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Apostila Direito Penal – 01 Blog Caso de Polícia Distribuição gratuita, desde que mantida a fonte: www. casodepolicia .com Direito Penal – Conceito e Finalidade O Direito Penal pode ser compreendido sob dois aspectos, enfoques: 1- Aspecto Formal Direito Penal é o conjunto de normas que qualifica certos comportamento humanos como infrações penais, define os seus agentes e fixa as sanções a serem-lhes aplicadas 2- Enfoque Sociológico Direito Penal é mais um instrumento, ao lado de outros ramos do Direito, de controle social de comportamentos desviados, visando assegurar a necessária disciplina social, bem como a convivência harmônica dos membros do grupo. Neste sentido, da função do Direito Penal, surgem duas correntes filosóficas: 2.1- Funcionalismo Teleológico A função do Direito Penal é assegurar bens jurídicos indispensáveis à harmônica convivência dos membros da sociedade. Esta tese é defendida por Roxim. 2.2- Funcionalismo Sistêmico A função do Direito Penal é assegurar o império da norma, o Sistema. A norma existe e não pode ser violada. Quem viola o Sistema é seu inimigo (origem do Direito Penal do Inimigo). Tese de Jakobs. > Direito Penal Objetivo x Direito Penal Subjetivo O Direito Penal Objetivo nada mais é do que o conjunto de leis penais vigentes no país. Já o Direito Penal Subjetivo traduz-se no direito de punir do Estado. “O Direito Penal Objetivo é a expressão do poder punitivo do Estado”: um pressupõe o outro. # O poder punitivo é monopólio do Estado. Mas existe exceção? O Estado tolera a punição penal particular? Na Ação Penal Privada? NÃO, neste caso, o Estado não excepciona o monopólio punitivo, mas apenas a titularidade da ação, o poder de perseguir a pena, não de aplicá-la. Exceção encontra-se no Estatuto do Índio, que permite a aplicação de sanções penais paralelas. “Lei 6.001/73, art. 57 - Será tolerada a aplicação, pelos grupos tribais, de acordo com as instituições próprias, de sanções penais ou disciplinares contra os seus membros, desde que não revistam caráter cruel ou infamante, proibida em qualquer caso a pena de morte” Apostila Direito Penal – 01 Blog Caso de Polícia Distribuição gratuita, desde que mantida a fonte: www. casodepolicia .com > Tribunal Penal Internacional - TPI Com ele, consagrou-se o Princípio da Complementariedade, isto é, o TPI não pode instituir indevidamente nos sistemas judiciais nacionais, que continuam tendo a responsabilidade de investigar e processar os crimes cometidos nos seus limites territoriais, salvo nos casos em que o Estado se mostre incapaz ou não demonstre efetiva vontade de punir. O TPI será chamado a intervir somente se, e quando a justiça repressiva interna não funcionar. Fontes do Direito Penal As fontes indicam o lugar de onde veio a norma jurídica, a origem da norma jurídica. 1- Fonte Material A fonte material é justamente o órgão encarregado de produzir a norma jurídica, é a fonte de produção da norma. A fonte material do Direito Penal em regra é a União (art. 22, I CF). Só excepcionalmente os Estados servirão como fontes do DP (parágrafo único). Por exemplo, em um determinado Estado onde uma certa espécie de baleia frequente durante uma época, a União poderia autorizar tal Estado a considerar crime a caça da espécie, e somente naquele trecho do território haveria tal crime. 