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Introdução à Engenharia de Produção

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Curso: Engenharia de Produção 
Disciplina: Introdução à Engenharia de Produção 
Autor: Eliane da Silva Christo 
 
 
Aula 1 – Introdução 
 
Meta 
Expor a importância da Engenharia, o primeiro contato do aluno com a universidade e 
como deve ser sua metodologia de estudo no curso. 
 
 
Objetivos 
Após esta aula, você será capaz de: 
1. reconhecer a dimensão que a ciência da Engenharia tem no contexto da sociedade 
atual; 
2. identificar as principais diferenças e responsabilidades que um curso superior, 
principalmente um curso de engenharia, apresenta em relação ao que o aluno recém-
chegado à universidade está acostumado; 
3. relacionar argumentos que mostrem a importância do engenheiro em desenvolver bem 
o seu trabalho, comunicar o que de importante acontece relativo à sua área, e expressar 
de forma verbal a sua profissão. 
 
Introdução 
 
Carruagem de Fogo 
“Embarcar num veículo em movimento, que já tem uma 
trajetória antiga e consolidada , que funciona como um 
sistema bem-estruturado, com personagens ocupando 
suas posições nos assentos, não é tão fácil quanto 
parece. Filmes de aventura desenhos animados e 
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jogos raramente espelham algum realismo nas suas fantasiosas cenas de heróis e 
bandidos saltando de um veículo em movimento para outro. Mas na vida real às vezes 
nem alcançamos o veículo. Quando conseguimos isso, temos dificuldade de nos 
equilibrarmos na sua carenagem, ou dentro dele. Quando muito, chegamos e mal 
entendemos as regras do jogo, de onde vem o veículo, como ele funciona, para onde vai, 
quem ou o que o comanda, onde está o manual de operação dos equipamentos de bordo. 
Enfim, temos de com rapidez, embarcar, nos desembaraçar dos rituais de chegada pegar 
o "jeito da coisa", entender a linguagem utilizada lá dentro, as relações de forças e 
começar a colher os frutos da viagem, ou quem sabe até contribuir para corrigir o trajeto 
em curso. E no começo nem temos direito a assentos, ficamos pendurados nos estribos, 
nas cordas de segurança, segurando nas mãos dos mais experientes, tentando seguir 
algumas instruções e conselhos esparsos vindos não se sabe de onde. A cada curva, a 
cada irregularidade da pista ou mudança de velocidade, rodopiamos feito folhas secas 
num vendaval. Para quem chega, tudo é novo, complexo, mágico. A muito custo, com o 
tempo, a tempestade acalma, a poeira baixa, as coisas parecem fazer sentido, o novo 
pouco a pouco começa a ficar familiar. O complexo se transforma em algo instigante, um 
estímulo ao nosso intelecto, e o que antes parecia mágico Mas nem todos têm a sorte de 
compreender todo esse processo a tempo de usufruir os serviços de bordo, os benefícios 
da aventura ou de se deliciarem com a privilegiada paisagem da janela. Embarcar num 
curso de engenharia é quase isso. Tudo já funciona, há regras, técnicas, procedimentos, 
linguagem própria, posições hierárquicas, história, teorias, conceitos, relações de 
interesses, enfim, um tabuleiro repleto de peças que dançam cumprindo papéis mais ou 
menos bem definidos. O quadro parece já estar pintado, cristalizado, emoldurado, tudo 
pronto, e só nos basta apreciá-lo, compreendê-lo, nos maravilhar com o seu esplendor. 
Engenharia: eis uma profissão que é fruto do trabalho de milhares de pessoas que, ao 
longo dos tempos, estudaram, arriscaram, investiram anos de suas vidas, que se 
decepcionaram e que exultaram com os resultados de suas soluções. Mais que isso: esta 
é uma profissão que precisa constantemente renovar seus arsenais de "mentes-de-obra" 
bem qualificadas, irrequietas, criativas, dispostas a batalhar e a ultrapassar limites, 
curiosas. A engenharia é um formidável veículo que se move e que, a cada nova estação, 
arregimenta pilotos, passageiros, colaboradores, entusiastas, críticos, todos 
ávidos por fazer parte do cenário, cheios de esperança, motivação e 
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energia, mas também repletos de dúvidas, incertezas e medos. Afinal, estão embarcando 
numa "carruagem de fogo", e muitos dos novos personagens que entram em cena só 
conhecem dela traços caricatos que pouco ajudam a entendê-la. Por isso, como numa 
imaginária carruagem de fogo, quem nela embarca precisa passar por um ritual de 
adaptação, para poder reconhecer o terreno, ocupar seus espaços, colher bom proveito 
do passeio. Afinal, não estamos falando de atividades profissionais num sentido genérico, 
de qualquer uma delas. Estamos falando da engenharia, justo a engenharia, esta 
fascinante atividade humana. Ela mesma, que é cheia de surpresas, suspenses, dúvidas, 
técnicas, experiências, soluções, teorizações, enfim, de um conjunto incalculável de 
conhecimentos que desafiam a nossa mente, e que, a cada novo problema, nos 
surpreendem e despertam novas idéias. 
Nessa profissão é como se, a cada virada de página, a cada gaveta aberta, a cada porta 
que se abre, a cada curva, um novo mundo fosse descortinado. As técnicas de fabricação, 
o processo de obtenção dos materiais, os fenômenos físicos, os procedimentos 
matemáticos necessários para o cálculo da estrutura ou os ensaios em laboratório 
envolvidos, por exemplo, numa lata de refrigerante, na sola de um tênis ou na maçaneta 
da porta de nossas casas revelam um universo inteiro de estudos, teorias, lutas, acertos e 
desacertos. 
Para onde olharmos, lá estará a engenharia, veículo que embala fantásticos sonhos da 
humanidade. Na roupa que vestimos, na comida que comemos, no livro que lemos, nos 
carros, no cinema, na televisão, no consultório médico, no show de nossa banda 
preferida, lá está ela no palco dos acontecimentos.” 
 
