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Aula 01 Auditoria ISS BH

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AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) 
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO 
www.pontodosconcursos.com.br 1
Olá pessoal, 
Dando continuidade ao nosso curso de auditoria para o concurso do ISS 
BH, a aula desta semana compreenderá os seguintes assuntos contidos no 
programa do concurso: 
ƒ Aspectos Gerais e Normas de Auditoria; 
ƒ Ética Profissional e Responsabilidade Legal do Auditor; 
ƒ Auditoria Interna Versus Auditoria Externa: Conceito, Objetivos, 
Responsabilidades, Funções e Atribuições; e 
ƒ Controle de Qualidade. 
ASPECTOS GERAIS DE AUDITORIA 
Com relação a esse assunto, entendo que inicialmente devemos estudar os 
aspectos gerais relativos ao processo de auditoria, bem como os conceitos e os 
objetivos da auditoria contábil, presentes nos primeiros capítulos dos livros de 
auditoria. Além da doutrina, cabe também verificar os conceitos e objetivos do 
auditor quando aplica uma norma específica. 
Hilário Franco e Ernesto Marra (Auditoria Contábil, da Atlas) conceituam 
auditoria da seguinte forma: 
A auditoria compreende o exame de documentos, livros e 
registros, inspeções e obtenção de informações e confirmações, 
internas e externas, relacionadas com o controle do patrimônio, 
objetivando mensurar a exatidão desses registros e das 
demonstrações contábeis deles decorrentes. 
Os mesmos autores consideram que a auditoria é a técnica contábil 
utilizada para avaliar as informações relativas à estrutura e à composição do 
patrimônio de uma entidade e, portanto, apresentam a seguinte definição para 
auditoria: 
A técnica contábil que – através de procedimentos específicos que 
lhe são peculiares, aplicados no exame de registros e documentos, 
inspeções, e na obtenção de informações e confirmações, 
relacionados com o controle de patrimônio de uma entidade – 
objetiva obter elementos de convicção que permitam julgar se os 
registros contábeis foram efetuados de acordo com os princípios 
fundamentais e normas de Contabilidade e se as demonstrações 
contábeis deles decorrentes refletem adequadamente a situação 
econômico-financeira do patrimônio, os resultados do período 
administrativo examinado e as demais situações nelas 
demonstradas. 
 
 
 
 
 
 
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) 
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO 
www.pontodosconcursos.com.br 2
Assim, podemos concluir que a auditoria é um dos meios de que a 
contabilidade dispõe para atingir suas finalidades. 
O objeto da contabilidade é o patrimônio administrado. A auditoria, sendo 
um dos meios utilizados pela Contabilidade, tem o mesmo objeto: o patrimônio, 
especificamente no tange ao seu controle e às informações sobre o seu estado e 
variações. 
Como meios para atingir os seus fins, a Contabilidade utiliza o registro dos 
fatos contábeis, a exposição sintética da situação patrimonial e suas variações, 
através das demonstrações contábeis e, complementarmente, a técnica 
auditorial destinada a comprovar os fatos registrados e suas demonstrações. 
Assim, a auditoria completa e valoriza a contabilidade, pois: 
¾ fiscaliza o controle do objeto comum – o patrimônio; 
¾ confirma a confiabilidade dos meios que ela utiliza – o registro dos 
fatos e as demonstrações contábeis; 
¾ aperfeiçoa seus fins – divulgação de informações para fins de 
orientação administrativa e de investidores, cumprimento de 
obrigações legais e fiscais e controle patrimonial; 
¾ atesta a adequação dos registros; e 
¾ informa as deficiências observadas. 
Ressaltando que a contabilidade é um todo, do qual fazem parte: 
• a escrituração: registro dos fatos 
• as demonstrações contábeis: demonstração expositiva dos 
fenômenos patrimoniais 
• a própria auditoria: exame e avaliação dos registros e de 
demonstrações contábeis 
• a análise de balanços: análise, comparação e interpretação 
das demonstrações contábeis 
 
Segundo a Resolução CFC nº 820/97 (NBCT 11 - revogada), o objetivo da 
auditoria das demonstrações contábeis é emitir parecer sobre a adequação 
ou conformidade das demonstrações contábeis, perante os Princípios 
Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade e, em 
circunstâncias específicas e no que for pertinente, a legislação específica. 
Já a NBC TA 200, norma que trata dos objetivos gerais do auditor 
independente e que revogou a NBCT 11, define que o objetivo da auditoria é 
aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte 
dos usuários. Isso é alcançado mediante a expressão de uma opinião pelo 
auditor sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os 
 
 
 
 
 
 
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) 
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aspectos relevantes, em conformidade com uma estrutura de relatório financeiro 
aplicável. 
OBSERVAÇÃO: Estrutura de relatório financeiro aplicável é a estrutura de 
relatório ou de demonstração financeira adotada pela administração e aceitável 
em vista da natureza da entidade e do objetivo das demonstrações contábeis ou 
que seja exigida por lei ou regulamento. 
Quanto aos objetivos da auditoria, é preciso ter atenção em prova para 
não confundir a finalidade (ou o objetivo principal) da auditoria contábil com 
outros objetivos que não são do auditor e sim da administração e ainda com 
objetivos secundários da auditoria que decorrem de seu objetivo principal, a 
saber: 
CONSTITUEM OBJETIVOS PRINCIPAIS DA AUDITORIA CONTÁBIL: 
¾ emitir parecer sobre a adequação ou conformidade das 
demonstrações contábeis; ou 
¾ aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis 
por parte dos usuários, mediante a expressão de uma opinião 
pelo auditor sobre as demonstrações contábeis. 
NÃO SÃO OBJETIVOS PRINCIPAIS DA AUDITORIA CONTÁBIL: 
¾ detectar fraudes e erros e/ou realizar a correção de erros 
administrativos e de gestão. A responsabilidade primária pela 
detecção de erros e de sua correção é da administração da 
empresa. O auditor planeja os seus trabalhos com o intuito de 
detectar fraudes e erros que tenham efeito relevante sobre as 
demonstrações. Por outro lado, o auditor contábil se preocupa com 
os erros ou distorções contábeis e não com os erros administrativos 
e de gestão, que seriam preocupações maiores da auditoria interna 
da empresa; 
¾ melhorar a eficácia dos controles internos. Contribuir para a 
melhoria dos controles é um objetivo secundário da auditoria 
externa, que decorre do objetivo global de expressar opinião sobre 
as demonstrações. 
Ainda quanto ao objetivo global do auditor externo de emitir opinião ou 
parecer sobre as demonstrações contábeis, a NBCT 11 contém as seguintes 
normas gerais freqüentemente cobradas pelas bancas: 
 
 
 
 
 
 
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Na ausência de disposições específicas, prevalecem as práticas já 
consagradas pela profissão contábil, formalizadas ou não pelos seus 
organismos próprios. 
Observação: Reparem que o auditor utiliza as práticas contábeis consagradas 
pela profissão quando não existem disposições específicas na legislação e nas 
normas, sejam essas práticas formalizadas ou não pelos órgãos reguladores. 
Salvo declaração expressa em contrário, constante do parecer, entende-
se que o auditor considera adequadas e suficientes, para o entendimento 
dos usuários, as informações divulgadas nas demonstrações contábeis, 
tanto em termos de conteúdo quanto de forma. 
Observação: Se não há manifestação contrária em relatório/parecer, 
subentende-se que o auditor considera adequadas as informações divulgadas nas 
demonstrações contábeis, tanto em termos de conteúdo quanto de forma. 
O parecer do auditor independente tem por limite os próprios objetivos 
da auditoria das demonstrações contábeise não representa, pois, 
garantia de viabilidade futura da entidade ou algum tipo de atestado de 
eficácia da administração na gestão dos negócios. 
Observação: Não é objetivo da auditoria independente avaliar o desempenho da 
entidade auditada. Portanto, um parecer sem ressalva não significa garantia de 
viabilidade futura da entidade ou algum tipo de atestado de eficácia da 
administração na gestão dos negócios. Significa apenas que as demonstrações 
não contêm erros, distorções ou omissões relevantes. 
O parecer é de exclusiva responsabilidade de contador registrado no 
Conselho Regional de Contabilidade, nestas normas denominado auditor. 
Observação: O parecer só deve ser assinado por contador registrado no CRC. 
Assim, não pode assiná-lo um contador sem registro no CRC ou um técnico em 
contabilidade. 
AFIRMAÇÕES CONTIDAS EM DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
Vimos que o objetivo global de uma auditoria de demonstrações contábeis 
é emitir uma opinião se as demonstrações da entidade auditada encontram-se 
apresentadas adequadamente, em todos os aspectos materiais, de acordo com 
os princípios contábeis. 
Para atingi-lo, o auditor geralmente identifica vários objetivos de auditoria 
específicos para cada conta que aparece nas demonstrações. Esses objetivos 
 
 
 
 
 