2- Fonte Formal A fonte formal é o instrumento de revelação do Direito Penal, é a fonte de conhecimento. Podemos dividir as fontes formais em imediatas e mediatas: 2.1- segundo a Doutrina Clássica Classificação que vinha prevalecendo era de que a fonte imediata do DP é a lei, e as fontes mediatas seriam os costumes e os Princípios Gerais do Direito. Contudo, com ao advento da EC nº 45, a doutrina moderna passa a enxergar outra classificação das fontes formais do DP. 2.2- segundo a classificação moderna As fontes imediatas não seriam apenas as leis, mas também a Constituição Federal, os Tratados Internacionais de Direitos Humanos, os Atos Administrativos que complementam as leis penais em branco e a Jurisprudência, inclusive com a edição de Súmulas Vinculantes. Já a fonte mediata seria a Doutrina. Os costumes passaram a ser considerados uma fonte informal do DP. Apostila Direito Penal – 01 Blog Caso de Polícia Distribuição gratuita, desde que mantida a fonte: www. casodepolicia .com > Costumes São comportamentos uniformes e constantes, pela convicção de sua obrigatoriedade e necessidade jurídica. # O costume pode criar crime? Não existe no Brasil costume incriminador. Os costumes não criam crimes nem cominam penas, por força principalmente do Princípio da Reserva Legal. # Costume pode revogar crime? Ou infração penal em geral? 1ª) Costume não revoga infração penal, pois uma lei só pode ser revogada por outra lei, conforme a Lei de Introdução ao Código Civil – LICC. “Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.” 2ª ) Costume revoga, em especial quando a infração penal é tolerada pela sociedade. 3º) Costume não revoga formalmente infração penal, mas pode deixar de punir determinado comportamento quando perder sua eficácia social. A corrente que prevalece é a 1ª, de que costume não revoga infração penal, pois esta, criada por lei, só pode ser revogada também por lei. Contudo vale ressalvar que a doutrina moderna e mesmo a jurisprudência já vêm trabalhando com a hipótese da 3ª corrente. O Direito Penal trabalha apenas com o costume interpretativo, que auxilia na interpretação do significado das palavras, expressões ou textos. Por exemplo, na extinta expressão “mulher honesta”, ou nas expressões “repouso noturno” ou “ato obsceno”. > Princípios Gerais do Direito É o Direito que vive na consciência comum de um povo. Como ocorre a exemplo dos costumes, também os princípios gerais do Direito não podem ser fonte de norma incriminadora, e atuam apenas no campo da interpretação das normas. > Quadro Comparativo – Fontes Formais do DP Antes da EC nº 45 Após a EC nº 45 Imediata: - Lei Imediata: - Lei - Constituição Federal - Tratados Internacionais de Direitos Humanos - Atos Administrativos que complementam a norma penal em branco - Jurisprudência (Súmulas Vinculantes) Mediatas: - Costumes - Princ. G. Direito Mediata: - Doutrina O costume passou a ser fonte informal do DP Apostila Direito Penal – 01 Blog Caso de Polícia Distribuição gratuita, desde que mantida a fonte: www. casodepolicia .com > Tratados Internacionais de Direitos Humanos Atualmente duas correntes divergem sobre a posição jurídica dos TIDH quando inseridos no sistema brasileiro. Os doutrinadores internacionalistas consideram que os TIDH sempre têm a mesma força que a Constituição. Se aprovados com quorum de lei ordinária (quorum comum) no Congresso, são materialmente constitucionais, e se equiparam à CF; se aprovados com quorum de Emenda Constitucional (quorum qualificado), então será formalmente e materialmente constitucional, e equivale à Constituição. Contudo, o Supremo Tribunal Federal decidiu de outras maneiras. Segundo o STF, se aprovado com quorum comum, o TIDH será considerado Norma Supralegal, e se com quorum qualificado, aí sim terá força constitucional. > Esquema TIDH – STF x Internacionalistas Os Tratados Internacionais comuns (que não versam sobre DH), para o STF, equiparam-se às leis ordinárias, independentemente do quorum de aprovação. Já para os Internacionalistas, nesta situação sim teriam caráter supralegal. Assim, para o STF, em ambos os casos, será feito um Controle de Convencionalidade. Direito Penal – Conceito e Finalidade 1- Aspecto Formal 2- Enfoque Sociológico > Direito Penal Objetivo x Direito PenalSubjetivo > Tribunal Penal Internacional - TPI Fontes do Direito Penal 1- Fonte Material 2- Fonte Formal > Costumes
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