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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Gestão da Produção Industrial Mapeamento de Processos Aula 6 Prof. Roberto Candido Pansonato CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 CONVERSA INICIAL Olá, caro aluno! Esta será nossa sexta (e última) aula da disciplina de Mapeamento de Processos! Vimos nas aulas anteriores como identificar desperdícios e valor na cadeia produtiva, conhecemos um pouco sobre algumas técnicas da produção enxuta e vimos, também, como mapear os processos por meio de algumas ferramentas apresentadas (fluxograma, BPM, SIPOC, Cadeia de Valor, VSM, etc.). Cada ferramenta possui suas particularidades, mas todas possuem um objetivo em comum: identificar pontos no processo que necessitam ser corrigidos ou possibilidades de melhoria. Se não for deste modo, não teria sentido estarmos despendendo recursos (tempo, conhecimentos, técnicas etc.) para chegarmos a lugar nenhum. O estado futuro (ou To-Be), é a representação gráfica da solução de melhoria de um processo. Agora, acesse o material on-line para assistir à videoaula a seguir para compreender melhor qual será o assunto desta aula! CONTEXTUALIZANDO Problematização A segunda maior rede internacional de restaurantes do mundo, o McDonald’s (atrás apenas da rede Subway), opera em mais de 100 países, cada qual com seus costumes e culturas diferentes. Só no Brasil, a rede possui mais de 1.000 pontos de venda. Entre os motivos de sucesso da rede, alguns estão sustentados por melhorias. Dentre os princípios de melhoria utilizados pelo McDonald’s que podemos afirmar que são pontos de referência da marca, podemos destacar: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 I. Minimização do envolvimento de pessoas e foco em liderança. II. Processo de terceirização e redução de custos com fornecedores. III. Padronização dos processos e redução no tempo de ciclo. IV. Padronização dos processos e foco na cozinha saudável. Quais afirmações dentre as apresentadas podemos considerar correta? a. As alternativas I e III estão corretas. b. Somente a alternativa I está correta. c. Somente a alternativa III está correta. d. As alternativas II e IV estão corretas. e. Somente a alternativa IV está correta. Acesse o material on-line para conferir os comentários do professor Roberto sobre esta aula! PESQUISE Princípios de análise de melhoria contínua A análise dos processos de negócio é o ponto de partida para a introdução de melhorias. Como já foi mencionado em rotas anteriores, o processo correto (ou o mais próximo disto) proporcionará um produto ou serviço correto. Portanto, quanto mais se conhece os processos de negócio, mais possibilidades de atuar nos mesmos para aperfeiçoá-los (nível de excelência). Para MÜLLER (2003), a análise dos processos de negócio tem por objetivo ampliar a compreensão das características de processo, de forma a CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 possibilitar uma posterior melhoria e padronização (quando necessária e desejada). No entanto, como se pode implantar alguma melhoria sem que tenhamos claro onde estamos e onde queremos chegar? Neste momento, é necessário que tenhamos alguns indicadores básicos que nos permitam enxergar a situação atual dos processos. Para isso os processos devem ser medidos. Essa ação é fundamental para quem queira administrar algo. Afinal, segundo Deming (1900-1993): “não se gerencia o que não se mede; não se mede o que não se define; não se define o que não se entende; não há sucesso no que não se gerencia”. Neste contexto podemos entender que medir as condições do processo é primordial para o sucesso de qualquer organização. Uma das formas de demonstrar as medições de processos é a utilização de indicadores. Os indicadores têm relação direta com os objetivos que pretendemos alcançar. Por exemplo, se após um mapeamento de processos concluiu-se que o foco principal seria a redução de custos, devemos tomar como partida indicadores financeiros. Por outro lado, se forem constatados problemas com velocidade de um determinado processo e desejarmos aumentar essa velocidade, devemos utilizar indicadores relativos a tempo de ciclo (peças por hora ou tempo padrão para realização de um determinado serviço, por exemplo). Para se ter um ponto de partida na análise dos processos de negócio, é importante que analisemos os processos. A seguir veremos alguns indicadores básicos: tempo, custo, valor agregado e qualidade. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 Análise de Tempo Na competitividade acirrada que se observa no mundo corporativo, o fator tempo é um diferencial de sucesso para qualquer organização. Para MÜLLER (2003) é possível, por meio da construção de um fluxo-cronograma (um fluxograma específico com demonstração dos tempos de ciclo, tal qual um diagrama vertical, visto na rota anterior), obter informações importantes a respeito de quais atividades devem ser priorizadas para análise de tempo. A análise de tempo leva em consideração não somente os tempos de ciclos, mas também os tempos de processamento de toda a cadeia de valor (lead time). A priori, o ponto de partida para análise deve ser o ponto de restrição do processo (ou ponto gargalo). É obvio que, resolvendo um ponto de restrição (ponto A, por exemplo), a restrição moverá para