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AULA 1 INTRODUÇÃO A METODOLOGIA CIENTÍFICA

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1 
Aula 1 – Introdução à Metodologia Científica 
 
Meta 
Apresentar os conceitos básicos e expor um breve histórico sobre a metodologia científica 
e seus elementos fundamentais. 
 
Objetivos 
Após esta aula, você será capaz de: 
1. distinguir os conceitos chaves relacionados à metodologia científica e sua evolução; 
2. reconhecer a importância da leitura na construção do saber; 
3. identificar os conceitos básicos para uma pesquisa bibliográfica e seus caminhos. 
 
Introdução 
Nos dias atuais, a sociedade já não se baseia nas produções agrícolas ou industriais, mas 
na produção do saber. A informação nunca foi tão acessível às pessoas e o seu volume 
tão intenso, porém o desafio tem sido filtrar e classificar esse fluxo. Compreender as 
ferramentas adequadas para a busca do conhecimento é parte do aprendizado 
acadêmico e desenvolvimento intelectual. 
 
 
Figura 1.1: A fluência na Era da Informação 
Fonte: https://www.flickr.com/photos/langwitches/5603842003/ 
 
A transmissão do saber adquirido precisa de métodos que assegurem a assimilação e o 
registro de conceitos e fundamentos para a evolução da informação. Dessa forma, 
2 
chegamos à construção da ciência através da busca constante do homem ao longo da 
história pelo conhecimento. Essa busca reflete a importância da pesquisa como progresso 
intelectual e o avanço tecnológico através da aquisição de conhecimento. 
A curiosidade científica provoca a arguição das leis da ciência e dos fenômenos da 
natureza em geral e, como resultado desse questionamento, o cientista formula as 
hipóteses que são submetidas às análises lógicas e à experimentação que a confirma ou 
rejeita (BAZZO, 2006). 
A pesquisa é uma ferramenta fundamental na busca de informações e conhecimento, 
contudo, a investigação científica necessita de métodos e técnicas normatizados. Então, a 
metodologia científica tem por objetivo apresentar conceitos e teorias que orientam a 
instrumentalização da pesquisa através dos métodos científicos, visando ao processo 
crítico e à elaboração de trabalhos acadêmicos. 
 
1- A Metodologia Científica 
Ao aluno que acaba de ingressar no nível superior, serão apresentados diversos 
problemas e questões que o farão adotar uma postura crítica para pesquisar as soluções. 
Por isso, a metodologia científica é geralmente apresentada ao aluno no início do curso, 
para orientá-lo na investigação científica e na composição de estudos e trabalhos. 
O progresso científico decorre não só de descobertas importantes, mas principalmente do 
esforço sistemático para interpretar os fenômenos. O estudo deve estar fundamentado e 
metodologicamente estruturado em procedimentos científicos validados, com o intuito de 
satisfazer questionamentos e/ou esclarecer suas diretrizes, para alcançar o princípio da 
pesquisa. A metodologia científica refere-se à forma como funciona o conhecimento 
científico. 
 
Figura 1.2: O conhecimento científico com o desenvolvimento reflexivo 
Fonte: http://www.freeimages.com/photo/987763 
3 
 
O objetivo da disciplina de metodologia científica é favorecer e estimular a capacidade 
reflexiva e a produção escrita do aluno na prática da pesquisa científica. Esta disciplina, 
num nível aplicado, oferece o instrumental científico metodológico básico para a formação 
acadêmica. 
A metodologia científica é a disciplina que "estuda os caminhos do saber" que pretende 
orientar e possibilitar condições para o pesquisador iniciante utilizar procedimentos 
sistemáticos e racionais para obter fidedignidade dos dados, envolvendo princípios e 
normas que possibilitem trabalhos com resultados confiáveis. Entende-se metodologia 
como o estudo dos princípios e dos métodos de pesquisa (Laville e Dionne, 1999). 
É preciso conhecer e compreender os diversos caminhos para a construção do 
conhecimento para aproveitarmos os frutos da pesquisa e construirmos nossos próprios 
saberes. A disciplina de metodologia científica apresenta-se como um manual com o 
objetivo de apresentar a natureza da pesquisa científica hoje, suas práticas e reflexões 
metodológicas. 
 
