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Apostila Patologia Geral 1

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PATOLOGIA VETERINÁRIA GERAL
Introdução
Patologia – é o estudo das doenças;
Conecta o estudo das estruturas e funções normais (histologia, fisiologia e anatomia) com o estudo da clínica médica;
A patologia auxilia a compreender como interagem hospedeiros e agentes, porque estuda as lesões;
O patologista – realiza necropsias – e o resultado destas necropsias servem de informação para controle de surtos em rebanhos ou para melhor conduta em casos individuais;
O patologista – examina biópsias - diagnósticos que auxiliam os clínicos;
 
Patologia Geral
Patologia geral – é o estudo das respostas básicas celulares e teciduais às lesões;
A célula normal mantém a homeostase (que é o equilíbrio com o ambiente em que está inserida, ou seja, o tecido corporal) se mantiver íntegras as suas membranas e suas organelas;
 As membranas celulares e organelas servem como alvo das lesões por microorganismos, agentes ambientais nocivos e diversas doenças genéticas, metabólicas e tóxicas;
As causas das lesões e doenças, denominadas agressões ou agentes lesivos, são muito numerosas;
 Essas agressões ou agentes, dependendo da intensidade, do tempo de ação e da constituição do organismo, órgão ou tecido, podem produzir lesões. 
 As causas de lesões são divididas em dois grupos: Extrínsecos (exógenos – originados de fora do organismo) e Intrínsecos (endógenos – originados de dentro do próprio organismo)
EXEMPLOS:
Traumatismos físicos, viroses e toxinas são exemplos de fatores extrínsecos
Mutações genéticas - são fatores intrínsecos. 
Desequilíbrio na carga de trabalho, alterações nutricionais e disfunções imunológicas - podem ter componentes de mecanismos extrínsecos e intrínsecos.
REPOSTA CELULAR À LESÃO
MECANISMOS DE ADAPTAÇÃO CELULAR
As células respondem aos estímulos e fatores estressantes de várias formas para que mantenham a homeostase;
A lesão celular acontece quando a célula não pode manter um estado estável;
Diante de um insulto as células podem se adaptar através de mudanças na sua forma ou função.
As alterações adaptativas ao estresse ou lesão celular são: 
Hipertrofia; 
Hiperplasia;
Metaplasia;
Displasia
Atrofia.
Hipertrofia
É o aumento de cada célula, ou seja, a célula sintetiza mais organelas e ocorre o aumento do volume celular;
Exemplo: hipertrofia do músculo esquelético no aumento da carga de trabalho; hipertrofia de um rim quando é retirado o outro rim.
Hiperplasia
É o aumento no número de células: aumenta a divisão mitótica, ou seja, mais células são produzidas;
Hiperplasia fisiológica – ocorre na glândula mamária (lactação) e no útero (gestação);
Hiperplasia patológica – exemplo: hiperplasia prostática benigna em cães e hiperplasia endometrial no útero (sob influência prolongada da progesterona).
 
Metaplasia
Alteração na qual um tipo celular adulto é substituído por outro tipo celular adulto. Geralmente um epitélio especializado é substituído por outro menos especializado;
A célula adulta não se transforma em outra e sim o estoque de células tronco que se diferencia;
Exemplo: epitélio ciliado da traquéia e árvore brônquica sofre irritação crônica e sofre metaplasia para epitélio escamoso estratificado;
O epitélio escamoso é mais resistente à lesão, mas devido à falta dos cílios há diminuição na remoção de muco.
Atrofia 
A atrofia é a diminuição no tamanho ou na quantidade de uma célula, tecido ou órgão, após o crescimento normal ter sido atingido; 
Exemplo: músculos de um membro que fica imobilizado se atrofiam; atrofia de áreas adjacentes a um tumor que compromete o suprimento sanguíneo. 
Displasia
Desorganização
Desenvolvimento desorganizado
Epitélio (tecidos adultos que estão sendo continuamente substituídos) 
Considerada a principal alteração pré-neoplásica.
LESÃO CELULAR
Causas e agentes que levam a lesão celular:
Privação de oxigênio;
Agentes físicos;
Agentes químicos;
Agentes infecciosos;
Reações imunológicas;
Desequilíbrios nutricionais;
Fatores genéticos.
Privação de oxigênio 
A hipóxia é causa comum e importante de lesão e morte celular. Ela pode resultar de oxigenação inadequada do sangue por: insuficiência cardíaca ou respiratória; perda ou redução da perfusão sanguínea (isquemia);
Células mais sensíveis à hipóxia: neurônios, hepatócitos, cardiomiócitos e células dos túbulos renais.
Agentes físicos
Traumatismo mecânico – os traumas causam morte de grande número de células;
Temperaturas extremas – frio extremo é prejudicial ao fluxo sanguíneo e os cristais de gelo intracelulares causam ruptura de membranas celulares;
Trauma elétrico – a eletricidade gera calor intenso e altera a condução em nervos e músculos.
 
Agentes químicos
Produtos químicos (exemplo: cloro na pele de cães);
Drogas;
Toxinas – vegetais (plantas tóxicas), micotoxinas (produzidas por fungos), bacterianas (ex. Botulismo), animais (veneno de cobra);
Todas estas substâncias podem causar lesão celular por vários mecanismos – bloquear receptores de membrana celular, produzir radicais livres tóxicos, alterar a permeabilidade celular, danificar cromossomos.
Agentes infecciosos
Os agentes infecciosos são os vírus, bactérias, fungos, parasitas e príons.
Um príon é um agregado acelular, composto por proteínas com capacidade de modificar outras proteínas, tornando-as cópias das proteínas que o compõem. Os príons estão associados a várias doenças, como por exemplo, a Encefalopatia Espongiforme Bovina, uma doença que acomete o gado conhecida como "doença da vaca-louca".
Reações/Disfunções imunológicas
O sistema imune pode falhar na resposta a agentes infecciosos e a outros antígenos como resultado de defeitos congênitos ou adquiridos do tecido linfóide. Exemplos: aplasia do timo em camundongos; imunodeficiência combinada dos potros árabes;
O sistema imune pode direcionar a resposta de forma errada indo contra os antígenos de suas próprias células. Exemplo: hipersensibilidade tipo II (isoeritrólise neonatal dos potros).
Desequilíbrio e doenças nutricionais
Esporadicamente são observadas deficiências dietéticas em animais;
Exemplo: animal caquético devido à grave caso de inanição.
Fatores genéticos (Anomalias genéticas)
Um aparato genético normal é necessário para que a célula consiga manter a homeostase. Mutações podem privar as células de enzimas importantes para a função normal;
Exemplo: defeitos nos fatores de coagulação (existem muitos defeitos relacionados a esses fatores que podem ocorrer nos animais domésticos);
Linfedema primário – defeito na formação dos vasos linfáticos em bezerros – neste caso ocorria edema devido à falha de drenagem dos vasos linfáticos anormais.
LESÃO CELULAR REVERSÍVEL
(processos degenerativos)
Degeneração hidrópica (tumefação celular);
Degeneração hialina;
Degeneração gordurosa;
Glicogenoses.
Degeneração hidrópica (tumefação celular)
É o aumento do volume celular a partir de uma sobrecarga de água, causada pela
 falência da célula em manter a homeostasia regulando a entrada e saída de água.
Características macroscópicas:
 Os órgãos afetados são maiores, mais pesados e pálidos.
Características microscópicas:
 Observamos vacúolos no citoplasma das células dos órgãos afetados.
Degeneração hialina
É o acúmulo intracelular de material de natureza protéica, conferindo às células um aspecto hialino (eosinofílico – cor rosa claro em lâminas histológicas). Observada por exemplo nas células do epitélio dos túbulos renais e na luz tubular quando lesão glomerular deixa passar grande quantidade de proteína;
É percebida no exame microscópico como substância amorfa e eosinofílica (material de origem protéica que cora-se de rosa na coloração de rotina - HE).
Degeneração gordurosa 
Sinônimos: lipidose hepática, fígado gorduroso, esteatose hepática;
É o acúmulo anormal de gordura no citoplasma das células parenquimatosas dos órgãos 
Exemplos: 
Nos casos de iníciode lactação em vacas leiteiras também há alta demanda de energia e ocorre a mobilização de gorduras (cetose); 
Gato obeso que deixa de se alimentar repentinamente mobiliza as gorduras corporais rapidamente e sobrecarrega o fígado.
Toxemia da prenhez em ovelhas, geralmente em casos de gestação de gêmeos.
