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Mara Pereira da Silva
Arte e Educação
Sumário
03
CAPÍTULO 1 – Qual o papel do professor de arte no espaço educativo? .............................05
Introdução ...................................................................................................................05
1.1 Função Pedagógica, desafios e perspectivas do professor de Arte ..................................05
1.1.1 Função Pedagógica .........................................................................................06
1.1.2 Os desafios e perspectivas ...............................................................................07
1.2 Saberes necessários ao professor de Arte ....................................................................09
1.3 Tecendo os períodos da História da Arte .....................................................................11
1.3.1 A Arte na Pré-História e na Idade Antiga ............................................................11
1.3.2 A Arte na Idade Média e Moderna .....................................................................15
1.3.3 A Arte na Idade Contemporânea até os dias atuais ............................................17
Síntese ..........................................................................................................................20
Referências Bibliográficas ................................................................................................21
Capítulo 1 
05
Introdução 
O processo de globalização, que evidentemente envolve a cultura, apresenta muitos desafios, 
perspectivas e possibilidades para o ensino de Arte nos espaços educativos. Como professores de 
Arte, precisamos nos questionar a cada dia sobre a nossa formação. Talvez muitos de vocês que 
estão nesse curso tenham se perguntado o que é ser professor de Arte. Afinal, qual o meu papel 
na escola? Que desafios terei que enfrentar? Qual a minha expectativa nos espaços educativos? 
As respostas para esses questionamentos teremos a seguir.
Reconhecemos que a conectividade e a interatividade são sinais deste século. Nos dias de hoje, 
a internet nos mostra respostas imediatas, em tempos reais; imagens fixas e em movimento para 
quase todas as nossas necessidades. As mudanças são muitas, ocorrem em ritmo acelerado - e 
nem sempre conseguimos acompanhá-las. Essas transformações não podem desconsiderar co-
nhecimentos já produzidos. Ao sermos levados a pensar na própria formação, somos questiona-
dos sobre o nosso papel na escola, em tempos em que o conhecimento tem se tornado acessível 
e chega às pessoas com muita velocidade. 
O capítulo foi dividido em três tópicos ou três temas amplos, por meio dos quais são propostas aná-
lises e reflexões sobre a função pedagógica e apresentados os desafios e as perspectivas do profes-
sor no ensino de Arte; os saberes necessários à profissão e, por fim, a história da Arte na sociedade.
 Ao concluir esse capítulo, você será capaz de construir uma base sólida sobre o papel do professor 
de Arte em espaços educativos, enfatizando a sua função, os desafios, as perspectivas, os saberes 
e a importância em dominar a história da Arte conhecimento essencial a esse exercício profissional.
Boa leitura e bons estudos!
1.1 Função Pedagógica, desafios e perspectivas 
do professor de Arte
Refletir sobre a função pedagógica, os desafios, as perspectivas e os saberes necessários ao pro-
fessor de Arte é fundamental para todos que desejam atuar nessa área de conhecimento. Como 
professores de Arte, precisamos saber: para que viemos? O que faremos? O que teremos que 
enfrentar e o que nos espera nos espaços educativos? 
Considerando que o professor tem um papel fundamental no processo de ensino, é preciso 
pensar sobre a sua prática, os desafios, as perspectivas ao atuar profissionalmente e os saberes 
necessários para exercer essa prática social chamada educação. O professor que pensa a sua 
prática constrói conhecimento e trabalha de forma coletiva (MARINHO et. al., 2012, p.12). Re-
fletir sobre ser professor é uma maneira de contribuir no aperfeiçoamento do trabalho docente, 
na produção do conhecimento e na construção do trabalho em grupo.
 Qual o papel do professor de 
arte no espaço educativo?
06 Laureate- International Universities
Arte e Educação
1.1.1 Função Pedagógica
Nos dias de hoje, as informações se espalham de uma forma rápida. O professor, ao entrar na 
sala de aula, se depara com alunos interligados no mundo digital. Ao falar sobre algum assun-
to, o aluno tem a possibilidade de usar os mecanismos de busca da internet para verificar se as 
informações repassadas pelo educador estão corretas ou erradas. 