 
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específicos derivam-se das afirmações que a administração faz e que se 
encontram nas demonstrações contábeis e essas afirmações são importantes 
para o auditor porque orientam a coleta de evidências sobre a adequação de sua 
apresentação. 
As normas de auditoria reconhecem cinco categorias amplas de afirmações 
em demonstrações contábeis, que estão resumidas no quadro a seguir: 
Categoria de 
afirmação 
Natureza 
Existência ou 
Ocorrência 
Ativos e passivos da entidade existem em determinada 
data e transações de receitas e despesas ocorreram 
durante determinado período. 
Integridade ou 
Abrangência 
Todas as transações e contas que deveriam ser 
incluídas nas demonstrações contábeis realmente o 
foram. 
Direitos e 
Obrigações 
Ativos são os direitos da entidade e passivos são suas 
obrigações em determinada data. 
Avaliação ou 
Alocação 
Quantias pelas quais os componentes de ativos, 
passivos, receitas e despesas foram incluídos nas 
demonstrações contábeis são adequadas. 
Apresentação 
e Divulgação 
Componentes particulares das demonstrações 
contábeis encontram-se adequadamente classificados, 
descritos e evidenciados. 
Percebam que a confirmação dessas afirmações por parte do auditor 
constitui o objetivo dos testes substantivos da auditoria contábil, ou seja, 
confirmar a exatidão, a suficiência e a validade das informações contábeis, no 
nível de contas específicas e das demonstrações contábeis como um todo. 
REFLEXOS DA AUDITORIA SOBRE A RIQUEZA PATRIMONIAL 
Outro aspecto geral da auditoria independente que pode ser cobrado pela 
banca examinadora é a proteção que a auditoria oferece à riqueza patrimonial, 
dando maior segurança e garantia aos administradores, aos proprietários, ao 
fisco e aos financiadores do patrimônio, quanto aos seguintes aspectos: 
ƒ Sob o aspecto administrativo: contribui para a redução de ineficiência, 
negligência, incapacidade e improbidade de empregados e 
administradores. 
ƒ Sob o aspecto patrimonial: possibilita melhor controle dos bens, direitos 
e obrigações que constituem o patrimônio. 
 
 
 
 
 
 
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ƒ Sob o aspecto fiscal: é fator de mais rigoroso cumprimento das 
obrigações fiscais, resguardando o patrimônio contra multas, o 
proprietário contra penalidades decorrentes de lei de sonegação fiscal e o 
fisco contra sonegação de impostos. 
ƒ Sob o aspecto técnico: contribui para mais adequada utilização das 
contas, maior eficiência dos serviços contábeis, maior precisão das 
informações e a garantia de que a escrituração e as demonstrações 
contábeis foram elaboradas de acordo com os princípios e normas de 
contabilidade. 
ƒ Sob o aspecto financeiro: resguarda créditos de terceiros – fornecedores 
e financiadores – contra possíveis fraudes e dilapidações do patrimônio, 
permitindo maior controle dos recursos para fazer face a esses 
compromissos. 
ƒ Sob o aspecto econômico: assegura maior exatidão dos custos e 
veracidade dos resultados, na defesa do interesse dos investidores e 
titulares do patrimônio. 
ƒ Sob o aspecto ético: examina a moralidade do ato praticado, pois o 
registro poderá estar tecnicamente elaborado e o fato legalmente 
comprovado, porém o ato da administração poderá ser moralmente 
indefensável, cabendo à auditoria apontá-lo para julgamento dos titulares 
do patrimônio ou de seus credores. 
ƒ Sob o aspecto social: dá credibilidade às demonstrações contábeis das 
empresas e assegura a veracidade das informações, das quais dependerá 
a tranqüilidade quanto à sanidade das empresas e à garantia de 
empregos. 
Vamos resolver algumas questões de concursos anteriores sobre os 
assuntos estudados até aqui. 
OBSERVAÇÃO: Para cada tema específico desta aula, solucionaremos 
algumas questões de concursos anteriores. Para aqueles que preferem 
primeiro resolver as questões e depois comparar com os nossos 
comentários, relacionamos as questões ao final da aula sem os 
comentários. 
1) (Auditor/BADESC/FEPESE/2005) Quanto às definições e conceitos de 
auditoria, assinale a alternativa incorreta. 
a) Auditoria é a técnica contábil que tem como objetivo realizar a 
correção de erros administrativos e de gestão. 
 
 
 
 
 
 
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b) Auditoria é uma técnica contábil que compreende o exame de 
documentos, livros e registros, inspeções e obtenção de informações e 
confirmações, internas e externas, relacionadas com o controle do 
patrimônio, objetivando mensurar a exatidão desses registros e das 
demonstrações contábeis deles decorrentes. 
c) Auditoria é uma tecnologia contábil aplicada ao sistemático exame 
dos registros, demonstrações e de quaisquer informes ou elementos de 
consideração contábil, visando a apresentar opiniões, conclusões, 
críticas e orientações sobre situações ou fenômenos patrimoniais da 
riqueza aziendal, pública ou privada, quer ocorridos, quer por ocorrer ou 
prospectados e diagnosticados. 
d) A auditoria das demonstrações contábeis constitui o conjunto de 
procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre 
a sua adequação, consoante os Princípios Fundamentais de 
Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for 
pertinente, a legislação específica. 
Solução: Vimos que a auditoria é a técnica contábil que, através de 
procedimentos específicos que lhe são peculiares, aplicados no exame de 
registros e documentos, inspeções, e na obtenção de informações e 
confirmações, relacionados com o controle de patrimônio de uma entidade – 
objetiva obter elementos de convicção que permitam julgar se os registros 
contábeis foram efetuados de acordo com os princípios fundamentais e normas 
de Contabilidade e se as demonstrações contábeis deles decorrentes refletem 
adequadamente a situação econômico-financeira do patrimônio, os resultados do 
período administrativo examinado e as demais situações nelas demonstradas.” 
Notem que é o mesmo conceito apresentado na alternativa “b” e muito 
próximo do contido na alternativa “c”. Ambas estão corretas e expressam 
adequadamente o propósito da auditoria contábil: é a técnica mediante a qual se 
obtém informações sobre o patrimônio de uma entidade, bem como sobre suas 
variações, para emitiropinião sobre a adequação dos registros e das 
demonstrações contábeis. 
A alternativa “d” também está correta e reproduz o disposto na Resolução 
CFC nº 820/97 (já revogada), sobre o conceito e o objetivo da auditoria 
independente das demonstrações contábeis, qual seja: “A auditoria das 
demonstrações contábeis constitui o conjunto de procedimentos técnicos que 
tem por objetivo a emissão de parecer sobre a sua adequação, consoante os 
Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de 
Contabilidade e, no que for pertinente, a legislação específica”. 
Sobrou a alternativa “a”. De fato, ela está incorreta e satisfaz o enunciado 
da questão, pois a correção de fraudes ou erros não constitui o objetivo principal 
da auditoria contábil. O auditor aplica procedimentos para emitir opinião sobre as 
 
 
 
 
 
 
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demonstrações contábeis, verificando se existem erros ou distorções relevantes 
que as tornem inadequadas. A responsabilidade pela detecção de erros e sua 
correção é da administração da empresa. 
2) (ICMS/RIO/FGV/2009) A respeito de conceituação e objetivos da 
auditoria independente, analise as afirmativas a seguir: 
I. A auditoria das demonstrações contábeis constitui o conjunto de 
procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre 
a sua adequação, consoante os Princípios Fundamentais de 
Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for 
pertinente, à legislação específica. 
II. Na ausência de disposições específicas, prevalecem as práticas já 
consagradas pela profissão contábil, formalizadas ou não pelos seus 
organismos próprios. 
III. O auditor considera adequadas e suficientes, para o entendimento 
dos usuários, as informações divulgadas nas demonstrações contábeis, 
apenas em termos de conteúdo, salvo declaração expressa em contrário, 
constante do parecer. 
Assinale: 
(A) se somente a afirmativa III estiver correta. 
(B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. 
(C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. 
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
Solução: Essa questão trata dos objetivos do auditor contábil quanto à emissão 
do parecer sobre as demonstrações contábeis, de acordo com a Resolução CFC 
nº 820/97 (NBC T 11), já revogada. Passamos a analisar cada afirmativa da 
questão: 
Afirmativa I - em conformidade com a norma, a auditoria das 
demonstrações contábeis constitui o conjunto de procedimentos técnicos que 
tem por objetivo a emissão de parecer sobre a sua adequação, consoante os 
Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de 
Contabilidade e, no que for pertinente, a legislação específica. Afirmativa certa. 
Afirmativa II – A norma estabelece que, inexistindo uma norma específica 
sobre uma determinada operação contábil, o auditor terá como referência para 
avaliar a forma como foi tratada e registrada a operação, as práticas já 
consagradas pela Profissão Contábil, sejam elas formalizadas ou não pelos seus 
organismos próprios. Afirmativa certa. 
Afirmativa III – A norma estabelecia que, salvo declaração expressa em 
contrário, consoante o parecer, entende-se que o auditor considera adequadas e 
suficientes, para o entendimento dos usuários, as informações divulgadas nas 
 
 
 
 
 
 
 