Glicogenoses
É o acúmulo de glicogênio no citoplasma das células;
Quantidades variáveis são armazenadas normalmente nos hepatócitos e miócitos;
Animais desnutridos têm os hepatócitos desprovidos de glicogênio;
Quantidades excessivas de glicogênio são observadas em animais em que o metabolismo da glicose ou glicogênio é anormal como: diabetes melito ou animais tratados com excesso de corticosteróides.
 
Acúmulos extracelulares
1) Substâncias hialinas (cor de rosa)
Material proteináceo - na luz dos túbulos renais em forma de cilindro;
Plasma na luz dos vasos sanguíneos;
Microtrombos plaquetários na coagulação intravascular disseminada (CID) – localizados nos capilares glomerulares e capilares alveolares.
2) Amilóide
Substâncias proteináceas extracelulares
Significado Amilóide = Substância parecida com amido;
Teste para presença de amido é positivo nos casos de amiloidose;
Teste – sol. de iodo + ác. Sulfúrico = cor azul = positivo para amido;
Macroscopia:
Pontos azul-enegrecidos distribuídos em múltiplos focos pelo tecido renal 
Microscopia: 
Coloração de Hematoxilina e eosina (HE): Material amorfo e eosinofílico (material sem forma definida e de cor rosa - claro depositado no tufo glomerular;
Vermelho Congo – coloração especial
Confirma a presença de amilóide, mas necessita observação com polarizador no microscópio e fica verde-brilhante.
Classificação da amiloidose:
Discrasia imunocítica – ocorre em humanos – não em animais – distúrbio plasmocitário;
Amiloidose sistêmica – mais comum nos animais – secundária a processos inflamatórios crônicos – devido à estimulação antigênica crônica. Locais mais comuns de ser observada: fígado, rim, baço e linfonodo.
Amiloidose localizada – um órgão.
Equinos – septo nasal e vestíbulo nasal;
Gatos – ilhotas pancreáticas.
β-amiloidose: acúmulo de proteína β-amilóide.
em humanos – Alzheimer;
Em animais – foi detectado no encéfalo de cães idosos.
3) Alteração fibrinoide
Ou necrose fibrinoide – sistema vascular – lesão da parede dos vasos sanguíneos;
Exemplo, Febre Catarral Maligna em bovinos.
4) Gota
Depósito de cristais de urato de sódio nos tecidos – ocorre em aves e répteis, de Forma visceral e forma articular (rara). A forma visceral ocorre em Superf. Serosas viscerais – depósitos acinzentados. 
 Causas: Deficiência de vitamina A, Dieta rica em proteínas, Lesão renal.
5) Pseudogota 
Depósitos de cristais de pirofosfato de cálcio nas articulações – rara em cães;
Animais com hiperparatireoidismo podem desenvolver pseudogota.
6) Colesterol
Cristais de colesterol – observado em tecidos com hemorragia e necrose;
Importância em equinos idosos;
Granuloma de colesterol ou colesteatoma 
Pode ser grande – localizado no plexo coróide dos ventrículos laterais – pode causar hidrocefalia obstrutiva (o líquido cefalorraquidiano não é drenado devido à presença do colesteatoma)
LESÃO CELULAR IRREVERSÍVEL E MORTE CELULAR
A lesão celular irreversível ocorre quando a célula ultrapassa os limites de alterações internas em que poderia haver recuperação (retorno) e então neste momento ocorre a morte da célula.
MORTE CELULAR
A morte da célula pode ser dividida em necrose ou apoptose:
Necrose – ocorre digestão e extravasamento de componentes que estimulam resposta inflamatória.
Apoptose – morte celular programada. Ocorre formação de corpúsculos apoptóticos que são fagocitados por macrófagos. Não há inflamação.
 
Necrose 
Causas de lesão celular irreversível:
Hipóxia;
Isquemia;
Lesão de membrana.
1 - Lesão por hipóxia 
Redução do aporte de oxigênio para a célula devido à isquemia parcial
Isquemia parcial – quando não há o bloqueio completo da perfusão sanguínea para uma área de tecido ou órgão.
 
2 - Lesão isquêmica
é mais grave do que a lesão hipóxica porque ocorre o corte completo de substratos e nutrientes para a célula e ainda há o acúmulo de resíduos e metabólitos celulares
 
Sem perfusão sanguínea os resíduos não serão retirados
3 - Lesão de membrana levando a morte celular 
Lesão por radicais livres.
RADICAL LIVRE:
Qualquer molécula com um elétron não pareado;
São subprodutos do metabolismo oxidativo normal, exposição à radiação, gases tóxicos e substâncias químicas;
Os radicais livres desempenham um papel importante na lesão celular;
Os radicais livres agem em todas as membranas celulares – membrana plasmática e membranas de organelas
Causam lesões irreversíveis
Causam também fragmentação do DNA celular
Combate natural aos radicais livres:
Enzimas antioxidantes produzidas pela própria célula
 SOD – superóxido-dismutase
 Catalase 
 Glutationa –peroxidase
Reação inflamatória – sempre que houver necrose vamos observar resposta inflamatória que pode ser leve, moderada ou acentuada.
Aparência macroscópica do tecido necrótico :
Pálido;
Macio;
Friável;
Pode ser vermelho se há infiltração de sangue;
Geralmente circundada por halo vermelho – zona de demarcação – área de inflamação.
Tipos de necrose
NECROSE DE COAGULAÇÃO
Preservação do contorno básico das células necrosadas.
Citoplasma – homogêneo e eosinofílico
 Coagulação das proteínas = material róseo
 A lesão ou acidose celular leva a desnaturação das proteínas estruturais e das enzimas.
Alterações histológicas na necrose:
Os núcleos das células necróticas se apresentam: 
Picnóticos – retração nuclear;
Cariorrexia- ruptura da membrana nuclear e fragmentação do núcleo;
Cariólise – dissolução da cromatina nuclear – núcleo pálido – ocorre ação de enzimas;
Ausentes – lise completa e não obs. mais o núcleo.
NECROSE DE CASEIFICAÇÃO/NECROSE CASEOSA
As células mortas formam uma massa granular e friável.
Microscopia da necrose caseosa:
Foco necrótico = observam-se apenas detritos nucleares e citoplasmáticos.
NECROSE LIQUEFATIVA
Necrose que ocorre no SNC;
Sistema nervoso tem pouco tecido conjuntivo de sustentação – resta apenas líquido e restos celulares.
GANGRENA
Tem como lesão inicial a necrose de coagulação.
Pode ser:
Gangrena úmida
Gangrena seca
Gangrena gasosa
1. Gangrena úmida:
Área de tecido necrótico onde há degradação por ação de bactérias que causam liquefação do tecido;
Estas bactérias estão no ambiente, no ar, contaminantes da pele e solo.
 
2. Gangrena seca:
Após a necrose há perda de líquidos do tecido;
Não há proliferação de bactérias – ambiente não favorável à proliferação.
3. Gangrena gasosa:
Proliferação bacteriana produz gás no tecido necrótico;
Bactérias anaeróbicas;
Penetração por feridas musculares ou do tecido subcutâneo;
Clostridium perfringens ;
Clostridium septicum.
NECROSE DA GORDURA (SAPONIFICAÇÃO) 
Necrose gordurosa enzimática – principalmente adjacente ao pâncreas - lipases pancreáticas fazem a digestão da gordura peripancreática
Necrose gordurosa traumática – tecido adiposo esmagado – gordura adjacente ao canal pélvico – no caso de distocia em vacas
Necrose gordurosa abdominal dos bovinos – grandes massas de necrose gordurosa – mesentério, omento (de causa desconhecida)
APARENCIA MORFOLÓGICA DAS ALTERAÇÕES POST MORTEM
AUTÓLISE POST MORTEM:
Autólise das células após a morte do animal;
Imediatamente após a morte as enzimas extravasam do interior das células e inicia-se a digestão celular;
Presença de bactérias – decomposição bacteriana;
Lúmen intestinal – bactérias migram para os tecidos;
Disseminação por todo o cadáver. BACILOS DA PUTREFAÇÃO.
PUTREFAÇÃO
Ometabolismo bacteriano e a decomposição dos tecidos produz:
Alterações da cor e textura dos órgãos e produção de gás e odores.
