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Aula Liderança em Enfermagem

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1 
 
 
1.Enfermeira, Doutora, Professor Adjunto do Departamento de Enfermagem Básica da Faculdade de Enfermagem da 
Universidade Federal de Juiz de Fora. 
2.Este texto foi elaborado como material instrucional para a Disciplina Administração em Enfermagem II, para os acadêmicos 
do Curso de Graduação em Enfermagem do 7º período da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de 
Fora. Pedimos que caso haja o interesse em utilizar este material para outro fim seja solicitada autorização pelo seguinte e-
mail:nadiasanhudo@gmail.com 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA 
FACULDADE DE ENFERMAGEM 
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM BÁSICA 
 
Disciplina: Administração em Enfermagem II 
Docente: Profª. Drª. Nádia Fontoura Sanhudo¹ 
 
LIDERANÇA EM ENFERMAGEM² 
Introdução 
 
 A liderança surgiu da administração, os termos e variáveis que envolvem o seu entendimento 
acompanham um processo dinâmico em sua evolução histórica. O termo líder está em uso desde o século XIV, 
mas foi o termo liderança que ficou conhecido na língua inglesa na primeira metade do século XIX. Embora o 
emprego do termo liderança seja relativamente jovem, seu significado traz vários sentidos, cada teoria de 
administração, bem como os modelos de liderança, apresentam diferentes variáveis que historicamente 
caracterizam as teorias, a liderança e o líder. 
 Nessa perspectiva, para abordar o conteúdo liderança em enfermagem delimitou-se os seguintes 
objetivos: 
 Correlacionar a evolução das teorias administrativas com as teorias da liderança no desenvolvimento do 
processo de trabalho; 
 Discutir a influência dos estilos de liderança no trabalho em equipe e na prática de enfermagem. 
 
Liderança: de onde viemos para onde vamos? 
 
 Para conhecer os princípios da liderança contemporânea apresenta-se uma breve revisão acerca das 
teorias da administração, devido ser delas a origem dos princípios de gerência e de liderança adotados no 
cotidiano da enfermagem. Esse entendimento faz-se necessário para compreendermos um pouco melhor as 
repercussões evidenciadas na prática de liderança atualmente exercida pelos enfermeiros. 
 
 Administração Científica (1900- 1930) 
 A implementação das idéias e princípios de Frederick W. Taylor, o “pai da administração cientifica”, no final 
do século XIX, ocorreu para mudar um panorama que ele denominou “vadiagem sistêmica”, em que os operários 
atingiam padrões mínimos, trabalhando o mínimo possível. Essa frustração, o levou a idealizar, se os operários 
aprendessem “a única melhor forma de realizar uma tarefa” a produtividade aumentaria. (MARQUIS; HUSTON, 
2010). 
2 
 
 O modelo de trabalho, á época, incluía aplicação de diferentes técnicas para obter o mesmo trabalho, os 
empregados trabalhavam deliberadamente um ritmo lento, a falta de adequação da especialização e do talento 
do trabalhador à tarefa, e por parte da administração, da tomada de decisão baseada em palpites e na intuição 
(MCEWEN; WILLS, 2009). 
 Em 1911, Taylor publicou The principles of scientific Management, que revolucionou o modelo de trabalho 
nas organizações nos Estados Unidos. Essa mudança levou ao uso do método científico para determinar a 
melhor maneira de um trabalho ser desenvolvido. Sendo remetido a essa obra o crédito pelo início da teoria da 
administração moderna (MCEWEN; WILLS, 2009). 
 Por conta da administração científica, cerca de 50 anos as companhias norte-americanas tiveram uma 
vantagem competitiva em relação às estrangeiras, fortalecendo a produção e os lucros de suas organizações. 
 
Teoria Clássica da Administração 
 Henry Fayol, um engenheiro de minas e industrial, em 1888 tirou com sucesso a Commentry-
Fourchambault Mining Company da beira da falência, transformando-a numa empresa produtiva e bem-sucedida. 
Desenvolveu seu trabalho usando 14 princípios de administração e gestão. Esses princípios abordam áreas 
como divisão ou especialização do trabalho, autoridade, disciplina do empregado, unidade de direção e 
supervisão, remuneração dos trabalhadores, cadeia de comando, equidade, iniciativa e espírito corporativo 
(MCEWEN; WILLS, 2009). 
 Fayol em 1925 identificou inicialmente as funções administrativas de planejamento, organização, comando, 
coordenação e controle. Luther Gulick em 1937 ampliou as funções administrativas de Fayol na apresentação 
das “sete atividades da administração”, sendo elas: planejamento, organização, recrutamento de pessoal, 
direção, coordenação, elaboração de relatório de orçamentos. Tais funções pouco se alteraram com o passar do 
tempo, o que mudou foi a sua denominação para processo administrativo (MARQUIS; HUSTON, 2010). 
 A administração das relações humanas aparece em 1920 com os primeiros sinais de inquietação da classe 
trabalhadora como resultado da revolução industrial e da necessidade de qualificação profissional para atender a 
demanda de produção do mercado. A ênfase na valorização das pessoas, então surge nos conceitos de 
administração humanística e participativa, onde os cientistas da administração e teóricos organizacionais 
começaram a valorizar o papel da satisfação dos funcionários na produção (MARQUIS; HUSTON, 2010). 
 