1.1 – A origem da Metodologia Científica 
 
A origem remota do método científico situa-se na Grécia clássica, surgindo com o 
nascimento da dialética, que se apresentava como método de pesquisa e busca da 
verdade por meio da formulação adequada de perguntas e respostas. A primeira pergunta 
relaciona-se à definição do tema do diálogo, ou debate. Obtida a resposta, faz-se nova 
pergunta com base no conteúdo da primeira resposta; assim por diante, até chegar à 
verdade. 
Os métodos gregos não sofreram grandes modificações no Ocidente até o século XVII, 
quando o saber científico acumulado exigiu uma revisão da metodologia. As influências 
das ideias humanísticas do Renascimento, que compreendiam o homem como ser criador 
e investigador do cosmo, se viram plasmadas no método hipotético-dedutivo, inaugurado 
por Galileu (ARRUDA, 2008). 
 
Início boxe multimídia 
Para começar a estudar e entender sobre método científico e sua história, uma boa dica é 
assistir ao filme sobre a vida de Galileu Galilei, que empreendeu uma verdadeira 
4 
revolução no pensamento científico. Ou assistir ao documentário Galileu Galilei no link: 
https://www.youtube.com/watch?v=LCws5J7AwIA 
Galuleu Galilei é conhecido como o “pai da ciência moderna”, pois ele foi um dos 
responsáveis principais pela revolução científica. 
 
 
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/cc/Galileo.arp.300pix.jpg Foto: Justus 
Sustermans 
Fim Box 
Galileu estabeleceu um novo método para a ciência natural, ao combinar o uso da 
linguagem matemática na construção das teorias com o recurso aos experimentos que 
permitem comprovar empiricamente as hipóteses científicas. 
René Descartes, na obra Discours de la méthode (1637; Discurso sobre o método), 
questiona a certeza sobre a existência da realidade apreendida pelos sentidos. Introduziu 
a dúvida metódica, que consiste em duvidar de tudo o que é dado pelos sentidos, e 
mesmo da Matemática, o que leva à única certeza: a consciência de duvidar, que leva à 
consciência de existir. 
Então, a Metodologia Científica que conhecemos tem sua origem no pensamento de 
Descartes, e foi posteriormente desenvolvida empiricamente pelo físico inglês Isaac 
Newton. Descartes propôs chegar à verdade através da dúvida sistemática e da 
decomposição do problema em pequenas partes. Essas proposições definiram a base da 
pesquisa científica. O Círculo de Viena acrescentou a esses princípios a necessidade de 
verificação e o método indutivo (positivismo lógico). O método indutivo é aquele que parte 
de questões particulares até chegar a conclusões generalizadas. 
 
 
 
5 
Verbete 
Círculo de Viena foi o nome como ficou conhecido um grupo de filósofos que se juntou 
informalmente na Universidade de Viena, de 1922 a 1936, com a coordenação de Moritz 
Schlick. O círculo surgiu por uma necessidade de fundamentar a ciência, a partir das 
concepções ou acepções que a Filosofia da Ciência ganhou no século XIX. 
fim do verbete 
 
A estrutura metodológica da ciência moderna, apoiada na comprovação dos fenômenos 
por meio de leis de inspiração matemática imutáveis no tempo, sofreu um forte revés com 
as doutrinas evolucionistas do século XIX e as teorias quântica e relativista, no início do 
século XX. O século XX também testemunhou a afirmação das ciências humanas, 
surgidas como tais no século XIX, e sua preocupação em adquirir uma base 
metodológica, inspirada na Física, com o que deixaram definitivamente de ser 
consideradas disciplinas subordinadas (ARRUDA, 2008). 
Ainda no século XX, o filósofo Karl Popper,entre outros, fez a distinção entre matérias 
científicas e não científicas, que estabeleceu a noção de falsificabilidade como critério 
dedutivo de validação das teorias científicas. 
Karl Popper demonstrou que nem a verificação nem a indução serviam ao método 
científico, pois o cientista deve trabalhar com o falseamento, ou seja, deve fazer uma 
hipótese e testá-la, não procurando provas de que ela está certa, mas de que ela está 
errada (HAWKING, 1988). 
Thomas Kuhn percebeu que os paradigmas são elementos essenciais do método 
científico, sendo os momentos de mudança de paradigmas chamados de revoluções 
científicas. 
 