Figura 1: Internet das coisas, conectando itens do nosso dia a dia à rede mundial de computadores.
Fonte: Macrovector, Shutterstock, 2017.
Tendo em vista essas situações, qual a função do professor na sala de aula? Moyses (1995, p.34-
35) enfatiza “o papel do professor como o mediador entre o saber socialmente sistematizado e o 
aluno”, sem negar, no entanto, o saber do próprio aluno. Nesse sentido, é função do professor 
instigar os discentes pela busca do conhecimento.
Segundo Marinho (2012), muitos são os desafios para a formação do professor; frente a eles, 
surgem novas exigências à função docente. De acordo com a autora (apud Ribas, 2000, p.23): 
a necessidade de um professor como mediador do conhecimento e não como detentor do 
poder; o respeito pelo desenvolvimento de cada aluno no processo de ensino-aprendizagem; 
o atendimento à diversidade dos alunos que chegam à escola; o incentivo ao enriquecimento 
curricular; a elaboração e execução de projetos; a utilização de novas metodologias e estratégias 
de ensino, bem como novos materiais de apoio; o desenvolvimento da capacidade de trabalho 
em equipe. Nesses termos, podemos considerar que a função pedagógica do professor nos dias 
atuais é formar um indivíduo pensante, ou seja um educando crítico, reflexivo e questionador.
O professor precisa ter uma postura que provoque, instigue o aluno a buscar aprendizagem e 
fazer com que o docente se torne autônomo na sua própria aprendizagem. Segundo Iavelberg 
(2003, p.22), “estudar as particularidades de cada região e estabelecer relações com contex-
tos comunitários próximos e distantes produz motivação para aprender”. Para a autora, além 
de aguçar a vontade de aprender, isso promove a educação ética, a cidadania, as práticas de 
inclusão social, além de ampliar a visão crítica sobre questões do cotidiano no tempo e no es-
paço. Ao trabalhar na escola as práticas de inclusão, aprendemos que estamos educando para 
a superação de preconceitos e discriminações. 
07
O trabalho do professor abrange funções pedagógicas, sociais e políticas, e ainda a transmissão 
de conhecimento aos alunos (ROMANOWSKI, 2007, p.49). De acordo com a autora, ao apre-
sentar a relação pedagógica na docência, a “dinâmica da aula é centrada na relação perma-
nente entre o professor e os alunos”. Segundo Romanowski (2007, p. 50), a “atividade docente 
é interativa, precisa da participação dos discentes para se concretizar”.
No que diz respeito à função política da docência, Romanowski (2007, p.50) afirma que “confi-
gura-se na relação entre o professor, as determinações das políticas governamentais e a comu-
nidade escolar”. Para a autora, o professor passa a ser o mediador entre o governo e a comuni-
dade, em relação aos assuntos que visam ao melhoramento do espaço educativo.
Ainda segundo Romanowski (2007, p.50 apud FREIRE, 1996), “é importante que o professor 
tenha consciência do que faz, por que faz e como faz; que estabeleça o confronto de como era 
a situação, como está sendo desenvolvida e como reconstruir para fazer coisas diferentes das 
que sempre faz”. 
VOCÊ QUER VER? 
O filme Mr. Holland - Adorável professor (1995), dirigido por Stephen Herek, narra a 
vidade um compositor musical que decidiu ser professor pois achava que, exercendo 
essa profissão, teria um dinheiro a mais no orçamento e sobraria tempo para compor. 
Porém, a realidade foi outra: não tinha mais tempo para se dedicar à composição; os 
alunos não entendiam as suas aulas e ele se viu obrigado a mudar as suas práticas em 
sala de aula. Ao acompanhar essa história, observe a relação existente entre os alunos 
e o professor.
O papel social do professor de Arte no espaço educativo é mediar conhecimentos. Envolve a 
organização do trabalho pedagógico, levando em consideração os dois principais sujeitos no 
processo de ensino e aprendizagem: o professor e o aluno.