outro ponto (ponto B) e assim consecutivamente, tornando-se um ciclo contínuo para melhoria do fluxo de processo. Análise do custo O foco principal do mapeamento não é a aplicação direta sobre custos. O resultado do mapeamento pode nos direcionar para um trabalho de redução de custos na elaboração do estado futuro (To-Be) em função da evidência de custos nas atividades de um processo. O mais importante é a compreensão dos processos do negócio. Para aplicação de um método que se baseia em custos, sugere-se utilizar o método “ABC” (Activity Based Costing), ou Custo Baseado nas Atividades, que se baseia nas seguintes premissas: Foco nas atividades Visualização das atividades de mais alto custo Visualização de atividades que não agregam valor CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Análise do valor agregado Como foi mencionado em rotas anteriores, o termo valor agregado refere-se a algo que agrega valor ao cliente (que ele esteja disposto a pagar). Para analisar o valor agregado em um fluxo de processo, é necessário identificar as atividades que realmente agregam valor sob a perspectiva do cliente. Durante esta análise, vamos encontrar os seguintes tipos de atividades: Valor Real Agregado (VRA) Atividades que certamente agregam valor as saídas previstas pelo cliente. Valor Empresarial Agregado (VEA) Atividades exercidas para a realização do produto ou serviço que não agregam valor direto ao cliente, mas precisam ser realizadas. Sem Valor Agregado (SVA) Atividades que não agregam valor ao cliente e tampouco são necessárias, portanto, devem ser eliminadas. Segundo MÜLLER (2003), nos processos empresariais, menos de 30% do custo está nas atividades de valor agregado (VRA). De acordo com Harrington, citado por MÜLLER (2003), outro fator preocupante é a diferença observada em alguns processos entre o tempo das atividades que agregam valor (VRA) e o tempo total do ciclo (lead time), que seria algo em torno de 5% (lembram-se do exemplo da fila do banco apresentado na rota sobredesperdícios e valor?). Por meio de um trabalho criterioso e constante contra os desperdícios, podemos obter uma minimização das atividades de Valor Empresarial Agregado (VEA) e a eliminação das atividades Sem Valor Agregado (SVA). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 Análise da qualidade De acordo com ISHIKAWA (1993), a preocupação mais importante no controle de qualidade deve estar centrada no atendimento dos requisitos do cliente e na prevenção de reincidências. Partindo do pressuposto de que “o processo certo produzirá os resultados certos”, a análise da qualidade deve passar pelas atividades e, consequentemente, pelos processos de uma organização. Para essa análise, podem ser utilizadas técnicas e ferramentas básicas da gestão da qualidade: Folha de verificação: tabelas ou planilhas simples usadas para facilitar a coleta e análise de dados. Local onde se registram os dados dos itens a serem verificados, permitindo uma rápida percepção da realidade. Os “5 por quês”: têm como finalidade desenvolver especialidade técnica nas pessoas que conduzem a análise, encontrando-se a causa raiz do problema. Diagrama de causa e efeito (também conhecido como diagrama espinha de peixe ou diagrama de Ishikawa): a partir de um efeito conhecido, essa ferramenta auxilia na identificação das possíveis causas que provocaram algum problema. Gráfico de Pareto: utilizado para identificar, entre as causas levantadas, aquelas que determinam a maioria dos problemas. Histograma: método gráfico para representar a dispersão (variação) de um conjunto de dados. Gráficos de dispersão (ou correlação): permitem analisar a relação entre duas variáveis (por exemplo, a redução de preço com o aumento da concorrência etc.). Cartas de controle: também conhecidos como gráficos de controle, funcionam como um “termômetro”, permitindo que se acompanhe o andamento de um processo ao longo do tempo, com o intuito de monitorar CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 e identificar as causas das variações na qualidade de um produto ou serviço. Das ferramentas que apresentamos, as três primeiras (folha de verificação, os “5 por quês” e o diagrama de causa e efeito) ajudam na análise da situação problema (coleta de dados e busca das causas do problema). O gráfico de Pareto, por sua vez, ajuda a identificar as causas que impactam na perda da qualidade. As três últimas ferramentas da lista (histograma, gráficos de dispersão e cartas de controle), são ferramentas baseadas em estatísticas. Podem ser empregadas em pontos específicos do processo para acompanhar e controlar indicadores de qualidade. Indicadores Quando falamos em medir um determinado processo, estamos falando no posicionamento real de um processo em relação a um indicador qualquer. Utilizemos um exemplo muito simples: a meta de controle da temperatura do corpo humano é mantê-la abaixo dos trinta e sete graus centígrados, certo? Em caso de alguma anomalia no indivíduo que cause um aumento dessa temperatura devem ser realizadas ações para redução da temperatura, bem como o seu monitoramento (verificação a cada uma hora, por exemplo), levando-se em conta o indicador de temperatura que prevê o limite de, no máximo, trinta e sete graus centígrados. Podemos, então, conceituar indicadores como instrumentos de gestão essenciais nas atividades de monitoramento e avaliação das organizações e de seus projetos, programas e políticas, pois permitem acompanhar o alcance das metas, identificar avanços, melhorias de qualidade, correção de problemas, necessidades de mudança etc. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 Confira algumas recomendações para elaboração de indicadores: Objetividade: forma simples e direta. Clareza: de fácil compreensão. Precisão: evitar duplicidade de informações. Viabilidade: medir resultados, não intenções (algo mensurável). Representatividade: estatisticamente representativa do universo analisado. Visualização: permitir interpretação rápida (uso de gráficos, por ex.). Ajuste: adaptado à realidade do processo e da empresa. Alcance: possibilitar análise das causas, não apenas dos efeitos. Resultados: relatar fielmente o que está ocorrendo na organização. Exemplos de indicadores: INDICADOR CONCEITO FÓRMULA Margem líquida Mede o percentual que a empresa obtém de lucro em relação às vendas 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠 Índice de reclamação de clientes Mede a evolução das reclamações de clientes 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑐𝑙𝑎𝑚𝑎çõ𝑒𝑠 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎𝑠 Despesas administrativas Mede o desempenho das despesas administrativas que compõem a formação do lucro líquido 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝑎𝑑𝑚𝑖𝑛𝑖𝑠𝑡𝑟𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎𝑠 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 Produtividade ($) Mede a produtividade de cada processo em termos de custo 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑐𝑒𝑠𝑠𝑜 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑐𝑒𝑠𝑠𝑜 Eficiência operacional Mede a utilização da capacidade total 𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑎𝑑𝑎𝑠 𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑖𝑠 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Vamos ver o que o Professor Roberto tem a nos dizer sobre o conteúdo deste tema? Acesse o material on-line! Implantação de projetos de melhoria contínua Melhorar os processos da organização é fator crítico para o sucesso institucional de qualquer organização – seja pública ou privada – desde que seja realizada de forma sistematizada e que seja entendida por todos na organização. Observe, a seguir, os doze princípios propostos por HARRINGTON (1993) para agilizar a dinâmica do profissional em mapeamento de processos: 1. Eliminação da burocracia 2. Eliminação da duplicidade 3. Avaliação do valor agregado (AVA) 4. Simplificação 5. Redução do tempo de ciclo 6. Tornar os processos a prova de erros 7. Modernização 8. Linguagem simples 9. Padronização 10. Parceria com fornecedores 11. Aperfeiçoamento do quadro geral 12. Automação e/ou mecanização de processos: soluções em tecnologia da informação A intenção da apresentação destes princípios é a de proporcionar ao gestor os caminhos que devem ser seguidos para se ter qualidade e agilidade nos processos (modernizá-los, reduzi-los e simplificá-los), corrigi-los no que for necessário e melhorá-los continuamente. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 Melhoria contínua Muito se tem falado sobre melhoria contínua, mas como isto realmente se aplica nas organizações? Para IMAI (1996), melhoria contínua (kaizen), implica no envolvimento de todos, do gerente ao operador, com foco no aperfeiçoamento de processos e orientação para inovações incrementais que demandam menor investimento e tempo de implantação e aspectos humanos como motivação, comunicação, treinamento, trabalho em equipe, envolvimento e autodisciplina. Em alguns momentos ocorrem alguns equívocos entre projetos de melhoria contínua e inovação; no entanto, há características distintas entre ambos. A melhoria contínua (kaizen) significa pequenos melhoramentos realizados no estado atual (As-Is) provenientes de esforços contínuos. Por outro lado, inovação envolve um melhoramento drástico no estado atual (As- Is), como resultado de um grande investimento em nova tecnologia e/ouinvestimento. A tabela a seguir ilustra as diferenças entre projetos de melhoria contínua e inovação: Descrição Melhoria Contínua Inovação Efeito Longo prazo e duradoura Curto prazo Ritmo Pequenos progressos Grandes progressos Estrutura de tempo Contínua e incremental Intermitente e não incremental Mudança Gradual e constante Repentina e passageira Envolvimento Todos Poucos “defensores” selecionados Enfoque Coletivismo, esforços em grupo, enfoque sistêmico Individualismo, ideias e esforços individuais Método Manutenção e melhoramento Refugo e retrabalho CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 Estímulo Know-how e atualizações convencionais Avanços tecnológicos, novas invenções e teorias Exigências práticas Investimento menor, porém, maior esforço de manutenção Investimento maior, porém, menor esforço de manutenção Orientação do esforço Pessoas Tecnologia Critérios de avaliação Processo e esforços para busca de melhores resultados Lucro Vantagem É útil na economia de crescimento gradual Adapta-se melhor à economia de crescimento rápido Vamos, agora, assistir à videoaula disponível no material on-line e compreender melhor o assunto deste tema por meio da explicação do Professor Roberto! Aplicação e análise de técnicas: análise de valor Como já foi mencionado anteriormente, o processo correto (ou o mais próximo disto) proporcionará um produto ou serviço correto. Além dos indicadores básicos (tempo, custo, valor agregado e qualidade) sobre os quais já conversamos, também utilizamos alguns princípios que podem apresentar possíveis soluções para implantação de projetos que agreguem valor. Vale ressaltar que as soluções que serão mencionadas se referem a sugestões para elaboração do estado futuro, não podendo limitar as potenciais respostas de um problema a essa relação proposta. Ressaltamos, também, que os dados a seguir demonstram grande parte da realidade das empresas. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 Gatilho da Análise Possível solução (estado futuro) Resultado alvo de indicadores Pensamento Lean Assegurar qualidade no início Variabilidade dos indicadores Padronização de processos Automatização Gargalo (restrição) Melhorar a produtividade nos pontos de gargalo (restrição) Interações humanas Minimizar handoffs Minimizar envolvimento de pessoas Interações externas Foco nas interações com clientes Ponto único de contato Processos separados Regas de negócio Criação de regras de negócio Terceirizações Gaps Variadas Fonte: baseado em PAVANI JUNIOR e SCUCUGLIA (2011) A tabela que você acabou de analisar refere-se a um resumo da análise realizada. Se a análise demonstrar variabilidade nos indicadores (alternando bons e maus resultados), a possível solução pode ser a padronização dos processos ou a automatização desses processos. Vale ressaltar que dependendo da análise realizada, podemos ter uma ou mais soluções para o estado futuro. A seguir, serão apresentadas as definições de como funcionam cada tipo de possíveis soluções do estado futuro apontados na tabela. Pensamento Lean Como já foi dito, o pensamento lean (ou pensamento baseado na produção enxuta) parte de um processo produtivo. A sequência principal das CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 atividades que agregam valor à transformação da matéria prima em produto acabado não deve ser interrompida. Como o cliente paga pelo processo de criação de valor, este deve ser o mais desobstruído possível, reduzindo, assim, o tempo de processamento e do lead time. Deve-se, portanto, assegurar um fluxo contínuo. Outro fator importante diz respeito a outro princípio básico do pensamento lean: foco nas atividades que agregam valor e eliminação das atividades que não agregam valor. Se o gatilho é o resultado alvo de indicadores, para obtenção de um bom resultado as atividades que não agregam valor devem, na medida do possível, ser eliminadas. Vale salientar que, muitas vezes, principalmente nos processos administrativos, incorpora-se atividades sem agregação de valor e criam-se profissionais que as executam por um longo período. Assegurar qualidade no início Os possíveis problemas de qualidade devem ser detectados no início do processo, não delegando esta atividade para ser efetuada após todo o processamento de um produto ou serviço. Recomenda-se investir recursos para que o processo seja robusto o suficiente para assegurar a qualidade do produto ou serviço, evitando um dos grandes problemas relacionados aos oitos desperdícios que vimos em rotas passadas: o retrabalho. Padronização dos processos A falta de padronização dos processos pode, invariavelmente, gerar problemas de variabilidade de indicadores (alternância entre bons e maus resultados). Se profissionais diferentes executam as mesmas tarefas de um modo diferente, a soma de diferentes níveis de habilidade resultará em instabilidade. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 Estabelecer processos padronizados baseados em métodos certificados é uma das principais tarefas após um mapeamento que certamente promoverá confiabilidade e estabilidade processual. Um caso emblemático de padronização que proporciona bons resultados é o caso do nível de padronização encontrado na rede de restaurantes de fast food McDonald’s: em qualquer lugar do mundo onde-se tenha um McDonald’s, o modo de atendimento será muito similar (para não dizer igual). Essa padronização também é vista nas empresas automotivas de origem japonesa, especificamente a Toyota, que consegue altos níveis de qualidade ao adotar essa prática. Portanto, conclui-se que, quando a variação é mínima, temos o controle da instabilidade. Automatização Automatizar um processo significa substituir um trabalho manual por procedimentos automáticos, sejam eles obtidos através de máquinas e equipamentos ou softwares de computador. Via de regra, processos automáticos geram uma eficiência produtiva maior que um processo com atuação manual. No início de nossos estudos, discutimos a respeito dos erros que se comentem ao adquirirmos softwares que, de alguma forma, iriam solucionar problemas de fluxo de informações, mas algumas vezes o que se vê é a adaptação daquilo que estava sendo realizado de forma manual e não estava funcionando a contento para um modo automático, automatizando o defeito. Vale ressaltar que decidir por um processo automatizado nem sempre é sinal de garantia de bons resultados. Automatizar um processo no estado atual, principalmente quando se utiliza tecnologia da informação, é como se fosse automatizar um erro! O procedimento correto seria o de analisar