Teoria da Burocracia / Teoria Organizacional 
 Max Weber um teórico político e sociólogo alemão, aproximadamente na mesma época de Taylor, iniciou 
um estudo em organizações, em larga escala para determinar o que tornavam algumas mais eficientes do que 
outras. Percebeu a necessidade de uma autoridade legal, formal, regras e regulamentos consistentes para os 
funcionários que ocupavam cargos diferentes (MARQUIS; HUSTON, 2010). 
 Sua obra intitulada Burocracia, foi escrita em 1922, apresentava a proposta da burocracia como plano 
organizacional, essa teoria salientava os conceitos de autoridade, comando, poder, dominação e disciplina. Muito 
3 
 
do seu trabalho e princípios na forma organizacional e burocrática ainda estão evidentes em várias instituições, 
inclusive nas organizações de atendimento à saúde (MCEWEN; WILLS, 2009; MARQUIS; HUSTON, 2010). 
 
Teoria do Comportamento de Liderança 
 À medida que as teorias da liderança se desenvolveram, os pesquisadores conduziram seus estudos 
buscando analisar o estilo de liderança do líder e não mais para estudos específicos dos traços do líder 
(MARQUIS; HUSTON, 2010). 
 Esse movimento inicia a partir de 1940, distancia-se da teoria do traço, a qual se preocupava com as 
características individuais do líder, passando a explicar as ações especificas do líder e a definição de liderança. 
(MCEWEN; WILLS, 2009). 
 Os estudiosos Lewin (1951) e White e Lippitt (1960) avançaram isolando os estilos comuns de liderança 
que receberam a denominação de autoritário, democrático e laissez-faire. Chiavenato (2005) relaciona os 
estilos de liderança dessa teoria com o comportamento do líder e liderados no processo de trabalho, conforme 
consta no quadro 1. 
 
Quadro 1- Apresentação dos três estilos de liderança e suas correlações no processo de trabalho. 
P
R
O
C
E
S
S
O
 
 D
E
 
T
R
A
B
A
L
H
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E
S
T
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ID
E
R
A
N
Ç
A
 
LIDERANÇA AUTOCRÁTICA LIDERANÇA DEMOCRÁTICA LIDERANÇA LIBERAL 
TOMADA DE 
DECISÕES 
Apenas o líder decide e fixa as 
diretrizes, sem qualquer 
participação do grupo. 
As diretrizes são debatidas e 
decididas pelo grupo que é 
estimulado e assistido pelo líder. 
Total liberdade para tomada de 
decisões grupais ou individuais, 
com participação mínima do líder. 
PROGRAMAÇÃO 
DOS TRABALHOS 
O líder determina providências 
para a execução das tarefas, 
uma por vez, na medida em que 
são necessárias e de modo 
imprevisível parao grupo. 
O próprio grupo esboça providências 
e técnicas para garantir o alvo com o 
aconselhamento técnico do líder. As 
tarefas ganham novos contornos com 
os debates. 
A participação do líder no debate é 
limitada, apresentando apenas 
alternativas ao grupo, 
esclarecendo que poderia fornecer 
informações desde que 
solicitadas. 
DIVISÃO DO 
TRABALHO 
O líder determina qual a tarefa 
que cada um deverá executar e 
qual seu companheiro de 
trabalho. 
A divisão das tarefas fica a critério do 
grupo e cada membro tem liberdade 
de escolher seus próprios colegas. 
Tanto as divisões das tarefas 
como a escolha dos colegas ficam 
por conta do grupo, absoluta falta 
do líder. 
PARTICIPAÇÃO 
O líder é pessoal e dominador, 
nos elogios e nas críticas ao 
trabalho de cada um. 
O líder procura ser um membro 
normal do grupo. É objetivo e 
estimula com fatos, elogios ou 
críticas. 
O líder não faz nenhuma tentativa 
de avaliar ou regular o curso das 
coisas. Faz apenas comentários 
quando perguntado. 
Fonte: Chiavenato (2005, p. 187) 
 
 
4 
 
 Estilo de Liderança Autocrática 
 Beneficia a centralização do poder, estimulando um comportamento dependente e submisso dos membros 
do grupo de trabalho, com presença de sentimentos de tensão e frustração. Por outro lado, as ações do grupo 
são claramente definidas, previsíveis passando aos membros do grupo uma sensação de segurança. A 
produtividade costuma ser alta, no entanto a criatividade, automotivação, e a autonomia sejam baixas. 
(MARQUIS; HUSTON, 2010). 
 
