derivadas de tiuréias Metimazol (MMI) e Propiltiouracil (PTU) MMI: Bloqueio glandular por 24 h Dose única Inicia-se com 20-40 mg/ dia Manutenção com 10 mg/ dia * * TRATAMENTO CLÍNICO DA DG PTU: 200- 400 mg ( 2-3 tomadas/ dia) Manutenção: 100 – 200 mg/dia Compensação clínica: 4-8 semanas Mecanismo de ação: Inibem organificação e acoplamento, impedindo incorporação á tirosina * * TRATAMENTO CLÍNICO DA DG Principais efeitos colaterais: Arq Bras Endocrinol Metab vol.45 no.6 São Paulo Dec. 2001 * * TRATAMENTO CLÍNICO DA DG Beta-bloqueadores Remissão ocorre com 18 a 24 meses (50%) Remissão: eutiroidismo por 6 meses sem DAT * * TRATAMENTO COM IODO RADIOATIVO Efeito terapêutico se deve a radiação beta Meta terapêutica: tireoidite actínica com destruição do tecido Prático e seguro. Depende: Dose Massa glandular Tempo de permanência do 131I Sensibilidade do tecido tiroidiano * * TRATAMENTO COM IODO RADIOATIVO Não existe consenso em relação a dose: 10, 15 e 20 mCi Vantagem : resultado rápido (4- 6 semanas) Principais indicações: Idade > 50 anos Dificuldade de controle com DAT Ausência de remissão com DAT Recorrência pós tiroidectomia Co-morbidades * * TRATAMENTO COM IODO RADIOATIVO Contra-indicações: Gravidez Amamentação Amiodarona Contrastes iodados * * TRATAMENTO COM IODO RADIOATIVO Uso de DAT : Sem intercorrências: sem necessidade de compensação prévia, uso de beta- bloqueadores DAT suspensas 3- 5 dias antes Se tireotoxicose prévia reiniciar após 1 semana Tempo p/ efetividade: 6 meses * * TRATAMENTO COM IODO RADIOATIVO Relação entre a dose terapêutica e piora da oftamopatia. Fator importante é o hipotireoidismo Níveis elevados de TSH podem estimular proliferação de fibroblastos na órbita * * TRATAMENTO CIRÚRGICO Total ou quase total Necessidade de compensação prévia Incovenientes: Lesão do nervo recorrente Hipoparatiroidismo Indicações Bócios muito grandes Ausência de aderência a DAT Recusa ao iodo radioativo * * TRATAMENTO DA OFTALMOPATIA DE GRAVES Fase inflamatória: Corticóides via oral: Prednisona 0,75-1 mg/kg/ dia Efetividade: 60% Pulsoterapia: Metilprednisolona Efetividade: 60 % Resposta limitada na proptose e envolvimento muscular * * TRATAMENTO DA OFTALMOPATIA DE GRAVES Fase inflamatória: Colchicina: Efeito anti-inflamatório Radioterapia externa: dose cumulativa de 2000 cGy Melhora subjetiva em 60 % dos casos Outras opções: Ciclosporina, ciclofosfamida, pentoxifilina, octreotide, plasmaférese, ablação tiroidiana, cirurgia * * TRATAMENTO DA OFTALMOPATIA DE GRAVES Fase crônica: Cirurgia descompressiva: Neuropatia óptica Proptose com lesão de córnea Diplopia Retardo palpebral importante Estética (blefaroplastia) Pentoxifilina: 400 mg 3 x dia 3- 6 meses Ação anti-citocina, anti-fibrose, ↓ produção de glicosaminoglicanos * * BÓCIO NODULAR TÓXICO Descrito pela 1ª vez por Henri Plummer em 1913 Funcionamento autônomo em uma parte do tecido glandular Mutações adquiridas no receptor de TSH Ativação constante da proteína G, adenilciclase e AMPc * * BÓCIO NODULAR TÓXICO Quadro Clínico: Bócios de longa duração inicialmente atóxicos Adenoma ou Hiperplasia folicular Sintomas semelhantes a DG Mais insidioso, pouco intenso Manifestações cardiovasculares Ausência de oftalmopatia e mixedema pré-tibial * * BÓCIO NODULAR TÓXICO Diagnóstico: Laboratorial: TSH suprimido e T4 elevado Cintilografia: Captação da região autônoma * * BÓCIO NODULAR TÓXICO Tratamento: Fase inicial: DAT se necessário Definitivo : cirurgia ou iodo radioativo Cirurgia: Bócios maiores Iodo radioativo: 20 a 30 mCi > 50 anos Alto risco cirúrgico Injeção percutânea com etanol * * HIPERTIROIDISMO NA GESTAÇÃO * * Hipertiroidismo e Gravidez Prevalência de 0,2% Hipertiroidismo clínico parece ocorrer em apenas 1% de neonatos de mães com Doença de Graves . Outras causas: Bócio nodular, multinodular, tireoidite subaguda e mola hidatiforme. Diagnóstico precoce para prevenir morte e injúria neurológica permanente. Luton, 2005 * * Hipertiroidismo e Gravidez- causas Doença de Graves: 2/ 1000 Etiologia auto-imune Ação estimuladora do TRAb TGT: 2-4% Não tem origem auto-imune Níveis persistentemente elevados de hCg (> 100.000 U/L) 1º e parte do 2º trimestre Abalovich e cols, 2005 * * Perda peso, diarréia, FC> 110 bpm, mixedema DG Hiperêmese gravídica com perda de 5% do peso, desidratação, cetose, ausência auto-imunidade TGT Correlação positiva entre intensidade dos vômitos e gravidade do hipertiroidismo, ambas relacionadas aos níveis de hCG. Abalovich e cols, 2005 Hipertiroidismo e Gravidez – Manifestações clínicas * * Hipertiroidismo e Gravidez - Consequências Maternas: Hipertensão Arterial Eclâmpsia Crise tirotóxica Abortamento Prematuridade Descolamento placentário Fetais: Baixo peso p/ idade gestacional. RCIU. Maior morbi-mortalidade peri-natal. Malformações congênitas. Hipertiroidismo neonatal Glinoer, 2006 Abalovich e cols, 2005 * * Hipertiroidismo e Gravidez - Diagnóstico Elevação do T4L c/ supressão do TSH. TRAb confirma DG Positividade p/ TRAb implica maior risco de tirotoxicose fetal. Abalovich e cols, 2005 * * Hipertiroidismo e Gravidez - Tratamento O mais aceito é o uso de drogas anti-tiroidianas. Preferência: propiltiouracil – menor potencial teratogênico. Metimazol (organogênese)– aplasia cutis, fístula traqueoesofágica e atresia de coanas. Amamentação é permitida se doses não excederem 300 mg de PTU. * * Hipertiroidismo e Gravidez - Tratamento Beta-bloqueadores reservados p/ hiper grave, enquanto se espera inicio de ação de drogas anti-tiroidianas. Associação: RCIU, bradicardia fetal e > incidência de abortos espontâneos. Cirurgia – tiroidectomia reservada para casos de insucesso com drogas (2º trimestre) Radiodo é contra-indicado.
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