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Disciplina Bromatologia Aula: Composição dos alimentos P R O F A S A M A R A M E S Q U I T A R O S A C E N T R O U N I V E R S I T Á R I O E S T Á C I O D O C E A R Á Os Alimentos ALIMENTO: Finalidade básica proporcionar ao organismo todas as substâncias nutritivas de que necessita. COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL: Conhecimento sobre o que estamos consumindo Base para uma boa alimentação COMPOSIÇÃO DOS ALIMENTOS “Composição Centesimal” de um alimento: Proporção em que aparecem, em 100g do produto, Grupos homogêneos de substâncias que constituem o alimento. Por convenção, os grupos homogêneos de substâncias constituintes do alimento são os seguintes: Umidade ou voláteis a 105ºC Cinzas ou resíduo mineral fixo Lipídios, gorduras ou extrato etéreo; Proteína bruta ou extrato nitrogenado; Carboidratos, glicídios, açúcares ou sacarídeos; Fibras ou substâncias insolúveis. COMPOSIÇÃO DOS ALIMENTOS COMPOSIÇÃO DOS ALIMENTOS Classificação dos Alimentos Requerimentos Nutricionais Qualidade Quantidade Adequação Harmonia Alimentação equilibrada Alimentação equilibrada Grupos Alimentares Alimentos Energéticos São os que dão energia ao organismo. Exemplos: Carboidratos, presentes nos pães, massas, arroz, batatas, entre outros. Grupos Alimentares Alimentos Construtores FUNÇÃO: Produção dos tecidos que estão em constante renovação como o cabelo, a pele, as unhas, os músculos, etc. Produzem anticorpos, transportam oxigênio e nutrientes para o sangue, regulam o equilíbrio da água; FONTES: carnes, aves, peixes, ovos, leite e derivados, nozes, feijão, soja, ervilhas, etc. Grupos Alimentares Alimentos Reguladores Auxiliam no processamento das proteínas, carboidratos e gorduras. Exemplos: minerais (cálcio e ferro, por exemplo) e as vitaminas que são divididas em dois grupos: Grupos Alimentares Carboidratos - CHO Fórmula geral é: [C(H2O)]n daí o nome "carboidrato", ou "hidratos de carbono“ São moléculas que desempenham uma ampla variedade de funções, entre elas: Classificação dos carboidratos Carboidratos Simples São aqueles com estrutura química molecular de tamanho reduzido. Fazem parte deste grupo: Monossacarídeos; Dissacarídeos; Oligossacarídeos; São digeridos e absorvidos rapidamente, produzindo um aumento súbito da taxa de glicose no sangue (glicemia). Reserva imediata: GLICOGÊNIO Excesso: TECIDO ADIPOSO Os carboidratos compostos correspondem àqueles com estrutura química maior; Polissacarídeos (amido, celulose) Devido ao tamanho de sua molécula, são digeridos e absorvidos lentamente, ocasionando aumento pequeno e gradual da glicemia. A absorção lenta de açúcares com um fornecimento estável de energia limita a quantidade de açúcar convertido em gordura. Carboidratos Compostos Fontes de Carboidratos Compostos Aveia, Pães integrais, Massas integrais, Cereais integrais, Tubérculos, Legumes, Farinha integral, Lipídios - Óleos e Gorduras Substâncias orgânicas de origem animal ou vegetal, formadas predominantemente de produtos de condensação entre glicerol e ácidos graxos, chamados triacilgliceróis. Além de fonte de energia, são veículos importantes de nutrientes, como vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K) e ácidos graxos essenciais. Óleos: São líquidos a temperatura ambiente Gorduras: São sólidas a temperatura ambiente , tornam-se líquidas entre 30 a 42ºC. Lipídios Insolúveis em água (solvente polar) e Solúveis em solventes orgânicos (solventes apolares); como éter etílico, éter de petróleo, acetona, clorofórmio, benzeno e álcoois cujo teor é variável com o tipo de alimento. Incluem-se no grupo de lipídeos: Ácidos Graxos; Óleos e gorduras; Ceras; Esteróis; Vitaminas lipossolúveis. Lipídios - Funções Possuem quatro funções básicas nos organismos: Fornecimento de energia para as células Composição das membranas celulares Isolantes térmicos Facilitação de determinadas reações químicas que ocorrem no organismo dos seres vivos. Exemplos: hormônios sexuais, vitaminas lipossolúveis (vitaminas A, K, D e E) e as prostaglandinas. Lipídios -Alimentos e respectivos teores de gordura em percentagem (%) PRODUTO TEOR DE GORDURA (%) Manteiga e margarina 81 % Molhos de salada 40 – 70 % Leite fresco 3,7 % Leite em pó 27,5 % Sorvetes 12 % Cereais 3 – 5 % Carne 16 – 25 % Peixes 0,1 – 20 % Ovos 12 % Chocolate 35 % Frutas 0,1 – 1 % (abacate 26 %) Vegetais 0,1 – 1,2 % Lipídios - Classificação Proteínas Compostos orgânicos relacionados ao metabolismo de construção. Durante as fases de crescimento e desenvolvimento do indivíduo, exercem funções especializadas, gerando tecidos e órgãos. Certos hormônios, substâncias reguladoras das atividades do nosso organismo, também são proteicos. É o caso da INSULINA, que controla a taxa de glicose sanguínea. Proteínas São macromoléculas formadas por uma sucessão de moléculas menores conhecidas como aminoácidos formadas por ligações peptídicas As proteínas podem ser classificadas em: Alto Valor Biológico (PAVB) Médio Valor Biológico (PMVB) Baixo Valor Biológico (PBVB) Aa essenciais: não produzidos pelo organismo Proteína de Alto Valor Biológico - PAVB Possuem em sua composição aminoácidos essenciais em proporções adequadas. É uma proteína completa. proteínas da carne, peixe, aves e ovo. Proteína de Médio e Baixo Valor Biológico- PMVB e PBVB Não possuem em sua composição aminoácidos essenciais em proporções adequadas. É uma proteína incompleta. cereais integrais leguminosas (feijão, lentilha, ervilha, grão-de-bico, etc.). Vitaminas Compostos orgânicos, que não podem ser sintetizados pelo organismo. Encontram-se em pequenas quantidades na maioria dos alimentos. São essenciais para o bom funcionamento de processos fisiológicos do corpo. Vitaminas São substâncias extremamente frágeis, podendo ser destruídas pelo calor, ácidos, luz e certos metais. Suas principais propriedades envolvem dois mecanismos importantes: Coenzima (substância necessária para o funcionamento de certas enzimas que catalisam reações no organismo) Antioxidante (substâncias que neutralizam radicais livres). Minerais São substâncias de origem inorgânica que fazem parte dos tecidos duros do organismo, como ossos e dentes. Também encontrados nos tecidos moles como músculos, células sanguíneas e sistema nervoso. Possuem função reguladora, contribuindo para a função osmótica, equilíbrio ácido-básico, estímulos nervosos, ritmo cardíaco e atividade metabólica. Minerais - Classificação Macroelementos: Elementos maiores: Cálcio, magnésio, sódio, potássio e fósforo. Microelementos/oligoelementos: Elementos traço: Ferro, cobre, iodo, manganês, zinco, molibdênio, cromo, selênio e flúor. Fibras As fibras alimentares são substâncias que estão em alimentos de origem vegetal e que não são digeridas pelo organismo mas são fermentadas por algumas bactériasdo intestino; Fibras - Função Estimulam a mastigação, e assim, a secreção da saliva e suco gástrico; Enchem o estômago proporcionando uma sensação de saciedade; Promovem regulação do tempo de trânsito intestinal, atrasando o esvaziamento gástrico, tornando mais lento a digestão e absorção; No cólon devido a sua capacidade de absorver água, forma fezes volumosas e macias; Fibras- Função Fibras- Classificação Fibras Solúveis Propriedade de se misturar com água, formando uma espécie de gel no nosso estômago. Elas atrasam o esvaziamento gástrico, reduzem a absorção de glicose e gorduras. Ajudam a regular os níveis de colesterol e açúcar no sangue ajudando no controle e na prevenção de doenças como a diabetes tipo 2 e os problemas cardíacos. Aveia Casca de frutas Feijões Ervilha Cevada Fibras Solúveis Fibras Solúveis Fibras Insolúveis Esse tipo de fibra propicia o aumento do bolo fecal, estimula o bom funcionamento do intestino e previne a constipação intestinal. As fibras insolúveis ajudam na prevenção de algumas doenças como a constipação e o câncer coloretal. Verduras Farelo de trigo Cereais Soja Grãos integrais Fibras Insolúveis Tabela Nutricional Composição dos alimentos O conhecimento da composição dos alimentos consumidos é fundamental para o alcance da segurança alimentar. Tabelas de composição de alimentos são pilares básicos para: Educação nutricional, Controle da qualidade e segurança dos alimentos, Avaliação e adequação da ingestão de nutrientes de indivíduos ou populações. Tabelas Nutricionais Por meio delas, autoridades de saúde pública podem estabelecer metas nutricionais e guias