 Estilo de Liderança Democrática 
 Para Kron e Gray (1998), a liderança democrática retrata o trabalho em conjunto, onde todos são 
informados, sobre os propósitos da organização e do processo que está sendo desenvolvido, bem como qual 
seu papel dentro desse contexto. Os líderes democráticos trabalham com as pessoas não pelo domínio, mas 
pela sugestão, persuasão e pelo ensino. 
 Com um líder democrático existe uma produção em menor escala, porém com melhor qualidade, quando 
comparado com os outros estilos de liderança, autocrática ou Laissez-faire (MARQUIS; HUSTON, 2010; 
MCEWEN; WILLS, 2009). 
 Uma apresentação mais progressista da liderança é a participativa, na qual todo o pessoal sinta que tem 
importantes contribuições. Em conjunto com o líder, definem objetivos e planejam a forma de atingi-los, 
propiciando maior satisfação, uma vez que tomam parte na administração do seu fazer (KRON; GRAY, 1998). 
 Na liderança participativa, o líder precisa ter segurança no seu saber, com base sólida de conhecimento, 
desenvolvendo competências técnica e de relações humanas para intervir com orientações e aconselhamento, 
sendo fortalecida a autonomia do grupo para a tomada de decisão no seu trabalho. 
 Nessa concepção, quando o enfermeiro líder focaliza seu trabalho na pessoa, auxiliará o grupo a 
administrar uma assistência centralizada nos clientes, esse tipo de liderança é especialmente eficaz quando há 
cooperação e coordenação entre as pessoas (MARQUIS; HUSTON, 2010). 
 
 Estilo de Liderança Laissez-faire 
 O líder Laissez-faire caracteriza-se pela ênfase no grupo, ausência de controle, oferece pouca ou nenhuma 
orientação, usa a comunicação de forma verticalizada entre os membros e dispersa por todo o grupo a tomada 
de decisão (MARQUIS; HUSTON, 2010). 
 Quando uma pessoa é designada como líder e não desempenha a liderança ou se a faz é de maneira 
mínima, as pessoas rapidamente perderão o senso de iniciativa e o senso de realização. O líder sendo 
permissivo, com pouco ou sem controle, o trabalho em pouco tempo se demonstrará desorganizado, as pessoas 
não sabem nem se importam com aquilo que devem fazer (KRON; GRAY, 1998). 
 Entretanto, quando todos os membros estão altamente motivados e autodirecionados, esse tipo de 
liderança pode acarretar em muita criatividade e produtividade (MARQUIS; HUSTON, 2010). 
 Em relação a adoção na prática dos estilos de liderança pelos enfermeiros, Bara (2010) salienta o 
seguinte: 
5 
 
“Na prática o enfermeiro utiliza os 3 estilos de liderança de acordo com a 
tarefa a ser desenvolvida, a situação e as pessoas, pois ele tanto 
determina o cumprimento de ordens, como sugere a seu pessoal a 
realização de certas atividades e ainda consulta a equipe antes de tomar 
alguma decisão. O desafio está, portanto, em saber quando aplicar cada 
estilo, com quem e em que circunstâncias e tarefas a serem 
desenvolvidas”. 
 
Teoria da Liderança Contingencial e Situacional 
 Com a evolução das pesquisas acerca da liderança foi reconhecido que as características, os traços e 
comportamento do líder, não eram suficientes para explicar o conceito. A ênfase dos estudos passou a incluir os 
componentes da situação ou do ambiente para determinar o estilo de liderança mais eficaz para determinada 
situação (MCEWEN; WILLS, 2009). 
 A visão inicial da organização como um sistema social de contingências que requer que o estilo de 
liderança mude de acordo com a situação ou os funcionários envolvidos, foi publicada numa série de livros entre 
1896 e 1933 pela consultora de administração Mary Parker Follett, porém eram muito avançadas à época, e não 
recebeu o reconhecimento apropriado, fato que muda a partir da década de 70 (MARQUIS; HUSTON, 2010). 
 Na abordagem contingencial de Follett, em 1926 ressaltou em seus estudos a necessidade de integração, 
ou seja, que envolva o encontro de uma solução onde ambos os lados fiquem satisfeitos, sem dominação de 
qualquer direção. A “lei da situação” que propôs, defendia que a situação deveria determinar os comandos dados 
depois que todos estivessem cientes do problema. Seguindo nesse referencial, outros pesquisadores 
contribuíram para a evolução dessa teoria, na abordagem contingencial, onde defenderam, como por exemplo, 
não haver um único estilo ideal de liderança, com isto o líder, dependendo da situação vai do democrático ao 
autocrático. Outros estudiosos nas décadas de 60 e 70 também destacaram elementos principais do 
comportamento e sua combinação podendo ser eficaz, dependo da necessidade do trabalhador e da situação. 
(MARQUIS; HUSTON, 2010). 
 A liderança Situacional, desenvolvida na década de 70 por Paul Hersey e Kenneth Blanchard consta de um 
método tridimensional em conceitos de gestão, composto pelo comportamento da tarefa, comportamento do 
relacionamento e nível de maturidade do seguidor ou trabalhador. Essa teoria se baseia no nível de maturidade 
do empregado, à medida que a pessoa amadurece o estilo de liderança foca menos as tarefas e fortalece as 
relações. O nível de maturidade não é fixo ou constante muda conforme a tarefa ou objetivo. De acordo com a 
teoria, o líder deve ser capaz de adequar os estilos de liderança para atender as demandas individuais e 
situacionais (MCEWEN; WILLS, 2009). 
 Os autores dessa teoria, Hersey e Blanchard, propõem quatro estilos de liderança, a saber: determinar, 
persuadir, compartilhar e delegar. Cada um desses estilos é uma combinação de comportamento, de tarefa e de 
relacionamento. A opção pelo estilo de liderança que o líder deve adotar com seu grupo de trabalho relaciona-se 
ao nível de maturidade do individuo que pretende influenciar. O nível de maturidade do liderado é apresentado 
em quadro níveis que vai do baixo (M 1), baixo a moderado (M 2), moderado a alto (M 3) e alto (M 4) (SILVA; 
GALVÃO, 2007). 
6 
 