Fonte do texto: Bazzo e Pereira, 2006 p. 11. 
Fonte das imagens: http://www.freeimages.com/photo/1213461; 
http://www.freeimages.com/photo/1166435 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1 – Por que Introdução à Engenharia 
 
Um processo de formação profissional precisa fornecer elementos para o jovem em si 
próprio e para suas perspectivas do futuro. Precisa também estimular a reflexão sobre 
temas técnicos, sociais, políticos etc., sem o que contribui para um quadro de alienação 
pessoal. 
Embora vários cursos de engenharia contemplem em seus currículos disciplinas que, a 
par de sua importância, não são indiscutivelmente imprescindíveis para formação do 
engenheiro, raros são os que têm espaço definido para recepção do jovem no seu 
processo de formação profissional. 
Em algum momento, no inicio do curso, o aluno precisa ter acesso a informações que o 
permitam encontrar-se com a profissão escolhida e imaginar-se nela. Isto só acontece 
quando ele puder inseri-la no seu próprio contexto pessoal, o que é responsabilidade de 
um processo educacional. 
Uma disciplina como “Introdução à Engenharia” não pode substituir a orientação 
vocacional que não se teve, mas pode fornecer várias das informações que você 
necessita para alimentar o seu processo de formação profissional. 
 
Atividade 1 (Atende ao objetivo 1) 
Analise o currículo de seu curso - se preciso recorrendo a ementas e programas das 
disciplinas - buscando entendê-lo no seu conjunto. Procure identificar as grandes áreas 
de estudos, as disciplinas com as quais você melhor se identifica e as especializações 
oferecidas. Faça um pequeno relato das suas conclusões. 
 
8 linhas para resposta 
 
Resposta comentada 
Através desta análise, você reconhecerá a dimensão que a ciência da Engenharia tem no 
contexto da sociedade atual. E, poderá identificar quais atividades e atuações melhor se 
identificam com o seu perfil. 
Fim de Atividade 1 
 
 
 
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2- Chegando à Universidade 
 
O aluno recém chegado à universidade, também conhecidocomo calouro, recebe um impacto que marca de forma 
inesquecível sua vida. A necessidade de adquirir novos 
conhecimentos e novas amizades e a expectativa de ver o 
mundo de maneira inovadora aumenta suas esperanças de 
um futuro melhor para si e para a sociedade. A universidade, 
munida de seus aspectos positivos e negativos, pode se 
tornar um local de boas oportunidades. Isto se torna real 
desde que os alunos participem com interesse das 
atividades oferecidas, que são constantes e em grande 
quantidade. Para isso, é de extrema importância que o 
aluno esteja sempre atento para percebe-las e preparado 
para selecionar aquelas de maior interesse e que lhe traga maior vantagem. 
 
