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Online 6 - Teoria do Capital Humano
O professor Gaudêncio Frigotto (2006: 45) problematiza a Teoria do Capital Humano com a seguinte afirmação:
“Uma maior escolarização contribui diretamente para a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos, em função de um aumento de renda que decorre, diretamente, da sua melhor qualificação para o desempenho no mercado de trabalho. Em outras palavras, o incremento da produtividade – decorrente do aumento da capacitação – levaria a que o indivíduo também se beneficiasse pelo aumento dos seus salários”.
Toda teoria é datada historicamente, portanto vamos entender o momento histórico em que essa teoria é disseminada. Começaremos analisando o momento histórico em que a teoria do capital humano aparece nos discursos dos intelectuais e governantes.
Como afirmamos em aula anterior, o capitalismo está sempre se modificando para se manter e, como consequência dessa mudança toda, a estrutura montada para dar suporte ao desenvolvimento do capital também se transforma, com isso as ideias e as teorias também sofrem mutações. O período que a teoria do capital humano encontra embasamento e é difundida tem como característica a forte intervenção estatal, é o momento estudado do Estado do Bem-Estar Social.
É importante entender que esse momento prima pela divisão internacional do trabalho, pela internacionalização do capital, pelo imperialismo e pelo início da  mundialização do mercado.
O desenvolvimento tecnológico contribui para que algumas barreiras sejam quebradas, possibilitando, assim, a ampliação mundial do capital, que segundo Alves (1999), se elevou à categoria de “cidadão do mundo”.
A divisão internacional do trabalho pode ser exemplificada da seguinte maneira:
Os países de primeiro mundo são os produtores de tecnologia e os de terceiro mundo fornecedores de matéria prima e os consumidores dos produtos e da tecnologia dos países desenvolvidos.
Cada país tem o seu lugar definido no mercado. Sobre a mundialização do mercado nesse período, podemos afirmar que é o início do que hoje chamamos de globalização.
O capitalismo se expande pelo mundo e cada grupo de países assume um papel determinado nesse grande mercado mundial.
As fábricas começam a se espalhar pelo globo terrestre buscando formas de economizar com mão de obra mais barata e, assim, aumentar os seus lucros.
A industrialização no Brasil é um reflexo dessa prática, devemos nos lembrar de que a década de 1950 no Brasil é o período em que as multinacionais começam a instalar suas indústrias aqui, como a Volkswagen. Porém, este fato não fica restrito ao Brasil, outros países ditos “subdesenvolvidos” aumentam o seu parque industrial.
É a partir dessa realidade que a Teoria do Capital Humano se dissemina, a escola, e , consequentemente a Educação assumem um novo papel na qualificação do trabalhador.
A escola passa a ter a função de adestrar o trabalhador para o trabalho no chão da fábrica e para o consumo. Anteriormente a escola era o espaço das classes médias e dominantes, a partir de agora, ela é franqueada às classes trabalhadoras, e se torna uma política de Estado.
É imperioso ter um espaço formal de educação que objetiva atender aos anseios das classes dirigentes na formação da mão de obra necessária à ampliação do capital. Segundo Jesus (2005 p. 243),
Ao dono da indústria moderna interessa que o operário saiba apenas o que lhe é indispensável ao seu desempenho como instrumento de produção. Mesmo quando oferece ao trabalhador certos treinamentos e aperfeiçoamento o patrão está buscando os mesmos fins: o lucro.
Além de servir como responsável pela socialização das crianças, é na escola que “a criança e o adolescente praticam aquilo para que mais tarde serão chamados a fazer como adultos: a conformidade com as rotinas, a maneira pela qual deverão arrancar das máquinas em rápido movimento o que desejam e querem” (JESUS, 2005, p. 245).
A democratização da escola é fundamental para a perpetuação do capitalismo e é uma das finalidades da teoria do capital humano, a maneira encontrada para conseguir a adesão da classe trabalhadora a essa escola é associar o aumento quantitativo nos anos de escolarização com aumento de salário e melhora no padrão de vida.