 Na perspectiva do estilo de liderança situacional, entende-se que não existe um único estilo ou 
característica de liderança válida para toda e qualquer situação. Cada ocasião precisa um diferente estilo de 
liderança para alcançar o desempenho satisfatório da equipe, atingindo a eficácia notrabalho (SILVA; GALVÃO, 
2007). 
 
Teorias de Liderança Contemporânea 
 
O foco principal nas teorias inicias sobre liderança centrava-se na figura do líder e nas suas 
características pessoais, procurando as diferenças de atributos entre líderes e não-líderes. Na evolução das 
pesquisas acerca da liderança, os estudiosos a partir da década de 70 expandiram o número de variáveis que 
afetam a liderança efetiva, incluindo o aumento da complexidade do ambiente de trabalho, a cultura da 
organização e a influência do líder (MARQUIS; HUSTON, 2010). 
Marquis e Huston (2010) trazem que as tentativas de integração das variáveis são evidentes nas teorias 
contemporâneas de liderança interacional e transformacional. Além disso, para esses autores, muitas teorias de 
liderança e administração surgiram no XXI para explicar a complexidade das relações entre lideres e liderados, 
considerando o contexto onde o trabalho é desenvolvido e o alcance das metas. 
 No século XX, como reflexo das ciências sociais e da mudança de perspectiva dos processos das 
relações humanas, o foco principal da liderança passa a ser o comportamento interpessoal entre líderes e 
liderados, entre a pessoa que influência e as pessoas influenciadas. Para McEwen e Wills (2009), as principais 
teorias contemporâneas de liderança existentes são a liderança interacional, transacional e transformacional. 
 
Teoria Interacional de Liderança 
 Conforme Marquis e Huston (2010), a essência da teoria interacional tem como base o comportamento 
de liderança que costuma ser determinada pela relação entre personalidade do líder e a situação específica. 
Esses autores destacam os teóricos, que propuseram os modelos de liderança na perspectiva dessa teoria. 
 Dentre eles, Schein (1970), foi o primeiro a propor um modelo de indivíduos enquanto seres complexos, 
cujo ambiente de trabalho era um sistema aberto ao qual reagiam. Destaca a idéia da inexistência de uma única 
estratégia de liderança que seja eficiente em todas as situações. A eficácia da liderança para Hollander (1978) 
exige capacidade de solucionar problemas, manutenção da eficiência grupal, boa comunicação, demonstração 
de imparcialidade, competência, segurança e criatividade do líder e desenvolvimento da identificação grupal. 
Kanter (1989) resume bem o trabalho dos teóricos interativos, ressaltando que a autoridade por titulação e cargo 
não é mais suficiente para moldar uma força de trabalho em que os trabalhadores são estimulados a pensar por 
si próprios e em que o administrador precisa atuar de maneira sinérgica com as pessoas (MARQUIS; HUSTON, 
2010). 
 
