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Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 07 de Maio de 2012. 1 A IMPORTÂNCIA DOS MODAIS LOGÍSTICOS CARACTERÍSTISCAS, PECULIARIDADES, VANTAGENS E DESVANTAGENS ANDERSON JERÔNIMO DOS SANTOS RESUMO Este artigo tem por objetivo, apresentar e demonstrar a importância dos modais de transporte logísticos, bem como explicitar suas características, apresentando suas vantagens, desvantagens e peculiaridades. Palavras chave: Modais. Transportes. Logística. INTRODUÇÃO Cada vez mais há um intenso movimento de cargas e pessoas, para diversos lugares do mundo, a todo instante. Isso ocorre em razão da revolução que a inovação tecnológica nos transportes tem promovido, desde o final do século XIX. Esse fluxo de cargas e pessoas é muito intenso e volumoso, fato que gera a necessidade de viabilizar o comércio de mercadorias em diversos lugares do planeta. Além disso, em razão da grande concorrência internacional, é preciso também que as empresas sejam capazes de despachar a carga para os seus mercados consumidores, com baixos custos e elevada qualidade, no tempo certo, na quantidade certa, no local exato e com um preço competitivo. Portanto, é de vital importância que se conheça as características e especificidades para a escolha do modal de transportes mais adequado, que irá atender com excelência as necessidades de transporte e locomoção de mercadorias. Nesta pesquisa acadêmica, tomo por base o material didático elaborado pelos professores Carlos Cova e Ricardo Mota bem como autores na literatura logística, Ronald H. Ballou e Paulo Roberto Bertaglia, explicitando os conceitos, características e especificidades de cada modal, de uma forma objetiva. 1. MODAIS DE TRANSPORTE Basicamente têm-se cinco modais de transporte, são eles: o ferroviário, o rodoviário, o hidroviário, o dutoviário e o aéreo. Esses modais serão detalhados a seguir. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 07 de Maio de 2012. 2 1.1 Modal ferroviário Ballou (2006, p.154) descreve: “a ferrovia é um transportador de longo curso e baixa velocidade para matérias-primas e produtos manufaturados de baixo custo.” O modal ferroviário é capaz de transportar uma grande tonelagem por longas distâncias. Trata-se de um modal que, apesar de ter altos custos fixos, decorrentes do elevado custo do equipamento e das condições físicas necessárias para a operação, tais como vias exclusivas e pátios de manobras, apresenta baixos custos operacionais variáveis. Via de regra, esse modal é empregado quando é preciso transportar volumes maiores de cargas com baixo custo unitário e que não necessitam de rapidez na entrega. (COVAS; MOTA, 2009, p. 16) Esse modal é pouco representativo no que diz respeito à quantidade de carga transportada aqui no Brasil, pois apenas cerca de 14,2% da carga transportada utiliza o modal ferroviário. Entre as vantagens desse modal, está o fato de ser adequado para longas distâncias e para o transporte de grandes quantidades de carga, e o baixo custo do transporte em relação aos demais modais, devido ao maior volume transportado, (COVAS; MOTA, 2010). No que tange às desvantagens, destacam-se: a menor flexibilidade no trajeto, a necessidade maior de transbordo e o tempo de viagem demorado e irregular. 1.2 Modal rodoviário Bertaglia (2003, p. 283) descreve: “o transporte rodoviário é o mais independente dos transportes, uma vez que possibilita movimentar uma grande variedade de materiais para qualquer destino devido à sua flexibilidade, sendo utilizado com eficiência para pequenas encomendas.” Trata-se de um modal cuja principal característica é a flexibilidade, pois é capaz de operar em qualquer tipo de estrada, além de ser apropriado para a movimentação de cargas pequenas em distâncias curtas. Geralmente é utilizado para integrar outros modos de transporte, além de viabilizar a utilização de determinados modais, movimentando a carga da origem ao ponto de embarque, e do ponto de desembarque ao destino final. A distribuição de custos desse modal Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 07 de Maio de 2012. 