1.1.2 Os desafios e perspectivas
O desafio de saber ensinar é fator presente em todas as áreas do conhecimento. Saber ensinar? 
Moyses (1995, p.13) ressalta que saber ensinar por si só é um desafio, como veremos a seguir:
Quando falamos em saber ensinar, estamos pensando em algo que é mais do que uma 
simples habilidade expressa pela competência do professor diante do processo de ensino/
aprendizagem. É muito mais. Tarefa complexa, requer preparo e compromisso, envolvimento 
e responsabilidade. É algo que se define pelo engajamento do educador com a causa 
democrática e se expressa pelo seu desejo de instrumentalizar política e tecnicamente o seu 
aluno ajudando-o a construir-se como sujeito social.
No ensino de Arte, essa complexidade para ensinar não é diferente. É preciso preparo, compro-
misso, envolvimento e responsabilidade por parte do professor. Muitos são os desafios para o 
professor de Arte, a começar pela questão fundamental: o que é ensinar Arte na escola? Segundo 
Zagonel (2008, p,104):
O professor tem um desafio enorme diante de si e, apesar de o ensino de Arte não ter na escola 
o reconhecimento que ele merece, o professor dessa disciplina deve ter consciência de sua 
importância e, consequentemente, de sua responsabilidade como agente e participante direto 
desse processo. Ele necessita cada vez mais, buscar uma formação profissional adequada, que 
lhe forneça as ferramentas para cumprir dignamente com os propósitos do ensino artístico. 
08 Laureate- International Universities
Arte e Educação
A boa formação do professor na área é de suma importância para a sua atuação no ensino de 
Arte. É o que lhe possibilitará cumprir com responsabilidade as tarefas em sala de aula, alargan-
do várias aptidões no educando. Zagonel acredita que, para o educador cumprir tudo o que se 
espera dele, é preciso apresentar algumas qualidades pessoais. O professor de Arte precisa ser 
inicialmente um artista. Mas que tipo de artista? Veja o que diz Zagonel (2008, p.106):
não necessariamente um artista que se apresenta publicamente, mas um artista na sua alma. 
Aquele que inventa e realiza objetos ou obras artísticas, que tem sensibilidade para perceber a 
realidade e interagir com ela, transformando-a, e que exprime sua personalidade de maneira 
criativa pelo uso de alguma técnica. E de preferência aquele que tenha estudado Arte com mais 
profundidade. O professor de Arte tem que ser criativo e imaginativo, elementos essenciais na 
prática artística.
Para a autora “ensinar Arte não é ensinar a copiar, a repetir, a imitar”. Então, o que seria ensinar 
Arte? Nas palavras de Zagonel (2008, p.106) ensinar Arte “é estimular a criatividade e a expres-
são pessoal dos alunos, é instigar o prazer da busca pelo conhecimento”. O professor de Arte é 
um orientador e um provocador.
Referindo-se à realidade brasileira, a autora defende que não se pode esperar de todos que 
trabalham com o ensino de Arte uma formação de alta qualidade. Para Zagonel (2008, p. 107), 
o que podemos almejar é “um professor sensível e disposto a enfrentar desafios. Um professor 
apaixonado pelo que faz, pelos seus alunos e pela Arte. Um professor disposto sempre a buscar 
novos caminhos, disposto a interagir, disposto a aprender”.
A autora faz referência aos princípios pedagógicos pregados por Koellreutter, músico e educador. 
Ela acredita que esses princípios devem orientar a postura do professor. Apesar de Koellreutter 
ter concebido essa ideia para o ensino de Música, sua área de atuação, a autora destaca que as 
contribuições dele servem para todas as linguagens artísticas. 
Segundo Zagonel (2008, p.107) para Koellreutter o educador deve: aprender a aprender com os 
alunos o que ensinar; questionar constantemente e perguntar sempre “por quê?” – e não apenas 
ensinar o aluno aquilo que pode ser encontrado nos livros. Zagonel (2008, p.108) apresenta 
outras questões apontadas por Koellreutter que também servem para o professor de Arte:
• a atualização de conceitos, de modo a viabilizar a incorporação de elementos presentes 
na arte contemporânea na educação das artes;
• o relacionamento e a interdependência entre as artes, a ciência e a vida cotidiana;
• a criação como uma das principais ferramentas para a realização do trabalho pedagógico;
• o objetivo maior da educação artística: o ser humano.