 
 
7 
 
Liderança Transacional e Transformacional 
 Burns (1978), estudioso na área de interação líder e seguidores, defendia a existência de dois tipos de 
líderes na administração, o transacional e o transformacional. O líder transacional é caracterizado como o 
administrador tradicional, aquele que foca seu trabalho com as operações do cotidiano. O líder transformacional 
é um visionário a longo prazo, capaz de inspirar e delegar poder aos outros com sua visão, fortalecendo e 
influenciando os outros (MARQUIS; HUSTON, 2010; MCEWEN; WILLS, 2009). 
 Essa é uma nova tendência da liderança, as organizações de saúde são chamadas a ancorar os princípios 
de sua gestão na liderança transformacional, por ser considerado o modelo de mudança da pós modernidade 
(STRAPASSON; MEDEIROS 2009). 
 Porém, os teóricos da moderna administração alertam que tanto as habilidades tradicionais da 
administração que compõem a liderança transacional, quanto as habilidades da transformacional devem fazer 
parte do repertório do líder eficaz para atingir as metas da organização (MCEWEN; WILLS, 2009). 
 Nos pressupostos da liderança transformacional, o líder deve identificar valores comuns, é comprometido, 
inspiram os outros com a visão, tem uma visão a longo prazo, busca os efeitos e delega poder. Embora o líder 
transformacional seja entendido como o ideal de nosso tempo, as características do líder transacional não 
podem ser deixadas de lado no processo de liderança, como visto anteriormente. Portanto, é preciso que o líder 
considere e não percam de vista as tarefas administrativas, o zelo, a negociação para alcançar as metas, os 
valores partilhados, o exame das causas e a recompensa por contingência (MARQUIS; HUSTON, 2010). 
 Num estudo acerca da liderança transformacional na enfermagem, Strapasson e Medeiros (2009), 
identificaram que os enfermeiros, embora reconheçam a importância dos pressupostos da liderança 
transformacional não estão totalmente presentes no seu cotidiano. Ressaltam a falta de estímulo ao 
aprimoramento intelectual e desenvolvimento da criatividade, como também a dificuldade de comunicar aos 
liderados as suas expectativas e da organização, pois o próprio enfermeiro não tem clareza dessas questões. 
 Como foi visto, o foco principal nas teorias iniciais sobre liderança centrava-se na figura do líder e nas suas 
características pessoais, procurando as diferenças de atributos entre líderes e não-líderes. Na evolução das 
pesquisas acerca da liderança, os estudiosos a partir da década de 70 expandiram o número de variáveis que 
afetam a liderança efetiva, incluindo o aumento da complexidade do ambiente de trabalho, a cultura da 
organização e a influência do líder (MARQUIS; HUSTON, 2010). 
 
A influência da Liderança no trabalho em equipe e na prática de enfermagem 
 
 A finalidade da liderança em enfermagem vai ao encontro à realidade das instituições, ao estarem 
constantemente em processos de mudanças tecnológicas e nos modelos estruturais, para atender as 
necessidades dos clientes e a complexidade do ambiente de trabalho. A necessidade de ajustar o desempenho 
das pessoas com os objetivos da organização, dentro desse contexto, direciona os gestores a buscar estratégias 
para o desenvolvimento de competências consolidadas no conhecimento. No paradigma atual de gestão de 
8 
 
pessoas, o sucesso da instituição está na relação construída dos recursos humanos com a organização 
(CHIAVENATO, 2004). 
 Desenvolvemos uma relação simbiótica com as instituições que englobam o aspecto pessoal e 
profissional, precisamos delas para viver, bem como, elas também precisam de nós para atingir suas metas. 
Essa relação inicia mesmo antes de nascermos, “vivemos em uma sociedade de organizações, pois nascemos 
nelas, aprendemos nelas, servimo-nos delas, trabalhamos nelas e passamos a maior parte de nossas vidas 
dentro delas” (CHIAVENATO, 2004, p.5). 
 Trazendo este pensamento para o contexto profissional da enfermagem, precisamos das organizações 
para desempenhar nossas atividades e as instituições de saúde demandam dos profissionais de enfermagem 
para cumprir seus objetivos e cumprir sua missão. Daí, a importância de haver sincronia entre a atuação de 
enfermagem, e o que é esperado dela pela instituição de saúde e pela Sociedade. Em relação à enfermagem, o 
enfermeiro será o responsável pela condução desse movimento, deve agir como um negociador nesse processo, 
entre as expectativas e a finalidade de exercício profissional de enfermagem. 
 Vale lembrar, conforme Kurcgant et al (2010), a atuação do enfermeiro na dupla dimensão do processo de 
trabalho que engloba ações assistências e gerenciais. Na perspectiva da gerência de pessoas, irá empregar 
estratégias de liderança de enfermagem voltadas para as transformações, ou seja, inovadoras, tendo como linha 
fundamental a melhoria da qualidade da assistência de enfermagem e, além disso, buscar alternativas que 
possibilitem maior satisfação para os componentes da equipe de enfermagem no desempenho de suas funções 
(GALVÃO, 1998). 
 Porém, para Kurcgant et al (2005) a proposta de trabalhoem equipe foi introduzida na enfermagem como 
discurso e pouco visualizada na prática, o que mantém a organização do trabalho centrado na tarefa. Nesse 
contexto, o desenvolvimento das habilidades e competências, na perspectiva gerencial do enfermeiro para 
assumir a liderança, visa fortalecer a enfermagem enquanto equipe mudando o panorama das inter-relações 
humanas no trabalho de enfermagem. 
 Essa é uma tendência contemporânea, ou seja, a preocupação do enfermeiro em ampliar suas habilidades 
enquanto líder de sua equipe, para desenvolver em seu ambiente de trabalho, cada vez mais, estilos de 
liderança eficaz que conduzam ao sucesso do trabalho da equipe. 
 A Joint Commission (2008) caracteriza as equipes de sucesso por apresentar liderança compartilhada, 
tomada de decisão conjunta, implementação consistente de planos. Observação de regras fundamentais para a 
comunicação, gerenciamento eficaz de conflitos, relações interpessoais sólidas e coleguismo. 
 De forma geral, nas definições de liderança é focalizado o papel inerente ao líder, apresentando as 
seguintes habilidades: aquele que toma decisões, comunicador, avaliador, facilitador, aquele que assume riscos, 
mentor, energizador, treinador, conselheiro, professor, pensador crítico, intermediário, influenciador, advogado, 
visionário, previdente, capacidade de análise, solucionador criativo de problemas, agente de mudanças 
diplomata e modelo de conduta (MARQUIS; HUSTON, 2010; ALBUQUERQUE, 2005). 
9 
 