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) 
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO 
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demonstrações contábeis, tanto em termos de conteúdo quanto de forma. 
Portanto, há erro quando se afirma que o auditor considera adequadas e 
suficientes, para o entendimento dos usuários, as informações divulgadas nas 
demonstrações contábeis, apenas em termos de conteúdo, salvo declaração 
expressa em contrário, constante do parecer, pois, se não há nenhuma 
manifestação contrária em relatório/parecer, subentende-se que o auditor 
considera adequada também a forma de divulgação das demonstrações e não 
somente o seu conteúdo. 
Portanto, a alternativa correta é a “B”: Se somente as afirmativas I e II 
estiverem corretas. 
OBSERVAÇÃO: Essas disposições não mais constam das normas 
brasileiras. Todavia, com relação à utilização pelo auditor das práticas 
contábeis, a NBC TA 200 prevê as fontes que podem ser utilizadas para 
orientação sobre a aplicação da estrutura de relatório financeiro 
aplicável, quais sejam: 
• o ambiente legal e ético, incluindo estatutos, regulamentos, 
veredictos e obrigações éticas profissionais em relação a 
assuntos contábeis; 
• interpretações contábeis publicadas de diferente autoridade 
emitidas por organizações normatizadoras, profissionais ou 
reguladoras; 
• pontos de vista publicados de diferentes autoridades sobre 
assuntos contábeis emergentes, emitidos por organizações 
normatizadoras, profissionais ou reguladoras; 
• práticas gerais e de setor amplamente reconhecidas e 
prevalecentes; e 
• literatura contábil. 
Quando existem conflitos entre a estrutura de relatório financeiro 
aplicável e as fontes em que orientação sobre sua aplicação pode ser 
obtida, ou entre as fontes que abrangem a estrutura de relatório 
financeiro, a fonte com a mais alta autoridade prevalece. 
No caso do Brasil, como definido no item 7 da NBC T 19.27 – 
Apresentação das Demonstrações Contábeis, “práticas contábeis 
adotadas no Brasil” compreendem a legislação societária brasileira, as 
Normas Brasileiras de Contabilidade, emitidas pelo Conselho Federal de 
Contabilidade, os pronunciamentos, as interpretações e as orientações 
emitidos pelo CPC e homologados pelos órgãos reguladores, e práticas 
adotadas pelas entidades em assuntos não regulados, desde que 
atendam à Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das 
Demonstrações Contábeis emitida pelo CFC e, por conseguinte, em 
consonância com as normas contábeis internacionais. 
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS) 
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3) (SEFAZ/SP/ESAF/2009) Sobre a auditoria independente, é correto 
afirmar que tem por objetivo: 
a) auxiliar a administração da entidade no cumprimento de seus 
objetivos. 
b) apresentar subsídios para o aperfeiçoamento da gestão e dos 
controles internos. 
c) emitir parecer sobre a adequação das demonstrações contábeis. 
d) levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar 
a justa solução do litígio. 
e) recomendar soluções para as não-conformidades apontadas nos 
relatórios. 
 
Solução: Essa questão refere-se ao objetivo geral da auditoria independente, 
mas também à distinção entre a auditoria interna, a auditoria independente e a 
perícia contábil. 
As alternativas “a”, “b” e “e” correspondem a objetivos da auditoria 
interna das entidades, que possui um propósito mais gerencial, de contribuir 
para a melhoria dos controles, processos e resultados da organização. 
A alternativa “c”, como visto anteriormente nesta aula, refere-se ao 
objetivo da auditoria independente, que é o de emitir parecer sobre a adequação 
das demonstrações contábeis. Portanto, o gabarito da questão é a alternativa 
“c”. 
A alternativa “d” refere-se ao objetivo da perícia contábil, que é a de levar 
à instância decisória (administrativa ou judicial) elementos de prova necessários 
a subsidiar a justa solução do litígio. 
Aproveito para apresentar o seguinte quadro comparativo entre os 
objetivos da auditoria interna, auditoria externa e perícia contábil. 
AUDITORIA INTERNA AUDITORIA EXTERNA PERÍCIA CONTÁBIL 
- auxiliar a administração 
da entidade no 
cumprimento de seus 
objetivos; 
- agregar valor aos 
resultados da 
organização; 
- apresentar subsídios 
para o aperfeiçoamento 
da gestão e doscontroles 
internos; 
- aumentar o grau de 
confiança nas 
demonstrações contábeis 
por parte dos usuários; 
- obter segurança razoável 
de que as demonstrações 
contábeis como um todo 
estão livres de distorção 
relevante; 
- emitir opinião ou parecer 
sobre a adequação das 
- levar à instância 
decisória elementos de 
prova necessários a 
subsidiar a justa 
solução do litígio; 
- emitir laudo e/ou 
parecer pericial contábil 
sobre o objeto dão 
exame. 
 
 
 
 
 
 
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- recomendar soluções 
para as não-
conformidades apontadas 
nos relatórios. 
demonstrações contábeis. 
 
4) (AFTM/ESAF/2003) A opção que representa o objetivo da auditoria 
externa é: 
a) a elaboração de normas e procedimentos econômicos, financeiros e 
de auditoria da empresa auditada. 
b) expressar um palpite sobre a posição patrimonial e financeira da 
empresa sem assegurar que elas representem adequadamente as 
operações da empresa. 
c) assegurar que as demonstrações financeiras irrelevantes representem 
a situação contábil financeira da empresa de forma fidedigna. 
d) o processo pelo qual o auditor se certifica de que as demonstrações 
financeiras representam adequadamente em todos os aspectos 
relevantes, a posição patrimonial e financeira da empresa. 
e) garantir que todos os lançamentos contábeis foram efetuados 
corretamente nos livros da empresa. 
Solução: O objetivo da auditoria externa é buscar evidências que assegurem 
que as demonstrações financeiras representam em todos os aspectos relevantes, 
a posição patrimonial e financeira da empresa. Importa aqui ressaltar a 
expressão relevante, pois o auditor se preocupa com erros, distorções ou 
omissões que sejam materiais e que possam impactar de forma relevante as 
demonstrações e prejudicar os usuários das mesmas. Estamos nos referindo ao 
nível de relevância (ou materialidade), cujo assunto será melhor abordado na 
aula 2 deste curso. Portanto, a alternativa correta é a ‘d”. 
Os demais itens estão incorretos. Não é objetivo do auditor externo 
elaborar normas, nem tampouco expressar um palpite e muito menos examinar 
demonstrações financeiras irrelevantes. Também não cabe à auditoria externa 
garantir que todos os lançamentos contábeis foram efetuados de forma correta, 
pois a auditoria é realizada por testes e amostragem e erros e falhas irrelevantes 
podem ser tolerados pelo auditor, pois não distorcem de forma relevante as 
demonstrações. 
5) (TCE/SC/FEPESE/2006) Assinale a alternativa correta, quanto ao 
processo de auditoria: 
a) Afirmações sobre integridade referem-se a se ativos são direitos da 
entidade e passivos são as obrigações da entidade em determinada 
data. 
 
 
 
 
 
 
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b) Afirmações sobre direitos e obrigações referem-se a se todas as 
transações e contas que deveriam ser apresentadas nas 
demonstrações contábeis realmente o foram. 
c) Afirmações sobre avaliação ou alocação referem-se a se 
determinados componentes das demonstrações contábeis encontram-
se adequadamente classificados, descritos e evidenciados. 
d) Afirmações sobre apresentação e divulgação referem-se a se são 
adequadas as quantias pelas quais componentes de ativos, passivos, 
receitas e despesas aparecem nas demonstrações contábeis. 
e) Afirmações sobre a existência ou ocorrência tratam das seguintes 
questões: ( 1 ) ativos ou passivos da entidade existem em 
determinada data? ( 2 ) transações contabilizadas em determinado 
período ocorreram? 
Solução: Essa questão é muito interessante e constou da prova de Auditor do 
TCE/SC, elaborada pela FEPESE. Vale notar que se trata de uma questão de um 
nível avançado, pois exigia que os candidatos soubessem distinguir os tipos de 
afirmações contidas em demonstrações contábeis, sobre as quais o auditor busca 
evidências para confirmar a sua veracidade. Essa teoria encontra-se no livro de 
William Boynton e outros autores, Auditoria, da Atlas. 
Voltando, portanto, à solução da questão, verifica-se que a única opção 
correta é o item “e”. Afirmações sobre a existência ou ocorrência tratam das 
seguintes questões: ( 1 ) ativos ou passivos da entidade existem em 
determinada data? ( 2 ) transações contabilizadas em determinado período 
ocorreram? 
As demais alternativas estão incorretas. O item “a” refere-se à afirmação 
sobre direitos e obrigações; o item “b” refere-se à afirmação de integridade; o 
item “c” representa uma afirmação de apresentação (divulgação) e o item “d” 
corresponde a uma afirmação de avaliação (alocação). 
NORMAS DE AUDITORIA INDEPENDENTE DAS DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS 
 
Para o estudo das normas de auditoria independente, precisamos 
inicialmente ter uma visão geral do processo de auditoria das demonstrações 
contábeis. 
 
Assim, lembramos que o objetivo global de uma auditoria de 
demonstrações contábeis é a expressão de uma opinião se as demonstrações se 
encontram apresentadas de acordo com as normas, práticas e princípios 
contábeis geralmente aceitos, em todos os aspectos materiais. 
 
 
 
 
 
 
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O processo de julgamento acerca de quais as contas que provavelmente 
contêm distorções relevantes e de obtenção de evidências a respeito da 
apresentação adequada das demonstrações envolve vários passos. 
 