Além desses elementos apresentados a partir de Koellreutter, a autora relata que conforme a sua 
experiência pessoal na formação de professores, o que se apresenta como desafio é a influência 
das músicas das mídias sobre seus alunos. Promover a discussão sobre os desafios do professor 
de Arte, refletir sobre as especificidades da sua formação e atuação na prática de ensino, é im-
prescindível, diante das situações apresentadas.
O ensino de Arte, nos dias de hoje, em pleno século XXI, se configura perante modificações ex-
pressivas em seu percurso. Demonstra-se o máximo de envolvimento com a pluralidade cultural 
e com as histórias das comunidades, pretendendo com isso promover-se uma maior aproximação 
com as diversas manifestações artísticas. 
09
CASO
Um professor do Ensino Médio, que teve sua formação em moldes tradicionais (na qual seus 
saberes eram excluídos ou nem considerados), ao trabalhar com uma turma plural, formada por 
indígenas, camponeses, quilombolas e outras etnias, sentirá dificuldade de dialogar com a cul-
tura dessas comunidades por falta de preparo para trabalhar na diversidade. A formação desse 
educador vai parecer desconectada da sua atuação profissional. Na realidade brasileira, rica 
e diversificada, trabalhar com um ensino baseado nas comunidades acaba causando estranha-
mento para muitos professores, pois em suas licenciaturas foi um ensino em que o conhecimento 
erudito era visto como verdade absoluta e os saberes das comunidades não eram valorizados. 
Então, ao chegar na sala de aula esse professor muitas vezes acaba reproduzindo as mesmas 
práticas de seus professores do passado.
Sobre as perspectivas na formação do educador musical, Rocha (2016, p. 8) aborda diversos 
aspectos desejados: 
Ações em rede para a implementação da música nas escolas: ações políticas, acadêmicas e 
práticas; O estágio supervisionado como ferramenta para a formação inicial; A ampliação e o 
fortalecimento de políticas de valorização do professor; A formação continuada e os programas 
de pós-graduação como meios de aperfeiçoamento docente e melhoria do ensino em 
diferentes esferas.
Para Rocha (2016, p.9), “diferentes ações políticas articuladas por grupos e associações junto 
às instâncias governamentais têm modificado positivamente o cenário nacional relacionado aos 
programas de incentivo que favorecem a formação docente”. Mas, para o autor, ainda é pre-
ciso “avançar muito em relação à conquista da implementação efetiva da música nas escolas” 
e numa “formação docente capaz de estimular uma visão aberta à diversidade e aos mundos 
musicais presentes no cotidiano”.
Recomendo o artigo A arte-educação e a reinvenção escolar, da Professora Silvia Maria 
Pompéia, que foi publicado no Boletim Arte na Escola, edição de nº 37, mar./abr., 
2005. A autora enumera alguns princípios que o professor deve levar em contapara 
que o seu trabalho alcance uma dimensão na sociedade. Você pode acessar pelo link: 
http://artenaescola.org.br/sala-de-leitura/artigos/artigo.php?id=69348.
VOCÊ QUER LER?
Enfim, ensinar é mais do que mediar conhecimentos. Ensinar envolve vários desafios e perspec-
tivas que se esperam de um educador. Mesmo que ainda em formação, deseja-se que múltiplos 
aspectos sejam considerados no preparo do futuro educador.
1.2 Saberes necessários ao professor de Arte
Vivemos em uma sociedade de incertezas. Em meio a essas mudanças, não cabe a desvaloriza-
ção das dimensões técnicas ou tecnológicas da formação, mas nos vemos obrigados a escrevê-
-las em uma experiência de vida, um percurso pessoal, um caminhar para si, que nos torna 
formador do outro. 