 Através dessas habilidades os líderes exercem o poder, sendo o recurso que permite influenciar as 
pessoas ou obter sua submissão, a influência é poder, quem a tem sobre outra pessoa exerce poder sobe ela 
(CHIAVENATO, 2004). 
 Buscar uma definição de liderança é um grande desafio, pois depende do autor como veremos a seguir, 
ainda não existe uma construção conceitual do seu significado. 
 Para Chiavenato (2005) a liderança é definida como uma influência interpessoal, na qual uma pessoa age 
no sentido de modificar ou despertar o comportamento de outra(s) de maneira intencional, exercida em uma 
determinada situação e orientada pelo processo de comunicação humana para obtenção de um ou mais 
objetivos específicos. 
 No quadro 2 apresenta-se os graus de influência exercidos no processo de liderança, conforme citado por 
Chiavenato (2005). 
 
Quadro 2- Demonstrativo dos graus de influência exercidos no processo de liderança 
Coação Persuasão Sugestão Emulação 
Forçar, coagir ou 
constranger 
mediante pressão 
ou compulsão. 
 
Prevalecer sobre uma 
pessoa, sem forçá-la, com 
conselhos, argumentos ou 
indicações para que faça 
alguma coisa. 
Colocar ou apresentar um 
plano, uma idéia ou uma 
proposta a uma pessoa ou 
grupo, para que considere, 
pondere ou execute. 
 
Procurar imitar com vigor, 
para igualar ou 
ultrapassar, ou, pelo 
menos chegar a ficar 
quase igual a alguém. 
Fonte: Chiavenato (2005, p.184) 
 
 Na enfermagem, autores que abordam a temática, conforme Lourenço e Trevizan (2001) definem a 
liderança como um processo grupal, onde ocorre influência com a finalidade de alcançar uma meta, está atrelado 
a um propósito, um senso de movimento possível de ser aprendido. A liderança é uma das competências 
essenciais do enfermeiro, devendo ser conquistada e aprimorada. Para isso, o enfermeiro tem necessidade do 
desenvolvimento de atributos como responsabilidade, determinação, humildade, flexibilidade, conhecimento 
organizacional, integridade, convencimento, credibilidade, senso de humor, entre outros (SILVA; CAMELO, 
2013). 
 No contexto das instituições, há uma crença que procura diferenciar gerentes de líderes. Tendo por base o 
conceito de tipos de líder – autoritário, democrático e laissez-faire, o líder seria aquele que conduziria pessoas de 
forma mais democrática ou convincente, enquanto o gerente seria aquele que se impõe autoritariamente 
(ALBUQUERQUE, 2005). 
 Alguns autores defendem que existem diferenças entre os elementos que compõe o gerenciamento, 
liderança e administração. O gerente descreve uma posição na estrutura da instituição, refere-se a alguém 
designado com autoridade formal, o líder retrata uma atitude pessoal, uma competência em relacionamentos na 
busca de resultados, enquanto que o administrador ocupa um posto de direção, atuando sobre os processos 
através dos quais uma organização funciona, distribuindo recursos e utilizando seu pessoal da maneira mais 
eficiente possível (LOURENÇO et al, 2005). 
10 
 