alimentares que levem a uma dieta mais saudável. Fornecem subsídios aos pesquisadores de estudos epidemiológicos que relacionam a dieta com os riscos de doenças ou profissionais que necessitam destas informações para fins clínicos; Estes dados podem orientar a agricultura e as indústrias de alimentos no desenvolvimento de novos produtos e apoiar políticas de proteção ao meio ambiente e da biodiversidade; Tabelas Nutricionais Para que uma tabela seja confiável ela deve ser o mais completa possível. São necessárias também para a rotulagem nutricional a fim de auxiliar consumidores na escolha dos alimentos. As primeiras tabelas de composição dos alimentos 1844 – França 1851 – Alemanha 1878 – Tabela Europeia 1891 – Americana 1916 – Grã Bretanha 1948 – Brasil 1948: Tabela de Alimentos Brasileiros, do Serviço de Alimentação da Previdência Social 1951: Tabela de Composição Química de Alimentos, de Guilherme Franco 1977: Tabelas de Composição de Alimentos (Estudo Nacional de Despesas Familiares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) 1995: Tabela de Composição de Alimentos, de Mendez e colaboradores (Universidade Federal Fluminense) Tabelas de Composição dos Alimentos 1998 – Tabela Brasileira de Composição de Alimentos – USP 2001 – Tabela de Composição de Alimentos: suporte para decisão nutricional de Phillipi 2004 – Tabela Brasileira de Composição de Alimentos – TACO Núcleo de Estudos e Pesquisa em Alimentação da Universidade Estadual de Campinas (NEPA/UNICAMP) Tabelas de Composição dos Alimentos TACO – Tabela Brasileira de Composição de Alimentos TACO (Tabela Brasileira de Composição de Alimentos): Coordenado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação (NEPA) da UNICAMP e com financiamento do Ministério da Saúde – MS e Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à FOME – MDS “É uma iniciativa para proporcionar dados de um grande número de nutrientes em alimentos nacionais e regionais obtidos por meio de amostragem representativa e análises realizadas por laboratórios com competência analítica comprovada por estudos interlaboratoriais, segundo critério internacionais”. TACO O projeto TACO foi concebido para ser elaborado em fases, levando-se em consideração as necessidades metodológicas e a diversificada gama de alimentos brasileiros. FASE I Workshop reunindo instituições brasileiras com experiência e interesse em análises de alimentos; I Estudo Interlaboratorial Cooperativo sobre composição centesimal, vitaminas, minerais, ácidos graxos e colesterol, iniciando o processo seletivo para definir os laboratórios com reconhecida capacidade técnica; Identificados os itens alimentares cuja composição seria determinada TACO FASE II Execução do II Estudo Interlaboratorial Cooperativo; Elaboração do plano de amostragem; Indicação dos representantes regionais das 5 regiões geopolíticas brasileiras escolhidas para amostragem; Identificação das marcas comerciais mais consumidas dos alimentos que seriam analisados; Aquisição dos alimentos industrializados, vegetais in natura (frutas, verduras, legumes), carnes bovinas, aves e pescados; Realização das análises laboratoriais. FASE III FASE IV TACO FASE III Análise de 200 alimentos, com financiamento do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS. FASE IV Análise de 70 alimentos com financiamento do Ministério da Saúde. TACO PLANO DE AMOSTRAGEM Coleta de amostras de alimentos industrializados realizada em 9 cidades das 5 regiões geopolíticas do país (Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste). Amostras compostas pelas principais marcas comerciais dos produtos (mínimo de 3 e máximo de 5 para cada produto) Coletadas em super/hipermercados, que são responsáveis por cerca de 85% do total de compras de alimentos no país. Duas unidades de cada marca e de cada produto foram tomadas em cada local de coleta. TACO PLANO DE AMOSTRAGEM Carnes e Pescados Cada corte foi preparado na sua forma comumente utilizada pela população brasileira (assado e grelhado). Frutas, Legumes, Verduras e Tubérculos Considerados apenas os fornecedores com maior volume e condições legais de venda, totalizando 5 empresas. Em cada uma das empresas, a menor unidade comercial disponível (3 – 