3 apresenta-se de tal forma que possui baixos custos fixos e altos custos variáveis. (COVAS; MOTA, 2009, p.17) Segundo Costa, Matos e Godinho (2010, p.88), a grande vantagem no modo rodoviário é o transporte ponto a ponto de produtos, o que lhe permite uma grande flexibilidade quanto aos locais que os produtos podem ser recolhidos ou entregues. Porém, existem algumas limitações no transporte rodoviário. Isso se deve às normas de segurança rodoviárias, que limitam as dimensões e o peso dos fretes. Também, esse modal evidencia fretes mais altos em alguns casos e se mostra menos competitivo para longas distâncias. 1.3 Modal hidroviário De acordo com Covas e Mota (2009, p. 18), este modal utiliza o meio aquático, natural ou artificial (canais) para movimentar cargas e passageiros. É um dos meios de transporte mais antigos que existem, transportando produtos de mineração, commodities, produtos químicos e cargas líquidas. Uma das principais vantagens do transporte hidroviário é o custo. Os custos operacionais são baixos e, uma vez que os navios têm uma capacidade relativamente elevada, os custos fixos podem ser absorvidos pelos grandes volumes de carga transportados. Segundo Covas e Mota (2010, p. 18), a capacidade de transporte desse modal é muito grande, sendo normal o transporte de cargas de até 40.000 toneladas. Esse modal utiliza contêiners em navios porta-contêineres, de tal forma a reduzir o tempo de manuseio, facilitar o transbordo intermodal e reduzir perdas e danos. O modal hidroviário pode ser operado em duas modalidades, a marítima cuja navegação costeira ou oceânica limita-se aos portos apropriados ao seu calado (o calado de um navio é a parte que fica abaixo da linha d’água) e a fluvial caracterizada pela navegação doméstica em rios e canais de navegação. De um modo geral, são embarcações de motor a diesel, apresentando grande flexibilidade. São vantagens desse modal, a capacidade para grandes cargas a um custo variável baixo, expressiva flexibilidade, custos de perdas e danos reduzidos e tempo de manuseio reduzido. Como desvantagem, segundo Costa, Matos e Godinho (2010, p.90), o modo hidroviário é dependente da existência de vias navegáveis, o que limita sua possibilidade de utilização. 1.4 Modal dutoviário De acordo com Ballou (1993, p. 118), o emprego do duto é um método altamente eficiente para mover produtos líquidos ou gasosos por grandes distâncias. Além disso, ele enfatiza também que, com relação ao tempo de trânsito, o transporte dutoviário é o mais confiável dos Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 07 de Maio de 2012. 4 modais, haja vista que existem poucas interrupções que possam causar variações nos tempos de entrega. O modal dutoviário se caracteriza por apresentar um maior custo fixo e um menor custo variável. Além disso, tem como aspecto distintivo a realização de um trabalho praticamente ininterrupto, pois só é preciso parar o transporte em caso de manutenção ou mudança do produto transportado. (COVAS; MOTA, 2009, p. 18) De acordo com Covas e Mota (2009, p. 18), os principais produtos transportados nesse modal: petróleo, gás natural, produtos químicos manufaturados (gasolina, querosene etc.), materiais secos e pulverizados a granel, além de esgoto e água. A força motriz que impulsiona as cargas em granel sólido, líquido ou gasoso (liquefeito), transportadas através de dutos, é a própria ação da gravidade ou ainda por intermédio de bombeio.Embora a movimentação de produtos seja lenta (entre 5 Km/h a 7Km/h), ela ocorre durante 24 horas por dia e 7 dias por semana, o que torna a sua velocidade efetiva até maior do que os outros modais. Dentre as vantagens do transporte dutoviário, destacamos: freqüência na distribuição, custo variável baixo, uma vez que não necessitam de mão-de-obra intensiva; velocidade efetiva maior do que a de outros modais, já que trabalha 24 horas por dia e 7 dias por semana; danos e perdas reduzidos. Porém, existem desvantagens: baixa velocidade, pois não passa de 5 a 7 Km/h; é limitado a poucos produtos; possui custo fixo alto, sendo a de maior custo fixo, em razão da construção da infra-estrutura e necessidade de controle das estações de bombeamento e recepção. 