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Reflexão Critica de Estudo de Caso Situação Problema: Salim

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Universidade Paulista – Unip
Curso de Pedagogia
Jessica Farias dos Santos RA: N2719E-6 / Turma: P1
Lilian da Silva Cândido RA: D759FG-7/ Turma: P1
Isabel Cristina RA: D6323E-2 / Turma: P1
Rita de Cassia Santos RA: D56DCF-9 / Turma: P1
Aléxia Brito RA: N3220E-4/ Turma: Q1
Rafaela Miguel RA: N31324-2/ Turma: Q1
Luiz Carlos RA: D53FEE-1/ Turma: Q1
Reflexão Critica de Estudo de Caso
Situação Problema: Salim
Santos – SP
2018
Sumário
1. Introdução.................................................................................................3
2. O desenvolvimento da criança..................................................................4
2.1 O desenvolvimento da criança de 8 anos...............................................4
2.1.1 O desenvolvimento cognitivo...............................................................5
2.1.2 Desenvolvimento Social, motor e sexual.............................................5
3. Bloqueio cognitivo por motivos emocionais..............................................7
3.1 O desenvolvimento da criança de 3 anos e o aspecto cognitivo............8
4. A importância da família ...........................................................................9
4.1 Personalidade e relação afetiva..............................................................9
4.1.1 O processo de divórcio dos pais..........................................................10
5. Papel da escola e intervenção..................................................................11
6. Conclusão.................................................................................................12
 7. Referencias Bibliográficas........................................................................13
1. Introdução
Este trabalho visa a compreensão do desenvolvimento humano na fase que corresponde à Terceira Infância. Conforme estudado em sala de aula, em artigos e livros, faremos uma reflexão sobre determinada situação problema, eliminando o julgamento e o senso comum ao avaliar o caso. Usamos como referencial teórico pesquisas bibliográficas e pesquisas na web a fim de analisar o caso proposto.
O caso qual avaliamos, se refere a Salim, uma criança de 8 anos, cujo os pais estão em fase de divórcio, e buscam orientações para passar por este processo. Desde o início da separação dos pais, Salim vem apresentando uma série de problemas no comportamento escolar e familiar. Cabe a nós como educadores, saber de que forma a escola pode ajudar a criança na superação dos problemas emocionais que surgem durante o período da separação dos pais, e demais dificuldades apresentadas por Salim.
Salim, era uma criança muito amorosa e se saía muito bem nas atividades escolares antes do processo de divórcio começar. O que podemos perceber é que Salim possuía uma carência afetiva enorme por seus pais não serem tão presentes. Os pais por sua vez possuem grande dificuldades entre si e com o menino por serem um casal ocupado e por consequência ausentes na vida diária do menino.
A relação afetiva familiar é de extrema importância para o desenvolvimento cognitivo e psicológico de uma criança, a falta dessa relação ou uma relação afetiva desestabilizada pode causar danos emocionais nessa criança.
O desenvolvimento afetivo, emocional e cognitivo da criança e a importância da família será discutido nesse estudo com a finalidade de obter um parecer e uma possível solução para o caso de Salim.
2. O desenvolvimento da criança: E as abordagens psicológicas 
A psicologia do desenvolvimento considera fundamental o aspecto psicossocial para a formação da subjetividade.
O desenvolvimento psicossocial é constituído pelo desenvolvimento da personalidade, isto é, o padrão singular e relativamente duradouro de uma pessoa sentir, reagir e se comportar e pelo desenvolvimento social que se refere às mudanças nos relacionamentos com os outros.
Segundo o psicólogo do desenvolvimento Erik Erickson (1968) o desenvolvimento da personalidade é afetado por fatores biológicos e sociais ou por variáveis pessoais e situacionais. Ele ainda divide o desenvolvimento da personalidade em oito estágios psicossociais durante todo o ciclo vital e, em cada um deles, identificou uma crise determinada. Cada fase de desenvolvimento tem a sua crise ou momento decisivo particular que exige alguma mudança no comportamento ou na personalidade. O individuo pode responder á crise de maneira negativa ou positiva; neste ultimo caso ele consegue enfrentar com sucesso os conflitos dos próximos estágios.