Verbete 
Paradigma é a representação de um modelo ou padrão a ser seguido. Pode ser entendido 
também como uma referência inicial como base de modelo para estudos e pesquisas. 
fim do verbete 
 
Mais recentemente, a Metodologia Científica tem sido debatida pela crítica ao 
pensamento cartesiano elaborada pelo filósofo francês Edgar Morin. Ele propõe, no lugar 
da divisão do objeto de pesquisa em partes, uma visão sistêmica, do todo. Esse novo 
6 
paradigma é chamado Teoria da Complexidade (complexidade entendida como abraçar o 
todo). 
As noções acerca do mundo estão em constante mudança. É possível o surgimento de 
novas teorias e situações com base nos conhecimentos firmemente estabelecidos ou 
novas contestações. Por isso, a ciência admite que mesmo seus princípios gerais e 
seguros podem ser refutados (ARRUDA, 2008). 
Os métodos científicos, seus conceitos e suas características serão detalhados numa aula 
específica à frente. Contudo, de uma forma geral, as etapas do método científico podem 
ser apresentadas de forma resumida como: 
 
-Observação: análise crítica dos fatos. 
 
-Questionamento: elaboração de uma pergunta ou identificação de um problema a ser 
resolvido. 
 
-Formulação de hipótese: possível resposta a uma pergunta ou solução de um problema. 
 
-Realização de dedução: previsão possível baseada na hipótese. 
 
-Experimentação: teste da dedução ou novas observações para testar a dedução. Ao se 
realizar o experimento deve-se trabalhar com grupo de controle. 
 
-Conclusão: Etapa em que se aceita ou se rejeita uma hipótese. 
 
1.2 – A Metodologia Científica e a Engenharia de Produção 
A assimilação dos conceitos da pesquisa deve ter por objetivo o desenvolvimento de um 
espírito crítico e observador, características pertinentes aos alunos de engenharia. A 
inclusão desta disciplina nos cursos de engenharia está intrínseca ao processo de 
globalização do conhecimento e à necessidade do aluno de engenharia dominar novas 
tecnologias, monitorando os avanços científicos. 
A engenharia busca a solução para um problema que está diretamente associado à forma 
como se realiza a investigação, ou seja, o método que é utilizado. Pode-se dizer que o 
engenheiro terá sua competência reconhecida e será remunerado por isso na medida em 
que, com habilidade e sensibilidade, puder transformar o conhecimento em soluções úteis 
7 
para a empresa e, consequentemente, para a sociedade (GUIMARÃES FILHO; 
PEREIRA, 2003). 
 
Figura 1.3: A engenharia e suas soluções 
Fonte: http://www.freeimages.com/photo/913660 
 
A resolução CNE/CES 11, de 11 de março de 2002, que institui as Diretrizes Curriculares 
Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia diz em seu artigo 3º: O Curso de 
Graduação em Engenharia tem como perfil do formando egresso/profissional o 
engenheiro, com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, capacitado a 
absorver e desenvolver novas tecnologias, estimulando a sua atuação crítica e criativa na 
identificação e resolução de problemas, considerando seus aspectos políticos, 
econômicos, sociais, ambientais e culturais, com visão ética e humanística, em 
atendimento às demandas da sociedade. 
Para identificar e analisar as soluções utilizando os métodos adequados num mundo em 
constante transformação tecnológica, o profissional de engenharia precisa de 
conhecimentos multidisciplinares com competências técnicas. A formação desse 
profissional exige leitura, estudo e reflexão, um longo caminho iniciado pela introdução à 
pesquisa. 
A pesquisa científica tem sido a plataforma das ciências da engenharia para atender à 
demanda histórica por soluções otimizadas. Desde a revolução industrial, a organização 
empresarial tem evoluído em ritmo acelerado na procura de melhorias e desenvolvimento 
da eficiência e a eficácia do trabalho realizado em processos industriais. Dessa forma, a 
engenharia de produção investiga métodos e técnicas para o progresso da gestão dos 
meios produtivos. 
 