William Boynton e outros autores, no livro Auditoria, 2002, p.172, 
apontam os sete passos importantes no planejamento e realização de uma 
auditoria de demonstração contábil: 
1 - Obtenção de entendimento do negócio e da indústria. 
O entendimento do negócio e da indústria do cliente representa um 
importante aspecto do planejamento da auditoria. O auditor deve obter suficiente 
conhecimento e entendimento do negócio e da indústria do cliente para entender 
os eventos, as transações e práticas que podem ter efeito importante sobre as 
demonstrações contábeis. 
O conhecimento de tendências e de fatores competitivos do negócio ajuda 
o auditor a desenvolver expectativas sobre as demonstrações contábeis e avaliar 
o risco de que elas contenham distorções. Conhecimento das tendências do 
negócio é crítico na avaliação da razoabilidade das atividades operacionais, de 
financiamento e de investimento da organização. 
Entendimento do negócio e da indústria ajuda o auditor a compreender 
importantes questões sobre sistemas de informação para um cliente e a entender 
quais as implicações para a auditoria, além de ajudar o auditor a avaliar a 
razoabilidade de estimativas contábeis e as representações da administração. 
2 - Identificação de afirmações relevantes que constam da 
demonstração. 
Como vimos antes, o objetivo global de uma auditoria de demonstrações 
contábeis é emitir uma opinião se as demonstrações da entidade auditada 
encontram-se apresentadas adequadamente, em todos os aspectos materiais, de 
acordo com os princípios contábeis. Para atingi-lo, o auditor geralmente identifica 
vários objetivos de auditoria específicos para cada conta que aparece nas 
demonstrações. Esses objetivos específicos derivam-se das afirmações que a 
administração faz e que se encontram nas demonstrações contábeis e essas 
afirmações são importantes para o auditor porque orientam a coleta de 
evidências sobre a adequação de sua apresentação. 
3 - Decisão sobre quais valores são materiais para os usuários da 
demonstração. 
Para emissão de parecer sobre as demonstrações contábeis, o auditor 
reconhece que algumas questões contábeis são importantes para uma 
 
 
 
 
 
 
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apresentação adequada das demonstrações contábeis, e outras, não. Ou seja, 
define a materialidade ou a relevância. 
Materialidade ou relevância é a magnitude de uma omissão ou 
classificação indevida de informação contábil que, à luz das circunstâncias então 
presentes, torna provável que o julgamento de uma pessoa razoável que tenha 
utilizado a informação foi alterado ou influenciado pela omissão ou apresentação 
enganosa. Ou seja, é a materialidade de um erro. 
O auditor faz um julgamento sobre materialidade quando está planejando 
a auditoria, para tomar decisões sobre a extensão dos trabalhos para encontrar 
omissões ou classificações indevidas que, em seu agregado, possam chegar a 
quantias que influenciam os usuários das demonstrações contábeis. 
Na aula 2 abordaremos de forma detalhada esse assunto. 
4 - Decisão sobre os componentes do risco de auditoria. 
Definido o nível de materialidade/relevância, o auditor deve avaliar o risco 
de auditoria, ou seja, o risco de que emita um parecer inadequado sobre 
demonstrações contábeis que contenham erros ou classificações indevidas 
relevantes ou acima do nível de relevância. 
Isso porque os auditores não podem examinar todas as possíveis 
evidências referentes a todas as afirmações referentes a todos os saldos de 
contas e classes de transações. O modelo de risco de auditoria orienta auditores 
na coleta de evidências, para que eles possam ter um grau de segurança 
razoável (não absoluta) de que as demonstrações estão adequadas. 
Os conceitos de risco e de segurança razoável são o inverso um do outro. 
Quanto mais certo o auditor desejar estar de que está expressando uma opinião 
correta, mais baixo será o risco de auditoria que estará inclinado a aceitar. Por 
exemplo, se desejar um nível de certeza de 98%, o risco de auditoria será de 
2%. 
O risco de auditoria compreende três componentes: risco inerente, risco 
de controle e risco de detecção. Em auditoria contábil, os conceitos dos três 
componentes podem ser assim descritos: 
Risco inerente – é a suscetibilidade de uma afirmação a um erro ou 
classificação indevida relevante, supondo que não haja controles. 
 
 
 
 
 
 
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Risco de controle - é o risco de que um erro ou classificação indevida 
relevantes, que possam constar de uma afirmação, não sejam evitados ou 
detectados tempestivamente pelos controles internos da entidade. 
Risco de detecção – é o risco de que o auditor não detecte um erro de 
classificação indevida relevante que existe em uma afirmação. Assim, o risco de 
detecção é aquele relacionado ao próprio trabalho do auditor, à possibilidade de 
que os testes substantivos aplicados não detectem erros, omissões ou 
irregularidades existentes. 
Basicamente, os riscos podem ser definidos de uma forma quantitativa 
(mediante percentuais, por exemplo) ou qualitativa (alto, médio ou baixo, por 
exemplo). 
A análise de risco e controle é uma medida importante na fase de 
planejamento dos trabalhos, posto que visa definir a natureza e extensão dos 
procedimentos e testes de auditoria. 
Esse tema é um dos mais explorados em concurso. Também na aula 2 
aprofundaremos esse assunto. 
5 - Obtenção de evidência mediante procedimentos de auditoria 
A coleta e a avaliação de evidência (conjunto de informações e de provas) 
pelo auditor representa o ponto central de auditoria. Mediante inspeções, 
observações, investigações e confirmações, o auditor busca obter evidência 
suficiente e relevante para formar base razoável para emissão de opinião sobre 
as demonstrações contábeis que estão sendo auditadas. 
A suficiência das evidências coletadas pelo auditor é afetada pelos 
seguintes fatores: 
ƒ Relevância e risco: em geral, mais evidência é necessária para 
contas que são relevantes e/ou que apresentam maior nível de 
risco. 
ƒ Economia: um auditor trabalha dentro dos limites econômicos que 
estabelecem que evidência suficiente deve ser obtida em prazo 
razoável e a um custo razoável. 
ƒ Tamanho e características da população: O tamanho da 
população ou quantidade de itens que ela contém exige que o 
auditor adote a amostragem para a coleta das evidências. Quanto 
maior a população maior a quantidade de evidências necessárias 
 
 
 
 
 
 
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para obtenção de base razoável para se chegar à conclusão sobre 
ela. 
O auditor realiza procedimentos de auditoria para obter evidências que 
fundamentem seu parecer sobre as demonstrações contábeis. Os procedimentos 
de auditoria são classificados de acordo com seus objetivos, nas seguintes 
categorias: 
ƒ Procedimentos para obtenção de entendimento: são os 
procedimentos adotados pelo auditor para obter conhecimento 
sobre o cliente, seu negócio e indústria e de fatores que possam 
afetar o risco inerente de que uma afirmação da administração 
contenha distorções. Além disso, o auditor deve obter entendimento 
dos controles internos do cliente para que possa planejar a 
auditoria. A leitura de documentos, a entrevista, a adoção de 
questionários e de fluxogramas podem ser técnicas úteis para 
obtenção desse entendimento. 
ƒ Testes de controles: são realizados para fornecer evidências sobre 
o funcionamento e a eficácia das políticas e procedimentos da 
estrutura de controles internos. As técnicas mais utilizadas para tal 
são a inspeção, a observação e a investigação e confirmação. 
ƒ Testes substantivos: consistem em procedimentos de revisão 
analítica, testes de detalhes de transações e testes de detalhes de 
saldos. Testes substantivos fornecem evidência da adequação das 
afirmações da administração em demonstrações contábeis. 
Esse assunto será bastante explorado na Aula 3 do nosso curso. 
6 - Determinação de como as evidências constatadas serão utilizadas 
para fundamentar o parecer de auditoria e outras comunicações para o 
cliente. 
Os três procedimentos abordados anteriormente capacitam o auditor a 
obter evidência necessária. A avaliação da evidência ocorre ao longo da auditoria 
à medida em que as afirmações em demonstração contábil são verificadas, e no 
final da auditoria, quando o auditor deve decidir sobre o tipo de opinião que deve 
ser expressa no parecer de auditoria. 
O auditor deve obter uma base razoável para expressar sua opinião e, 
quando obtida essa base ou segurança razoável, o auditor deve emitir um 
parecer sem ressalva, com ressalva ou parecer adverso, dependendo da 
avaliação que faça entre o grau de correspondência entre a evidência obtida e as 
afirmações contidas nas demonstrações contábeis. 
 
 
 
 
 
 
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7 - Comunicação das descobertas. 
O principal elemento final da auditoria envolve a comunicação das 
descobertas. A comunicação pode ser dividida em comunicação sobre as 
demonstrações contábeis, por meio de relatório (parecer) do auditor e outras 
comunicações exigidas, apresentadas à administração, como, por exemplo, um 
relatório sobre controles internos. 
 