Vejamos o que Schultz (1962) afirma sobre isso:
“O componente da produção, decorrente da instrução, é um investimento em habilidades e conhecimentos que aumentam futuras rendas e, desse modo, assemelha-se a um investimento em (outros) bens de produção.”
O que ele quer dizer com isto?
Simplesmente que o investimento na educação voltado para o aprendizado de algumas habilidades pode aumentar a renda do trabalhador que passa a consumir mais e com isso gera um aumento na produção de diversos outros bens.
Então, podemos compreender que o aumento da qualificação do trabalhador não é benéfico apenas para ele, mas também para o próprio sistema que produz mais, lucrando mais.
Mas será que essa relação entre aumento de escolarização e aumento na renda é proporcional?
Além do que, esse aumento nos anos de escolaridade funciona como forma de retardar a entrada de jovens no mercado de trabalho.
O objetivo dessa teoria é mais do que o aumento de renda do trabalhador, é garantir que ele tenha a qualificação necessária para o ingresso nas indústrias.
Qualifica-se o trabalhador para atender aos anseios da industrialização. Uma nação que não investe na qualificação de seus trabalhadores não tem como se desenvolver dentro da lógica do capitalismo.
Frigotto (2006) ao analisar as proposições de Schultz destaca que os intelectuais que defendem essa teoria acreditam que o investimento no “fator humano” é determinante para aumentar a produtividade e um elemento de superação do atraso econômico.
A escola aparece nesses discursos como a salvadora de todas as questões sociais, além de possibilitar o desenvolvimento de um país.
Para conseguir entender a ideologia por trás dessa teoria, devemos compreender que a escola na sociedade capitalista não está isolada, ela é utilizada como importante instrumento na busca pelo consenso. Se acreditarmos que a escola consegue escapar de todas as contradições da sociedade, não reconhecemos as possibilidades de tensões e conflitos presentes neste local, passamos a entender que a escola é um fim em si mesmo.
Ou seja, este conflito está presente e coopera para a definição de uma política educacional que, de acordo com Germano (1994, p. 126), é o “resultado do desenvolvimento histórico da formação social brasileira.”
Assim, para entendermos o estabelecimento de uma política educacional, é necessária a compreensão do conflito capital-trabalho e da luta de classes.
Segundo Fávero (1991, p.11), “o conflito capital-trabalho contribui para definir historicamente o tipo de educação, seu modo de encaminhamento e suas mediações (conteúdos e atividades) numa dada sociedade”.
É essa luta de classe entre os donos dos meios de produção e os trabalhadores que os intelectuais, que discorrem sobre a teoria do capital humano, querem escamotear. ( Fazer desaparecer).
Para eles não existe uma luta entre essas duas classes, o que existe é a divisão da sociedade em estratos diferentes, são eles: as pessoas que têm capital porque se esforçam mais, poupam mais, sacrificam suas horas de lazer e têm uma maior escolaridade; e as pessoas que trabalham apenas o tempo necessário para a sua sobrevivência e não demonstram real interesse pela escola.
Essa análise desconsidera todos os outros fatores que aprofundam essa luta e a trajetória de vida de cada indivíduo. Culpar cada um pelo “fracasso” retira do debate a responsabilidade do Estado e da classe dominante. “Agora é cada um por si e ninguém por todos”.
Frigotto nos alerta que,
“A questão da desqualificação da escola para a classe trabalhadora – o mito da vocação ou não vocação, o sucesso ou o fracasso escolar como resultantes do prêmio ou castigo pelo esforço ou displicência individual – enfim, as pseudo-explicações para os bloqueios no acesso e no percurso escolar somente serão apreendidasconcretamente na medida em que se tenha a cisão da sociedade de classe como ponto de partida.”
A teoria do capital humano entendida na sua formação histórica revela-se como uma ideologia que busca o desenvolvimento do capitalismo e que tem como objetivo manter a hegemonia na recomposição do imperialismo capitalista.