O tempo entre a morte, necropsia e a colheita do material influencia marcadamente a avaliação morfológica dos tecidos tanto macroscopicamente quanto microscopicamente. Deve-se realizar a necropsia logo após a morte e colher amostras de tecidos em formol a 10% (1 parte de formol para 9 de água = 100 ml de formol + 900 ml de água)
Rigor mortis
Algor mortis
Livor mortis
Coágulos post mortem
Impregnação por hemoglobina
Impregnação por bile
Pseudomelanose
Amolecimento
Dilatação 
Deslocamento de vísceras 
Focos de palidez – fígado
Descolamento de mucosa
Opacidade do cristalino
Rigor mortis
Contração muscular – após a morte;
Início: 1 a 6 horas;
Duração: 1 a 2 dias;
O rigor é desfeito pela autólise;
Maior musculatura maior rigor mortis
Animais caquéticos podem não ter rigor mortis
Algor mortis
É o resfriamento gradual do cadáver;
Temperatura corporal no momento da morte influencia o algor mortis;
Exemplo – febre, gordura corporal, cobertura de lã.
 
 Isolamento térmico da carcaça
Livor mortis
CONGESTÃO HIPOSTÁTICA = HIPOSTASE;
Deslocamento gravitacional do sangue para o lado de baixo do animal;
Na pele – suínos – mais evidente;
Todos os animais : os órgãos que estão no lado inferior do cadáver (bastante evidente no rim e pulmão).
Coágulos post mortem
Formados dentro de horas – coração e vasos sanguíneos;
Intoxicação por warfarina e coagulopatias hereditárias - podem influenciar na formação dos coágulos post mortem;
Coágulo lardáceo – soro coagulado – cor amarelo-clara – chamado de “coágulo de gordura de galinha” devido à cor;
Coágulo cruórico – vermelho – composto na maior parte de eritrócitos.
Embebição por hemoglobina
Coloração avermelhada dos tecidos;
Bastante evidente no interior das artérias e na serosa das vísceras;
Os eritrócitos em autólise liberam hemoglobina 
 Atravessa a parede vascular 
Embebição de todas as superfícies das vísceras 
Embebição biliar
A bile penetra na parede da vesícula biliar e cora os tecidos adjacentes;
Amarelado ou marrom-esverdeado;
Locais: parte do fígado e serosa intestinal em contato com a vesícula biliar.
Pseudomelanose
Tecidos azul-esverdeados ou enegrecidos
Mecanismo
Ferro (Fe) da hemoglobina liberada por eritrócitos rompidos
Sulfeto de hidrogênio (H2S) → putrefação
Sulfeto ferroso (FeS)
Amolecimento 
Alteração post mortem muito comum – aumenta com o passar do tempo;
Os tecidos autolisados perdem o aspecto e a consistência normais e o amolecimento é frequentemente observado nos animais que morreram há muitas horas e permaneceram em temperatura ambiente .
Dilatação
Formação de gás principalmente na luz do trato gastrointestinal;
O rúmen dilata acentuadamente em poucas horas da morte e pode causar ruptura do diafragma;
A velocidade de formação de gás depende da dieta, substratos disponíveis para as bactérias e temperatura.
Deslocamento de vísceras
Fermentação bacteriana – produção de grande quantidade de gás – TGI;
Rúmen - distende, pressiona os órgãos abdominais e ocorre prolapso retal;
Compressão do diafragma que comprime os pulmões e observamos a expulsão de líquido espumoso pelo nariz e boca.
Focos de palidez – fígado
Podem ser:
Aumento da pressão intra-abdominal que comprime o sangue – impressão costal – as costelas fazem uma marca na superfície do fígado ou Proliferação bacteriana – algumas áreas mais claras no fígado podem ser áreas de autólise onde observamos grandes bacilos distribuídos em agregados pelo fígado na microscopia.
Desprendimento de mucosa
Rúmen – local comum onde obs. desprendimento do epitélio devido à autólise;
Ao manipularmos o órgão a mucosa se desprende;
Diferenciar de lesão por planta tóxica (mio-mio) – neste caso veremos lesão microscópica de necrose do epitélio.
Opacidade do cristalino
Em animais refrigerados ou congelados;
A córnea está normal e o cristalino é branco;
Após aquecimento da carcaça obs. a transparência normal do cristalino;
Não confundir com catarata.
CALCIFICAÇÃO PATOLÓGICA
Os sais de cálcio podem se depositar em tecidos mortos, que estão morrendo ou normais.
Esse processo é chamado de calcificação patológica.
Ocorre sob duas formas:
Calcificação distrófica;
Calcificação metastática.
Calcificação distrófica
Ocorre em tecidos necróticos (deposição localizada de sais de cálcio);
Neste caso as concentrações séricas de cálcio são normais;
Ocorre em áreas de necrose – qualquer tipo de necrose (de coagulação, caseosa, da gordura, de liquefação);
Aparência macroscópica:
As áreas de tecido afetadas são brancas.
Aparência microscópicas:
Os sais de cálcio coram-se azulados com a coloração de rotina (HE);
Coloração especial mais utilizada: Von Kossa (as áreas com depósito de cálcio são marrom-escuras ou pretas).
Locais mais comuns de ocorrência:
Miocárdio necrosado;
Musculatura esquelética necrosada;
Granulomas com o centro caseoso (como os da tuberculose em bovinos).
Calcificação metastática
Quando há a deposição de sais de cálcio em tecidos normais e resulta de hipercalcemia secundária a distúrbios do metabolismo do cálcio;
Grande quantidade de íons cálcio entra nas células e esses íons se precipitam nas organelas (principalmente mitocôndrias).
Principal causa: 
Insuficiência renal 
Ocorre retenção de fosfatos devido à lesão renal; 
Ocorre ligação dos íons cálcio com o fósforo em excesso; 
A redução de cálcio sérico estimula a liberação de hormônio paratireoidiano, que estimula a retirada de cálcio do tecido ósseo;
O cálcio que é retirado dos ossos se deposita nos tecidos;
Alguns locais com deposição de cálcio: mucosa gástrica, rins, septos alveolares e espaços intercostais.
Outras causas (menos comuns):
Intoxicação por vitamina D
Intoxicação por plantas calcinogênicas
Paratormônio (PTH) e proteína relacionada ao PTH: 
O hiperparatireoidismo primário é raro.
Em casos de linfomas malignos caninos e em casos de adenocarcinoma de glândulas anais em cães (pode haver hipercalcemia ou elevadas concentrações de proteína relacionada ao PTH).
Osso ectópico
A ossificação ectópica é o nome do processo de produção óssea em locais anormais;
O tipo mais comum é formado por metaplasia óssea, os fibroblastos de um tecido diferenciam-se em osteoblastos que formam osteoide, que é mineralizado como osso normal;
Exemplos de osso ectópico: formação de osso peribronquiolar em pulmão de cães idosos, ossificação na dura-máter (meninge) de cães idosos.
Pigmentos
Na categoria de pigmentos estão agrupadas as substâncias que dão coloração incomum aos tecidos;
Os pigmentos são classificados em dois grupos:
Exógenos (formados fora do corpo);
Endógenos (formados dentro do corpo).
Pigmentos exógenos
Carbono:
O carbono é o pigmento exógeno mais comum; 
A porta de entrada no organismo é a inalação;
O acúmulo de carbono no pulmão é chamado de antracose;
Todos os animais estão expostos, mas a antracose é mais comumente observada naqueles que vivem em ambientes poluídos (próximo a rodovias por exemplo);
Macroscopicamente o carbono é visualizado como pontos enegrecidos subpleurais no pulmão e também em linfonodos brônquicos que se tornam enegrecidos devido à presença do pigmento em macrófagos;
Microscopicamente o carbono apresenta-se como grânulos enegrecidos que podem ser observados em macrófagos (intracelular) ou extracelular.
Tatuagens:
A tatuagem é utilizada como método de identificação;
Esses pigmentos são introduzidos na derme e uma parte é fagocitada por macrófagos e outra parte pode ficar livre na derme, mas sem provocar reação inflamatória.
Pigmentos carotenóides
São pigmentos lipossolúveis originados de plantas e incluem os β-carotenos (precursoresda vitamina A);
Os carotenoides coram a gordura corporal de amarelo;
Microscopicamente não são observados – devido ao processamento do material que remove pigmentos lipossolúveis;
A presença dos carotenoides pode mascarar a presença de icterícia;
Observado mais comumente em equinos e gado Jersey.
Tetraciclina
Antibióticos a base de tetraciclina administrado aos animais durante o desenvolvimento dentário podem se depositar na dentina, esmalte e cemento;
E assim ocorre a pigmentação dos dentes com uma cor amarelada ou acastanhada.