8 
 
Figura 1.4: Esfera de ação característica dos diversos profissionais nos processos decisórios 
Fonte: Cunha (2002) 
 
O ramo de Engenharia de Produção concentra-se na gestão dos sistemas de produção, 
definidos como todo conjunto de recursos organizados, de modo a obter produtos ou 
serviços de modo sistemático. A gestão dos sistemas de produção é realizada via 
utilização de métodos e técnicas que visam otimizar o emprego dos recursos existentes 
no próprio sistema de produção. 
Contudo, no mercado atual o engenheiro de produção precisa enxergar além dos 
métodos e dos sistemas, ele precisa integrar e motivar o capital humano na organização. 
A empresa na Era da Informação considera as pessoas como um ativo das organizações. 
 
Verbete 
 O capital humano é composto pelo conhecimento, expertise, poder de inovação e 
habilidade dos empregados adicionados aos valores, à cultura e à filosofia da empresa. 
fim do verbete 
 
Início boxe multimídia 
Essa mudança de paradigma pode ser observada no filme Tempos Modernos, em que um 
operário sofre com a exigência quase escrava da indústria. 
O filme apresenta a necessidade de humanização da indústria e chama atenção para a 
necessidade de uma perspectiva mais abrangente em relação às pessoas. 
9 
 
 
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/36/Modern_Times_poster.jpg 
Fim Box 
 
O engenheiro de produção precisa ser capaz de atuar fundamentalmente na organização 
das atividades de produção e estabelecer as interfaces entre as áreas que atuam 
diretamente sobre os sistemas técnicos, entre a área administrativa da empresa e a 
gestão de pessoas. Este perfil tem tornado este profissional muito procurado pelas 
empresas por sua capacitação híbrida gerencial-técnica (Cunha, 2002). 
 
Verbete 
Capacitação híbrida é uma expressão que indica a união de qualidades e de 
características de áreas distintas no desempenho de um único profissional. 
fim do verbete 
 
As propostas de aprendizagens nesse livro estão associadas às aplicações práticas em 
situações que envolvem os fundamentos de metodologia científica e que serão de grande 
importância ao longo do curso em engenharia de produção, nas diversas disciplinas. 
Então, propõe-se uma aprendizagem continuada baseada nos métodos científicos 
fundamentais em resultados, análises e conclusões. 
 
 
10 
2- A Leitura 
A pesquisa é um ato a ser internalizado através de vários caminhos e experiências. Uma 
das formas necessárias para essa conversão de informações e conhecimento é o 
desenvolvimento da leitura de forma continuada e constante. O ato de ler desperta as 
percepções, desenvolve as ideias, proporciona o entendimento, avança para a 
interpretação e culmina no nível mais complexo que é o processo crítico. 
 
 
 
Figura 1.5: A evolução através da leitura 
Fonte: http://zelmar.blogspot.com.br/2013/05/sociedade-ilimitada.html 
 
A leitura estrutura o ato de estudar e o ato de escrever, condições básicas para qualquer 
aluno que deseja o sucessono aprendizado. O hábito de ler nasce da iniciativa e da 
perseverança do aluno em tornar esse ato parte do seu cotidiano. A assimilação passiva 
não produz nenhum resultado eficaz, ou seja, o estudante precisa se convencer que sua 
aprendizagem é uma tarefa sobremaneira pessoal e desenvolver o hábito da leitura faz 
parte do amadurecimento do aluno acadêmico. 
A leitura constitui-se em fator decisivo de estudo, pois propicia a ampliação de 
conhecimentos, a obtenção de informações básicas ou específicas, a abertura de novos 
horizontes para a mente, a sistematização do pensamento, o enriquecimento de 
vocabulário e o melhor entendimento do conteúdo das obras (Lakatos e Marconi, 2003). 
 
Para que você consiga uma leitura proveitosa é interessante que você faça o fichamento 
e siga algumas dicas valiosas: 
 
 
11 
Verbete 
Fichamento é retirar do texto informações essenciais utilizando marcações; o fichamento 
é o resumo das referências que serão consultadas ao longo do trabalho. 
fim do verbete 
 
 Ter atenção: é necessário concentração para buscar o entendimento, a 
assimilação e a apreensão dos conteúdos básicos do texto. 
 Intenção: propósito de conseguir um aproveitamento intelectual por meio da leitura. 
 Reflexão: observar todos os ângulos e ponderar as informações, descobrir novas 
perspectivas e pontos de vista. A reflexão favorece o entendimento e a assimilação 
das ideias do autor, aprofundando, assim, nosso conhecimento. 
 Espírito crítico: implica julgamento, comparação, aprovação ou não do texto. É a 
avaliação do texto. 
 Análise: (a) divisão do tema em partes e (b) determinações das relações existentes 
entre elas. 
 Síntese: tem como objetivo não perder a sequência lógica do pensamento. É a 
reconstituição das partes decompostas pela análise. 
 
