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artéria comunicante anterior; e A2 (segmento pós-comunicante) – distal à artéria comunicante anterior. A1 origina diversos segmentos penetrantes profundos que suprem o ramo anterior da cápsula interna (é uma área de substância branca no cérebro que separa o núcleo caudado e o tálamo do núcleo lentiforme), a substância perfurada anterior, a amígdala, o hipotálamo anterior e a parte inferior da cabeça do núcleo caudado. Oclusão da ACA costuma ser bem tolerada, em virtude do fluxo colateral através d artéria comunicante anterior e de colaterais através da ACM e Artéria Cerebral Posterior (ACP). A oclusão de um único segmento A2 resulta nos sintomas contralaterais: da área motora da perna, área do braço no córtex ou fibras descendentes para a coroa radiada, área sensorial para o pé e a perna, área sensorimotora do lóbulo paracentral (incontinência urinária), córtex frontal próximo à área motora (apraxia da marcha), e área relacionada com o giro do cíngulo e parte inferior medial dos lobos frontal, parietal e temporal Se ambos os segmentos A2 derivarem de um único tronco da artéria cerebral anterior (atresia do segmento A1 contralateral), a oclusão pode afetar ambos os hemisférios abulia profunda (atraso nas respostas verbais e motoroas) e sinais piramidais bilaterais com paraparesia e incontinência urinária. LESÃO CORIOIDAL ANTERIOR (LCA): A síndrome completa de oclusão da artéria coroidal anterior consiste em hemiplegia contralateral, hemianestesia (hipoestesia) e hemianopsia homônima. LESÃO DA ARTÉRIA CARÓTIDA INTERNA (ACI): Quadro clínico de oclusão da artéria carótida interna varia segundo a causa da isquemia ter sido a propagação de um trombo, embolia ou hipofluxo. O córtex irrigado pela ACM é constantemente o mais afetado. Pode afetar o nervo óptico cegueira monocular transitória (artéria oftálmica) – paciente descreve sombra horizontal que desce ou sobe verticalmente através de seu campo visual; queixam-se ainda de borramento visual deste olho e de desaparecimento da metade superior ou inferior do campo de visão (duram apenas alguns minutos). LESÃO DA ARTÉRIA CEREBRAL POSTERIOR (ACP): LOBO OCCIPITAL E LOBO TEMPORAL MEDIAL Geralmente resultam da formação de ateroma ou êmbolos que se alojam no topo da artéria basilar. Síndrome de P1 infarto geralmente ocorre no subtálamo e tálamo medial ipsolaterais e no pedúnculo cerebral e mesencéfalo ipsolaterais. Paralisia do III nervo craniano ataxia contralateral (núcleo rubro ou trato dentatorrubrotalâmico) ou hemiplegia contralateral (localizada no pedúnculo cerebral) pupilas não-reativas, sinais piramidais bilaterais e rigidez de descerebração. Síndrome de P2 infarto dos lobos temporal medial e occipital. Normalmente somente o quadrante superior do campo visual é acometido. O envolvimento do lobo temporal medial e do hipocampo pode causar um distúrbio agudo de memória, principalmente se a lesão ocorrer no hemisfério dominante. 38 SISTEMA NERVOSO MARCUS N. OTTONI LESÃO DA ARTÉRIA BASILAR: PONTE E REGIÃO SUPERIOR DO CEREBELO Suprem a base da ponte e a região superior do cerebelo. Grupos: o Paramediano – irrigam uma cunha da ponte nos dois lados da linha média. o Circunferencial Curto – irrigam os 66% laterais da ponte e os pedúnculos médio e superior do cerebelo. o Circunferencial Longo Bilateral – artérias cerebelares superior e inferior anterior – circundam a ponte e suprem os hemiisférios cerebelares. Pode ocorrer lesão ateromatosa em qualquer ponto do tronco basilar – mais freqüente nos segmentos basilar proximal e vertebral distal. É fácil reconhecer o quadro de insuficiência basilar completa como uma constelação de sinais bilaterais dos tratos longitudinais (sensoriais e motores) e sinais de disfunção de nervos cranianos e do cerebelo sinais bilaterais. Estado de “encarceramento” com preservação da consciência e tetraplegia e sinais dos nervos cranianos sugere infarto completo da ponte e mesencéfalo inferior. LESÃO DA ARTÉRIA VERTEBRAL E CEREBELAR INFERIOR E POSTERIOR: TRONCO ENCEFÁLICO E CEREBELO. A artéria vertebral que se origina do tronco braquicefálico à direita e da artéria subclávia à esquerda, divide-se em 4 segmentos: o V1 – segue de sua origem até o seu ingresso no 5º ou 6º forame vertebral transverso. o V2- atravessa os forames vertebrais de C6-C2. o V3 – passa através do forame transverso e circunda o arco do atlas para perfurar a dura-máter no forame magno. o V4 – sobe e une-se à outra artéria vertebral para constituir a artéria basilar. Somente este ramo origina ramos para suprir o tronco encefálico e cerebelo oclusão causa isquemia do bulbo lateral Síndrome Bulbar Lateral – vertigem, dormência da face ipsolateral dos membros cotralaterais, diplopia, rouquidão, disartria e disfagia. A hemiparesia não é uma manifestação de oclusão da artéria vertebral. FATORES DE RISCO: Hipertensão Arterial – mais importante fator de risco. Risco familiar. Hiperlipidemia. Diabetes Mellitus Alterações cardíacas – insuficiência congestiva e coronariopatia. Elitismo. Uso de anticoncepcionais orais. Fumo. Obesidade. Estresse. DEMÊNCIA: A demência é uma decadência progressiva da capacidade mental em que a memória, a reflexão, o juízo, a concentração e a capacidade de aprendizagem estão diminuídos e pode produzir-se uma deterioração da personalidade. Habitualmente desenvolve-se de forma lenta e afeta as pessoas com mais de 60 anos. À medida que a pessoa envelhece, as alterações no cérebro causam uma certa perda de memória, especialmente a de fatos recentes, e uma deterioração na capacidade de aprendizagem. Estas alterações não afetam as funções normais. A falta de memória nas pessoas mais velhas denomina-se perda de memória senil benigna e não é necessariamente um sinal de demência ou um sintoma precoce da doença de Alzheimer. A demência é uma deterioração muito mais grave da capacidade mental e piora com o tempo. Enquanto as pessoas que envelhecem normalmente podem chegar a esquecer pormenores, as pessoas que sofrem de demência podem chegar a esquecer por completo os acontecimentos recentes. As causas de demência incluem: o Lesões e tumores cerebrais. o Síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). o Álcool. o Medicamentos. o Infecções, doenças pulmonares crônicas e doenças inflamatórias. Na maioria das vezes as demências são causadas por doenças degenerativas primárias do sistema nervoso central (SNC) e por doença vascular. Cerca de 10 a 15% dos pacientes com sintomas de demência apresentam condições tratáveis como doenças sistêmicas (doenças cardíacas, renais, endócrinas), deficiências vitamínicas, uso de medicamentos e outras doenças psiquiátricas (depressão). DOENÇA DE ALZHEIMER: o De todos os pacientes com demência, 50 a 60% têm demência tipo Alzheimer, o tipo mais comum de demência. o É mais freqüente em mulheres que em homens. o É caracterizada por um início gradual e pelo declínio progressivo das funções cognitivas. o A memória é a função cognitiva mais afetada, mas a linguagem e noção de orientação do indivíduo também são afetadas. 39 SISTEMA NERVOSO MARCUS N. OTTONI o Inicialmente, a pessoa pode apresentar uma incapacidade para aprender e evocar novas informações.