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sino, que trabalharam em interação constante com os professores do De- partamento de Ensino Médio, que também escreveram Folhas para o li- vro, e com a consultoria dos professores da rede de ensino superior que acreditaram nesse projeto. Agora o livro está pronto. Você o tem nas mãos e ele é prova do valor e da capacidade de realização de uma política comprometida com o pú- blico. Use-o com intensidade, participe, procure respostas e arrisque-se a elaborar novas perguntas. A qualidade de sua formação começa aí, na sua sala de aula, no traba- lho coletivo que envolve você, seus colegas e seus professores. 1 – Arte: Quem tem uma explicação? ..................................................11 2 – Afinal: a arte tem valor? ................................................................24 3 – Você suporta Arte? .....................................................................42 4 – Esses fazedores de Arte: loucos sonhadores ou criadores irreverentes? .............................................64 5 – A arte é para todos? ...................................................................82 6 – Imagine som ..............................................................................98 7 – Cores, cores... e mais cores? ....................................................112 8 – Arte: Ilusão ou realidade? ...........................................................126 9 – Teatro para quê? ......................................................................142 10 – O som nosso de cada dia ..........................................................156 Sumário 11 – O Jogo e o Teatro ....................................................................172 12 – No peito dos desafinados também bate um coração ........................188 13 – Acertando o Passo ....................................................................200 14 – Arte Brasileira: uma ilustre desconhecida .......................................216 15 – Arte do Paraná ou Arte no Paraná? ..............................................234 16 – Música e Músicas .....................................................................256 17 – Uma Luz na História da Arte ........................................................272 18 – Afastem as carteiras, o Teatro chegou! ..........................................288 19 – Quem não dança, dança! ...........................................................302 20 – Como fazer a cobra subir? ..........................................................322 10 Introdução Ensino Médio 11Arte: Quem tem uma explicação? Arte ARTE: QUEM TEM UMA EXPLICAÇÃO? evemos buscar sempre uma expli- cação, quando estamos em conta- to com uma obra de arte? A arte precisa de uma explicação? Afinal, quando você está diante de uma obra de arte, muitas vezes você não questiona: “O que é arte?” ou “O que não é arte?” Muitas vezes ouvimos falar em vários termos como: Bienal, Barroco, Rococó, Art-nouveau... Você os conhece? O que eles representam para a arte? Alguns desses termos aparecem na música Bienal, de auto- ria dos compositores e cantores Zeca Baleiro e Zé Ramalho. Vamos ouvir a música, se possível, e analisar a letra. Carlos Alberto de Paula1, Marcelo Cabarrão Santos2, Marcelo Galvan Leite3, Maysa Nara Eisenbach4, Viviane Paduim5, Sonia Maria Furlan Sossai6, Tania Regina Rossetto7 n 1Colégio Estadual Lysimaco Ferreira da Costa - Curitiba - PR 2Colégio Estadual Frei Beda Maria - Itaperuçu - PR 3Colégio Estadual Dr. Willie Davids - Maringá - PR 4Colégio Estadual Campos Sales - Campina Grande do Sul - PR 5Colégio Estadual Natália Reginato - Curitiba - PR 6Colégio Estadual Douradina - Douradina - PR 7Colégio Estadual Padre Manuel da Nóbrega - Umuarama - PR 1 12 Introdução Ensino Médio Bienal (álbum: Vô Imbolá) – Zeca Baleiro e Zé Ramalho. Desmaterializando a obra de arte no fim do milênio Faço um quadro com moléculas de hidrogênio Fios de pentelho de um velho armênio Cuspe de mosca, pão dormido, asa de barata torta Meu conceito parece à primeira vista Um barrococó figurativo neo-expressionista Com pitadas de art-nouveau pós-surrealista Calcado na revalorização da natureza morta Minha mãe certa vez, disse-me um dia Vendo minha obra exposta na galeria Meu filho isso é mais estranho que o cu da jia E muito mais feio que um hipopótamo insone Pra entender um trabalho tão moderno É preciso ler o segundo caderno Calcular o produto bruto interno Multiplicar pelo valor das contas de água luz e telefone Rodopiando na fúria do ciclone Reinvento o céu e o inferno Minha mãe não entendeu o subtexto Da arte desmaterializada no presente contexto Reciclando o lixo lá do cesto Chego a um resultado estético bacana Com a graça de Deus e Basquiat Nova Iorque me espere que eu vou já Picharei com dendê de vatapá Uma psicodélica baiana Misturarei anáguas de viúva Com tampinhas de Pepsi e Fanta Uva Um penico com água da última chuva Ampolas de injeção de penicilina Desmaterializando a matéria Com a arte pulsando na artéria Boto fogo no gelo da Sibéria Faço até cair neve em Teresina Com o clarão do raio da Silibrina Desintegro o poder da bactéria Com o clarão do raio da Silibrina Desintegro o poder da bactéria Zeca Baleiro. Fonte: <http://cifraclub.terra.com.br/cifras/cifras.php?idcifra=6072> acesso em 30/10/2005 n 13Arte: Quem tem uma explicação? Arte Você, algum dia já se sentiu como essa mãe que é citada na músi- ca? Já ouviu falar em barrococó, figurativo, neo-expressionista, rodo- pio, art-nouveau, subtexto, pós-surrealista, psicodélica, natureza mor- ta, pulsação? Você sabe quem é Basquiat? Por trás de cada um desses termos, vislumbramos uma série de conteúdos da Arte. Na sua opinião, o que é “um resultado estético ba- cana”? Justifique sua escolha. Vamos tentar compreender um pouco disso começando por anali- sar o próprio título da música: Bienal. Mas, o que significa Bienal? Bienal “Exposição internacional de arte montada a cada dois anos e julgada por um comitê internacional. A primeira e mais famosa bienal foi a de Veneza, ins- tituída em 1895 com o nome de “Exposição Internacional de Arte da Cidade de Veneza” e que pretendia representar “as mais notáveis atividades do espíri- to moderno, sem distinção de nacionalidade”. A esta Bienal acorreram artistas de 16 países, e o comitê incluiu individualidades tão célebres quanto Burne- Jones, Israëls, Libermann, Gustave Moreaux e Puvis de Chavannes. A expo- sição logo adquiriu prestígio mundial, e quando foi montada, após a Segunda Guerra Mundial, em 1948, tornou-se uma espécie de ponto de encontro da vanguarda internacional. Henri Moore, por exemplo, consolidou sua reputação quando recebeu em 1948 o prêmio Internacional de Escultura. Outras Bienais foram inauguradas segundo o modelo de Veneza; dessas, as mais prestigio- sas são a de São Paulo, fundada em 1951, e a de Paris, fundada em 1959”. (CHILVERS, 1996, p.61) Bienal é um evento – completo e complexo também – que pode envolver diversas modalidades artísticas, na qual podem ser expostas obras de Artes Visuais, Audiovisuais, Teatro e Dança (a Performance é um exemplo). Assumindo formato próximo ao das bienais, há também as exposições em Salões de Arte. Por exemplo: o Salão de Arte Parana- ense, que ocorre uma vez por ano, atualmente no Museu de Arte Con- temporânea, em Curitiba. Enquanto os Salões são momentos de apresentação da produção mais recente dos artistas, as bienais são eventos responsáveis por pro- jetar obras inusitadas, pouco conhecidas e por refletir as tendências mais marcantes no cenário artístico global. Por isso, quem imagina que nesses eventos encontrará apenas obras consideradas