o estado atual através das várias técnicas apresentadas, propor um CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 modelamento para o estado futuro e, a partir desse ponto, propor possíveis automatizações. Melhorar a produtividade nos pontos gargalos Gargalos (ou restrições) são os empecilhos que barram a fluidez dos processos e muitas vezes geram estagnação na produtividade. Conforme mencionado no início desta rota, Eliyahu M. Goldratt em seu livro “A Meta” (1984), diz que todo processo produtivo sempre terá uma restrição. A modelagem do estado futuro (To-Be) deve buscar sempre a otimização dos processos no sentido de aumentar a vazãonos pontos de gargalo. De acordo com a Teoria das Restrições, toda organização tem em um dado momento no tempo, pelo menos uma restrição que limita a performance do sistema (a organização em questão) em relação a sua meta. A ilustração a seguir mostra um processo fictício onde se tem um fluxo contínuo entre a matéria-prima e o produto acabado e os tempos de ciclo de cada processo. Observe que por mais que o processo mais rápido deste fluxo (processo D) efetue seu trabalho, estará sempre subordinado à restrição do processo mais lento (processo B). Cabe ao analista fazer a análise e propor as melhorias necessárias. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 Minimizar handoffs O termo “handoff” diz respeito aos pontos exatos onde um determinado processo troca de poder. Após a solicitação do pedido, um formulário da área de suprimentos passa por uma verificação e aprovação prévia (troca de poder 1) e, em seguida, passa para o supervisor de compras (troca de poder 2) que decidirá qual comprador deverá assumir este processo. De forma geral, quanto mais handoffs tiver um processo, mais moroso ele será e, consequentemente, terá custos mais altos. Em resumo, uma forma eficiente de identificar handoffs é analisar, pois quanto mais pessoas e áreas funcionais participarem de um processo (ou quanto mais níveis de aprovação existirem) maior a probabilidade desse processo conter alta proporção de trabalhos que não agregam valor! Minimizar envolvimento de pessoas Quando se fala em minimizar o envolvimento de pessoas, não se refere apenas à substituição de seres humanos por máquinas em um sistema de manufatura. O grande ganho que se consegue nos processos está no fluxo de informações. Tal qual a dinâmica do telefone sem fio, na qual uma informação transmitida entre várias pessoas causa um erro enorme no final do processo, informações orientadas através de pessoas normalmente podem gerar problemas de qualidade. Isso leva a crer que, num processo de fluxo de informações, quanto menor a quantidade de pessoas envolvidas, melhor a qualidade na passagem das informações. No início de nossa segunda aula, vimos o exemplo de um problema que ocorreu em uma empresa que, em função da inexistência de um procedimento de designação de atividades, proporcionou uma falha no CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 processo que acarretou uma reclamação do cliente. A designação de tarefas, nesse contexto, significa a movimentação de trabalho de um departamento a outro, transferindo responsabilidades de forma clara (ligeiramente diferente de handoffs). Foco nas interações com os clientes Por que focar nas interações com os clientes? O simples fato de termos um processo interno robusto já não é o suficiente para garantir o sucesso de uma empresa? Por exemplo, é ineficiente otimizar um processo de preenchimento de pedidos sem considerar o processo de suporte ao cliente que facilite a resolução de problemas relativos ao processo em questão. Mesmo que o pedido tenha sido processado sem problemas, se o item for enviado ao cliente de maneira errada e ele se frustrar ao tentar obter o item que deseja, o resultado da experiência do cliente não é positivo e a repetição de novos negócios com o mesmo se torna menos provável. O texto acima nos remete à definição de conceitos de eficiência e eficácia. Portanto, é necessário ser eficiente nos processos internos de uma organização, porém, essa eficiência não irá gerar resultados se não tivermos um processo de suporte ao cliente que o satisfaça plenamente (eficácia). Ponto único de contato Normalmente esse tipo de demanda ocorre em processos de atendimento ao cliente. Um sintoma tradicional deste tipo de problema são as transferências múltiplas de chamada quando um cliente entra em contato com uma empresa qualquer para resolver um problema. Quem já não se viu numa situação dessas em que um atendente transfere para outro, que por sua vez transfere para um terceiro e assim por diante? Invariavelmente, você, como cliente, irá contar sempre a mesma história para cada atendente. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 O cliente deseja ser atendido de forma única, com o menor grau de transferências possível. Estabelecer ponto único de contato, sempre que possível e principalmente para clientes especiais, é uma forma de melhorar a relação com o cliente e gerar fidelidade com ele. Processos separados (criar processo para cada grupo) Demandas diferentes podem solicitar processos diferentes. Normalmente, um único processo tenta absorver todas as variações possíveis. No entanto, entradas e saídas podem variar em complexidade, tipo, tamanho etc. Para algumas variações o processo pode funcionar bem, porém, para outras pode ficar confuso e lento. Ao fazer compras em um supermercado, um cliente seleciona o item e decide ir direto ao caixa rápido. O supermercado tem dois processos de verificação de saída: um para muitos itens e outro para poucos. A verificação para muitos itens tem um empacotador, enquanto a rápida não tem. Se entradas naturalmente se agrupam devido a diferenças significativas, então um símbolo de decisão deve ser colocado no início do processo perguntando qual subprocesso é mais apropriado para este grupo. Nesse caso pode haver recursos e custos adicionais, mas devem haver maior eficiência e satisfação do cliente. O grupo de entrada é devidamente direcionado para o processo apropriado (ABPMP, 2009). Terceirizações Uma das possíveis soluções para o estado futuro de um modelamento de processos pode ser a terceirização. Tendo como gatilho as regras de negócio, é uma prática cada vez mais comum e frequente nos dias atuais: terceirizar as responsabilidades pelos processos de apoio a outras empresas especializadas nesta função, liberando a empresa para focar seus recursos em processos estratégicos que gerem mais valor ao negócio. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 Alguns processos de apoio possuem um certo grau de especialização que nos dias atuais só se encontram em empresas terceirizadas. Em situações assim, é necessário que haja uma decisão de cunho estratégico para definir quais processos devem ser terceirizados. Hoje em dia, é raríssimo encontrar empresas que não possuam os processos de segurança patrimonial, limpeza e serviços de restaurante terceirizados, pois no mercado existem inúmeras empresas que prestam esses serviços de maneira mais eficiente e com menor custo do que se fosse realizado internamente com os recursos das organizações. Além dos processos acima mencionados, que já são padrões de terceirização, outros podem ser detectados por meio da modelagem e analisados quanto à possibilidade de terceirização. O fato é que empresas que adotaram a terceirização costumam relatar que seus custos reduziram e, na maioria das vezes, sem alteração da qualidade do serviço. Finalizemos este tema assistindo à explicação do professor Roberto sobre os assuntos discutidos! Acesse o material on-line! Aplicação e análise de técnicas: propostas de melhoria contínua Catalogamos algumas possíveis soluções para modelagem do estado futuro (To-Be). A partir de agora, analisaremos como se efetua a análise no processo a partir dos gatilhos específicos obtidos por intermédio do estudo detalhado dos fluxos decorrentes da modelagem. Esse tipo de análise é o mais comum e mais detalhado dentro das literaturas sobre BPM. Após a execuçãodo mapeamento, quais melhorias podem ser implementadas para se obter um processo mais eficiente e eficaz? CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 21 Conforme o CBOK 2.0, análise de processo é definida da seguinte maneira: “a análise é um trabalho de descoberta que envolve encontrar respostas a uma série de questões sobre o processo e gerar dados para assegurar que quaisquer conclusões estejam baseadas em extrapolações de dados e não em rumores e generalizações” (ABPMP, 2009). Portanto, deve- se utilizar as evidências obtidas no processo para gerar as melhorias necessárias. Para análise de processo (in-process), utiliza-se comumente a ferramenta de gestão (ou método) denominada PDCA. Criada nos anos 1930 por Walter Shewart e disseminada nos anos 1950 por Willian Edwards Deming, essa ferramenta é muito utilizada na administração geral e possui como característica o controle e a melhoria de processos de uma forma contínua e está vinculado a filosofia Kaizen (cultura japonesa referente à melhoria contínua e um dos pilares da administração da qualidade). Plan (Planejar): momento no qual se planeja o que deve ser realizado. Nesta etapa devemos identificar o problema, as possíveis soluções e o plano de ação a ser executado. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 22 Do (Executar): colocar em prática o planejamento previamente realizado. Coletar dados para o mapeamento e análise dos próximos passos. Check (Verificar): avaliar o que foi realizado na etapa de execução e comparar os resultados obtidos com os resultados pré-estabelecidos. Act (Agir): gerar ações corretivas sobre as diferenças significativas entre os resultados reais e os resultados planejados. Após a correção ser realizada, o ciclo deve se repetir. Com essa metodologia, o ciclo não deve parar no primeiro giro, deve girar até que se tenha plena convicção da solução do problema. Quando se fala de melhoria contínua, parte-se do pressuposto que este ciclo deve sempre estar em movimento. Portanto, o ciclo PDCA permite de forma otimizada e contínua a análise e controle sobre os mais diversos processos existentes em uma organização. Análise da variação dos indicadores de processo Conforme foi mencionado em parágrafos anteriores (mais especificamente no item problematização), a rede de restaurantes de fast food McDonald’s tem um forte trabalho no sentido de minimizar as variações de CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 23 processo. Para que este objetivo seja alcançado, a empresa utiliza a padronização de trabalho. Variações de processos ocorrem em qualquer organização; no