1.5 Modal aéreo Ele tem como principal vantagem a rapidez, porém apresenta o maior custo. Sua restrição essencial refere-se ao tamanho e ao peso das cargas. O alto custo do transporte aéreo restringe a utilização desse modal aos produtos que podem compensar efetivamente seus custos altos, em função do melhor nível de serviço. A relevante vantagem do uso do transporte aéreo está na velocidade da entrega quando se trata de percorrer grandes distâncias. Já no caso de distâncias mais curtas, essa vantagem é eliminada, porque ainda se gasta muito tempo nas saídas e chegadas dos aviões nos terminais. (BERTAGLIA, 2003, p. 288) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 07 de Maio de 2012. 5 Conforme nos ensina Covas e Mota (2010, p. 18), apesar da velocidade desenvolvida pelas aeronaves, existem demoras decorrentes dos procedimentos de pouso e decolagem, bem como as ações de manuseio e movimentações terrestres que envolvem o embarque da carga. Em geral é possível afirmar que a confiabilidade e a disponibilidade do serviço aéreo podem ser qualificadas como sendo boas, desde que as condições operacionais estejam normais. Em termos absolutos, a variabilidade do tempo de entrega é baixa, embora esse modal seja muito sensível às condições de manutenção, meteorologia e congestionamento de tráfego nos aeroportos. Dentre as principais vantagens, destacam-se a rapidez no transporte, pois não necessita embalagem mais reforçada (manuseio mais cuidadoso), a localização dos aeroportos mais próximos aos centros de produção facilitando o acesso de mercadorias. Por sua vez, as desvantagens ficam por conta da menor capacidade de carga e do valor do frete mais elevado em relação aos outros modais. CONCLUSÃO Após a análise dos conceitos de modais apresentados, somando-se à observação do cenário logístico do país, conclui-se que ampla são as possibilidades e vantagens apresentadas por cada modal. Os modais ferroviário e hidroviário, se diferem pela alta capacidade de carga e transporte. O rodoviário, por sua vez, é amplamente acessível, e facilita a entrega ponto a ponto. O modal aéreo prima pela velocidade na entrega de cargas de alto valor agregado. Já o modal dutoviário, é o mais adequado para o transporte de gases e líquidos por longas distâncias, de forma contínua e confiável. Porém eles também possuem suas limitações e fragilidades. Podemos destacar a antiga, porém incipiente malha ferroviária brasileira, um modal que poderia ser melhor explorado. A precariedade das rodovias e nossa extrema dependência dessas vias de transporte. No modal aéreo, a baixa eficiência dos aeroportos, bem como o alto valor do frete. No modal hidroviário, a baixa infraestrutura e baixa capacidade de calado (profundidade dos portos), impossibilitando o recebimento de navios de maior porte. E por fim, no modal dutoviário, sua incipiente abrangência e eficiência a ser aprimorada. Em suma, observa-se a urgência no aprimoramento da infraestrutura e capacidade dos modais logísticos nacionais. Analisamos cada modal individualmente, porém no que tange as relações intermodais, muito mais precisa ser feito. O sistema logístico como um todo deve funcionar de forma sistêmica e unificada, sem gargalos nos pontos de conexão ou transbordo, garantindo a finalidade desse sistema, que é o escoamento da produção e a entrega de bens, produtos e materiais de uma forma segura, confiável e no tempo estipulado. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 07 de Maio de 2012. 6 REFERÊNCIAS BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993. BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: logística empresarial. 5.ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. São Paulo: Saraiva, 2003. COSTA, João P.; MATOS, Joana.; GODINHO, Pedro. Logística Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2010 COVA, Carlos.; MOTA, Ricardo. Logística Empresarial Vol1 Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2009. COVA, Carlos.; MOTA, Ricardo. Logística Empresarial Vol2 Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2010. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 07 de Maio de 2012. 7
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