Salim apresenta dificuldade em lidar com o não, como por exemplo quando tinha apenas 3 anos e chorava para dormir com os pais e quando tinha sua vontade negada esperava até a madrugada para ir dormir no meio de seus pais, que pela sonolência do momento, permitia. Aos 5 anos, Salim começou a frequentar a escola e escolhia quem ia busca-lo, e quando não tinha sua vontade atendida fazia um escândalo para assim consegui ganhar o que ele queria, fazendo com que o menino entendesse que para ter suas vontades atendidas ele precisava insistir e se mostrar desobediente aos seus pais. Essa atitude do menino mostra que sua crise de desenvolvimento não foi superada, ou seja, Salim não aprendeu a lidar com o fracasso de não ter suas vontades atendidas.
2.1 O desenvolvimento da criança de 8 anos.
De acordo Papalia e Feldman (2006) o desenvolvimento físico é mais lento na terceira infância do que nos anos anteriores. Existem grandes mudanças na altura e no peso, a nutrição e o sono adequados são essenciais para o crescimento normal e para uma boa saúde. Conforme a situação proposta, o desenvolvimento de Salim é esperado pela média correspondente à sua idade, portanto ele não apresenta nenhum aspecto físico inesperado.
2.1.1 O Desenvolvimento Cognitivo
No desenvolvimento cognitivo, na terceira infância ocorrem mudanças significativas durante esse período. De acordo com Jean Piaget (1896-1980) nesse período a criança se encontra em um estágio operatório-concreto. Por volta dos 7 anos, segundo Piaget, as crianças atingem o estágio operatório-concreto, em que fazem uso de operações mentais para resolver problemas concretos (reais). As crianças podem pensar logicamente porque conseguem levar em conta os vários aspectos de uma situação. Entretanto, a maneira de pensar delas é ainda limitada a situações reais no aqui e no agora.
Nesse período as crianças conseguem resolver facilmente problemas simples de matemática, aonde Salim vem apresentando problemas. A diminuição do egocentrismo é substituída pela capacidade de compreender que as outras pessoas têm pontos de vista diferentes, e conforme a situação problema, Salim tem dificuldade em aceitar as ideias dos colegas.
Esse sentimento de respeito na primeira infância é caracterizado por uma relação de sentido único, da criança para o adulto. Ele é quem rege as relações do sujeito ainda egocêntrico que, apesar de não compreender as necessidades das regras para o convívio social, acata as normas dependendo da fonte de onde emanam. Seu egocentrismo inconsciente não lhe permite compreender as leis do mundo exterior como fazendo parte de um universo de relações independentes. Assim, suas ações ainda giram em torno de seus próprios interesses e não em torno de um sistema de relações recíprocas e interpessoais. (GROPPA 1996)
2.1.2 Desenvolvimento Social, motor e sexual. 
Por volta dos sete ou oito anos de idade, as crianças passam a racionalizar os seus pensamentos e as suas crenças, procurando as razões, os porquês por detrás de um problema ou de um facto. Assim, as próprias crianças passam a analisar os padrões de comportamento ensinados pela família e sociedade.
Além disso, a partir dos seis anos de idade, as crianças passam a comparar-se com outras crianças da mesma faixa etária. Estes dois factos, aliados ao crescimento da vida social da criança, diminuem a importância dos pais e da família como modelos de comportamento da criança, e aumentam a importância dos amigose dos professores.
Os dentes de leite começam a cair no sexto ano de vida, um por um, até à adolescência. O crescimento de peso e altura é pequeno e semelhante entre meninos e meninas, que continuam a ter peso e altura semelhantes. Quanto à força física, em teoria, os meninos e as meninas desta faixa etária têm força física semelhante, mas os meninos, tendem a ter um pouco mais de força física do que as meninas.
Durante a fase escolar, as crianças passam por várias situações fundamentais para a formação de sua imagem e auto estima. Como por exemplo, relacionamento com os colegas em grupo, que define a aceitação dela e a imagem que ela mostrara perante o grupo. O comportamento, diante de colegas e adultos, irá avaliar a todo o tempo se o comportamento é adequado ou não ao seu nível social. 