Pigmentos endógenos
Melanina
A melanina é o pigmento comumente presente na epiderme e é responsável pela cor da pele e dos pelos;
Está presente também: na retina, íris e em pequenas quantidades nas meninges de animais com pelagem preta;
Melanócitos – secretam melanina e na pele estão na camada basal da epiderme;
A melanina tem função de proteção dos núcleos das células da pele;
Na patologia observamos a melanina aumentada em condições como: tumores = melanomas; lesões crônicas de pele que cursam com hiperpigmentação;
Melanose congênita: manchas pretas multifocais. Grandes depósitos congênitos de melanina nos tecidos são chamados de melanose congênita e podem ser observados, por exemplo, nos pulmões ou camada íntima da aorta. Espécies mais comuns: suínos, ovinos, bovinos.
Lipofuscina
A lipofuscina é o resultado final da autofagocitose dos constituintes celulares, como organelas (lixo biológico);
Comumente observada no citoplasma de neurônios e cardiomiócitos;
Dependente de tempo para acumular;
Não relacionada com lesão.
Ceroide
Pigmento marrom semelhante à lipofuscina;
Não depende de tempo para acumular;
Associado a deficiência de vitamina E na dieta;
Exemplo: condição rara observada em cães chamada “intestino pardo canino”.
Acúmulo deste pigmento nas células musculares lisas da camada muscular do intestino do cão.
Pigmentos hematógenos
Hemoglobina
Pigmento normal dos eritrócitos;
Pode causar alterações macroscópicas na coloração do corpo;
O sangue arterial (que possui hemoglobina oxigenada) é avermelhado;
O sangue venoso possui mais sangue não oxigenado e é azulado;
 Quando o sangue não é oxigenado adequadamente observa-se a chamada cianose que é o aspecto azulado na pele ou mucosas;
Intoxicação por cobre – rins e urina são corados de vermelho-escuro – hemoglobina é excretada via renal.
Hematinas
Pigmento de formalina
É o pigmento de formol ou chamado de hematina formalínica ácida;
Artefato microscópico que ocorre quando tecidos ricos em sangue entram em contato com solução ácida de formol;
Característica microscópica: pigmento granular marrom-enegrecido;
Ocorre devido à acidez da solução de formol não tamponado.
Hematina parasitária
Observada em casos de: 
Fascioloides magna (trematodeo hepático) em ruminantes (o fígado apresenta traçados enegrecidos – conhecido como “rastro parasitário”; 
Microscopicamente: observamos pigmento preto acumulado adjacente às áreas de migração do parasita.
Hemossiderina
O ferro é armazenado no organismo sob duas formas:
Ferritina e hemossiderina.
A hemossiderina é formada a partir de agregado intracelulares de ferritina;
O baço é o local onde observamos maior quantidade de hemossiderina;
Pode haver acúmulo em locais onde houve hemorragia e em áreas de fluxo sanguíneo deficiente, como congestão passiva crônica nos pulmões;
No caso dos pulmões os eritrócitos podem passar aos alvéolos e serem fagocitados por macrófagos alveolares – esses macrófagos são chamados de “células da insuficiência cardíaca” (ou células do vício cardíaco).
O baço e o fígado na doença hemolítica podem se apresentar de cor castanho, assim como o pulmão na congestão passiva crônica. 
Bilirrubina
A bilirrubina em baixas concentrações está presente no plasma como resultado da degradação de eritrócitos que atingem seu período de vida média útil; 
A icterícia – que é a coloração amarelada dos tecidos por bilirrubina é o resultado do desequilíbrio entre produção e excreção de bilirrubina
A icterícia é classificada de uma forma prática como:
Pré-hepática - (causa mais comum é a hemólise como em casos de babesiose) onde há a produção de altas concentrações plasmáticas de bilirrubina e que excedem a capacidade do fígado de captação;
Hepática – é causada por lesão hepatocelular que resulta em incapcidade do fígado em captar e excretar a bilirrubina;
Pós-hepática: a icterícia hepática é secundária à obstrução do sistema biliar. 
Macroscopia: os tecidos ictéricos são de leve a acentuadamente amarelados, sendo melhor evidenciados na mucosa oral, genital e na esclera do olho;
Na necropsia a icterícia pode ser observada no tecido adiposo subcutâneo, omento e mesentério;
A icterícia (a coloração tecidual) não é detectada microscopicamente, mas é possível observar quantidade excessivas de bilirrubina nos ductos e canalículos biliares, por exemplo, na icterícia obstrutiva (pós-hepática).
Porfiria
A porfiria eritropoiética dos bovinos, felinos e suínos é uma alteração metabólica hereditária na síntese do grupo heme da hemoglobina;
É causada por deficiência enzimática;
Não havendo o aproveitamento das porfirinas na síntese da hemoglobina ocorre o acúmulo deste pigmento que tinge os tecidos como ossos e dentes.
Condição chamada de “dente róseo”.
DESORDENS VASCULARES (distúrbios circulatórios)
Introdução
O sistema circulatório distribui oxigênio, nutrientes e elimina os produtos do metabolismo do corpo;
O movimento de fluídos e células através do sistema circulatório faz a comunicação das células com o meio externo.
Sistema circulatório
Sangue;
Coração (bomba circulatória);
Artérias (rede de distribuição);
Veias (rede de coleta);
Capilares sanguíneos - microcirculação (sistema para trocas de nutrientes e produtos da excreção entre o sangue e o tecido extravascular);
Vasos linfáticos (paralelos às veias contribuem com a circulação fazendo a drenagem de líquido do espaço extravascular para a circulação evitando assim o acúmulo).
Microcirculação, interstício e células 
A troca de fluídos, nutrientes e produtos do metabolismo entre o sangue e as células ocorre no interstício;
Que é o espaço entre as células e a microcirculação;
O interstício é composto de uma matriz extracelular que é formada principalmente por colágeno tipo I.
Distribuição de fluídos e homeostasia
A distribuição de fluídos, nutrientes e produtos do metabolismo entre o sangue, o interstício e as células é controlada por:
Barreiras físicas (membrana plasmática das células e parede capilar);
Pressão (hidrostática e osmóticas);
Diferença de concentração entre cada compartimento.
Estrutura e função do endotélio vascular
As células endoteliais:
Regulam o tráfego de células inflamatórias;
Disparam a coagulação do sangue;
Controlam o crescimento da célula vascular (secretam fatores que estimulam a angiogênse);
Modulam a atividade do músculo liso;
Produzem a prostaciclina (que previne a adesão de plaquetas e a formação de coágulos.
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EDEMA
Definição: 
Edema é o acúmulo de líquido no interstício ou em cavidades corporais;
Ele ocorre devido a alterações na distribuição de fluido entre o plasma e o interstício.
Causas do edema:
O edema ocorre por quatro mecanismos principais:
Aumento da permeabilidade vascular;
Aumento na pressão hidrostática intravascular;
Diminuição na pressão osmótica intravascular;
Diminuição na drenagem linfática.
Aumento da permeabilidade vascular
Comumente associado à reação microvascular a estímulo inflamatório ou imunológico;
Estes estímulos induzem liberação de mediadores que causam vasodilatação e aumento da permeabilidade;
Exemplos destes mediadores: histamina e bradicinina;
Doença do edema (Escherichia coli).
Aumento da pressão hidrostática intravascular
Pode ocorrer por congestão passiva localizada ou generalizada (ocorre diminuição do retorno venoso);
Localizada: por exemplo,em compressão por tumores ou torção de vísceras;
A generalizada é por insuficiência cardíaca (esquerda ou direita) – os animais apresentam edema nas regiões ventrais do corpo ou ascite.
Diminuição da pressão osmótica intravascular (hipoalbuminemia)
Perda protéica
Glomerulonefrites;
Parasitas gastrintestinais.
Diminuição da síntese protéica
Cirrose hepática;
Desnutrição.
Diminuição na drenagem linfática /Obstrução Linfática
Neoplasias (tumores) dos vasos ou linfonodos;
Inflamação;
Intervenções cirúrgicas.
Terminologia do edema:
Hidrotórax – edema localizado na cavidade torácica; 
Hidropericárdio – edema localizado no saco pericárdico;
Ascite – edema localizado na cavidade abdominal;
Hidrocefalia – edema localizado no encéfalo;
Anasarca – edema generalizado - por todo o corpo do animal.
Significado clínico do edema:
O edema subcutâneo apresenta complicações clínicas menores do que, por exemplo, o edema cerebral, o hidrotórax e o hidropericárdio;
Porque nos três últimos haverá pressão sobre o órgão que levará a sérias disfunções, pois estes órgãos (encéfalo, pulmão e coração) estão em um espaço confinado que não permite a expansão.