entanto, o grande desafio é minimizá-las e mantê-las sobre controle. Muitas vezes as empresas administram seus indicadores de processo pela média dos resultados, sem se importar com a variabilidade, que pode estar escondendo futuros problemas. Vejamos como exemplo os gráficos abaixo relativos ao tempo de entrega de um produto qualquer (lead time): Reparem que se os dois processos fossem analisados pela média, ambos estariam atendendo à meta estipulada. No entanto, a dispersão dos resultados é muito mais evidente no processo A, no qual observamos um desvio padrão de 2 contra 0,5 de desvio padrão do processo B. Embora pareçam óbvias as diferenças de resultados, normalmente é um erro comum nas organizações não se ater a essa variabilidade. Seja o analista de processos ou o administrador, a atenção à variabilidade dos processos é primordial para o sucesso de uma empresa. O entendimento das causas e a proposição de melhorias para variações de um processo são mais complexas e exigem um maior esforço, no entanto, ter um processo com o mínimo de variabilidade e sob controle proporcionará resultados mais previsíveis que com certeza irão melhorar a CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 capacidade de planejamento de seus administradores. Neste contexto, as ferramentas estatísticas são um grande aliado. Confira, adiante, algumas sugestões dadas por Edson Vaz Musa durante um seminário da Fundação Nacional da Qualidade em 19 de abril de 2006 que são bastante relevantes e pertinentes para análise da variação dos indicadores de processo. Toda e qualquer medida (indicador) possui variabilidade, proveniente do processo e do próprio sistema de medição. Erro que todos comentem: mexer no processo quando ele está estável (lembram-se do experimento de Deming?). Um erro grave é cometido quando tomamos uma ação todas as vezes que determinado resultado fica acima ou abaixo da média. Comparar com a média é sempre inadequado (vide exemplos dos gráficos dos processos A e B). O que precisa ser analisado é se o resultado se encontra fora dos limites de controle. Outro ponto a ser analisado é se a variabilidade do processo (desvio padrão) está muito grande. Deve-se mexer no processo em duas situações: 1. Quando o resultado estiver fora dos limites de controle; 2. Quando se deseja diminuir a variabilidade do processo. Tomar ações sempre que um indicador se apresentar acima ou abaixo da média só aumenta a variabilidade do mesmo. Isso é aplicável não só à produção, mas para todos os resultados administrativos, financeiros etc. Pontos fora do limite de controle certamente possuem uma causa especial. É necessário localizar e trabalhar nas causas especiais. Por exemplo: um empresário norte-americano inventou um sistema de informação que possibilita analisar suas 950 lojas. Trata-se de uma gestão baseada por cores: uma loja com resultado vermelho significa variabilidade abaixo dos limites de controle. Nesses casos, ele ligava para as lojas e entendia a causa da variabilidade (sistema simples e eficaz). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 Devemos focar nas causas especiais. Causas normais acontecem! Exemplo: uma queda de 3% de faturamento gera um alarde, mas quando for pesquisada uma “causa” pode ser que tenha tido um feriado a mais naquele mês. Isso gera um desconforto desnecessário, pois se a performance está dentro dos limites normais de variação, é inevitável. O grande objetivo a perseguir é reduzir a variabilidade dos processos. Os gráficos a seguir ilustram melhor o que ocorre nos processos e quando deve-se tomar uma decisão quanto a intervenção nos mesmos. Processo com variabilidade sob controle: Processo com variabilidade fora do controle: Análise de “gaps” (melhorias pontuais) Além dos gatilhos que podem gerar as possíveis soluções apresentadas, existe outro tipo de gatilho baseado em pontos no CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 sequenciamento de processos que possuam algum tipo de obstáculo, por menor que seja. Mesmo não sendo tão relevantes em termos de resultado, a análise desses gaps e a proposição de melhorias proporcionarão ganhos paralelos na sistemática de trabalho e no clima entre os participantes do processo. Eis alguns tipos de gaps mais comuns, conforme PAVANI JUNIOR e SCUCUGLIA – 201, p. 196: Produto ou serviço errado Restrições impostas por regulações ou recursos Políticas restritivas Processos sem procedimento padrão Falta de controle de qualidade Controle exagerado Recursos inadequados ou indisponíveis Ergonomia pobre Leiaute e ambiente inadequados Formação de filas Pessoas controlando pessoas Valor agregado baixo ou negativo Inflexibilidade comportamental Respostas muito lentasde outras áreas Pequenos conflitos de relacionamento entre pessoas Falta de credibilidade na liderança Etapas sendo executadas “porque sempre foi assim” Procedimentos operacionais desnecessários CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Observe este exemplo de mapeamento de um processo no qual o analista detectou um gap: Este exemplo ilustra uma situação na qual não se detectou problemas de desempenho por meio de indicadores. Porém, um tipo de gap muito comum foi identificado: “porque sempre foi assim”. Trata-se de uma inspeção realizada no produto antes de embalar, sendo que todo produto estocado deve, pelo