Agora faça uma reflexão sobre a presença da leitura na sua vida...Quantos livros você já 
leu?...Qual foi o último livro que você leu?...Quais foram as suas impressões sobre esse 
livro? ...Qual foi o livro de que você mais gostou?...Quantos livros você lê por ano? 
 
 
Figura 1.6: A leitura é uma fonte de inspiração para ideias. 
Fonte: http://www.freeimages.com/photo/1439841 
12 
 
Após a análise das respostas sobre as questões de leitura, você pode desafiar a si 
mesmo, começar ou intensificar ainda hoje o hábito da leitura! Comece com os assuntos 
que você se identifica, conheça os tipos de textos (informativo, descritivo, contos, 
poemas, crônicas), reserve um tempo e um local para a leitura e entre em grupos de 
discussão na internet ou com seus amigos. 
Com o tempo, você vai notar que sua percepção ficará mais sensível e seu censo crítico 
mais apurado. A leitura contínua também irá deixá-lo mais íntimo das diversos tipos de 
texto, entre eles o texto científico com as suas especificações. 
Numa forma de sintetizar as ideias sobre a importância da leitura, Teixeira (2010) 
apresenta um diagrama sobre a leitura: 
 
 
Figura 1.7: O que é leitura 
Fonte: Teixeira, 2010 
 
É interessante observar como o ato de ler pode ser desdobrado em diferentes objetivos e 
classificações. A leitura é mais do a simples decodificação das palavras escritas. Na 
verdade, a leitura possui sutilezas intrínsecas aos seus níveis inter-relacionados que 
podem expressar respostas a estímulos como na leitura sensorial. Internalizar as 
experiências do autor ou estimular lembranças e experiências pessoais como na leitura 
emocional; ou ainda perceber no objeto lido o que interessa ao sistema de ideias ao qual 
o leitor está buscando através da leitura racional. 
 
13 
Existem elementos auxiliares na identificação do texto para uma leitura adequada 
(Marconi e Lakatos, 2003). 
 
 Título: estabelece o assunto e, às vezes, até a intenção do autor. 
 A data de publicação: contextualiza o texto e fornece elementos para certificar-se 
de sua atualidade e aceitação. 
 A “orelha” ou contracapa: local que possibilita aferir as credenciais ou qualificações 
do autor. Podemos identificar para qual público a obra é destinada. 
 O índice ou sumário: apresenta todos os tópicos abordados na obra e como ele 
está dividido. 
 A introdução, prefácio ou nota do autor: indica os objetivos do autor e muitas vezes 
a metodologia por ele empregada. 
 A bibliografia: fornece as informações a respeito das obras consultadas. 
 
Há algumas formas de entender a leitura com suas características e objetivos. Para a 
disciplina de metodologia, o que nos interessa particularmente é a leitura informativa ou 
de estudo. Essa leitura visa à absorção mais completa do conteúdo e de todos os 
significados, devendo-se ler, reler, utilizar o dicionário, marcar ou sublinhar palavras ou 
frases-chave e fazer resumos (Marconi e Lakatos, 2003). 
A leitura de estudo ou informativa apresenta três objetivos predominantes (Marconi e 
Lakatos, 2003): 
 
 certificar-se do conteúdo do texto, constatando o que o autor afirma, os dados que 
apresenta e as informações que oferece; 
 correlacionar os dados coletados a partir das informações do autor com o problema 
em pauta; 
 verificar a validade dessas informações. 
 
Lembre-se de que você é responsável por desenvolver as suas competências, buscando 
conhecimento através de estudo, leitura e escrita. Esses três atos são primordiais para o 
sucesso num curso acadêmico. Eles precisam de interação e profunda prática. 
 
 
14 
4- Pesquisa bibliográfica 
A pesquisa bibliográfica faz parte do cotidiano de todos os estudantes e pesquisadores. 
Atualmente, para realizar uma pesquisa bibliográfica contamos com uma série de 
recursos que não existiam tempos atrás. Hoje, não precisamos consultar apenas os livros, 
pois há várias informações e referências na rede. Além dos livros usamos a Internet e os 
programas audiovisuais. 
 