Salim possui poucos amigos além de dificuldades em aceitar outras opiniões ou perder, sendo assim, ele precisa aprender a lidar com frustrações. Os pais, muitas vezes bem-intencionados, na tentativa de poupar seu filho de possíveis desapontamentos, buscam atendê-lo em suas expectativas, feito de maneira excessiva pode fazer com que a criança não vivencie a frustração como algo natural. As crianças precisam entender que ganhar e perder faz parte da vida e que devemos nos esforçar para conseguir algum objetivo, porém, algumas vezes podemos não conseguir. É extremamente importante os filhos saberem que, independente da vitória ou da derrota, eles serão sempre amados e respeitados pelos pais. No caso de Salim, percebe-se que a aceitação dele perante os pais e colegas é de dominação, pois ele não aceita a forma com que as pessoas sugerem algo, quer fazer tudo apenas do seu próprio jeito. O fato é que nessa fase as crianças absorvem as informações do mundo como se fossem uma esponja, significando que aprendem também a mentir e a manipular os outros para conseguir o que desejam. O que acontece nesses casos é que as crianças costumam agir de diversas formas diferentes para conseguir dominar a vontade dos pais. O fundamental seria ter compreendido isso a tempo, para que não tivesse se tornado um problema maior. Este comportamento não é necessariamente uma característica sem solução, porém, quando estes hábitos não são mudados na infância, é quase impossível serem quebrados no futuro.
A solução, uma criança que usa essas estratégias, não é uma criança feliz. No entanto os pais devem saber que limites e regras não significam restrições à liberdade das crianças. Os limites e regras são uma forma de guiar as crianças em seu comportamento, disciplina e amor não são opostos, e sim complementares.
3. Bloqueio cognitivo por motivos emocionais; A idade emocional de Salim
 Segundo a SBie (2016) as emoções estão presentes em todos os momentos e movimentos da vida. Todas as ações e decisões são impulsionadas pela razão e pelas emoções, que começam a ser registradas desde o momento da nossa concepção e são desenvolvidas ao longo de toda a vida.
Desde o desenvolvimento intrauterino, o indivíduo recebe estímulos e cria formas de responder a cada um deles — seja para se proteger de algo ou para suprir uma necessidade interna. A partir das experiências e dos estímulos recebidos, são construídos padrões inconscientes de interação e comportamento.
Nem todas as experiências e estímulos são positivos. Algumas pessoas passam por traumas como abandono, rejeição, maus tratos ou abuso. Outras, por sua vez, são superprotegidas a ponto de não conseguirem fazer nada por conta própria. É justamente o sentido que cada pessoa dá a essas situações que resulta na construção de padrões e bloqueios comportamentais e emocionais.
Estímulos positivos impulsionam o desenvolvimento e o crescimento pessoal, permitindo o controle das emoções e a escolha de comportamentos conscientes. Por outro lado, estímulos negativos não tratados podem ser bloqueados pelo inconsciente, que tenta preservar o indivíduo por meio de um bloqueio emocional.
 Salim desde cedo foi superprotegido pelos pais e tendo todas as suas vontades atendidas para evitar o choro e pelos pais se sentirem culpados pela ausência na vida do menino, fazendo assim com que o menino não superasse a dificuldade em lidar com os fracassos das suas demandas e não ensinasse a ele a necessidade de regras, e da palavra não. Salim não aceita o não para as vontades, não aceita participar de novas experiências e nem aceita a necessidade de regras. Esse comportamento demonstra um atraso cognitivo o que lhe faz parecer emocionalmente uma criança de três anos ao invés de oito anos que é a sua idade física.
3.1 O desenvolvimento da criança de 3 anos e o aspecto cognitivo.
Segundo Papalia (2006), a medida que amadurecem física, cognitiva e emocionalmente, as crianças buscam independência dos próprios adultos aos quais estão apegadas. Erik Erickson (1990) identificou o período dos 18 meses aos 3 anos como o segundo estágio ou crise do desenvolvimento da personalidade, autonomia versus vergonha e dúvida, o qual é marcado pela mudança do controle externo para o autocontrole. Tendo passado pelo primeiro ano de vida com um senso de confiança básica no mundo e com o despertar da autoconsciência, as crianças começam a substituir o julgamento de seus cuidadores pelo seu. A "virtude" que surge durante esse estágio é à vontade. O abandono das fraldas é um passo importante para a autonomia e para o autocontrole. E a linguagem também: por serem mais capazes de expressar seus desejos, as crianças tornam-se mais poderosas e independentes.