Em nossa aula 6 (última aula), veremos as principais normas e aspectos 
do relatório de auditoria. 
Compreendido o processo de auditoria das demonstrações contábeis, 
veremos as normas de auditoria do Conselho Federal de Contabilidade. 
As normas de auditoria reconhecidas pelo Conselho Federal de 
Contabilidade dividem-se em profissionais e técnicas. As normas profissionais 
estabelecem regras de exercício profissional, classificando-se pelo prefixo NBC P. 
As normas técnicas estabelecem conceitosdoutrinários, regras e procedimentos 
aplicados à contabilidade, caracterizando-se pelo prefixo NBC T. 
As normas técnicas de auditoria são dividas da seguinte forma: 
ƒ NBC T 12 – auditoria interna; 
ƒ NBC T 11 – auditoria independente das demonstrações contábeis. (As 
NBCT 11 foram revogadas, estando atualmente estão em vigor 
as NBC TA, em função do processo de convergência das normas 
brasileiras ao padrão internacional definido pelo IFAC). 
Podemos organizar as normas de auditoria em três grandes blocos: 
 
ƒ Normas profissionais 
• competência técnico-profissional 
• independência 
• cuidado e zelo na realização dos trabalho e na exposição das 
conclusões 
• guarda da documentação 
• dever de sigilo 
ƒ Normas de execução dos trabalhos 
• planejamento e supervisão adequados 
• estudo e avaliação dos controles internos 
• extensão e profundidade dos procedimentos até a obtenção de 
evidências necessárias para fundamentar o parecer 
ƒ Normas do parecer dos auditores independentes 
 
 
 
 
 
 
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Nesta aula, apresentaremos uma síntese das normas profissionais do 
auditor independente e das normas relativas ao trabalho do auditor interno. 
Também aqui, serão objetos de estudo as normas relativas a estimativas 
contábeis, erros e fraudes em auditoria e continuidade operacional. 
As demais normas de execução e de relatório/parecer serão vistas nas 
próximas aulas de acordo com o programa do curso. 
NORMAS PROFISSIONAIS DO AUDITOR INDEPENDENTE 
As normas profissionais de auditor independente estabelecem as condições 
de competência técnico-profissional, de independência e de responsabilidade na 
execução dos trabalhos, de fixação de honorários, de guarda de documentação, 
de sigilo e de utilização do trabalho do auditor interno e de especialistas de 
outras áreas. 
O auditor independente deve cumprir as normas profissionais e o Código 
de Ética do Contabilista, para que tenha uma atitude profissional e ética 
adequada, resguardando sua independência e mantendo altos padrões de 
qualidade, integridade e competência. Caso haja o descumprimento de norma de 
significado ético, o auditor poderá sofrer as penalidades previstas em norma. 
 A seguir, apresentaremos um resumo dos aspectos mais importantes das 
normas profissionais (NBC P1 e NBC PA 03), que julgamos passíveis de serem 
cobradas na prova do ISS BH. 
1 - Competência Técnico-profissional 
O contador, na função de auditor independente, deve manter seu nível de 
competência profissional pelo conhecimento atualizado dos Princípios 
Fundamentais de Contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade, das 
técnicas contábeis, especialmente na área de auditoria, da legislação inerente à 
profissão, dos conceitos e técnicas administrativas e da legislação específica 
aplicável à entidade auditada. 
O auditor, para assumir a responsabilidade por uma auditoria das 
demonstrações contábeis, deve ter conhecimento da atividade da entidade 
auditada, de forma suficiente para que lhe seja possível identificar e 
compreender as transações realizadas pela mesma e as práticas contábeis 
aplicadas, que possam ter efeitos relevantes sobre a posição patrimonial e 
financeira da entidade, e o parecer a ser por ele emitido sobre as demonstrações 
contábeis. 
 
 
 
 
 
 
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Antes de aceitar o trabalho, o auditor deverá obter conhecimento 
preliminar da atividade da entidade a ser auditada, mediante avaliação, junto à 
administração, da estrutura organizacional, da complexidade das operações e do 
grau de exigência requerido, para a realização do trabalho de auditoria, de modo 
a poder avaliar se está capacitado a assumir a responsabilidade pelo trabalho a 
ser realizado. Esta avaliação deve ficar evidenciada de modo a poder ser 
comprovado o grau de prudência e zelo na contratação dos serviços. 
O auditor deve recusar os serviços sempre que reconhecer não estar 
adequadamente capacitado para desenvolvê-los. Contudo, pode utilizar 
especialistas em outras áreas, em face da especialização requerida e dos 
objetivos do contratante, como, por exemplo, advogados, engenheiros, etc. 
2 – Independência 
O auditor não deve ser influenciado por fatores estranhos a sua 
ponderação e interpretação dos elementos examinados, seja por preconceitos, 
fatores materiais ou afetivos que pressuponham perda de sua independência. 
A condição de independência é fundamental e óbvia para o exercício da 
atividade de auditoria independente. Entende-se como independência o estado 
no qual as obrigações ou os interesses do auditor ou da entidade de auditoria 
são, suficientemente, isentos dos interesses das entidades auditadas para 
permitir que os serviços sejam prestados com objetividade. 
Em suma, é a capacidade que a entidade de auditoria tem de julgar e atuar 
com integridade e objetividade, permitindo a emissão de relatórios ou pareceres 
imparciais em relação à entidade auditada, aos acionistas, aos sócios, aos 
quotistas, aos cooperados e a todas as demais partes que possam estar 
relacionadas com o seu trabalho. 
A independência exige: 
a) independência de pensamento – postura que permite 
expressar uma opinião sem ser afetado por influências que 
comprometem o julgamento profissional, permitindo à pessoa 
agir com integridade, objetividade e ceticismo profissional; e 
b) aparência de independência – evitar fatos e circunstâncias 
significativos a ponto de um terceiro bem informado, tendo 
conhecimento de todas as informações pertinentes, incluindo as 
salvaguardas aplicadas, concluir dentro do razoável que a 
integridade, a objetividade ou o ceticismo profissional de uma 
entidade de auditoria ou de um membro da equipe de auditoria 
ficaram comprometidos. 
 
 
 
 
 
 
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A independência pode ser afetada por ameaças de interesse próprio, auto-
revisão, defesa de interesses da entidade auditada, familiaridade e intimidação. 
¾ Ameaça de interesse próprio ocorre quando uma entidade de 
auditoria ou um membro da equipe de auditoria poderia auferir 
benefícios de um interesse financeiro na entidade auditada, ou outro 
conflito de interesse próprio com essa entidade auditada. 
¾ Ameaça de auto-revisão ocorre quando o resultado de um 
trabalho anterior precisa ser reanalisado ao serem tiradas 
conclusões sobre o trabalho de auditoria ou quando um membro da 
equipe de auditoria era, anteriormente, administrador ou diretor da 
entidade auditada, ou era um funcionário cujo cargo lhe permitia 
exercer influência direta e importante sobre o objeto do trabalho de 
auditoria. 
¾ Ameaça de defesa de interesses da entidade auditada ocorre 
quando a entidade de auditoria ou um membro da equipe de 
auditoria defendem ou parecem defender a posição ou a opinião da 
entidade auditada, a ponto de poderem comprometer ou darem a 
impressão de comprometer a objetividade. Pode ser o caso da 
entidade de auditoria ou membro da equipe de auditoria que 
subordina seu julgamento ao da entidade auditada. 
¾ Ameaça de familiaridade ocorre quando, em virtude de um 
relacionamento estreito com uma entidade auditada, com seus 
administradores, com diretores ou com funcionários, uma entidade 
de auditoria ou membro da equipe de auditoria passam a se 
identificar, demasiadamente, com os interesses da entidade 
auditada. 
¾ Ameaça de intimidação ocorre quando um membro da equipe de 
auditoria encontra obstáculos para agir, objetivamente, e com 
ceticismo profissional devido a ameaças, reais ou percebidas, por 
parte deadministradores, diretores ou funcionários de uma entidade 
auditada. 
O que o auditor deve fazer quando existe uma ameaça à 
independência? 
Quando são identificadas ameaças, exceto aquelas, claramente, 
insignificantes, devem ser definidas e aplicadas salvaguardas adequadas para 
eliminar a ameaça ou reduzi-la a um nível aceitável. Essa decisão deve ser 
 
 
 
 
 
 
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documentada. A natureza das salvaguardas a aplicar varia conforme as 
circunstâncias. 
As entidades de auditoria devem instituir políticas e procedimentos 
relativos às comunicações de independência com os organismos de governança 
da entidade auditada. No caso da auditoria de entidades registradas em bolsas 
de valores, a entidade de auditoria deve comunicar, formalmente, ao menos uma 
vez por ano, todos os relacionamentos e as outras questões entre a entidade de 
auditoria, as entidades de auditoria por rede e a entidade auditada que, de 
acordo com o julgamento profissional da entidade de auditoria, podem ser 
consideradas, em uma perspectiva razoável, como afetando a independência. 
Determinadas situações caracterizam a perda de independência da 
entidade de auditoria em relação à entidade auditada. Nesse caso, devem ser 
adotadas algumas salvaguardas, no sentido de eliminar ou reduzir a ameaça. 
Por exemplo, quando a entidade de auditoria possui interesse financeiro 
direto (ações) ou um interesse financeiro indireto relevante (investimento) 
na entidade auditada, está caracterizada a perda de independência. Para essas 
situações, as normas profissionais estabelecem as seguintes salvaguardas (ações 
a serem tomadas): 
ƒ alienar o interesse financeiro direto antes de a pessoa física tornar-se 
membro da equipe de auditoria; 
ƒ alienar o interesse financeiro indireto relevante em sua totalidade ou 
alienar uma quantidade suficiente dele para que o interesse 
remanescente deixe de ser relevante antes de a pessoa tornar-se 
membro da equipe de auditoria; ou 
ƒ afastar o membro da equipe de auditoria do trabalho da entidade 
auditada. 
Outras situações de perda de independência e respectivas salvaguardas 
podem ser observadas no quadro seguinte: 
SITUAÇÕES DE PERDA DE 
INDEPENDÊNCIA 
SALVAGUARDAS – AÇÕES A SEREM 
TOMADAS 
 