Muita coisa muda na passagem do Ensino Médio para o universitário. Talvez a forma de 
trabalhar os conhecimentos seja a mais importante dessas mudanças. Nesta nova fase, a 
cobrança é grande para adquirir um aprendizado com autonomia, responsabilidade e 
conforme seus interesses e potencialidades. A liberdade que o aluno deve ter para 
desenvolver suas informações deve ser usada de maneira progressiva, com 
discernimento e maturidade. A maior diferença entre o Ensino Médio e o universitário diz 
respeito à relação professor-aluno. Na vida universitária, o professor se torna mais 
orientador do que fiscalizador. 
 
Na maioria das empresas atuais, a necessidade de atualização dos conhecimentos de um 
Engenheiro é contínua. Cerca de uma década é o tempo suficiente para tudo que se 
aprende num curso de graduação seja considerado ultrapassado. Por isso, a 
aprendizagem é dinâmica, ou seja, você deve continuamente renovar sua formação, 
durante a graduação e após ela. 
 
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A ciência e a tecnologia vêm sofrendo uma evolução num ritmo acelerado. E a expectativa 
é que, dentro de dez anos, o total de conhecimentos na sociedade dobrará. Isso 
acarretará um problema ao profissional que permitir o seu aprendizado se tornar obsoleto. 
Um recém Engenheiro hoje, provavelmente ainda será atuante no mercado de trabalho 
dentro de 30 ou 40 anos, o que o levará ao encontro de conhecimentos bem distintos dos 
adquiridos durante a sua formação. 
 
As previsões ditas anteriormente confirmam a ideia de que o domínio e controle da 
informação são capacidades necessárias para um Engenheiro de futuro. Assim, não há 
outra saída, quem pretende ser um indivíduo ativo na sua maturidade profissional tem que 
saber adquirir seus estudos com eficiência. Para que isso aconteça, imagina-se que seja 
fundamental saber usar adequadamente os recursos disponíveis para conseguir um bom 
aprendizado. Apenas essa perspectiva já deve servir de motivo para aprender a estudar. 
 
Um curso de Engenharia tem como uns dos seus principais objetivos incentivar a 
criatividade, fornecer ferramental básico para que enfrente os problemas técnicos com os 
quais se depara na profissão, empurrar o Engenheiro a adotar uma postura consciente e 
crítica para com a sociedade. 
 
Para alcançar estes objetivos, deve-se estar atento, durante a sua formação, com uma 
série de recomendações sobre como proceder para tirar o melhor proveito possível dos 
estudos e trabalhos. Isso levará, logo cedo, a perceber que sempre existem melhores 
maneiras de resolver problemas, sejam eles do tipo que forem. 
 
Na Figura 1.1 estão resumidas algumas recomendações e propostas para melhorar o 
desempenho nos estudos, otimizando procedimentos de trabalho. As propostas, que 
representam um método de estudo, fazem parte de uma proposta maior de 
comportamento diante de situações novas com as quais o engenheiro quase sempre irá 
se deparar. Para isso, recomenda-se um bom aproveitamento das oportunidades que a 
escola oferece, pois nela, pode-se treinar a capacidade de enfrentar e de construir 
soluções consistentes e apropriadas para resolver problemas. 
 
O método consiste em três etapas de procedimentos que estão presentes, de qualquer 
forma, no ato de estudar. As etapas de estudo, indicadas na Figura 1.1, devem ser 
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seguidas na ordem em que estão apresentadas. Embora raramente esta lógica de 
procedimentos seja percebida, o processo de estudo acontece aproximadamente dessa 
forma. 
 
 
Figura 1.1 – Etapas do método de estudos 
Fonte: Autor 
 
Um ponto primordial a ser destacado é que as recomendações, destacadas na Figura 1.1, 
têm como compromisso abreviar procedimentos julgados adequados para o estudo de 
qualquer área da Engenharia. Talvez estas indicações para um processo de formação não 
se enquadrem para outras áreas, aí, cabe a cada profissional procurar conhecer melhor 
seu curso. 
 
 PREPARAÇÃO. A preparação é aspecto importante para se ter sucesso nos 
estudos. Por isso, é necessário se ter cuidados com a preparação de um ambiente 
arejado, iluminado, silencioso enfim agradável para o estudo. A preparação 
psicológica facilita um bom entendimento. 
 