Marinho et. al (2012, p.12), em sua obra Pedagogia do Movimento: universo lúdico e psicomo-
tricidade, afirmam que “formarmos/educarmos indivíduos com competências mais aprimoradas 
em suas diferentes áreas de atuação/formação é a marca da revolução”. Para os autores, “a 
10 Laureate- International Universities
Arte e Educação
formação do professor passa por esse viés da articulação entre o saber e o saber-fazer, formação 
permanente, da evolução e da adaptação às inovações e às transformações”. A graduação é ape-
nas a primeira etapa de um processo contínuo e primordial, denominado formação continuada.
O conhecimento é algo inacabado e que adquirimos ao longo de toda uma vida, segundo Mari-
nho et. al. (2012, p.22). Para Romanowski (2007, p.55), “a dinâmica de aula caracteriza-se pela 
ação do professor e dos alunos, sendo mediada pelo conhecimento”. A autora complementa que 
os saberes se constroem ao longo do processo. Ao relatar sobre a origem dos saberes docentes, 
ela acredita que surgem:
Do enfrentamento dos problemas da prática. Envolvem a relação dos professores com o 
conhecimento a ser ensinado, expresso nos manuais didáticos; a troca de experiências com 
outros professores e profissionais; a interação com os alunos; e advém, também, dos estudos 
realizados em curso. No trabalho diário da aula em que se manifestam as contradições e 
os conflitos sociais, professores também desenvolvem saberes ao defrontarem-se com essas 
contradições.
A autora destaca que “os saberes docentes são historicamente situados”. Segundo Romanowski 
(2007, p.56), esses saberes dividem-se em três componentes: saberes da experiência, que são 
construídos durante a prática; saberes pedagógicos, que estão relacionados a conhecimentos da di-
dática, da psicologia da educação, da sociologia da educação e das demais ciências educacionais, 
e saberes específicos pertinentes a conteúdos disciplinares de determinada área do conhecimento. 
O processo de formação do professor de Arte requer entrelaçamentos com outras disciplinas. Ao 
se pronunciar sobre a formação do educador musical na contemporaneidade, a partir das suas 
próprias experiências, a professora Mara Pereira, em mesa redonda sobre Música na Escola, 
organizada pelo Curso de Educação do Campo - Artes e Música, da Universidade Federal do 
Tocantins, Campus de Arraias, em 2015, falou que: “o processo de formação do educador mu-
sical requer entrelaçamentos com outras disciplinas, principalmente da área de humanas, como 
História, Estética, Psicologia, Sociologia, Etnomusicologia e outras. Para a professora, “saber 
música é essencial para que você possa criar caminhos metodológicos seus. Essa é a riqueza: 
você criar os seus caminhos, saber aonde ir. Isso é caminhar para si”. Adaptando a frase para 
o ensino de Arte, poderíamos dizer que saber Arte é essencial para criarmos nossos próprios 
caminhos metodológicos. 
Vale lembrar que o professor, como qualquer outro ser humano, nasce por meio das relações 
que estabelece no mundo. Os processos de adquirir os saberes necessários à formação docente 
continuam se dando em diversos tempos e espaços. Trata-se de um processo inacabado e em 
constante movimento.
A Enciclopédia Itaú Cultural disponibiliza materiais sobre Arte e Culturas Brasileiras. 
Além de imagens, textos, e outras informações, você pode encontrar mídias em formato 
de vídeos para serem utilizados com seus alunos em sala de aula. Como sugestão, 
indico as mídias do artista Frans Krajcberg, que podem ser acessadas pelo link: http://
enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa10730/frans-krajcberg.
VOCÊ SABIA?
Assim, podemos dizer que o saber adquirido na experiência é individual e não estável, podendo 
sofrer modificações e mudanças durante o processo - basta estar aberto a isso. As bibliografias 
referendadas não constituem receitas prontas, mas indicam caminhos para o debate sobre os 
saberes necessários ao professor de Arte.
11
1.3 Tecendo os períodos da História da Arte
Talvez, ao ler o nome desse tópico, você tenha se perguntado para que estudar os períodos da 
História da Arte? Saiba que para compreendermos o presente precisamos conhecer o passado e, 
dessa forma, nos apropriamos das situações sociais da humanidade. 