procedimento da empresa, ter sua checagem realizada. Houve também neste caso, ganhos referentes aos desperdícios catalogados pela produção enxuta, tais como eliminação de retrabalho e excesso de processo. De acordo com o exemplo, cabe ao analista de processos a função de entender a lógica do sequenciamento de atividades e compreender, onde CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 existir, possibilidades de execução diferenciada que resulte em algum tipo de ganho. Conforme ROTHER e SHOOK (2003): “Sempre que há um produto para um cliente, há um fluxo de valor. O desafio é enxergá-lo”. Façamos, agora, a leitura do capítulo 4 do livro “Gestão em Processos Produtivos” de Eudes Luiz Costa Junior. Trata-se de uma abordagem da Teoria das Restrições (TOC), assunto que será importante para que você analise o estudo de caso que apresentaremos em breve. Aproveite e veja, também, o capítulo 2, que fala sobre Melhoria Contínua. http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/577.php Finalizemos este tema assistindo à explicação do professor Roberto sobre os assuntos discutidos. Acesse o material on-line! NA PRÁTICA Estudo de Caso Este é o estudo de caso que acabamos de mencionar. Vamos à leitura? https://periodicos.ufsc.br/index.php/contabilidade/article/viewFile/2175- 8069.2009v6n11p59/11605 Vimos nesta aula que um dos “gatilhos” para tomada de decisão sobre a possível solução de modelagem do estado futuro refere-se à melhoria da produtividade dos pontos de gargalo. Dentro desse contexto, o estudo de caso refere-se à utilização dos fundamentos da “Teoria das Restrições – TOC” em uma indústria de couros do estado de Santa Catarina. Discorrendo sobre os resultados do estudo, podemos afirmar que a seguinte informação é correta: a. O estudo mostra que as restrições que afetavam a empresa diziam respeito ao mercado. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 b. O estudo mostra que as restrições que afetavam a empresa diziam respeito ao elemento máquina, que era o único gargalo. c. O estudo mostra que as restrições que afetavam a empresa diziam respeito aos elementos máquina e matéria prima. d. O estudo mostra que as restrições que afetavam a empresa diziam respeito aos elementos máquina e mão de obra. e. O estudo mostra que as restrições que afetavam a empresa diziam respeito aos elementos de gestão administrativa. Acesse o material on-line para conferir os comentários do professor Roberto sobre essa questão! SÍNTESE Entendemos que a análise dos processos de negócio é o ponto de partida para a introdução de melhorias e os indicadores mostrarão em que direção deve-se seguir para alcançar os objetivos. Vimos também como implantar projetos de melhoria. Nesta rota, o foco sobre a análise de processos foi mais extenso. Conhecemos a complexidade de uma análise criteriosa baseada em gatilhos. Qual será o ponto de partida para implantação de melhoria após o mapeamento de processos no estado atual? Por meio de um conjunto de soluções apresentadas, como agregação de valor para o cliente, minimização do envolvimento de pessoas, aumento de produtividade nos pontos de gargalo, chegando até a terceirização, foi possível compreender que para cada sintoma teremos um “remédio” adequado. Entendemos a definição da análise de processos segundo a ABPMP (Association of Business Process Management Professionals), que é uma CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 associação internacional composta por profissionais de gerenciamento de processos de negócios e serve como ótima referência para o nosso trabalho. Verificamos algo muito importante: a análise da variabilidade dos processos. Ao analisarmos indicadores de processo unicamente pela média, podemos cometer erros primários que com certeza irão comprometer os resultados da organização. Em resumo, quanto mais padronizado for um processo, menor será a sua variabilidade. Muitas vezes, na análise de processos, ocorrem possibilidades de melhorias pontuais que não se enquadram nos padrões pré-estabelecidos, mas que certamente devem ser implantadas (os chamados gaps). Neste contexto, pudemos conhecer um exemplo de fluxogramas do estado atual (As- Is) e do estado futuro (To-Be) para auxiliar a compreensão. Chegamos ao fim desta rota e dessa disciplina. Todo o conhecimento visto até esse momento, desde a definição do que é um processo, gestão por processos, mapeamento e modelagem, notações para mapeamento, introdução as técnicas da produção enxuta, análise de processos e projetos de melhoria etc. têm como objetivo capacitar o gestor e o engenheiro da produção para o eficaz desenvolvimento de sua profissão. O conhecimento isolado não gera mudanças, no entanto a transformação deste conhecimento em projetos é o que faz a diferença entre os profissionais. Dito isso, vamos recapitular o que aprendemos nesta aula? Assista à videoaula! Referências DEMING, W. E. Saia da Crise. São Paulo: Futura, 2003. GOLDRATT, M. E.; COX, J. A Meta. São Paulo: Nobel, 2002. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 PAVANI JUNIOR, O.; SCUCUGLIA, R. Mapeamento e Gestão por Processos – BPM. São Paulo: M. Books 2011. STADLER, A.; MUNHOZ, A.; GUERREIRO, K.; FERREIRA, P. Gestão de Processos com suporte em Tecnologia da Informação. Curitiba: InterSaberes, 2013.
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