 Para Marquis e Huston (2010) ocupar um cargo não é suficiente para tornar uma pessoa um líder, somente 
o seu comportamento que irá determinar essa posição. Enquanto o administrador-gerente é aquele que faz 
acontecer à ação, tem as responsabilidades e conduz o trabalho, o líder influência e direciona as opiniões e 
sentido das ações. 
 A liderança não é inata ao individuo, sendo ele capaz de desenvolver essa capacidade que são essenciais 
na prática da liderança. O líder pode usar essa função independente das características de sua personalidade, é 
o que se espera de um líder o treino dessas funções, ou seja, a construção desses conceitos no pensamento 
daqueles que exercem a função de liderança (CHIAVENATO, 2004). 
 O líder emergirá em função de um grande conjunto de variáveis em determinado contexto. As situações 
mudam continuamente e exigem das pessoas que influenciam outras características diferentes. Compreender o 
processo de liderança é analisar a relação entre o líder e seus liderados, é um fenômeno relacional, para existir 
um tem que existir o outro (ALBUQUERQUE, 2005). 
 Para Balsanelli e Cunha (2006), o enfermeiro traz na essência da profissão o contato com o outro, seja na 
prática do cuidar, como também na gerência da equipe, o que implica nos processos de trabalho do enfermeiro 
através da resolução dos conflitos e na tomada de decisões; com a participação de seus pares na construção de 
planos e projetos, serve de inspiração para que haja seguidores dispostos a adotar o seu caminho. 
 Na atualidade, compreende-se a liderança como um fenômeno tipicamente social num dado contexto, 
sofre a influência interpessoal por meio da comunicação, e tem por finalidade alcançar determinada meta. 
 Diante do exposto, a liderança em enfermagem idealizada é aquela que o enfermeiro é visto como líder 
que influência a sua equipe e não líder que impõe a sua vontade com autoritarismo. No entanto, existe na esfera 
profissional da enfermagem a discussão se todo o enfermeiro é líder, ou seja, nem todo o enfermeiro que se 
encontra como gerente dos cuidados de enfermagem teria a capacidade de exercer a liderança. Na prática não é 
possível diferenciar líder de gerente, sendo que ambos influenciam, não importa a forma, se autocrática, 
democrática ou qualquer outra, o que deve ser considerado é a dinâmica da influência entre o líder e os 
liderados (ALBUQUERQUE, 2005; MARQUIS; HUSTON, 2010; KURCGANT et al, 2010). 
 Frente aos problemas encontrados nos contextos de prestação da assistência a saúde, a liderança eficaz é 
sem dúvida fundamental ao sucesso da organização no século XXI. Para os enfermeiros ampliarem a 
capacidade de exercer a liderança é premente desenvolver o conhecimento e habilidades de gerenciamento e de 
liderança, para que possam atuar como agentes de mudança (LOURENÇO et al., 2005). 
 Ao buscar mudança de atitude na equipe, o enfermeiro líder influência o comportamento de seus liderados 
e não determinar a forma do comportamento. Na visão clássica da administração, os liderados seriam passivos e 
dependentes, movidos pela vontade do líder, no enfoque contemporâneo os liderados são sujeitos ativos em 
qualquer relação, inclusive a de liderança (ALBUQUERQUE,2005). 
 Porém, segundo Strapasson e Medeiros (2009), no exercício das habilidades de liderança no cotidiano 
dos enfermeiros, ainda é evidenciado na prática gerencial o foco no controle sob os liderados, entendendo a 
liderança como imposição dos líderes sobre os liderados. Em contraposição, a liderança eficaz para estas 
autoras, está expressa pela busca do conhecimento, do trabalho em grupo e do desenvolvimento de novas 
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habilidades para gerenciar e liderar sua equipe à auto-eficácia, a qualidade da assistência e atender aos 
objetivos da instituição. 
 Para o Joint Commission (2008), os enfermeiros líderes continuam a assumir, no cenário hospitalar cada 
vez mais responsabilidades, encontrado nesse percurso frustrações e desafios, sendo o ambiente mais 
complexo do ponto de vista tecnológico, no sistema de fornecimento de atendimento à saúde. Assume a 
responsabilidade de coordenação do produto dos hospitais, o fornecimento e a prevenção dos riscos atrelados 
aos cuidados de enfermagem. 
 Para obter eficiência nos processos de trabalho requer planejamento, implementação e avaliação de 
estratégias que ampliem os conhecimentos da equipe de enfermagem. Para tanto, o enfermeiro-líder deve 
direcionar as ações, as atividades e o desempenho dos demais colaboradores de sua equipe, a Joint 
Commission (2008) ressalta que o emprego da liderança eficaz torna-se a pedra fundamental de qualquer 
hospital próspero, e os líderes devem comprometer-se com as pessoas com quem trabalha. A relação que passa 
a existir entre líder e liderados sustenta-se na confiança no líder e apoio do grupo como necessários para 
influenciar o desempenho da equipe, no repertório do líder eficaz, para atingir as finalidades da profissão 
(MCEWEN; WIILLS, 2009). 
 Mesmo com todo esse movimento de transformação social que vivenciamos atualmente, a tecnologia não 
substitui a necessidade de direcionar as pessoas ao alcance dos objetivos e metas, sendo o recurso mais valioso 
dentro de uma organização, o capital humano (BALSANELLI; CUNHA, 2006). 
As estratégias eficientes de liderar as pessoas na perspectiva de recurso valioso de uma instituição é 
preocupação na enfermagem há muito tempo. Para exemplificar, Oliveira (2009, p.246) traz essa questão ao 
apresentar o texto de Celina Viegas redigido em 1946, quando essa autora relata o seguinte: 
Com relação à orientação do pessoal, a qualidade essencial requerida à 
enfermeira-chefe é a capacidade para guiar, o dom de conduzir as 
pessoas, saber ser “leader”. Ter o poder de inspirar pessoas a cooperar 
com boa vontade e interesse em um plano comum, de fazê-las considerar 
a situação pelo nosso próprio ponto de vista e seguir ordens, não como 
comandados que devem ser cegamente obedecidos, mas como direções 
que requerem inteligentemente compreensão e raciocínio. É necessário 
compreender a diferença entre conduzir e comandar. 
 