Além de reunir acontecimentos históricos, segundo os eventos da época, a História da Arte nos 
leva a refletir fenomenologicamente. Então, neste tópico, apresentaremos os períodos da História 
da Arte que se desenvolveram por várias décadas na sociedade.
1.3.1 A Arte na Pré-História e na Idade Antiga
Quanto aos períodos da Arte na Pré-História, é importante destacar que não existe um consenso 
na área. Para Porto (2014, p. 71), “corresponde aos períodos paleolítico superior (30.000 a.C.) 
e neolítico (10.000 a.C.) e compreende um conjunto de manifestações humanas com valor ar-
tístico e produzida antes da aparição dos primeiros textos ”. Por outro lado, Proença (2008, p.9) 
em seu livro História da Arte afirma que:
Se tomarmos como base o desenvolvimento técnico, podemos considerar os seguintes períodos: 
Paleolítico (ou “Idade da Pedra Polida”, do surgimento do ser humano até cerca de 12 mil anos 
atrás), Neolítico (ou idade da Pedra Polida, de 12 mil até 6 mil anos atrás) e idade dos metais 
(de 6 mil anos atrás até o desenvolvimento da escrita). 
Consideramos Arte na Pré-História todas as manifestações que criaram forma anterior às pri-
meiras civilizações, ou seja, antes da escrita, o que resultou em diversas produções realizadas 
por diferentes povos, em locais e tempos diferenciados, que apresentam algo comum entre si: a 
predominância das cores preta e vermelha.
Figura 2: Famosas pinturas rupestres do sítio arqueológico de Tassili N’Ajjer, Argélia. 
Fonte: Dmitry Pichugin, Shutterstock, 2017.
Os artistas eram anônimos. Eram povos pré-históricos nômades; não costumavam viver muito 
tempo em determinado lugar e deslocavam-se com frequência de um lado para o outro, segundo 
as suas necessidades alimentares. Tinham o costume de buscar refúgio em locais de fácil acesso, 
como as cavernas. 
 Porto (2014, p.71) diz que “tudo o que se sabe, no sentido das Artes, Culturas e Costumes, sobre 
esse momento tão distante no tempo, foi reconstituído a partir de objetos, e, principalmente, de 
pinturas rupestre, que recebem esse nome pois eram pintadas nas paredes rochosas das cavernas 
e dos abrigos em que os homens viviam”.
12 Laureate- International Universities
Arte e Educação
Figura 3: Touro como tema das pinturas primitivas da arte rupestre.
Fonte: Siloto, Shutterstock, 2017.
No Paleolítico, uma das características marcantes é a presença do naturalismo, por retratar so-
mente o que é visto. Segundo Porto (2014, p. 71), “a Arte Paleolítica vai de uma fidelidade linear 
à natureza até formas mais sugestivas”. Além disso, outra característica presente é o Pragmatis-
mo, ou seja, a Arte gerada tinha uma utilidade, seja no aspecto material, cotidiano ou espiritual. 
Foi na França, nas cavernas de Lascaux, e na Espanha, nas cavernas de Castilho e de Altamira, 
que se encontraram as obras pré-históricas mais antigas em bom estadode conservação. No 
Brasil, foram registrados vestígios da Arte Rupestre em Minas Gerais, Piauí, Pará e Tocantins. Pro-
ença (2008), ao se referir à Arte Pré-Histórica Brasileira, apresenta o sitio arqueológico de Lapa 
da Cerca Grande, localizado no município de Matozinhos, a aproximadamente 50 quilômetros 
de Belo Horizonte (MG), e o Parque Nacional da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato 
(PI), onde se encontram pinturas rupestres com motivos geométricos. A autora ressalta também a 
presença de pinturas rupestres com figuras antropomorfas na forma completa, pintadas no pare-
dão da encosta da Serra da Lua, na cidade de Monte Alegre (PA). No Tocantins, em Xambioá, é 
possível encontrar baixo relevo rupestre zoomorfo, em formato de jacaré em bloco de pedra, no 
chão da Ilha dos Martírios.