 
¾ Relacionamentos comerciais com 
entidade auditada: As transações 
comerciais da entidade de auditoria, de 
sócios e membros da equipe de 
auditoria com uma entidade auditada 
devem ser feitas dentro do curso 
Medidas que podem ser adotadas para 
reduzir a ameaça de independência em 
nível aceitável quando essa não for 
insignificante: 
ƒ eliminação ou redução da 
 
 
 
 
 
 
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normal de negócios e na mesma 
condição com terceiros. No entanto, 
essas operações não podem ser de tal 
dimensão que criem uma ameaça de 
interesse próprio. 
magnitude da transação; 
ƒ retirada da pessoa da equipe de 
auditoria; ou 
ƒ discussão do assunto com os 
responsáveis pela governança, 
como o comitê de auditoria. 
Se as salvaguardas aplicadas não 
reduzirem a um nível aceitável a ameaça 
de independência, a entidade de 
auditoria deve tomar uma das seguintes 
ações: (a) terminar o relacionamento 
comercial; (b) substituir o membro da 
equipe que tenha relacionamento 
comercial; ou (c) recusar a realização do 
trabalho de auditoria. 
¾ Relacionamentos familiares e 
pessoais: Pode haver perda de 
independência em virtude das 
responsabilidades do membro da equipe 
de auditoria no trabalho, a proximidade 
do relacionamento e o papel do membro 
da família ou de relacionamento pessoal 
na entidade auditada. As funções 
ocupadas por pessoas próximas ou 
familiares, que prejudicam a 
independência da entidade de auditoria, 
são aquelas que: a) exercem influência 
significativa sobre as políticas 
operacionais, financeiras ou contábeis 
(exs: presidente, diretor, administrador, 
gerente geral de uma entidade 
auditada); b) exercem influência nas 
Demonstrações Contábeis da entidade 
auditada (exs: controller, gerente de 
contabilidade, contador; e c) são 
consideradas sensíveis sob o ponto de 
vista da auditoria, em especial cargos 
com atribuições de monitoramento dos 
controles internos da entidade auditada, 
como tesoureiro, auditor interno, 
gerente de compras/vendas, entre 
outras. 
ƒ a norma não prevê nenhuma medida 
específica, mas deve-se evitar que 
um auditor participe como membro 
da equipe de auditoria quando possui 
parentes ou pessoas próximas 
exercendo as funções indicadas ao 
lado na empresa auditada. 
 
¾ Vínculos empregatícios: A ƒ envolvimento de outro profissional 
 
 
 
 
 
 
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independência da entidade de auditoria 
ou membro de sua equipe pode ser 
comprometida se um diretor ou um 
administrador ou empregado da 
entidade auditada, em condições de 
exercer influência direta e significativa 
sobre o objeto do trabalho de auditoria, 
tiver sido um membro da equipe de 
auditoria ou sócio da entidade de 
auditoria nos últimos dois anos. 
para revisar o trabalho executado 
pelo indivíduo enquanto membro da 
equipe de auditoria; 
ƒ discussão do assunto com os 
órgãos de governança corporativa 
da entidade auditada; ou 
ƒ ampliar o nível de controle de 
qualidade do trabalho. 
 
3 - Responsabilidades do auditor na execução dos trabalhos 
O auditor deve aplicar o máximo de cuidado e zelo na realização dos 
trabalhos e na exposição de suas conclusões e ao opinar sobre as demonstrações 
contábeis, o auditor deve ser imparcial. 
O exame das demonstrações contábeis não tem por objetivo precípuo a 
descoberta de fraudes. Todavia, o auditor independente deve considerar a 
possibilidade de sua ocorrência. 
Quando eventuais distorções, por fraude ou erro, afetarem as 
demonstrações contábeis de forma relevante, cabe ao auditor independente, 
caso não tenha feito ressalva específica em seu parecer, demonstrar que seus 
exames foram conduzidos de forma a atender às Normas de Auditoria 
Independente das Demonstrações Contábeis e às normas profissionais. 
4 - Honorários 
O auditor deve estabelecer e documentar seus honorários mediante 
avaliação dos serviços, considerando os seguintes fatores: 
a) a relevância, o vulto, a complexidade, e o custo dos serviços a 
executar; 
b) o número de horas estimadas para a realização dos serviços; 
c) a peculiaridade de tratar-se de cliente eventual, habitual ou 
permanente; 
d) a qualificação técnica dos profissionais que irão participar da execução 
dos serviços; e 
e) o lugar em que os serviços serão prestados, fixando, se for o caso, 
como serão cobrados os custos de viagens e estadas. 
 
 
 
 
 
 
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Os honorários deverão constar de carta-proposta ou documento 
equivalente, elaborados antes do início da execução do trabalho. 
A inobservância de qualquer dos temas referidos acima constitui infração 
ao Código de Ética do Contabilista. 
5 - Guarda da documentação 
O auditor, para fins de fiscalização do exercício profissional, deve 
conservar a boa guarda, pelo prazo de 5 (cinco) anos, a partir da data de 
emissão do seu parecer, de toda a documentação, papéis de trabalho, 
relatórios e pareceres relacionados com os serviços realizados. 
Atenção: O prazo de 5 anos é contado a partir da data de emissão do 
parecer do auditor. Não confundir com data de emissão ou de divulgação 
das demonstrações contábeis.6 - Dever do Sigilo 
O Auditor Independente não deve revelar, em nenhuma hipótese, salvo as 
situações especiais permitidas na norma e na legislação, as informações que 
obteve e tem conhecimento em função de seu trabalho na entidade auditada. 
O sigilo profissional do Auditor Independente deve ser observado nas 
seguintes circunstâncias: 
a) na relação entre o Auditor Independente e a entidade auditada; 
b) na relação entre os Auditores Independentes; 
c) na relação entre o Auditor Independente e os organismos reguladores e 
fiscalizadores; e 
d) na relação entre o Auditor Independente e demais terceiros. 
O Auditor Independente deve respeitar e assegurar o sigilo relativamente às 
informações obtidas durante o seu trabalho na entidade auditada, não as 
divulgando, sob nenhuma circunstância, salvo as contempladas na legislação 
vigente, bem como nas Normas Brasileiras de Contabilidade. 
O Auditor Independente, quando previamente autorizado por escrito, 
pela entidade auditada, deve fornecer as informações que por aquela foram 
julgadas necessárias ao trabalho do Auditor Independente que o suceder, as 
 
 
 
 
 
 
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quais serviram de base para emissão do último Parecer de Auditoria por ele 
emitido. 
O Auditor Independente, quando solicitado, por escrito e 
fundamentadamente, pelo Conselho Federal de Contabilidade e Conselhos 
Regionais de Contabilidade, deve exibir as informações obtidas durante o seu 
trabalho, incluindo a fase de pré-contratação dos serviços, a documentação, 
papéis de trabalho, relatórios e pareceres, de modo a demonstrar que o trabalho 
foi realizado de acordo com as Normas de Auditoria Independente das 
Demonstrações Contábeis, da presente norma e das demais normas legais 
aplicáveis. 
O Auditor Independente, sob pena de infringir o sigilo profissional, 
somente deve divulgar a terceiros, informações sobre a entidade auditada ou 
sobre o trabalho por ele realizado, caso seja autorizado, por escrito, pela 
administração da entidade com poderes para tanto, que contenha, de forma 
clara e objetiva, os limites das informações a serem fornecidas. 
SAIBA MAIS: O sigilo do auditor é relativizado, em função de solicitações 
formais do CRC. Contudo, essas informações transmitidas pelo auditor 
aos CRCs visam apenas a permitir que os conselhos fiscalizem se os 
auditores cumpriram as normas de auditoria. 
O Auditor Independente, sob pena de infringir o sigilo profissional, 
somente deve divulgar a terceiros, informações sobre a entidade 
auditada ou sobre o trabalho por ele realizado, caso seja autorizado, por 
escrito, pela administração da entidade com poderes para tanto, que 
contenha, de forma clara e objetiva, os limites das informações a serem 
fornecidas. 
Portanto, o dever de sigilo do auditor não é absoluto, pois comporta 
exceções especiais permitidas na norma e na legislação. 
7 - Responsabilidade pela utilização do trabalho do auditor interno 
A responsabilidade do auditor não será modificada, mesmo quando o 
contador, na função de auditor interno, contribuir para a realização dos 
trabalhos. 
8 - Responsabilidade pela utilização do trabalho de especialistas (esse 
assunto será detalhado na aula 4) 
Quando o auditor independente faz uso de especialistas que sejam seus 
empregados, estes devem ser considerados como tal e não como auxiliares do 
processo de auditoria, com a conseqüente necessidade de supervisão. Assim, 
nessas circunstâncias, o auditor independente necessita aplicar os procedimentos 
 
 
 
 
 