 CAPTAÇÃO. Após a preparação, pode-se iniciar a fase da captação. Ela é, 
normalmente, confundida com o próprio estudo, esta é a fase de construção dos 
conhecimentos. No entanto, estudar é algo mais vasto que as fases ditas 
anteriormente. Captar não é a única coisa que constitui o estudo. Este é também 
internalizar, construir novos saberes. O aluno que estuda Engenharia tem que ser 
capaz de absorver os conhecimentos e organiza-los de maneira lógica e 
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permanente na mente. Ele deve processar e construí-los sistematicamente e com 
firmeza. 
 
Início de verbete 
A captação ocorre quando houver internalização de conhecimentos trabalhados por um 
professor em sala de aula, trabalho de conhecimentos através de leituras e de reflexões 
pessoais e participação em experiências, observações, visitas técnicas e discussões em 
grupo. 
 
Fonte: Bazzo e Pereira (2006) 
 
Fim de verbete 
 
Esta fase do processo de estudo pode ser identificada em termos gerais por três formas: 
Audição, Leitura, e Observação. 
 
 PROCESSAMENTO. Logo quando o estudante tem contato com um novo 
conhecimento, ele tem o dever de processar tudo para que isto se transforme em 
sua nova cultura, forma de ver e interpretar o mundo. Para confirmar se a nova 
habilidade foi realmente processada, ela deve estar associada a sua linha de 
raciocínio e o aluno deve saber aplica-la em vários contextos. 
 
Mas, naturalmente que quando se lê um livro, quando se participa de uma aula ou quando 
se faz uma visita técnica a uma empresa, já está realizando o processamento das 
informações. No entanto, para alcançar uma boa assimilação dos conteúdos e uma 
fixação rápida dos assuntos são necessários alguns procedimentos complementares. 
Como exemplos tem-se: 
 
 Leituras de textos; 
 Revisões das aulas; 
 Fazer esquemas das aulas; 
 Fazer resumos das aulas. 
 
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Atividade 2 (Atende ao objetivo 2) 
Cite a principal diferença entre o Ensino Médio e o universitário no que diz respeito à 
relação professor-aluno. 
 
8 linhas para resposta 
 
Resposta Comentada 
Nesta nova fase, o professor passa a ser mais orientador do que fiscalizador. Você é 
cobrado a direcionar e programar com mais liberdade, autonomia e responsabilidade o 
seu aprendizado, dosando-o de acordo com suas potencialidades ou interesses. Essa 
maior liberdade, entretanto, deve ser usufruída progressivamente, com maturidade e 
discernimento. 
 
Fim de Atividade 2 
 
3- Pesquisa Tecnológica 
 
Após o surgimento das ciências moderna e do aparecimento do que se convencionou 
chamar tecnologia - o que aconteceu mais ou menos a partir do século XVII, a sociedade 
mudou significativamente. O mesmo aconteceu com a Engenharia. A aplicação das 
ciênciasnas ações técnicas por certo foi o que gerou a imensa evolução dos meios de 
comunicação e transporte, dos equipamentos cirúrgicos e de lazer, dos processos de 
fabricação, dos utensílios domésticos... 
 
O nível de dependência que a sociedade moderna tem dos resultados da ciência e da 
tecnologia é tal, que não se pode mais conceber a sua existência sem estes dois 
empreendimentos humanos. Normalmente tudo o que se faz atualmente tem ligação 
direta ou indireta com elas. 
 
O engenheiro não trabalha apenas com a ação prática, construindo e consertando 
artefatos concretos. Ao contrário, ele está apto a desenvolver suas atividades com o 
auxílio, tanto da tecnologia quanto da ciência. 
 
Início de Verbete 
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Ciências não são apenas conjuntos de informações, nomes e proposições. Nem são 
apenas conjuntos de teorias que explicam o funcionamento da Natureza tal como ela é. 
São processos dinâmicos que implicam a interação da comunidade científica com a 
sociedade, onde interagem forças políticas e sociais. A ciência - cada uma delas - não é 
politicamente neutra, pois depende de motivações culturais para o seu desenvolvimento, 
que acabam ditando como acontece a pesquisa, o seu planejamento, o seu financiamento 
e também os assuntos a serem pesquisados. Até porque a ciência, formando uma 
imagem interpretada do mundo, providencia instrumentos para transformá-lo. 
 