HEMOSTASIA
A hemostasia é a suspensão do sangramento;
É uma resposta fisiológica a um dano vascular e fornece um mecanismo para selar um vaso danificado para prevenir a perda de sangue;
A hemostasia é um processo finamente regulado que envolve interações entre o endotélio, plaquetas e fatores de coagulação;
Normalmente ocorre somente em locais de dano vascular, sem afetar a fluidez e o fluxo de sangue na vasculatura não danificada normal;
A interrupção no balanço da hemostasia pode resultar em estados patológicos de perda de sangue = hemorragia ou em formação inapropriada de trombo = trombose;
O endotélio normal fornece uma superfície que promove o fluxo de sangue suave e não turbulento;
Ele produz e responde a mediadores que aumentam a vasodilatação e inibem a adesão plaquetária, agregação e coagulação;
Em contraste, após a lesão ou ativação, o endotélio produz ou responde aos mediadores que induzem vasoconstrição, aumentam a adesão e agregação plaquetária e estimulam a coagulação;
Mediadores Endoteliais da Hemostasia
ANTICOAGULANTE
Prostaciclina (PGI2)
Mantém o relaxamento vascular e inibe a adesão e ativação plaquetária.
Óxido nítrico (NO)
Mantém o relaxamento vascular e inibe a agregação plaquetária. Age sinergicamente com a via da proteína C e a antitrombina III (ATIII) para suprimir a produção de trombina.
Trombomodulina
Proteína de membrana que se liga à trombina para iniciar a ativação da proteína C.
Proteína S
Cofator na via da proteína C; inibe independentemente a ativação dos fatores VIII e X.
Moléculas tipo heparina
Os proteoglicanos do sulfato de heparina se ligam e concentram a ATIII na superfície endotelial
Ativador do plasmogênio tecidual (tPA)
Ativa a fibrinólise pela estimulação da conversão do plasminogênio a plasmina
Ectoenzima adenosina difosfatase
Degradação de adenosina difosfato (ADP) para inibir seus efeitos pró-coagulantes
Anexina V
Liga-se a fosfolipídios carregados negativamente e ao cálcio para remover os fatores coagulantes dependentes de fosfolipídios na superfície endotelial e inibir a formação de trombina e fator Xa.
Inibidor-1 da via do fator tecidual (TFPI-1)
Um inibidor direto do complexo TF:VIIa
PRÓ-COAGULANTE
Fator tecidual
Produzido após a ativação endotelial por substâncias como citocinas, endotoxina, trombina e complexos imunes 
Fator de Von Willebrand
Liberado após a exposição do endotélio a substâncias como trombina, histamina e fibrina.
Inibidor-1 do ativador do plasmiogênio (PAI-1)
Reduz a fibrinólise pela inibição do ativador do plasmiogênio tecidual (tPA) e do ativador do plasminogênio tipo uroquinase (uPA).
REPARO VASCULAR
Fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF)
Estimula a mitogênese de músculo liso e fibroblastos.
Fator de crescimento de fibroblastos (FGF)
Estimula a proliferação de fibroblasto.
Fator-β De crescimento transformador (TGF- β)
Modula o reparo vascular pela inibição da proliferação de vários tipos celulares, incluindo o endotélio.
As plaquetas são fragmentos de células anucleadas derivadas de megacariócitos;
Os megacariócitos são originados da medula óssea;
A produção de plaquetas ocorre quando o citoplasma de um megacariócito se fragmenta;
A maior participação das plaquetas na hemostasia é a formação do tampão inicial que cobre e sela uma área pequena de dano vascular;
Após a lesão vascular, as plaquetas aderem ao colágeno subendotelial através do fator de von Willebrand;
As plaquetas aderidas expressam receptores que promovem agregação de plaquetas adicionais e se tornam ativadas para liberar os produtos dos seus grânulos citoplasmáticos e produzir outros mediadores da coagulação;
A superfície fosfolipídica das membranas das plaquetas agregadas também serve para promover a coagulação
Os fatores da coagulação são proteínas presentes no plasma que são produzidas principalmente pelo fígado. A finalidade destas proteínas é formar a fibrina.
Os fatores da coagulação são divididos em:
Grupo de contato: composto por pré-calicreína, cininogênio de alto peso molecular (HMWK) e fatores XI e XII;
Grupo dependente de vitamina K: composto por Fatores II, VII, IX e X
Grupo fibrinogênio: composto por - Fatores I, V, VIII e XIII
Os fatores da coagulação circulantes são ativados em cascata
O grupo de fatores de contato é ativado pelo contato com o colágeno ou contato com componentes subendoteliais para iniciar a coagulação pela via intrínseca
a via extrínseca da coagulação é ativada pela liberação do fator tecidual (TF, fator III) pelas células endoteliais danificadas
Os fatores da coagulação dependentes de vitamina K podem se ligar ao cálcio para formar pontes de cálcio com fosfolipídios plaquetários
PROCESSOS HEMOSTÁTICOS
A sequência de eventos que contribuem para a hemostasia são: 
Vasoconstrição transitória e agregação plaquetária para formar o tampão plaquetário no local do dano (hemostasia primária)
Coagulação para formar uma rede de fibrina (hemostasia secundária)
Fibrinólise para remover o tampão plaqueta/fibrina (retração do trombo)
Reparo tecidual no local danificado
HEMOSTASIA PRIMÁRIA
A hemostasia primária inclui a resposta vascular e plaquetária inicial à lesão.
Estímulos neurogênicos e mediadores liberados localmente pelo endotélio causam vasoconstrição imediatamente após o dano.
A natureza e a efetividade da vasoconstrição são parcialmente determinadas pelo tamanho do vaso afetado, quantidade de músculo liso que ele contém e a integridade endotelial.
O estreitamento do lúmen vascular permite que a superfície endotelial oposta fique em contato com a outra e algumas vezes formam aderências para reduzir o volume do fluxo de sangue na área danificada.
As plaquetas podem aderir diretamente à matriz subendotelial de colágeno, à fibronectina e outras glicoproteínas e proteoglicanos, porém, uma adesão mais eficiente ocorre quando o fator de von Villebrand (vWF), liberado pelo endotélio local ativado, cobre o colágeno subendotelial e forma uma ponte específica entre o colágeno e os receptores das plaquetas
Neste ponto se não houvesse nenhum estímulo as plaquetas desagregariam
Mas as plaquetas que estão agregadas secretam liberam grânulos que contêm ADP (difosfato de adenosina) e tromboxano A2 (TXA2) para acelerar a hemostasia.
O difosfato de adenosina (ADP) desencadeia a ligação do fibrinogênio ao receptor das plaquetas
Resultando na formação de pontes que ligam as plaquetas em um agregado frouxo
A contração das plaquetas consolida esse agregado frouxo em um tampão denso que cobre a área danificada
HEMOSTASIA SECUNDÁRIA
A formação de fibrina é importante para a prevenção da perda de sangue.
A rede de fibrina é o produto final de uma série de reações enzimáticas envolvendo fatoresde coagulação, cofatores não enzimáticos, cálcio e fosfolipídios de membrana derivados principalmente de plaquetas
A coagulação sanguínea é estudada desde a década de 1960 através do modelo da coagulação em cascata
A cascata da coagulação é dividida em:
Via intrínseca;
Via extrínseca;
Via comum.
A via intrínseca
A coagulação intrínseca é um processo complexo e altamente inter-relacionado que é iniciado pelo grupo de contato dos fatores de coagulação
Fatores pró-coagulantes vão sendo ativados em cascata para chegar na via comum
A via extrínseca
A liberação do fator tecidual (TF=fator III) pelas células subjacentes ao endotélio danificado ou pelo endotélio ativado inicia a via extrínseca
A via comum
As vias intrínseca e extrínseca se juntam ao nível da ativação do fator X.
O fator Xa (fator X ativado) é ligado aos fosfolipídios de membrana endotelial ou plaquetária onde pode converter o fator II em fator IIa (que é a trombina)
A trombina é um mediador importante que tem como função principal a clivagem (quebra) dos fibrinopeptídeos do fibrinogênio (fator I) para formar a fibrina 
EVENTOS ANTITROMBÓTICOS
As ligações cruzadas da rede de fibrina, juntamente com a simultânea contração das plaquetas e a presença de cálcio em abundância, trombina e trifosfato de adenosina (ATP), causam a retração do trombo fibrino-plaquetário.
A retração reduz o tamanho do trombo para permitir que o fluxo sanguíneo continue e puxa as extremidades danificadas dos vasos para ficarem juntas e permitir uma cicatrização eficiente.