Ou seja, manter cada grupo no seu devido lugar sem possibilitar maiores contestações, já que, cada um é responsabilizado pelos seus fracassos e sucessos. Afirmando ainda que todo problema de desigualdade social não é mais do que um problema de organização e modernização.
“O conceito de capital humano vai mascarar, do ponto de vista das relações internacionais, a questão do imperialismo, passando à ideia de que o subdesenvolvimento nada tem a ver com as relações de poder, mas se trata fundamentalmente de um problema de mudança ou modernização de alguns fatores, onde os recursos humanos qualificados – capital humano – se constitui no elemento fundamental. O desenvolvimento é concebido como uma “O conceito de capital humano vai mascarar, do ponto de vista das relações internacionais, a questão do imperialismo, passando à ideia de que o subdesenvolvimento nada tem a ver com as relações de poder, mas se trata fundamentalmente de um problema de mudança ou modernização de alguns fatores, onde os recursos humanos qualificados – capital humano – se constitui no elemento fundamental. O desenvolvimento é concebido como uma enteléquia( Finalidade) a-histórica, sem conflitos de classe nem de país, e a educação, o treinamento, a chave para montar uma política gradualista” a-histórica, sem conflitos de classe nem de país, e a educação, o treinamento, a chave para montar uma política gradualista”.
Com isso, as questões da desigualdade, dos antagonismos de classe se diluem e são superados pelo processo da meritocracia.
A sociedade capitalista se reveste de uma igualdade de oportunidade, a todos é dado o poder de conseguir, através da educação, ascender socialmente e aqueles que não conseguem não podem reclamar, já que se não a alcançam é por falta de mérito próprio. O problema da desigualdade tende a reduzir-se a um problema de qualificação.
Essa teoria não surge como algo redentor das desigualdades sociais e sim como uma resposta às necessidades de expansão do capitalismo, já que com o início da sua mundialização é necessário algum tipo de qualificação para os trabalhadores dos países ditos subdesenvolvidos.
O meio para manter essa classe trabalhadora numa escola que não busca socializar o conhecimento acumulado e sim um mínimo de qualificação para o trabalho no chão da fábrica é fazendo todos acreditar que o aumento dos níveis de escolarização, o esforço individual e o sacrifício garantem uma ascensão profissional e um aumento de renda.
Vejamos como se desenvolveu historicamente a inserção do Brasil no capitalismo e como a teoria do capital humano influenciou as relações educacionais. Uma análise do capitalismo no Brasil deve deixar evidente o seu lugar de país capitalista submisso. A sua inserção nessa lógica começa a se delimitar na década de 1930, com o início da industrialização do país, que até então é predominantemente agrário.
A nossa industrialização, porém, não seguiu o modelo clássico, ou seja, de uma passagem gradual da economia artesanal para o sistema capitalista. Pelo contrário, surge como movimento que se sobrepõe a uma infraestrutura já constituída, com uma tecnologia e maquinaria predeterminadas não pelo nível de desenvolvimento industrial local, mas pelo das economias dominantes (DOWBOR, 1982, p. 114).
Foi após a Segunda Grande Guerra que a divisão internacional do trabalho penetra na economia brasileira. Conforme Alves (2000, p. 106), foi em 1956 que o Brasil desenvolveu um “complexo de reestruturação produtiva, voltado para a realização da grande indústria de cariz taylorista-fordista”.
O capitalismo brasileiro veio a ser subordinado aos países dominantes e suas multinacionais. A política nacionalista de Getúlio Vargas não consegue sobreviver a essa investida do capital internacional.
As multinacionais buscam em países de capitalismo dependente mão de obra barata e a consolidação industrial que possibilite um aumento na acumulação de capital dos países centrais.
Porém, nesses países periféricos o desenvolvimento da indústria deve estar atrelado aos objetivos dos “mandatários”, que não têm interesse em permitir uma indústria que concorra com as suas e nem que esses países tenham um desenvolvimento tecnológico além do permitido.