20kg) era coletada aleatoriamente para cada alimento. TACO PLANO DE AMOSTRAGEM Ovos Adquiridas 20 caixas, que foram montadas ao longo da semana com ovos retirados aleatoriamente de caixas recebidas das granjas. De cada uma das 20 caixas de 30 dúzias, foram novamente retirados ovos aleatoriamente, formando 3 novas caixas de 30 dúzias de ovos cada. TACO MÉTODOS DE ANÁLISE A composição centesimal incluiu: Umidade; Proteínas; Lipídeos totais; Carboidratos totais; Fibra alimentar total; Cinzas. TACO MÉTODOS DE ANÁLISE Umidade; O teor de umidade foi determinado pelo método de secagem em estufa com circulação de ar ou à vácuo, dependendo do produto, de acordo com métodos oficiais da Association of Official Analytical Chemists (AOAC) e métodos analíticos do Instituto Adolfo Lutz Protéina Os valores para proteína foram calculados a partir dos teores de nitrogênio total, determinado pelo método Kjeldahl (deslocamento do nitrogênio presente na amostra), segundo AOAC, IAL e American Association of Cereal Chemists (AACC) TACO MÉTODOS DE ANÁLISE Lipídios totais. Determinados pelo método deextração Soxhlet segundo AOAC e IAL , precedido por hidrólise ácida quando necessária. Cinzas. Determinado por incineração em mufla, de acordo com a AOAC e IAL . TACO MÉTODOS DE ANÁLISE Carboidratos O teor de carboidratos foi calculado pela diferença entre 100 e a soma das porcentagens de água, proteína, lipídeos totais, cinzas e álcool (quando presente). Os valores de carboidratos incluem a fibra alimentar total. Fibra alimentar total. Determinado pelo método enzimático gravimétrico da AOAC e Proscky et al. TABELA - IBGE TABELA - IBGE IBGE apresenta as Tabelas de Composição Nutricional dos Alimentos Consumidos no Brasil Para sua construção, foram utilizados : Banco de informações da POF 2008-2009 (dados relatados pelos informantes sobre a ingestão dos diferentes alimentos consumidos no domicílio ou fora dele, nas áreas urbana e rural de todo o País, Outras fontes de consulta, TACO, da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, Base de dados Nutrition Data System for Research - NDSR, da Universidade de Minnesota, Publicações técnico-científicas e rótulos de alimentos. TABELA - TUCUNDUVA Compilada pela Profa. Dra. Sonia Tucunduva Philippi; Elaborada com base em pesquisas sobre consumo de alimentos em indivíduos e populações, traz informações sobre: Alimentos industrializados, com as respectivas marcas comerciais, preparações culinárias mais habitualmente consumidas; Alimentos in natura. TABELA - TUCUNDUVA Revisão de banco de dados (software Web Virtual Plus – Philippi, 2008) com apresentação de 2.381 itens alimentares; Alimentos n natura (retirados de várias tabelas de composição) Composta por alimentos consumidos pela população em forma de preparações TABELA - TUCUNDUVA Nas receitas das preparações culinárias foram considerados: Rendimento; Forma de preparo; Índices de conversão Desenvolvidas 232 receitas em laboratório de técnica dietética Incluídas preparações regionais como acarajé, feijoada entre outras; Necessidades nutricionais em vitamina A expressas em microgramas de equivalente de retinol; Referências CARVALHO, H.H.; JONG, E.V.; BELLÓ, R.M.; SOUZA, R.B; TERRA, M.F. Alimentos: métodos físicos e químicos de análise. Ed. Da Universidade, UFRGS, Porto Alegre, RS, 2002,,180p. CECCHI, H. M. Fundamentos Teóricos e Práticos em Análise de Alimentos. Ed. da Unicamp. SP. 2003. 207 p. COULTATE, T.P. Alimentos: a química e seus componentes. Trad. Jeverson Frazzon et al. 3.ed. Porto Alegre: Artmed, 2004, 368p. DAMODARAN, S.; PARKIN, K.L.; FENNEMA, O.R. Química de Alimentos de Fennema. Trad. Brandelli et al. Porto Alegre: Artmed, 2010. 900p. INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. Métodos físico- químicos para análises de alimentos. 4ª ed. (1ª Edição digital), 2008. 1020 p. JAY, J.M. Microbiologia de Alimentos. Trad. Tondo et al. Porto Alegre: Artmed, 2005. 711p. ORDÓÑEZ J.A. Tecnologia de Alimentos. vol1 e 2. Trad. Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2005. Tabela brasileira de composição de alimentos / NEPA – UNICAMP.- 4. ed. rev. e ampl.. -- Campinas: NEPAUNICAMP, 2011. 161 p.
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