A inter-relação das vias da coagulação também se estende para as reações anticoagulantes
Quando a trombina atinge níveis excessivos ela passa a destruir, em vez de ativar, os fatores V e VIII
Quando a trombina se liga à trombomodulina nas superfícies endoteliais, ela ativa a proteína C, que é um potente anticoagulante
Dissolução do trombo
O objetivo do trombo fibrina-plaqueta é formar um tampão temporário que se dissolve após a cura do vaso
Esse processo de dissolução do trombo é chamado de trombólise
A taxa de dissolução do trombo deve ser balanceada para que não ocorra muito rapidamente e o sangramento retorne
Mas também não pode ser prolongada de modo que ocorra a oclusão do vaso
Para a dissolução do trombo é necessário que ocorra a dissolução da fibrina (fibrinólise) 
Para que isso ocorra deve acontecer a quebra do plasminogênio (proteína plasmática) em plasmina
A plasmina tem a função de degradar a fibrina
Essa degradação vai gerar os produtos da degradação da fibrina 
Os produtos da degradação da fibrina vão inibir a trombina, interferir com a polimerização da fibrina e podem revestir as membranas das plaquetas para inibir a agregação plaquetária.
Regulação da hemostasia
Os potentes efeitos biológicos dos produtos hemostáticos deve ser finamente regulados para atingir uma hemostasia apropriada, sem criar efeitos indesejados associados com pouca ou muita atividade
Pouca atividade ------------------- hemorragia
Muita atividade -------------------- trombose
Os fatores da coagulação são continuamente ativados em um nível basal (baixo) para manter o sistema preparado para uma resposta rápida a um estímulo lesivo
Proteínas que inibem ou degradam produtos hemostáticos ativados estão presentes no plasma ou são produzidas localmente no local da hemostasia
A regulação também é alcançada pela simples diluição dos agentes ativados com sua remoção da área pelo sangue
E da circulação os fatores são removidos pelo fígado e pelo baço
DESORDENS DA HEMOSTASIA: hemorragia e trombose
O objetivo da hemostasia é prevenir a perda de sangue decorrente de dano vascular, ao mesmo tempo em que mantém o sangue em um estado fluido, de tal forma que ele possa fluir livremente através da vasculatura normal
A falha na hemostasia pode resultar em perda extravascular de sangue ------------ hemorragia
Ou na formação inapropriada de trombo intravascular ------------- trombose
Hemorragia
A hemorragia ocorre por causa de função ou integridade anormal de um ou mais dos principais fatores que influenciam a hemostasia 
E esses fatores são: o endotélio e os vasos sanguíneos, as plaquetas ou fatores da coagulação
Anormalidades nos vasos sanguíneos podem resultar de vários problemas adquiridos ou herdados
HEMORRAGIA POR REXIS:
O trauma pode romper um vaso e causar hemorragia por rexis 
Rexis = quebra por rompimento (ruptura)
A hemorragia por rexis também pode ocorrer após erosão vascular devido a reações inflamatórias ou neoplasmas invasivos. Exemplo de quando ocorre hemorragia por rexis: Ruptura da artéria carótida interna secundária a micose da bolsa gutural em eqüinos (guturocistite)
As bolsa guturais dos cavalos são grandes divertículos (bolsas) da porção ventral das tubas auditivas
Esses divertículos são expostos aos mesmos patógenos que a faringe e têm problemas de drenagem
Os patógenos mais comumente envolvidos em lesões das bolsas guturais são os fungos
Devido a proximidade anatômica estreita entre as bolsas guturais e as artérias carótidas internas a micose das bolsas guturais leva a erosão vascular com vazamento de sangue para o interior da bolsa gutural e epistaxe
Epistaxe
É o termo clínico usado para derrame sanguíneo do nariz (hemorragia nasal), independentemente se o sangue se originar da mucosa nasal ou profundamente dos pulmões.
Hemoptise
É a presença de sangue no espirro ou saliva
É mais comum em casos de lesões pulmonares como pneumonia ou neoplasia (tumor) pulmonar
HEMORRAGIA POR DIAPEDESE:
Mais comumente, pequenos defeitos em vasos sanguíneos intactos permitem que um pequeno número de eritrócitos escape por diapedese
Diapedese: dia = através; pedese = salto
A endotoxemia é uma causa comum de dano endotelial que resulta em pequenos pontos de hemorragia
Infecção por generalizada por Escherichia coli 
A endotoxina que é componente da parede celular da bactéria leva a lesão do endotélio vascular e, portanto à hemorragia
Agentes virais como o adenovírus canino tipo 1 (CAV-1) também pode danificar o endotélio devido o seu tropismo pelas células endoteliais
Hepatite infecciosa canina - Adenovírus canino tipo 1 (CAV-1)
O CAV-1 é um vírus DNA, não envelopado, resistente no ambiente e também à maioria dos desinfetantes comuns; sobrevive por dias em materiais contaminados em temperatura ambiente e permanece viável por meses a temperaturas abaixo de 4°C
Agentes químicos como as toxinas urêmicas também podem danificar o endotélio
Altos níveis de uréia e creatinina no sangue (azotemia)
Astenia cutânea em gato - Alteração genética incomum
Desordem no desenvolvimento do colágeno – semelhante a síndrome de Ehlers-Danlos de humanos – pode haver defeito no colágeno dos vasos sanguíneos – e ocorrer hemorragia
Nesta condição os vasos sanguíneos afetados contêm colágeno anormal em suas membranas basais e tecido conjuntivo vizinho, resultando em fragilidade vascular e predisposição para escape de sangue ou dano
Astenia Dérmica Regional Hereditária Eqüina - semelhante a síndrome de Ehlers-Danlos 
 A diminuição do número de plaquetas (trombocitopenia) ou função plaquetária anormal pode causar hemorragia
A trombocitopenia pode resultar de uma diminuição na produção, aumento na destruição ou aumento no uso das plaquetas
A diminuição na produção de plaquetas geralmente ocorre devido a dano ou destruição dos megacariócitos como resultado de causas tais como lesão por radiação, fármacos citotóxicos e doenças virais
O aumento na destruição das plaquetas é frequentemente imunomediado. 
A destruição autoimune devida à produção de anticorpos contra componentes da membrana das plaquetas, pode ocorrer em decorrência da desregulação imune como nos casos de:
Lúpus eritematoso sistêmico
Nesta doença os animais desenvolvem auto-anticorpos contra as membranas celulares em vários tecidos incluindo as membranas das plaquetas
Alterações namembrana das plaquetas causados por fármacos ou agentes infecciosos podem estimular destruição imunomediada ou remoção das plaquetas da circulação
Exemplos: Anemia infecciosa eqüina; Síndrome da imunodeficiência felina
A causa mais comum de uso aumentado de plaquetas é a coagulação intravascular disseminada (CID) 
Há um rápido consumo das plaquetas e dos fatores de coagulação
Há trombocitopenia progressiva (devido ao consumo das plaquetas) e ocorre hemorragia à medida que a síndrome avança
Existem alterações hereditárias como defeitos na glicoproteína de superfície plaquetária que são raros como por exemplo: a Trombastenia de Glanzmann
Nesses cães ocorre sangramento prolongado e formação de hematoma – das raças Otterhound e Great pyrenes
A inibição e disfunção plaquetária adquirida é mais frequentemente associada com a administração de fármacos anti-inflamatórios não-esteroidais, como a aspirina. 
A aspirina leva a redução na produção de tromboxano que resulta na redução da agregação plaquetária
Na doença de von Willebrand ou nas desordens autoimunes em que há produção de auto-anticorpos contra o fator de von Willebrand
A quantidade de fator von Willebrand funcional é diminuída, o que resulta em diminuição da adesão plaquetária seguida de hemorragia que pode ser subclínica ou severa
A diminuição nas concentrações ou nas funções dos fatores de coagulação resulta em hemorragia.
Deficiências herdadas nos fatores de coagulação têm sido identificadas em várias raças de cães e menos frequentemente em outras espécies.
Deficiências herdadas nos fatores de coagulação
Essas condições são caracterizadas por hemorragia que pode variar de subclínica a grave
Em muitos casos, a deficiência nos fatores de coagulação é reconhecida por causa do sangramento prolongado após cirurgia ou punção venosa, mas tem significado mínimo para o animal
Outras deficiências herdadas são caracterizadas por graves episódios de hemorragia que se iniciam logo após o nascimento
Exemplos de Desordens Herdadas de Deficiência da Coagulação
FATOR I
Raro; cabra e cães (cães Bernese das montanhas, Borzói, Lhasa apso, Vizsla Collie). Tendências de sangramento moderado em cães, mais severo em cabras.
FATOR II
Raros; cães (Boxer, Otterhound, Cocker spaniel inglês). Sangramento suave em adultos; epistaxia e sangramento no cordão umbilical em filhotes.