Fonte: Bazzo e Pereira (2006) 
 
Fim de verbete 
 
De forma simplificada, podemos dizer que a ciência procura criar leis e explicações que 
possam desvendar os fenômenos da Natureza. Usando esse mesmo parâmetro, a 
tecnologia, através dos conhecimentos disponíveis -especialmente os científicos -, 
procura construir instrumentos, processos e sistemas e planejar linhas de ação que 
tenham valor prático. 
 
A ciência tem objetivos exatos, e por mais que em muitos momentos erra o alvo certo, ela 
se empenha ao máximo para acertar, e mantém-se sob intenso e constante treinamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Fonte: 
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/98/Archery_target.jpg/300px-
Archery_target.jpg 
 
A tecnologia alcançou uma característica mais prática, criando os produtos ou 
componentes técnicos. Os termos “Alta tecnologia” ou “Tecnologia de ponta” são 
utilizados para indicar novidades elaboradas em laboratórios de pesquisa, nos quais 
dificuldades e caráter excepcional atraem curiosidade e admiração. Um pesquisador de 
alto conhecimento que atua em centros de desenvolvimento e de pesquisa carrega um 
conjunto de procedimentos e um sistema de ação que podem significar tecnologia. Como 
ela representa um grupo de técnicas modernas baseadas nas ciências, o Engenheiro tem 
a responsabilidade de fazer a ligação entre os carros que encontramos nas 
concessionárias, por exemplo, e o conhecimento cientifico. 
 
Inicio de Verbete 
 
Tecnologia (do grego τεχνη — "técnica, arte, ofício" e λογια — "estudo") é um termo que 
envolve o conhecimento técnico e científico e a aplicação deste conhecimento através de 
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sua transformação no uso de ferramentas, processos e materiais criados e/ou utilizados a 
partir de tal conhecimento. 
 
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tecnologia 
 
Fim de Verbete 
 
Ciência e tecnologia se preocupam em obter soluções para problemas, originados das 
necessidades detectadas – naturais ou elaboradas -, usando para isso procedimentos 
similares de trabalho. Mas, na realidade, os problemas abordados pelas duas técnicas 
são diferentes. Os problemas científicos são cognitivos - a cognição significa adquirir um 
conhecimento -, enquanto os tecnológicos são fundamentalmente práticos. 
 
A Engenharia pode contribuir de forma substancial para o desenvolvimento da ciência e 
da tecnologia. Uma formação profissional sólida, uma conscientização do que a 
sociedade precisa e uma visão realista de um futuro promissor para a humanidade são as 
contribuições básica que um Engenheiro adquiri durante seu curso de graduação. Além 
disso, o profissional deve desenvolver interesse, saber trabalhar em equipe, persistência, 
confiança, sensatez e habilidade para resolver problemas. O senso crítico do papel da 
ciência e da tecnologia na sociedade também vai ajudar o Engenheiro a ser um bom 
profissional. 
 
Tudo isso leva o Engenheiro a buscar, não somente, aprender a teoria de saber pesquisar 
ou projetar, mas também a criar condições que o conduza a seu próprio desenvolvimento. 
Isso pode ser adquirido com a atuação firme no processo educacional. 
 
Além do mais, o Engenheiro deve adotar um conjunto ordenado de metodologias, um 
método, que o leve a conduzir seus trabalhos de maneira metódica e sensata. O método 
é a tática de como pensar, agir e fazer. Por isso, deve ser identificado um método 
apropriado para cada pesquisa a ser feita com o objetivo de alcançar um determinado fim. 
 
Inicio de Verbete 
 
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Método é uma palavra derivada dos componentes gregos META, que significa "ao longo 
de" ou "ao largo de" e ODÓS, que significa "caminho", "via". Portanto, por MÉTODO pode-
se entender o "caminho ao longo do qual" pode-se chegar a um ponto desejado. 
 
Fim de Verbete 
 
O método cientifico formal é formular um roteiro para ser desenvolvido um trabalho, 
porém, na prática, existem vários formatos de métodos científicos. 
Cabe ao pesquisador escolher qual o mais adequado ao seu tipo de 
trabalho. Contudo, método de pesquisa abrange mais ações, ele ordena 
a priori os procedimentos que serviram para orientar o desenrolar das 
tarefas. 
 