Figura 1.8: O que é leitura 
Fonte: http://www.freeimages.com/photo/1109833 
 
É de extrema relevância citar as fontes utilizadas para que a pesquisa tenha credibilidade 
e possamos obter o conhecimento. A etapa da pesquisa bibliográfica é importante para 
qualquer projeto de pesquisa, independente da área. 
 
Então O QUE É UMA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA??? 
 
É o estudo sistematizado de um determinado tema, processado em bases de dados 
nacionais e internacionais, que contêm artigos de revistas científicas, livros, teses e outros 
documentos. 
 
O primeiro passo para iniciar uma pesquisa bibliográfica é definir qual é o seu objetivo. A 
pergunta de pesquisa é essencial para determinar o foco da pesquisa. Não esqueça que 
delimitar o assunto também é igualmente importante. A pesquisa bibliográfica deve se 
estender a vários tipos de textos como periódicos, dissertações e teses e a coleta de 
documentos e contatos importantes, compondo o acervo documental, conforme o caso de 
objeto de estudo. 
15 
As pesquisas são feitas segundo contextos específicos, tais como assunto, autores, 
período de tempo, e combinações entre eles. Para facilitar este primeiro passo faça listas 
de palavras-chave com os contextos. Use palavras-chave específicas associadas ao 
tema pesquisado. 
 
Verbete 
Palavras-chave são as palavras que representam o conteúdo do artigo; resume os temas 
principais de um texto. 
fim do verbete 
 
O próximo passo é onde procurar. As bases multidisciplinares de dados bibliográficas são 
as mais indicadas, elas são fontes secundárias que remetem para identificação de fontes 
primárias. Geralmente elas armazenam grande quantidade de informação estruturada, 
de forma que possa ser consultada rapidamente. 
 
Verbete 
Fontes primárias são descritas como fontes mais próximas à origem da informaçãoou 
ideia em estudo. São documentos com texto completo e outros documentos que 
contenham o seu conteúdo na íntegra. 
fim do verbete 
 
De posse da pesquisa realizada nas distintas bases de dados, o passo seguinte é a 
leitura crítica. 
A principal base da pesquisa bibliográfica consiste em análise e leitura de texto. Essas 
fontes de informação devem ser bem utilizadas, e lembre-se de que O CONHECIMENTO 
PRECISA SER CONSTRUÍDO, E NÃO PODE SER COPIADO. Esta afirmação deve estar 
registrada na atitude do aluno do século XXI, usuário assíduo da rede eletrônica. A 
Internet pode ser utilizada, desde que sejam feitas as corretas referências. 
Lembre-se sempre de que a cópia de trabalhos (plágios), além de ser uma prática 
desonesta, é ilegal. 
 
Os professores Agma Traina e Caetano Traina dão algumas dicas para a seleção de 
artigos durante uma pesquisa bibliográfica (o texto completo está disponível em 
http://www.univasf.edu.br/~ricardo.aramos/comoFazerPesquisasBibliograficas.pdf): 
16 
 
Analisar um artigo é um processo pessoal de cada um, mas a regra geral é: 
 
 Avalie o título. Se ele estiver dentro do que você está procurando, ou se estiver 
incerto, leia o resumo. Com isso, você já poderá ter uma ideia de que o artigo tem 
algo que lhe interessa. Se não tiver, descarte-o. 
 Se o artigo for interessante, ou você ainda estiver incerto disso, obtenha agora o 
texto completo, e dê uma folheada rápida, vendo as seções, figuras e tabelas que 
contém. 
 E leia as conclusões. Agora você deve ter uma ideia boa sobre o artigo ser 
interessante ou não. 
 Daqueles que interessam, leia a introdução, e se suas expectativas se 
confirmarem, salve o arquivo, faça anotações de por que você se interessou e 
estude o artigo. 
 
Quando estiver acostumado com o processo, analisar um artigo não deverá tomar mais 
do que três ou quatro minutos, quinze minutos se você chegar a ler a introdução. Mas 
quando um artigo interessar, invista nele o tempo que precisar. 
 
Mas onde encontrar as fontes? 
 