Liberdade ilimitada não é segura nem saudável, disse Erikson, e, por isso, vergonha e dúvida têm um lugar necessário. Como em todos os estágios de Erikson, um equilíbrio adequado é crucial. A dúvida em relação a si mesmo ajuda as crianças a reconhecer o que ainda não estão prontas para fazer, e a vergonha ajuda-as a viver com regras sensatas. As crianças precisam dos adultos para fixar limites adequados, e a vergonha e a dúvida ajudam-nas a reconhecer a necessidade desses limites.
Os "terríveis 2 anos" são uma manifestação normal da necessidade de autonomia. As crianças nessa idade precisam testar a nova ideia de que são indivíduos, que possuem algum controle sobre seu mundo e que possuem novas e empolgantes capacidades. São impulsionadas a experimentar suas novas ideias, exercitar suas próprias preferências e tomar suas próprias decisões. Esse impulso normalmente se manifesta na forma de negativismo, a tendência de exclamar "Não!" apenas para se opor à autoridade. Quase todas as crianças demonstram algum negativismo, que geralmente se inicia antes dos 2 anos, tende a atingir o máximo dos 3 anos e 6 meses aos 4 e diminui aos 6 anos. Encarando as expressões de vontade própria das crianças como um esforço normal e saudável por independência, e não como teimosia, os pais e outros cuidadores podem ajudá-las a adquirir autocontrole, contribuir para seu senso de competência e evitar conflitos excessivos.
4. A importância da Família 
Conforme estudado, é por meio da educação familiar que a criança, desde pequena, aprende a conviver com regras e respeitar o próximo. O contexto familiar é de grande importância para a formação da criança. Algumas podem apresentar mau comportamento, baixo rendimento escolar, baixa autoestima, enquanto aquelas que possuem as famílias atentas ao seu desenvolvimento tendem a se sentir mais seguras, motivadas e com vontade de aprender. Os pais, na visão de Gottman e De Claire (1997), que não impõem limites e orienta o comportamento de suas crianças, resulta em que estas apresentem dificuldades para concentrar-se, em fazer amizades e conviver bem em sociedade.
Segundo Hart L. A. (1992), “Muitos pais pensam que seus filhos se sentem amados porque podem fazer o que desejam. As crianças precisam de limites seguros, saudáveis e razoáveis, e nossa disposição em colocar esses limites transmite amor”.
Muitas vezes os pais movidos pelo sentimento de culpa, pelo fato de não terem tempo para eles, por conta do novo modelo de sociedade que temos, acabam fazendotodas as suas vontades e presenteando os mesmos para suprir a presença deles, criando dessa forma, filhos sem limites. Na situação problema, Salim sempre achava uma forma para dormir na cama com os pais, e os pais deixavam, selecionava quem ia buscá-lo na escola além disso sempre teve todos os presentes que queria. Na escola, ele está com dificuldade em português, matemática e na leitura. Para Casarin “A dificuldade de aprendizagem de uma criança ou um adolescente pode não ser mais do que uma forma encontrada de manifestar a falta, a precariedade dos vínculos familiares (...)”. É de extrema importância o acompanhamento da família juntamente com a escola para um bom desenvolvimento da criança, assim os pais poderão entender de onde vem estes problemas e poderão buscar as soluções.
4.1 Personalidade e relação afetiva; como é a família de Salim?
Durante a fase escolar, as crianças passam por várias situações fundamentais para a formação de sua imagem e auto estima. Como por exemplo, relacionamento com os colegas em grupo, que define a aceitação dela e a imagem que ela mostrara perante o grupo. O comportamento, diante de colegas e adultos, irá avaliar a todo o tempo se o comportamento é adequado ou não ao seu nível social.