O método cientifico da ciência moderna, termo convencional da área tecnológica, seguem 
os procedimentos descritos na Figura 1.2. 
 
 
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Figura 1.2 – Método Cientifico 
Fonte: 
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/fb/Metodo_cientifico.svg/525px-
Metodo_cientifico.svg.png 
 
A síntese do método cientifico da ciência moderam apresenta que o primeiro passo a ser 
tomado é observar a situação para que seja percebido o real problema. Esta observação 
deve se sistemática e controlada para se chegar aos fatos científicos. Depois de conhecer 
a realidade, podem ser formuladas as hipóteses onde abordem soluções prévias do 
problema. Com isso, vem a elaboração da teoria cientifica que consiste no conjunto de 
todos os fatos e hipóteses harmônicos entre si. Chegam-se assim às implicações, 
conclusões e previsões futuras. A partir daí surge a parte prática, propriamente dita, que é 
fazer a experimentação da análise, ou seja, por as hipóteses a prova para ver se 
funcionam ou não. E por fim seguir para formular uma resposta explicativa do que, de 
como e para que se chegou naquele resultado e como implementá-lo. Verificar se esta 
resposta corrobora com a teoria. Tem ainda, principalmente, na Engenharia de Produção, 
a fase de melhoria continua. O método segue, na verdade, um ciclo de aperfeiçoamento e 
atualização. Caso os resultados encontrado não confirmem a teoria, deve-se retornar ao 
início de tudo, reciclar as hipóteses. Porém, se os resultados apoiarem a teoria, a ação 
deve ser de melhoria continua. Mesmo seguindo a síntese a rigor de como deve ser feito 
um método, o pesquisador deve planejar e aplicar aquele que for mais coerente e eficaz 
para o sucesso de seu trabalho. 
 
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d8/PrirodneNauke.png 
 
Início de Box 
 
Aqui você terá a oportunidade de conhecer um exemplo de um problema típico de 
Engenharia que envolve os processos apresentados anteriormente.Na Figura 1.3 está esquematizado o caso de um galpão - com cobertura metálica - que 
teria ruído sob a ação de uma forte rajada de vento. Chamado a estudar o caso, para 
identificar a causa do colapso e emitir um laudo técnico, um engenheiro poderia ter 
assumido posturas como as aqui apresentadas. 
15 
 
 
Num primeiro momento, ele observaria a estrutura acidentada, analisando as regiões de 
ruptura, a direção de incidência do vento, a geometria geral da construção e os materiais 
empregados na obra, dentre outros aspectos. Uma possibilidade seria imaginar que, em 
função de suas observações, ele formulou a hipótese de que a ruptura dos pilares de 
sustentação teria ocorrido com uma carga de vento inferior à estabelecida em normas 
oficiais. 
 
Ao conferir que o cálculo estrutural do galpão foi bem realizado, o engenheiro formulou a 
seguinte hipótese mais específica para justificar o colapso ocorrido: o ferro utilizado na 
armação do concreto armado é de baixa qualidade. 
 
Para verificar esta hipótese, foram retirados corpos de prova - pedaços de ferro da própria 
estrutura sinistrada - para a realização de experiências em laboratório. 
 
Um desses testes, para verificar a máxima resistência de ruptura do material, foi ensaiar 
os corpos de prova em uma máquina de tração. Nesta máquina, os corpos de prova são 
tracionados até a ruptura, sendo traçados, simultaneamente, diagramas tensão x 
deformação. Diagramas como estes permitem conhecer o comportamento do material sob 
carga crescente. De posse destes dados, o engenheiro pôde conferir a veracidade da sua 
hipótese. Comprovada a hipótese, foi emitido um laudo técnico apresentando as causas 
do colapso do galpão. 
 
16 
 
 
Figura 1.3 – Exemplo de um trabalho de Engenharia 
Fonte: Bazzo e Pereira, 2006 p. 125. 
 
Fim de Box 
 
Cada pesquisa tem sua singularidade, por isso deve ser descrita de forma sucinta e clara. 
O pesquisador tem a responsabilidade de dominar todos os termos usados no seu 
trabalho e tem que saber operar todos os equipamentos necessários para tal. Para isso, 
ele precisa se especializar em determinada área, consultar artigos, bibliografias 
relacionadas com o tema. 
 