Proença (2008) afirma que o artista do período Paleolítico fez também esculturas, predominando 
a figura feminina, citando como exemplo a Vênus de Willendorf, feita de pedra e encontrada por 
Josef Szombathy, em 1908, perto do lugar que lhe deu o nome, Willendorf, na Áustria.
No Neolítico ou Idade da Pedra Polida, a arte deixa de ser naturalista e passa a ser simplifica-
dora e geometrizante. A observação é substituída pela abstração e a racionalização. Temáticas 
abordadas nas pinturas rupestres ganham outras formas, passando a representar a vida coletiva 
do homem primitivo - momento em que artistas abandonam as cavernas e começam a se dedicar 
à produção da arquitetura. Para Porto (2014, p.71), “a revolução neolítica é identificada com 
a vinculação a terra”. Assim, eles desenvolveram as primeiras formas de agricultura, e como 
consequência, o homem passou a fixar residência por mais tempo em determinada comunidade. 
Observa-se o uso de figuras leves, ágeis, pequenas e de pouca cor. Segundo Proença (2008, p. 
13), “com o tempo, tais figuras reduziram-se a traços e linhas muito simples, mas capazes de 
transmitir sentido a quem as via”.
Nesse período, surge a escrita pictográfica a partir do desenho, ou seja, a escrita não verbal. 
O artista se preocupa em dar movimento à imagem fixa. De acordo com Proença (2008, p.13), 
o artista do Neolítico venceu esse desafio de forma muito eficiente. O conceito de belo passa a 
ser uma preocupação da época, principalmente na cerâmica. É o tempo em que se usa a for-
13
ma de barro ou técnica de cera perdida para moldar objetos de metais, fazendo esculturas que 
representam figuras de guerreiros e mulheres. Alguns autores, por isso, fazem desse período a 
separação, considerando o Neolítico e a Idade dos Metais. 
A Arte na idade antiga envolveu egípcios, gregos e romanos que enalteciam a religião, tendo 
como característica central a glorificação dos deuses. Os egípcios produziram uma escrita bem 
estruturada, graças a qual temos um conhecimento bastante completo de sua cultura.
Sobre a cultura egípcia (PORTO,2014, p.7), “nessa civilização a Arte surgiu a serviço da religião 
e das crenças espirituais, pois acreditava-se que a pintura e a escultura, assim como a atribuição 
a outros objetos e seres, possuíam funções ou poderes mágicos”. A religião parece ser uma das 
propriedades mais significativas da cultura egípcia. Envolveu toda a vida desse povo, explicando 
o universo, justificando a sua organização social e política, gerando o papel de cada classe so-
cial e, portanto, dirigindo toda a produção artística desse povo.
 De acordo com Porto (2014, p.7), “para os egípcios a vida após a morte era mais importante do 
que a vida terrena, de modo que concentravam suas atividades em torno da construção de mui-
tos objetos e espaços mortuários”. Em relação a esses espaços, é mister ressaltar a construção 
de pirâmides que foram produzidas para embalsamar o corpo sagrado e mumificado dos deuses, 
como os faraós, e autorizar a elevação das suas almas. 
Figura 4: Pirâmides nas areias do Egito.
Fonte: givaga, Shutterstock, 2017
Nesse contexto, além das pirâmides, encontramos construções monumentais que atraem e fasci-
nam qualquer indivíduo até hoje, inclusive pelo misticismo que as envolvem. Isso porque, para a 
maioria das pessoas, falar em Egito é pensar em pirâmides. Porto (2014, p.7) ao se posicionar 
sobre Arte Egípcia afirma:
Para a representação humana na pintura e nos baixos relevos, por exemplo, mantinha-se um 
ângulo no qual a cabeça era retratada sempre de perfil, enquanto o tronco ficava de frente, e 
os braços e as pernas de lado, e geralmente em movimento. A norma que regia essa técnica 
era chamada de Lei da Frontalidade.