 Esse texto é uma fonte de inspiração para a eficiência do trabalho de enfermagem, como destaca Oliveira 
(2009), apesar de ser escrito há mais de 60 anos, quando a enfermagem lutava para qualificar bem a profissão, 
demonstra-se na atualidade como uma necessidade presente, viva e evidente. 
 Na contemporaneidade, o enfermeiro líder é aquele que emprega para o sucesso de sua atuação, além do 
saber técnico de enfermagem e os conteúdos da administração, práticas que favoreçam suas relações. Ao 
idealizarmos o enfermeiro líder, inicia-se na arte de conhecimento das necessidades e expectativas profissionais 
das pessoas que lidera inclusive dele próprio, como fundamental para eficiência e eficácia do processo de 
liderança. De acordo com Galvão et al (1998) o enfermeiro líder do futuro, precisaria destacar-se como membro 
da equipe de enfermagem, único, dotado de capacidade e dificuldades, considerando esses aspectos ao abordar 
as carências dos componentes de sua equipe. 
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 Para esses autores, o líder do futuro continuaria trabalhando para desenvolver no processo de liderança, 
uma atitude de parceria com os liderados no desenvolvimento das relações de trabalho para criar um ambiente 
gerador de capacidades, contemplando com oportunidades e incentivos para as novidades com programas de 
aperfeiçoamento das habilidades de relações humanas e do processo de conscientização (GALVÃO et al, 1998). 
 Na contemporaneidade, os processos de trabalho do enfermeiro caminham na direção da autonomia 
profissional, qualidade e prestação da assistência de enfermagem o mais segura possível. Para isso, o 
desenvolvimento e aperfeiçoamento da profissão perpassam pela capacidade do enfermeiro conseguir imprimir 
na prática os preceitos legais, éticos, técnicos e científicos, onde a essência do trabalho do enfermeiro está no 
cuidado, seja com o outro ou com a gerência de quem cuida do outro, os profissionais de enfermagem (SOUSA; 
BARROSO, 2009). 
 A postura assumida de líderes no processo de relação com os liderados e o estilo de liderança a ser 
adotado, dependerá do contexto onde os cuidados são prestados, assim como, as características e expectativas 
da equipe de trabalho que compõe o quadro de pessoal; o comportamento dos membros do grupo indicará as 
ações pertinentes (BALSANELLI; CUNHA, 2006). 
 
Para finalizar... 
 Os enfermeiros líderes contemporâneos devem buscar um tênue equilíbrio entre a liderança e as 
ferramentas do processo administrativo. Nessa perspectiva, o gerenciamento do cuidado quando calcado em 
estratégias operacionais é insuficiente, por não apreender as mudanças no contexto, as estratégias precisam 
trabalhar com as incertezas que circundam o mundo vivido dos profissionais. Os cuidados de enfermagem 
dependem essencialmente das pessoas que são influenciadores e ao mesmo tempo é influenciada pelo 
contexto, nenhuma estratégia pode ser vista linearmente como eficiente em todas as situações. 
Nesse sentido, a marca da liderança adotada é da era das relações, como o fortalecimento das 
habilidades pessoais dos enfermeiros líderes e dos liderados, que favoreça a confiança para o fortalecimento da 
equipe de trabalho, não perdendo de vista o indivíduo ao ressaltar e valorizar as competências individuais. As 
estratégias de liderança irão caminhar no sentido que cada profissional reconheça o propósito e o significado de 
seu trabalho, coopere, busque sentido e dê valor às informações. 
 
Questões para refletir: 
 
1. O que você entende por liderança em enfermagem? 
2. Qual a teoria de liderança ideal? Justifique sua resposta? 
3. Qual a relação que você estabelece entre a liderança em enfermagem e o desempenho dos profissionais 
de enfermagem? 
4. Quais são os fatores que interferem no processo de liderança? (destacar os fatores associados à 
Instituição, aos profissionais de enfermagem, e aos clientes e outros) 
5. Como o enfermeiro no desenvolvimento do processo de liderança pode favorecer o trabalho em equipe? 
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Referências 
 
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