É, então, essencial para atingir esta meta a formação de um trabalhador urbano e industrial que se adéquam às regras da fábrica. Ou seja, um trabalhador que tenha disciplina e uma qualificação mínima para o trabalho e para o consumo.
É nesse período que a teoria do capital humano tem sustentação nas políticas educacionais, nos discursos do governo, nas diretrizes de organismos internacionais e na cabeça da população.
Entre as medidas adotadas podemos citar o aumento dos anos de escolarização obrigatória de quatro para oito anos.
A justificativa oficial para essa extensão foi a da necessidade de democratização do acesso à escola, vista como um compromisso político, conforme afirmou o Ministro da Educação Jarbas Passarinho, “a democratização do ensino era um duplo imperativo; um imperativo ético e um imperativo político” (GERMANO, 1994, p. 168). 
A Teoria do Capital Humano consubstanciava esse “duplo imperativo”. Porém não podemos deixar de reconhecer que esse aumento de escolarização foi fruto também da mobilização dos trabalhadores que buscam acesso ao saber acumulado.
No entanto, essa extensão, proclamada como democratizante, não deve ser entendida como uma benesse do governo, muito pelo contrário, adveio da necessidade da industrialização, ou seja, do desenvolvimento das forças produtivas. Para Braverman (1977), a urbanização da sociedade trouxe em seu bojo o imperativo da elevação das qualificações no sentido de promover uma socialização da vida na cidade.
Além disso, ele reconhece que “a capacidade de ler, escrever e efetuar operações aritméticas simples é uma exigência do meio urbano, não precisamente pelas funções, mas também para o consumo, para a concordância com as normas da sociedade e obediência à lei” (BRAVERMAN, 1977, p. 369)
O autor vai mais longe, ao afirmar que a extensão da educação das massas foi, também, o meio encontrado para conter a elevação do nível de desemprego, já que retardava a entrada dos jovens no mercado de trabalho. Era, portanto, uma forma de controle da sociedade e da manutenção de sua estabilidade, através de estratégias educacionais.
Essa universalização vem acompanhada do discurso da importância da educação como fator principal para o desenvolvimento do Brasil.
Vamos observar nas falas de alguns Presidentes do Brasil no período da Ditadura Militar como a teoria do capital humano é absorvida por eles.
1968 - Destacamos o discurso de Arthur da Costa e Silva proferido em 1968, ressaltando a política do ano anterior: A ação do Governo Federal no campo da Educação, em 1967, reflete sua perfeita compreensão do momento histórico e da importância do setor educacional para os destinos do Brasil. [...]. Dentro do objetivo prioritário de valorização do homem brasileiro, ampliaram-se as oportunidades de acesso ao sistema de ensino, no intuito de formar os recursos humanos necessários aos setores de produção, colocando-se a educação a serviço do desenvolvimento integral do País (BRASIL, 1987, p.391).
1969 - Já em seu discurso no ano de 1969, proferido por ocasião da abertura da sessão Legislativa, Arthur da Costa e Silva afirmou que, no campo da educação, o governo provou seu indiscutível interesse em tornar realidade um compromisso assumido com a sociedade brasileira, certo de que o setor constitui um dos fatores principais do desenvolvimento, canalizou seus esforços no sentido de expandir e reformular o sistema de ensino, visando formar os recursos humanos indispensáveis às necessidades econômicasdo país e buscando o aprimoramento do processo de democratização de oportunidades, necessário ao seu aperfeiçoamento político e social (BRASIL, 1987, p. 398).
1973 - Outro presidente que também se pronunciou em relação à importância da educação como fator de desenvolvimento foi Emílio Garrastazu Médici, em discurso no Congresso Nacional em 1973, destacando que, “prosseguiram as atividades de Educação e Cultura, como setor prioritário da ação do Governo, por constituírem um dos alicerces do desenvolvimento nacional, pela valorização dos recursos humanos” (BRASIL, 1987, p. 419).