Algumas organizações e/ou base de dados oferecem acervo digital e físico. Podemos 
iniciar pelas instituições oficiais do governo que possuem arquivos importantes que 
guardam uma enorme quantidade de diversos materiais, como dados estatísticos, plantas, 
projetos, jornais, revistas, atas e documentos oficiais. Inicialmente é recomendado que 
você conheça as regras de cada instituição e suas exigências na apresentação de 
identificação específica como, por exemplo, uma carta formal da faculdade, quando 
necessário. 
Outra base de dados importante é a biblioteca. As bibliotecas possuem livros, arquivos, 
revistas, catálogos, entre outros acervos com uma infinidade de temas. Atualmente, 
muitas bibliotecas disponibilizam esses acervos através da internet, inclusive o acervo 
físico disponível para possível empréstimo. 
17 
Podemos encontrar na rede eletrônica várias bases de dados virtuais, sites de pesquisa e 
sites de busca. Lembre-se de que a informação precisa ter referência fidedigna na 
composição de um trabalho acadêmico. 
 
Seguem alguns links úteis à pesquisa: 
 
CAPES (http://www.periodicos.capes.gov.br) - O Portal de Periódicos da Capes é uma 
biblioteca virtual que reúne e disponibiliza às instituições de ensino e pesquisa no Brasil o 
melhor da produção científica internacional. Ele conta atualmente com um acervo de mais 
de 35 mil periódicos com texto completo, 130 bases referenciais, 11 bases dedicadas 
exclusivamente a patentes, além de livros, enciclopédias e obras de referência, normas 
técnicas, estatísticas e conteúdo audiovisual. 
 
Web of Science – Base multidisciplinar, acesso através do Portal da CAPES. 
 
Scopus - Base multidisciplinar, acesso através do Portal da CAPES. 
 
SciELO (http://www.scielo.org) - Disponibiliza periódicos científicos da América Latina e 
Caribe. 
 
CNPq (www.cnpq.br) - O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 
(CNPq), agência do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), tem como 
principais atribuições fomentar a pesquisa científica e tecnológica e incentivar a formação 
de pesquisadores brasileiros. 
 
IPEA (www.ipea.gov.br) - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. 
 
IBGE (www.ibge.gov.br) – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 
 
Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (http://bdtd.ibict.br/) 
 
Banco de Teses da CAPES (http://www.capes.gov.br/servicos/banco-de-teses) 
 
18 
Outra dica interessante para a sua pesquisa é identificar os grupos de 
pesquisa/pesquisadores que atuam na área de interesse. Isso pode ser feito 
acompanhando as páginas pessoais desses pesquisadores, ou utilizando portais de 
bibliotecas digitais. 
 
Agora que você já sabe os passos iniciais de uma pesquisa bibliográfica, faça uma visita 
virtual e conheça o acervo digital do CECIERJ – TECA (http://teca.cecierj.edu.br/). 
Aproveite e faça uma pesquisa sobre o conhecimento científico. Aproveite a navegação 
pelo conhecimento!!!! 
 
Resumo 
Na nossa primeira aula, você foi apresentado aos conceitos fundamentais da pesquisa 
científica e como ela tem grande importância para a construção do conhecimento, 
principalmente para a Engenharia. Aprendeu sobre os conceitos da disciplina de 
metodologia científica, sua evolução histórica e o emprego de suas diretrizes na 
engenharia de produção. Também foi destacada a importância da leitura para o melhor 
aproveitamento da disciplina, assim como o hábito de ler interfere em sua formação no 
curso acadêmico para a reflexão crítica, o estudo e a escrita. A leitura possui elementos 
auxiliares e objetivos predominantes. A aula foi concluída com as orientações sobre os 
conceitos e procedimentos de uma pesquisa bibliográfica que será usada ao longo de 
todo o curso. A pesquisa bibliográfica é o primeiro passo para qualquer pesquisa com um 
tema definido. Ela deve ser iniciada com a definição do objetivo, seguida da realização da 
busca em fontes primárias e finalizada com a análise crítica do material pesquisado. 
Fim resumo 
 
Informações sobre a próxima aula 
Na Aula 2, serão introduzidos os conceitos da ciência, seu papel na sociedade, os tipos 
de conhecimentos. Nas demais aulas, serão incluídos os novos métodos e as técnicas 
usadas na estruturação de um texto científico, assim como as normas em vigor. 
 
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