 
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previstos nesta norma, mas não necessita avaliar sua competência 
profissional a cada trabalho onde estes se envolvam. 
Durante a auditoria, o auditor independente pode necessitar obter, em 
conjunto com a entidade auditada ou de forma independente, evidências para 
dar suporte às suas conclusões, como, por exemplo, avaliações de terrenos e 
edificações (engenheiros) e interpretações de leis, de contratos, de estatutos ou 
de outros regulamentos (advogados). 
Ao determinar a necessidade de utilizar-se do trabalho de especialistas, o 
auditor independente deve considerar: 
a) a relevância do item da demonstração contábil que está sendo 
analisada; 
b) o risco de distorção ou erro levando em conta a natureza e a 
complexidade do assunto sendo analisado; 
c) conhecimento da equipe de trabalho e a experiência prévia dos 
aspectos que estão sendo considerados; e 
d) a quantidade e qualidade de outras evidências de auditoria disponíveis 
para sua análise. 
Ao planejar o uso do trabalho de um especialista, o auditor independente 
deve avaliar a competência do especialista em questão, verificando se o 
especialista tem certificação profissional, licença ou registro no órgão de classe 
que se lhe aplica e a experiência e reputação no assunto em que o auditor busca 
evidência de auditoria. 
 O auditor também deve avaliar a objetividade do especialista, em 
particular, se o especialista é empregado da entidade auditada ou mantém algum 
relacionamento com a mesma, como por exemplo ser financeiramente 
dependente desta ou detendo investimento na mesma. 
Se o auditor tiver dúvidas quanto à competência profissional ou 
objetividade do especialista, deve discutir suas opiniões com a administração da 
entidade auditada e considerar a necessidade de aplicar procedimentos 
adicionais de auditoria ou buscar evidências junto a outros especialistas de sua 
confiança. 
9 - Informações anuais aos Conselhos Regionais de Contabilidade 
O auditor deverá enviar, até 30 de junho de cada ano, ao Conselho 
Regional de Contabilidade, na forma a ser regulamentada pelo Conselho Federal 
 
 
 
 
 
 
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de Contabilidade, além de outras, informações sobre os seus clientes, cuja sede 
seja a da jurisdição do respectivo Conselho e a relação dos nomes do seu pessoal 
técnico existente em 31 de dezembro do ano anterior. 
Quando solicitado, o auditor deverá disponibilizar e fornecer, no prazo de 
trinta dias, a relação de seus clientes e outras informações necessárias à 
fiscalização da atividade de auditoria independente. 
As informações prestadas aos Conselhos Regionais de Contabilidade serão 
resguardadas pelo sigilo, nos termos previstos nestas normas. 
10 – Rodízio dos Líderes da Equipe de Auditoria. 
A utilização dos mesmos profissionais de liderança (sócio, diretor e 
gerente) na equipe de auditoria, numa mesma entidade auditada, por longo 
período, pode criar a perda da objetividade e do ceticismo, necessários na 
auditoria. O risco dessa perda deve ser eliminado adotando-se a rotação, a cada 
intervalo menor ou igual a cinco anos consecutivos, das lideranças da 
equipe de trabalho de auditoria, que somente devem retornar à referida equipe 
no intervalo mínimo de três anos. 
Essas são as principais normas profissionais do auditor independente. 
Veremos a seguir a Ética Profissional e a Responsabilidade Legal do Auditor, 
assuntos relacionados com as normas profissionais. 
ÉTICA PROFISSIONAL DO AUDITOR 
Segundo ensina William Attie, no livro Auditoria, Conceitos e Aplicações, 
da Editora Atlas, o exercício da profissão de auditor requer a observância de 
postulados éticos, que assegurem que o trabalho executado tenha e mereça toda 
a credibilidade possível, não podendo existir dúvidas quanto à honestidade e aos 
padrões morais do auditor. 
A pessoa do auditor deve ser a de alguém com profundo equilíbrio e 
probidade, uma vez que sua opinião influenciará outras pessoas, principalmente 
em relação a interessesfinanceiros e comerciais que eventuais acionistas, 
proprietários, clientes e fornecedores, dentre outros, possam ter. 
A profissão de auditoria exige assim a obediência aos princípios éticos 
profissionais que fundamentalmente se apóiam em: 
¾ independência; 
¾ integridade; 
¾ eficiência; e 
¾ confidencialidade. 
 
 
 
 
 
 
 
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Além das normas profissionais, relativas à pessoa do auditor, 
apresentadas anteriormente, o auditor deve cumprir os postulados éticos 
definidos no Código de Ética do Contabilista. 
Deve-se ter especial atenção aos deveres definidos nos artigos 2º e 5º do 
Código de Ética e às vedações estabelecidas no artigo 3º. 
Em termos de deveres, destacamos as seguintes obrigações contidas no 
código: 
O contador/auditor tem o dever de guardar sigilo sobre o que souber em 
razão do exercício profissional lícito, inclusive no âmbito do serviço público. 
Todavia, a norma ressalva os casos previstos em lei ou quando solicitado por 
autoridades competentes, entre estas os Conselhos Regionais de Contabilidade. 
Em que pese o dever de sigilo, o auditor tem a obrigação de mencionar fatos que 
conheça e repute em condições de exercer efeito sobre peças contábeis, objeto 
de seu trabalho. Assim, por exemplo, deve abster-se de comunicar fatos 
sigilosos, desde que a sua omissão não prejudique os usuários das 
demonstrações. 
Outra obrigação importante é que o contador/auditor deve comunicar, 
desde logo, ao cliente ou empregador, em documento reservado, eventual 
circunstância adversa que possa influir na decisão daquele que lhe formular 
consulta ou lhe confiar trabalho, estendendo-se a obrigação a sócios e 
executores. 
Por outro lado, deve renunciar às funções que exerce, logo que se positive 
falta de confiança por parte do cliente ou empregador, a quem deverá notificar 
com trinta dias de antecedência, zelando, contudo, para que os interesses dos 
mesmos não sejam prejudicados, evitando declarações públicas sobre os motivos 
da renúncia. Percebam que um princípio deve ser cumprido até certo limite, 
respeitando-se outros princípios éticos importantes. Aqui, o auditor renuncia ao 
trabalho e notifica o cliente, mas deve evitar declarações públicas sobre os 
motivos da renúncia, para não prejudicar os interesses do empregador ou 
contratante. 
São muitas as vedações definidas no artigo 3º do Código de Ética do 
Contabilista. A maioria das vedações visa a coibir a prática de fraudes e de 
desvio de conduta. Contudo, destacamos as seguintes proibições: (1) auferir 
qualquer provento em função do exercício profissional que não decorra 
exclusivamente de sua prática lícita; (2) manter Organização Contábil sob forma 
não autorizada pela legislação pertinente; (3) valer-se de agenciador de serviços, 
mediante participação desse nos honorários a receber; (4) reter abusivamente 
livros, papéis ou documentos, comprovadamente confiados à sua guarda; (5) 
revelar negociação confidenciada pelo cliente ou empregador para acordo ou 
 
 
 
 
 
 
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transação que, comprovadamente, tenha tido conhecimento; (6) emitir 
referência que identifique o cliente ou empregador, com quebra de sigilo 
profissional, em publicação em que haja menção a trabalho que tenha realizado 
ou orientado, salvo quando autorizado por eles; (7) publicar ou distribuir, em seu 
nome, trabalho científico ou técnico do qual não tenha participado. 
Eis a íntegra dos artigos 2º, 3º, 4º e 5º do Código de Ética do Profissional 
Contabilista, aprovado pela Resolução CFC nº 803/96: 
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO CONTABILISTA 
CAPÍTULO II 
DOS DEVERES E DAS PROIBIÇÕES 
Art. 2º São deveres do contabilista: 
I – exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade, observada a legislação 
vigente e resguardados os interesses de seus clientes e/ou empregadores, sem 
prejuízo da dignidade e independência profissionais; 
II – guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício profissional lícito, 
inclusive no âmbito do serviço público, ressalvados os casos previstos em lei ou 
quando solicitado por autoridades competentes, entre estas os Conselhos 
Regionais de Contabilidade; 
III – zelar pela sua competência exclusiva na orientação técnica dos serviços a 
seu cargo; 
IV – comunicar, desde logo, ao cliente ou empregador, em documento 
reservado, eventual circunstância adversa que possa influir na decisão daquele 
que lhe formular consulta ou lhe confiar trabalho, estendendo-se a obrigação a 
sócios e executores; 
V – inteirar-se de todas as circunstâncias, antes de emitir opinião sobre qualquer 
caso; 
VI – renunciar às funções que exerce, logo que se positive falta de confiança por 
parte do cliente ou empregador, a quem deverá notificar com trinta dias de 
antecedência, zelando, contudo, para que os interesse dos mesmos não sejam 
prejudicados, evitando declarações públicas sobre os motivos da renúncia; 
VII – se substituído em suas funções, informar ao substituto sobre fatos que 
devam chegar ao conhecimento desse, a fim de habilitá-lo para o bom 
desempenho das funções a serem exercidas; 
 
 
 
 
 