No caso de Salim, percebe-se que sua família tem problemas internos como o fato dos pais dele não demonstrarem ter uma relação muito amorosa ou afetiva entre os dois e/ou com o próprio Salim, já que os dois por se sentirem culpados pela ausência, presenteava o menino sempre, achando que isso compensaria a ausência dos dois. Os pais de Salim desde cedo permitiu ao menino que ele tivesse todos os tipos de vontades atendidas, fazendo com que Salim não aprendesse a necessidade de regras. As atitudes mimadas de Salim demonstram a necessidade de limites e de regras, para que ele aprendesse a lidar com suas frustações de uma maneira saudável e positivamente. Os pais, no entanto, devem saber que limites e regras não significam restrições à liberdade das crianças. Não é nada além de importante e necessário, para que saibam exatamente o que é certo ou errado. Os limites e regras são uma forma de guiar as crianças em seu comportamento, disciplina e amor não são opostos, e sim complementares.
4.1.1 O Processo de divórcio dos pais
Cada criança pode entender o divórcio de uma forma diferente, enquanto umas veem melhorar sua situação com a diminuição do conflito familiar, outras veem como uma perda muito grande, na qual podem até mesmo se sentirem culpadas por tal separação. De acordo com Papalia e Feldman (2006) as características pessoais das crianças fazem diferença em relação a esse processo na vida de seus pais.
Durante esse período é comum as crianças apresentarem certas dificuldades, se comparadas com crianças que os pais não são separados, muitas delas passam a demonstrar problemas não apenas de aprendizado, mas também de socialização. Segundo Bee e Boyd (2011) “nos primeiros anos após um divórcio, as crianças tipicamente apresentam declínios no desempenho escolar e mostram comportamento mais agressivo, desafiador, negativo ou deprimido”.
Conforme observado, Salim tem enfrentado esta situação, pois é possível identificar que durante o período “pré-divórcio” seu rendimento escolar despencou. Também notamos que ele tem problemas de relacionamentos e socialização, que podem ser frutos dessa ruptura em conjunto de características que carregou ao longo de sua infância.
5. Papel da escola e a intervenção.
Primeiramente é importante ressaltar que a escola não substitui o papel dos pais na vida dos filhos, e que cabe a eles proporcionar a devida educação, construindo o caráter e personalidade da criança. Sendo assim mesmo em processo de separação é recomendado que eles se unam com o propósito de se atentar aos cuidados que a criança requer neste momento.
A escola também tem um papel fundamental nesse desenvolvimento, pois é ali que a criança desenvolve seu intelecto e adquire maior nível de socialização, sendo assim, acaba demonstrando através de atitudes, palavras e até mesmo desenhos que algo não está indo bem, geralmente é possível ter um retrato de como está sua família através destes comportamentos. A responsabilidade não pode tornar-se mútua sem existir um ponto de vista comum acerca do bem-estar da criança no que diz respeito ao seu desenvolvimento. Isso exige algo mais do que provas escolares de aquisição de 20 conhecimentos, certificados de níveis de inteligência e de aproveitamento, diplomas. Tanto a família como a escola devem dar menos importância à competição e preocupar-se de uma forma mais autêntica com a natureza e as necessidades da personalidade da criança. (GESELL, 2002).
A escola precisa ter o cuidado de se atentar e entender o que está ocorrendo com a criança, alertar aos pais sobre seu comportamento e rendimento, e buscar, se necessário, os devidos encaminhamentos para minimizar o efeito do divórcio na vida dessa criança. É importante existir um trabalho conjunto entre família e educadores, buscando estratégias e práticas a fim de proporcionar apoio e segurança para conduzir essa situação sem lhe causar maiores traumas, para que o aluno possa fluir da forma mais saudável possível.
Na situação problema apresentada, é imprescindível estes cuidados, ao qual ambos devem estar atentos aos novos comportamentos e ao desconforto que será gerado após a separação, para que se conduza a situação da melhor forma possível. É recomendado que não apenas a criança, mas também os pais passem por acompanhamento de um profissional capacitado para identificar os problemas gerados e buscar estabilizar o emocional e os danos causados a todos os envolvidos.