FATOR VII 
Raro; cães (Beagle, também Malamute do Alasca, Boxer, Bulldog, Schnauuzer miniatura, raças mistas). Brando, mais facilmente machucados.
FATOR X
Raro; cães (Cocker spaniel, raças mistas, Jack russel terrier). Fatal em case severamente afetados, hemorragia branda a moderada em casos menos severos.
FATOR XII
Gatos e raramente em cães (Poodle miniatura, Poodle padrão, Pointer de pelo curto alemão, Sharpei). Sem sangramento.
FATOR XI
Gado (Holstein e Japonês preto) e cães (Grande Pirineus, Springer spaniel inglês, Terrier Kerry blue). A hemorragia espontânea é insignificante, mas pode ser severa após cirurgia. Problema de coagulação hereditária mais comum em gado.
FATOR IX (HEMOFILIA B)
Cães e gatos. Sangramento variável dependendo o dano molecular; geralmente é branda em gatos e cães pequenos, mais severa em cães grandes.
FATOR VIII (HEMOFILIA A)
Cães, cavalos, gado, carneiros e gatos. O sangramento pode ser severo em cães grandes e cavalos; animais afetados medianamente não apresentam sangramento espontâneo.
DOENÇA DE VON WILLEBRAND
Cães, gatos, cavalos e porcos. Hemorragia branda a severa dependendo da forma de dano molecular; epistaxe, hemorragia de mucosa, sangramento herdada, canina mais comum.
FATORES DEPENDENTES DE VITAMINA K (II, VII, IX, X)
Raros; gatos Rex Devon. Hemorragia severa, algumas vezes fatal.
PRÉ-CALICREÍNA
Alguns cães e cavalos Belgian e pôneis. Sangramento de mucosa e pós-cirúrgico.
Defeitos adquiridos na coagulação sanguínea 
incluem:
Doença hepática grave que resulta em diminuição na síntese da maioria dos fatores da coagulação
Deficiência de vitamina K leva à redução na produção de fatores da coagulação dependentes de vitamina K 
Um exemplo de substâncias que inibem competitivamente as funções da vitamina K, são os rodenticidas contendo warfarina. Ex.: Hemorragia extensa no tecido subcutâneo de cão intoxicado por rodenticidas contendo warfarina
ASPECTOS MACROSCÓPICOS DA HEMORRAGIA:
Características morfológicas
A hemorragia em um tecido é caracterizada com base em seu tamanho:
Petéquia é um ponto hemorrágico aproximadamente do tamanho da cabeça de um alfinete (aproximadamente 1 a 2 mm); e ocorre principalmente por diapedese associada com um dano vascular menor
A equimose é uma hemorragia um pouco maior (ao redor de 2 a 3 cm); ocorre com dano vascular mais extenso
Víbices são áreas de hemorragias lineares 
Sufusões são áreas de hemorragia que se espalham pelos tecidos 
HEMATOMA - é uma hemorragia que ocorre em um espaço confinado e focal
Exemplos: orelhas de cães (otohematoma)
Baço – após traumatismo – pode formar grande área de hematoma
Hemorragias para as cavidades corporais
É quando há acúmulo de sangue coagulado ou não coagulado dentro de uma determinada cavidade corporal e recebe a nomenclatura conforme a localização:
Hemoperitônio: presença de sangue na cavidade peritoneal
Hemotórax: presença de sangue na cavidade torácica 
Hemopericárdio: presença de sangue no saco pericárdico
O significado da hemorragia:
O significado da hemorragia depende principalmente da quantidade e localização
Na maioria dos casos a perda de sangue ocorre localmente e é rapidamente interrompida pelos processos hemostáticos que selam o vaso danificado
Perdas rápidas de sangue (por exemplo em casos de traumatismo de grandes vasos sanguíneos) podem levar à hipovolemia (que é a diminuição do volume sanguíneo intravascular)
Pequenas perdas de sangue podem ser compensadas pela hematopoiese (exemplos neste caso são as ulcerações gástricas de pequenas dimensões)
Algumas hemorragias podem criar pressão que interfere com a função do tecido
Exemplos: hemopericárdio, hemotórax e hemorragia intra-craniana
Trombose
A trombose é caracterizada pela formação de um trombo de fibrina e plaquetas juntamente com outros elementos sanguíneos na parede de um vaso sanguíneo ou linfático ou no coração (neste último chamado de trombose mural)
No caso de fragmentos de trombo que se deslocam do local de origem vascular e se localizam em outro local chamamos de tromboembolismo
Os fatores determinantes da trombose são historicamente chamados de a tríade de Virchow. Estes fatores incluem:
O endotélio e os vasos sanguíneos (lesão endotelial ou vascular)
Fatores de coagulação e atividade plaquetária (coagulabilidade sanguínea)
Dinâmica do fluxo sanguíneo (estase ou turbulência = fluxo sanguíneo anormal)
TRÍADE DE VIRCHOW NA TROMBOSE
A lesão endotelial e a exposição aos componentes teciduais e subendoteliais, como o colágeno e a fibronectina, são potentes estímulos a agregação plaquetária e a coagulação 
As causas de lesão endoteliais são variadas e incluem 
TRAUMA – por exemplo, animais que estão sendo tratados por tempo prolongado e permanecem com cateter na veia jugular 
Infecção em equinos por Strongylus vulgaris 
Durante o desenvolvimento larval o parasita migra através das artérias intestinais 
As lesões mais graves em geral ocorrem na artéria mesentérica cranial
O vaso afetado está distendido e a parede está firme e fibrosada 
Na luz da artéria há o trombo aderido que pode conter as larvas 
Fragmentos deste trombo podem se soltar provocando tromboembolismo das artérias intestinais podendo causar cólica nos animais
Mas devido a extensa circulação colateral no trato intestinal dos equinos é incomum a ocorrência de infarto nestes casos
Dirofilariose canina – verme do coração
Causa lesão endotelial no coração e vasos sanguíneos
Vírus (p. ex., adenovírus canino 1, morbilivíruseqüino, herpesvírus e arterivírus, orbivírus, pestivírus bovino e porcino)
Bactéria (p. ex., Salmonella typhimurium, Mannheimia hemolytica, Erysipelothrix rhusiopathiae, Haemophilus sommus)
Fungos (p. ex., Aspergillus, Mucor, Absídia, Rhizopus)
Parasitas nematódeos (p. ex., larva do Strongylus vulgaris, Diofilaria, Spirocerca, Aelurostrongylus, angioestrongilose)
Vasculite imunomediada (p. ex., púrpura hemorrágica, peritonite infecciosa felina)
Toxinas (p. ex., endotoxina, Claviceps)
Deficiência de vitamina E/selênio (microangiopatia)
Extensão local de infecção (p. ex., abcessos hepáticos, metrites)
Coagulação intravascuular disseminada (CID)
Vasoculopatia glomerular renal e cutânea dos Greyhound
Alterações no fluxo sangüíneo
Aneurisma (p. ex., deficiência de cobre em suínos, Strongylus vulgaris, Spirocerca lupi)
Hipovolemia (p. ex., choque, diarréia e queimaduras)
Aumento da turbulência do sangue
 Doença cardíaca (p. ex., cardiomiopatia, hipertrofia cardíaca)
O fluxo sanguíneo anormal aumento o risco de trombose.
Estase local ou fluxo sanguíneo reduzido (pode ocorrer de forma sistêmica nos casos de falência cardíaca ou em uma região de congestão local causada pela obstrução vascular). p. ex., dilatação gástrica e vólvolus, torsão intestinal e vólvulos, varicocele, compressão externa de um vaso
O fluxo sanguíneo reduzido é mais importante em veias onde o fluxo sanguíneo lento favorece o acúmulo de fatores da coagulação ativados e o contato das plaquetas com o endotélio
Fluxo sanguíneo anormal
Lipoma pedunculado (equino); causa estrangulamento intestinal, levando à isquemia, cólica e morte
Área de turbulência 
Trombo em sela
Local mais comum é na bifurcação da aorta abdominal caudal e nas artérias ilíacas externas (cães e gatos) 
O fluxo sanguíneo turbulento também aumenta o potencial para trombose.