 
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VIII – manifestar, a qualquer tempo, a existência de impedimento para o 
exercício da profissão; 
IX – ser solidário com os movimentos de defesa da dignidade profissional, seja 
propugnando por remuneração condigna, seja zelando por condições de trabalho 
compatíveis com o exercício ético-profissional da Contabilidade e seu 
aprimoramento técnico. 
Art. 3º No desempenho de suas funções, é vedado ao contabilista: 
I – anunciar, em qualquer modalidade ou veículo de comunicação, conteúdo que 
resulte na diminuição do colega, da Organização Contábil ou da classe, sendo 
sempre admitida a indicação de títulos, especializações, serviços oferecidos, 
trabalhos realizados e relação de clientes; 
II – assumir, direta ou indiretamente, serviços de qualquer natureza, com 
prejuízo moral ou desprestígio para a classe; 
III – auferir qualquer provento em função do exercício profissional que não 
decorra exclusivamente de sua prática lícita; 
IV – assinar documentos ou peças contábeis elaborados por outrem, alheio à sua 
orientação, supervisão e fiscalização; 
V – exercer a profissão, quando impedido, ou facilitar, por qualquer meio, o seu 
exercício aos não habilitados ou impedidos; 
VI – manter Organização Contábil sob forma não autorizada pela legislação 
pertinente; 
VII – valer-se de agenciador de serviços, mediante participação desse nos 
honorários a receber; 
VIII – concorrer para a realização de ato contrário à legislação ou destinado a 
fraudá-la ou praticar, no exercício da profissão, ato definido como crime ou 
contravenção; 
IX – solicitar ou receber do cliente ou empregador qualquer vantagem que saiba 
para aplicação ilícita; 
X – prejudicar, culposa ou dolosamente, interesse confiado a sua 
responsabilidade profissional; 
 
 
 
 
 
 
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XI – recusar-se a prestar contas de quantias que lhe forem, comprovadamente, 
confiadas; 
XII – reter abusivamente livros, papéis ou documentos, comprovadamente 
confiados à sua guarda; 
XIII – aconselhar o cliente ou o empregador contra disposições expressas em lei 
ou contra os Princípios Fundamentais e as Normas Brasileiras de Contabilidade 
editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade; 
XIV – exercer atividade ou ligar o seu nome a empreendimentos com finalidadesilícitas; 
XV – revelar negociação confidenciada pelo cliente ou empregador para acordo 
ou transação que, comprovadamente, tenha tido conhecimento; 
XVI – emitir referência que identifique o cliente ou empregador, com quebra de 
sigilo profissional, em publicação em que haja menção a trabalho que tenha 
realizado ou orientado, salvo quando autorizado por eles; 
XVII – iludir ou tentar iludir a boa-fé de cliente, empregador ou de terceiros, 
alterando ou deturpando o exato teor de documentos, bem como fornecendo 
falsas informações ou elaborando peças contábeis inidôneas; 
XVIII – não cumprir, no prazo estabelecido, determinação dos Conselhos 
Regionais de Contabilidade, depois de regularmente notificado; 
XIX – intitular-se com categoria profissional que não possua, na profissão 
contábil; 
XX – elaborar demonstrações contábeis sem observância dos Princípios 
Fundamentais e das Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho 
Federal de Contabilidade; 
XXI – renunciar à liberdade profissional, devendo evitar quaisquer restrições ou 
imposições que possam prejudicar a eficácia e correção de seu trabalho; 
XXII – publicar ou distribuir, em seu nome, trabalho científico ou técnico do qual 
não tenha participado. 
Art. 4º O Contabilista poderá publicar relatório, parecer ou trabalho técnico-
profissional, assinado e sob sua responsabilidade. 
Art. 5º O Contador, quando perito, assistente técnico, auditor ou árbitro, 
deverá: 
 
 
 
 
 
 
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I – recusar sua indicação quando reconheça não se achar capacitado em face da 
especialização requerida; 
II – abster-se de interpretações tendenciosas sobre a matéria que constitui 
objeto de perícia, mantendo absoluta independência moral e técnica na 
elaboração do respectivo laudo; 
III – abster-se de expender argumentos ou dar a conhecer sua convicção pessoal 
sobre os direitos de quaisquer das partes interessadas, ou da justiça da causa 
em que estiver servindo, mantendo seu laudo no âmbito técnico e limitado aos 
quesitos propostos; 
IV – considerar com imparcialidade o pensamento exposto em laudo submetido à 
sua apreciação; 
V – mencionar obrigatoriamente fatos que conheça e repute em condições de 
exercer efeito sobre peças contábeis objeto de seu trabalho, respeitado o 
disposto no inciso II do art. 2º; 
VI – abster-se de dar parecer ou emitir opinião sem estar suficientemente 
informado e munido de documentos; 
VII – assinalar equívocos ou divergências que encontrar no que concerne à 
aplicação dos Princípios Fundamentais e Normas Brasileiras de Contabilidade 
editadas pelo CFC; 
VIII – considerar-se impedido para emitir parecer ou elaborar laudos sobre peças 
contábeis, observando as restrições contidas nas Normas Brasileiras de 
Contabilidade editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade; 
IX – atender à Fiscalização dos Conselhos Regionais de Contabilidade e Conselho 
Federal de Contabilidade no sentido de colocar à disposição desses, sempre que 
solicitado, papéis de trabalho, relatórios e outros documentos que deram origem 
e orientaram a execução do seu trabalho. 
RESPONSABILIDADE LEGAL 
Vimos que o objetivo de um exame normal de auditoria sobre as 
demonstrações contábeis é expressar uma opinião acerca da propriedade das 
mesmas e, portanto, não é destinado especificamente a desvendar fraudes e 
outras irregularidades. 
Entretanto, ao efetuar seu exame e ao expressar sua opinião sobre 
demonstrações financeiras, o auditor deve estar alerta à possibilidade da 
 
 
 
 
 
 
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existência destes, especialmente nos caso em que afetem a posição patrimonial 
e financeira ou o resultado das operações da empresa em exame. 
No caso de descoberta de irregularidades, cabe ao auditor estudar sua 
relevância e os possíveis efeitos em relação às demonstrações em exame para a 
determinação de seu parecer e a divulgação à administração da empresa 
auditada de forma sigilosa e confidencial. 
O auditor pode ser responsabilizado pela não-descoberta de fraude 
significativa em conseqüência da negligência na execução das normas de 
auditoria, ou em conseqüência de não tê-las aplicado convenientemente (ato 
culposo). 
Todo trabalho de auditoria repousa no estabelecimento de critérios e de 
metodologia que lhe dêem razoável segurança sobre a totalidade das 
demonstrações financeiras examinadas. O auditor não deve esquecer que 
poderá responder, civil e criminalmente, por prejuízos causados a 
terceiros em virtude de culpa e dolo no exercício de suas funções. 
O auditor tem a incumbência de verificar se as informações e análises 
apresentadas nas demonstrações financeiras, inclusive aquelas constantes do 
relatório da administração, refletem com clareza a situação patrimonial e 
financeira, e comunicar quaisquer circunstâncias em desacordo com as 
disposições legais e regulamentares e atos que tenham ou possam ter impacto 
nas operações da empresa auditada. 
É seu dever também, mesmo que considerado de forma indireta, emitir 
um relatório circunstanciado que contenha observações a respeito das possíveis 
deficiências ou ineficácias de controles internos observadas pelo auditor no 
transcurso de seu trabalho. 
Resolveremos a seguir algumas questões de concursos anteriores, para 
que vocês observem como as bancas costumam cobrar esses assuntos: normas 
profissionais, ética e responsabilidade legal. 
QUESTÕES RELATIVAS ÀS NORMAS PROFISSIONAIS DO AUDITOR 
INDEPENDENTE
1) (AUDITOR/TCM RIO/FGV/2008) Um dos atributos profissionais 
requeridos para o desenvolvimento da atividade de auditoria é a 
independência. 
Esse item pressupõe, conforme prevê o CFC (Resolução 1034 de 2005), a 
independência de pensamento (objetividade e integridade na realização 
dos exames e emissão de opinião) e a aparência de independência 
(evitando que terceiros possam questionar a idoneidade do auditor). Em 
algumas situações, ela pode ser afetada por ameaças de interesse 
 
 
 
 
 
 
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próprio, auto-revisão, defesa de interesses da entidade auditada, 
familiaridade e intimidação. Em relação à ameaça de “auto-revisão”: 
(A) ocorre quando uma entidade de auditoria ou um membro da equipe 
de auditoria poderia auferir benefícios de um interesse financeiro na 
entidade auditada. 
(B) ocorre quando um membro da equipe de auditoria encontra 
obstáculos para agir objetivamente e com ceticismo profissional devido 
a ameaças, reais ou percebidas, por parte de administradores, diretores 
ou funcionários de uma entidade auditada. 
(C) ocorre quando, em virtude de um relacionamento estreito com uma 
entidade auditada, com seus administradores, com diretores ou com 
funcionários, uma entidade de auditoria ou membro da equipe de 
auditoria passam a se identificar, demasiadamente, com os interesses da 
entidade auditada. 
(D) ocorre quando a entidade de auditoria ou um membro da equipe de 
auditoria defendem ou parecem defender a posição ou a opinião da 
entidade auditada, a ponto de poderem comprometer ou darem a 
impressão de comprometer a objetividade. 
(E) ocorre quando o resultado de um trabalho anterior precisa ser 
reanalisado ao serem tiradas conclusões sobre o trabalho de auditoria 
ou quando um membro da equipe de auditoria era, anteriormente, 
administrador ou diretor da entidade auditada. 
Solução: A norma de independência do auditor externo define as hipóteses em 
que a independência do auditor pode ser afetada por ameaças, classificadas nas 
seguintes categorias: de interesse próprio, auto-revisão,

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