6.Conclusão
Em vista dos argumentos apresentados, podemos observar que Salim possui um problema de desenvolvimento emocional. Aos 8 anos Salim apresenta comportamento emocional de uma criança de 3 anos. Os pais do menino, se sentindo culpados por não ser tão presentes diariamente na vida de Salim, sempre atenderam suas vontades, fazendo com que o menino não aprendessem a lidar com seus fracassos por sempre ter tido suas vontades atendidas, o menino não aprendeu a lidar com a palavra não, e isso afetou além da sua vida com a sua família, afetou também seu comportamento em relação a outras crianças. Já que seu comportamento perante a elas é de dominação e não aceita outras brincadeiras e atividade que não tenha sido proposta por ele. 
O contexto familiar também é de grande importância para a formação da criança, a escola não substitui o papel dos pais na vida da criança. Pais como os apresentados no caso, que buscam atender todas as necessidades de seus filhos acabam os deixando, frustrados quando algo não sai da maneira na qual gostaria. Aurélio Melo, professor de desenvolvimento humano do curso de psicologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, diz que "O autoritarismo da criança muitas vezes decorre de país que não conseguem dar limites aos filhos".
O processo de divórcio vai afetar negativamente Salim por obrigar o menino a lidar pela primeira vez com o fracasso de não ter suas vontades atendidas. Esse trauma vai ser levado para o resto da vida de Salim.
Na sala de aula, o professor encontra aluno com problemas de aprendizagem decorrentes de faltas e falhas, tanto na família quanto na escola. São alunos com dificuldades cognitivas que na maioria das vezes não são decorrentes de fatores físicos, mas afetivos. Neste momento a escola precisa avaliar o comportamento da criança, de forma que elimine o julgamento e o senso comum, e se necessário alertar os pais, para que tomem devidas atitudes. A escola não conseguirá mudar nada sem o auxílio da família de Salim, os mesmos precisam estar dispostos a passar por um tratamento, se necessário, em conjunto.
 Desse modo é esperado que com o auxilio necessário o menino e a sua família aprendam a lidar com toda essa situação e assim seja possível a superação dessa situação e o desenvolvimento psicológico e cognitivo de Salim.
7.Referências Bibliográficas
AQUINO, Júlio Groppa(Org.). Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. 14. ed. São Paulo: Summus, 1996.
BEE, Helen. BOYD, Denise. A criança em desenvolvimento. 12º Ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
CASARIN, Tonia. Pequenos inconformados, 2007.
Educarparacrescer.abril.com.br
(Como ensinar seu filho a lidar com a frustração 23/04/2015).
GESELL, Arnold. A Criança dos 5 aos 10 anos. São Paulo: Martins Fontes, 2002. KRAMER, Sonia. Educação Infantil: comemorando as lutas. In: Revista de Educação CEAP, ano X, no. 36, Salvador, março/maio, 2002.
HART, L. A. A família moderna: Uma reflexão sobre o desenvolvimento de uma relação madura e saudável entre pais e filhos. São Paulo: Saraiva, 1992.
MARIA, Elza Canhetti Mondin. Práticas educativas parentais e seus efeitos na criação dos filhos.
PAPALIA, Diane E., OLDS, Sally W., FELDMAN, Ruth Duskin. Desenvolvimento Humano. 8º Ed. Artmed, 2006.
PIAGET, Jean. Para onde vai a educação. José Olympio ed. 15ª edição. Rio de Janeiro,1972/2000.
SOUZA, Sarah D. C. Divórcio dos pais e dificuldades na aprendizagem dos filhos: A importância da família no processo de ensino-aprendizagem. 
SOUZA, Solange Jobim e; KRAMER, Sonia. O debate de Piaget/Vygotsky e as políticas educacionais. 1991. 80 f.
TOURRETTE, Catherine e; GUIDETTI, Michèle. Introdução à Psicologia do Desenvolvimento do Nascimento à Adolescência. 12º Ed. Petrópolis: Vozes, 2012.
VIEIRA, Natálio e; FURTADO, Jovenilda. As contribuições da familia para o desenvolvimento da criança na educação infantil.

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