A linguagem cientifica requer treinamento e experiência no assunto especifico. Ninguém 
adquiri isso da noite para o dia, é necessário aprofundamento e experimentação no 
assunto. Os termos usados são, muitas vezes, complexos, particulares, e geralmente 
desconhecidos da grande maioria, inclusive profissionais experientes. Porém, isto 
acontece em qualquer leitura de um texto, o domínio da linguagem técnica é importante 
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para o entendimento do mesmo. Consequentemente, o treinamento constante e intenso é 
fundamental para o sucesso profissional. 
 
Conclusão 
 
Um engenheiro assume um papel importante na sociedade atual. Com isso, você, como 
um estudante de engenharia tem de ser capaz de reconhecer suas responsabilidades 
logo no inicio do curso e aprender a desenvolver bem o seu trabalho para futuramente ser 
um bom profissional. 
 
Atividade Final (Atende ao objetivo 3) 
 
a) Quais são os principais procedimentos de um método cientifico de pesquisa para que o 
Engenheiro desenvolva bem seu trabalho: 
 
b) Procure pelo menos dois exemplos na sua engenharia, de preferência em jornais e 
revistas, que possam ilustrar cada um dos processos de um método de pesquisa 
(observação, hipótese, experimentação...). 
Fontes Auxiliares: CAPES (http://www.periodicos.capes.gov.br) 
Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (http://bdtd.ibict.br/) 
Banco de Teses da CAPES (http://www.capes.gov.br/servicos/banco-de-teses). 
Revista Produção Online (www.producaoonline.org.br/) 
Revista Eletrônica Produção & Engenharia (www.revistaproducaoengenharia.org/) 
Revista Gestão & Produção (www.dep.ufscar.br/revista/) 
Associação Brasileira de Engenharia de Produção (http://www.abepro.org.br/) 
 
8 linhas para resposta 
 
Resposta Comentada 
a) Observação, Hipótese, Experimentação e Teoria. 
 
b) Existem vários exemplos de trabalhos que estão direcionados para observação de 
dados, para testar hipóteses, para fazer experimentações e ainda para elaboração 
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de teorias. Nestes sites de pesquisa, você poderá ter contato com vários destes 
exemplos, e poderá conhecer melhor como são aplicados. 
 
Fim da atividade final 
 
 
Resumo 
 
Nesta aula, você viu que, não importando sua habilitação na Engenharia, você tem de ter 
a capacidade de selecionar e armazenar informações. Viu as diferenças entre o nível 
médio e o superior, e que, nesta nova fase, é necessária maior maturidade. Foi mostrado 
que, expressar de forma verbal a sua profissão não é fácil para aqueles que não a 
conhecem a fundo e não sabem da sua importância na sociedade. Pôde descobrir, 
também, de que forma estudantes de Engenharia podem contribuir para o 
desenvolvimento da ciência e da tecnologia. 
 
Fim resumo 
 
Informações sobre a próxima aula 
 
Na Aula 2, serão introduzidas as origens da Engenharia, sua evolução histórica desde as 
primeiras escolas. Será visto também, o surgimento da Engenharia no Brasil. 
 
Referências Bibliográficas 
 
BAZZO, W. A.; PEREIRA, L. T. do V. Introdução à Engenharia. Florianópolis: Editora da 
UFSC, 2006. 
BATALHA, M. O. Introdução à Engenharia de Produção. Rio de Janeiro: Campus, 2008. 
BOIKO, T. J. P. Introdução à Engenharia de Produção – Apostila. Disciplina de Introdução 
à Engenharia de Produção. Curso de Engenharia de Produção Agroindustrial. 
Departamento de Engenharia de Produção. Universidade Estadual do Paraná – Campus 
de Campo Mourão. Campo Mourão. 2011. 
BOIKO, T. J. P; TSUJIGUCHI, L. T. A.; VAROLO, F. W. R. Classificação dos Sistemas de 
19 
 
Produção: uma Abordagem de Engenharia de Produção. In: Encontro De Produção 
Científica E Tecnológica, 4, 2009, Campo Mourão – PR Anais... Campo Mourão: 2009. 
CRISTINA, F.; GOMES, T.; CHRISTINA, G.; EREIAS, N.; LIRA, M.. O Estado Da Arte Da 
Engenharia De Produção. Trabalho desenvolvido durante a disciplina de introdução á 
engenharia da Universidade Gama Filho. Rio de Janeiro. 2009.

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