A turbulência rompe o fluxo sanguíneo laminar de tal forma que a fina camada de plasma que normalmente separa o endotélio dos elementos celulares, particularmente as plaquetas, é rompida e as plaquetas interagem mais facilmente com o endotélio
A turbulência resulta na mistura do sangue, que fornece grande oportunidade para interações entre os fatores da coagulação
A turbulência também pode danificar fisicamente o endotélio, criando um forte estímulo para a adesão plaquetária e a coagulação
A turbulência e o risco aumentado de trombose é usualmente maior em áreas onde os vasos se ramificam, ou em locais de estreitamento da luz do vaso ou em locais de válvulas venosas ou linfáticas
Coagulabilidade aumentada
A coagulabilidade aumentada do sangue (hipercoagulabilidade) é outro fator que predispõe o animal à trombose
A hipercoagulabilidade reflete um aumento ou uma diminuição na concentração de proteínas hemostáticas (proteínas plasmáticas que participam do controle da hemostasia vascular)
A atividade da coagulação pode estar aumentada em certas condições como processos inflamatórios, neoplasias e doença renal (síndrome nefrótica – ocorre frequentemente deficiência da antitrombina III – que é inibidor da trombina)
Atividade plaquetária aumentada (p. ex., diabetes melito, síndrome nefrótica, neoplasia maligna, diofilariose, uremia)
Ativação aumentada de fator da coagulação (p. ex., síndrome nefrótica, CID, neoplasia)
Deficiência de antitrombina III (p. ex., CID, doença hepática, amiloidose glomerular)
Anormalidades metabólicas (p. ex., hiperadrenocorticismo, hipotiroidismo)
Glomerulopatias
TROMBO
O surgimento de um trombo depende da sua causa inicial, localização e composição (ou seja proporção de plaquetas, fibrina e eritrócitos
O trombo composto predominantemente de plaquetas e fibrina tende a ser branco ou descorado, enquanto aqueles que contém muitos eritrócitos são vermelhos
Os trombos cardíacos e arteriais são iniciados por dano endotelial. Esse dano fornece um local para a firme adesão das plaquetas e a subsequente incorporação de fibrina
O fluxo sanguíneo rápido nas artérias e arteríolas inibe a incorporação passiva dos eritrócitos para dentro do trombo
Os trombos cardíacos e arteriais são firmemente aderidos à parede vascular e são pálidos
Os trombos cardíacos e arteriais frequentemente tem aparência laminada criada pelo fluxo rápido de sangue e caracterizado por camadas alternadas de plaquetas, intercaladas com fibrina misturada a leucócitos e alguns eritrócitos (esse aspecto laminado e alternado é conhecido como linhas de Zahn)
A trombose venosa frequentemente ocorre em áreas de estase sanguínea
Por causa do fluxo sanguíneo lento nessas áreas, os eritrócitos são presos (incorporados) em uma malha frouxa de fibrina e plaquetas 
Os trombos venosos são tipicamente flexíveis, brilhantes e vermelho-escuros
Eles são quase sempre oclusivos e moldados à luz do vaso
Os trombos venosos têm pontos de ligação à parede vascular, mas são frouxos 
Os trombos venosos são semelhantes ao coágulos post mortem, mas estes são mais flexíveis e não tem um ponto de ligação com a parede vascular
O significado do trombo é determinado por sua localização e habilidade em interromper a perfusão sanguínea em um tecido. A interrupção da perfusão sanguínea em um tecido é influenciada principalmente pelo tamanho do trombo, sua taxa de formação (tempo) e a resolução ou reparo
Os trombos que se desenvolvem rapidamente são mais prejudiciais do que aqueles que se desenvolvem lentamente. Isto porque um trombo de desenvolvimento lento causará estreitamento da luz vascular de forma progressivo havendo condições de se formar fluxo sanguíneo colateral na área afetada
Os trombos pequenos são mais facilmente removidos pelo processo de trombólise. Já os grandes trombos obstruem substancialmente a luz do vaso sanguíneo e restringem o fluxo de sangue são oclusivos e mais dificultam a remoção pelo processo de trombólise
Trombos oclusivos, tanto arteriais ou venosos bloqueiam o fluxo de sangue do tecido
Seja para dentro do tecido (trombo arterial) – artérias trazem o sangue
Seja para fora do tecido (trombo venoso) – as veias retiram o sangue venoso do tecido
A oclusão vai resultar então: 
Em isquemia – que é a falta de oxigenação no tecido
Em infarto – que é necrose do tecido causada pela falta de oxigênio
Morfologia do trombo
Trombose valvar – quando o trombo está localizado na valva cardíaca
Trombose séptica – quando o trombo apresenta agregados bacterianos na sua composição 
Destinos do trombo
Propagação do trombo pelo vaso
Embolização para outros locais
Organização e incorporação à parede do vaso
Organização e recanalização do trombo
EMBOLIA
Tromboembolismo
Em alguns casos um trombo ou parte dele pode se soltar e entrar na circulação como um êmbolo, um pedaço de material flutuando livremente no sangue
O êmbolo pode se alojar em um vaso de pequeno calibre causando infarto da área atingida
Tipos de êmbolos 
Êmbolos de gordura e de medula óssea
Êmbolos de células tumorais
Êmbolos parasitários (Dirofilaria immitis)
31/08/11
ALTERAÇÕES NO FLUXO SANGUÍNEO E NA PERFUSÃO
FLUXO SANGUÍNEO AUMENTADO
Hiperemia
A hiperemia é um ingurgitamento ativo dos leitos vasculares comum fluxo de saída normal ou diminuído;
Ocorre devido a uma atividade metabólica aumentada dos tecidos;
Com isso há estímulo para a vasodilatação local e aumento do fluxo sanguíneo-----------hiperemia.
Pode ser de dois tipos:
Hiperemia fisiológica;
Hiperemia patológica.
Hiperemia fisiológica:
Pode ocorrer como um mecanismo de dissipação do calor pela pele;
Ocorre também devido a necessidade aumentada, como por exemplo, o fluxo sanguíneo aumentado para o trato gastrointestinal após uma refeição.
Hiperemia patológica:
A hiperemia é uma das primeiras mudanças que ocorrem em resposta a um estímulo inflamatório;
Inflamação aguda;
Ocorre reflexos neurogênicos e liberação dê substâncias vasoativas (histaminas e prostaglandinas) que levama vasodilatação;
Exemplos: Dermatite interdigital em cão, Meningoencefalite Viral, Raiva Bovino.
FLUXO SANGUÍNEO DIMINUÍDO
Congestão
A congestão é o ingurgitamento passivo do leito vascular geralmente causado por uma diminuição no fluxo de saída do sangue;
Com um fluxo de entrada normal
Congestão passiva pode ser:
Aguda
Crônica
Congestão passiva local aguda:
Ocorre em casos de deslocamento (torção de vísceras);
Nestes casos o retorno venoso fica impedido e o sangue arterial ainda chega no local;
Exemplos: Torção uterina em gata, torção intestinal eqüina.
Congestão passiva local crônica:
Neste caso a obstrução do fluxo venoso de saída é causado por uma massa neoplásica, ou inflamatória o que leva algum tempo para se formar ou fibrose resultante de uma lesão cicatrizada;
A congestão passiva crônica pode ser generalizada por redução da passagem do sangue através do coração ou dos pulmões isto é mais frequentemente causado por insuficiência cardíaca (endocardite, endocardiose, infarto do miocárdio, tamponamento cardíaco).
A insuficiência do coração direito causa congestão da veia porta e hepática;
A insuficiência do coração esquerdo causa congestão pulmonar.
Macroscopicamente 
os tecidos congestos são vermelho-escuro e inchados (por edema)
Microscopicamente
Os capilares são cheios de sangue e muitas vezes pode haver edema e hemorragia por diapedese nas regiões vizinhas
CHOQUE
Choque (ou colapso cardiovascular) é um desequilíbrio circulatório associado com 
Perda de volume sanguíneo circulante;
Redução no débito cardíaco;
E resistência vascular periférica reduzida (vasodilatação periférica).
O choque pode ser classificado em dois diferentes tipos:
Choque cardiogênico;
Choque hipovolêmico.
Choque cardiogênico:
O choque cardiogênico resulta da falência do coração em bombear adequadamente o sangue;
Causas de insuficiência cardíaca:
infarto do miocárdio
tamponamento cardíaco (hemopericárdio e hidropericárdio)
Endocardite
Cardiomiopatia dilatada ou hipertrófica 
Choque hipovolêmico
O choque hipovolêmico surge de uma redução no volume sanguíneo circulante
A redução do volume circulante ocorre devido a:
perda de sangue por hemorragia 
perda de fluido secundária a vômito, diarreia ou queimadura
Anafilaxia (acentuada vasodilatação periférica –histamina, bradicinina)
Morfologia do choque
Alterações macroscópicas mais frequentemente observadas
Congestão generalizada 
Hemorragias
 
Célula normal
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