Esse desenvolvimento deve ser alcançado a partir de uma concepção reducionista da educação e do ensino e de uma organização semelhante a uma empresa. Complementando a teoria do capital humano, a pedagogia tecnicista aparece para levar a cabo a construção de uma escola para a classe trabalhadora que objetiva a formação de um trabalhador e que possibilita o desenvolvimento da nação e do capital.
“Na conjuntura histórica pós-64, as preocupações da literatura educacional, dos conteúdos curriculares e dos treinamentos dos professores deslocam-se principalmente para os aspectos internos da escola, para os “meios” destinados a “modernizar” a prática docente, para “operacionalização” dos objetivos – instrucionais e comportamentais -, para o “planejamento e coordenação e o controle” das atividades, para os “métodos e técnicas” de avaliação (...). Tratava-se de tornar a escola “eficiente e produtiva” [...] (TANURI, 2000, p.79).
Tendo como prisma a pedagogia tecnicista, o que se observa é que, longe de propor uma formação humanística que objetiva a construção de um ser humano em seu sentido amplo, a classe dominante prima por uma formação que tem como meta a reprodução e não a construção.
Reprodução das técnicas e dos métodos inseridos no processo de ensino-aprendizagem a priori são, então, privilegiados, em detrimento de uma pedagogia que tem como finalidade a construção do conhecimento e elaboração de técnicas e métodos que respeitam a especificidade de cada indivíduo e/ou grupo
A pedagogia tecnicista surge nos Estados Unidos na segunda metade do século XX e chega ao Brasil entre as décadas de 60 e 70, inspirada nas teorias behavioristas da aprendizagem, onde dever-se-ia moldar a sociedade à demanda industrial e tecnológica da época.
Esta Pedagogia encontrava-se de acordo com o modelo capitalista, fazendo parte de sua engrenagem e com o objetivo de, dentro deste sistema, formar indivíduos “competentes” para o mercado de trabalho.
O professor não era valorizado, assim como o aluno também não era, mas sim a tecnologia, a indústria, o capital. O professor torna-se o especialista, responsável por "passar" ao aluno verdades científicas incontestáveis. Ou seja, a escola não trabalhava a reflexão e criticidade nos alunos.
Esta proposta foi utilizada no período do regime militar do país, onde era necessário formar mão-de-obra para o mercado de trabalho. Aqui temos o formato behaviorista de ensino, onde eram utilizados estímulos, reforços negativos e positivos para se obter a resposta desejada, moldando o comportamento do sujeito, de forma a controlar a conduta individual. Era ensinado apenas o necessário para que os indivíduos pudessem atuar de maneira prática em seus trabalhos.
Os conteúdos estavam embasados na objetividade do conhecimento e os métodos eram programados passo-a-passo, com uso de livros didáticos, principalmente.
O diálogo entre professor e alunos era apenas técnica, com o intuito de transmitir o conhecimento de maneira eficaz.
A avaliação estava pautada na verificação formal, analisando a realização dos objetivos propostos.
O conceito de capital humano é uma concepção que reduz a prática educativa a um fator técnico de produção, “a direcionar a organização da escola e outros programas educativos, de acordo com as necessidades e interesses do capital” 
(FRIGOTTO, 2006, p. 221).
Esse direcionamento e organização se baseiam na pedagogia tecnicista. Esta pedagogia tem como objetivo uma reordenação do processo educativo para torná-lo mais “objetivo e racional”, e condizente com as ideias provenientes da teoria do capital humano.
Concluindo essa aula, podemos afirmar que o conceito de capital humano,
“busca traduzir o montante de investimento que uma nação faz ou os indivíduos fazem, na expectativa de retornos adicionais futuros. Do ponto de vista macroeconômico, o investimento no ‘fator humano’ passa a significar um dos determinantes básicos para o aumento da produtividade e elemento de superação do atraso econômico. Do ponto de vista microeconômico, constitui-se no fator explicativo das diferenças individuais de produtividade e de renda e, consequentemente, de mobilidade social” (FRIGOTTO, 2006, p. 41).

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