Além da Lei da Frontalidade, presente na Arte Egípcia, faz parte dessa época o desenvolvimento 
dos hieróglifos como elementos estéticos. Segundo Proença (2008, p.24), “hieróglifo é uma 
unidade do sistema de escrita egípcio, de caráter figurativo, em que se representavam imagens 
de animais, objetos etc”. Esses elementos futuramente passaram a ser componente da ornamen-
tação das obras arquitetônicas. 
Do mesmo modo que os egípcios, os gregos também usavam a arte para enaltecer seus deuses, 
porém de forma mais livre. Dentre os povos da antiguidade, os que apresentaram uma produção 
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cultural mais livre foram os gregos. Segundo Proença (2008, p. 30), eles “não se submeteram às 
imposições de sacerdotes ou de reis autoritários e valorizaram especialmente as ações humanas, 
na certeza de que o homem era a criatura mais importante do universo”. Assim, o conhecimento, 
por meio da razão, esteve sempre acima da fé em divindades.
Inicialmente, a Arte Grega era imitação da Egípcia, mas posteriormente os mesmos criaram a 
sua própria arquitetura, escultura e pintura, causando assombro e admiração aos gregos. Suas 
criações foram movidas por concepções totalmente diferenciadas em relação às dos egípcios - 
como vida, morte e divindade.
Figura 5: Partenon, Acrópole de Atenas, Grécia antiga. 
Fonte: Samot, Shutterstock, 2017.
Podemos dizer que a Arte Grega se divide em dois períodos: o Arcaico (Sec. VII a. C até a épo-
ca das Guerras Pérsicas) e o Clássico (séc. V a.C.) até o final da Guerra do Peloponeso (séc. 
IV a.C.). Pensadores como Sócrates, Platão e Aristóteles são da época do período Clássico, e 
formaram vários pensamentos. Engelmann (2008), em sua obra Filosofia da Arte fala sobre as 
contribuições que esses filósofos deixaram para a humanidade e que influenciaram várias gera-
ções de estudiosos ao longo do tempo.
Em relação à arte em Roma, da mesma forma que as anteriores, nela os artistas eram anônimos 
e as suas produções tinham como objetivo mostrar a expressão da realidade vivida e de todo um 
ideal de beleza. Segundo Porto (2014, p. 10), a Arte em Roma é uma das mais grandiosas da 
antiguidade. Para o autor essa arte:
tem como origem duas influências: o tema popular etrusco e o ideal de beleza grego. Sua 
concepção prática da vida, entretanto, leva para a escultura um estilo realista, que procurava 
representar as pessoas de maneira fiel. A firmeza do gestual, os trajes impactantes e as temáticas 
das conquistas traziam para as obras de artes características peculiares desse povo, assim como 
as colunas comemorativas, relacionadas a feitos históricos revelavam sua agressividade. O 
detalhamento e a expressividade das peças, porém, conferiam a ela inestimável valor artístico. 
A Arte Romana tinha uma forte influência das concepções etruscas e do ideal de beleza grego. 
Era uma arte realista e prática.
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O Parque Nacional da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato, no Piauí, recebe 
visitantes durante o ano todo. Imagine que experiência interessante ter a oportunidade 
de um passeio no parque juntamente com os seus alunos? Trata-se de um ambiente com 
múltiplos encantos; um monumental museu a céu aberto, entre belíssimas formações 
rochosas, onde se encontram sítios arqueológicos e paleontológicos espetaculares, 
que retratama presença de humanos e animais pré-históricos. Na impossibilidade de 
levá-los a conhecer pessoalmente o local, vale assistir juntos o documentário Serra da 
Capivara, produzido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência 
e a Cultura (Unesco). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=9576H-X39J8. 
VOCÊ SABIA?
É importante frisar que levar os estudantes a espaços artísticos, como museus e galerias, enrique-
ce o trabalho do professor. É preciso deixar bem esclarecido aos estudantes o motivo da visita, 
mesmo que seja de observação. Isso contribui com o processo de aprendizagem.
1.3.2 A Arte na Idade Média e Moderna
A Arte na Idade Média foi marcada por inúmeros episódios históricos que, de certa forma, inter-
feriram no desenvolvimento e na propagação da Arte. Atitudes de repressão tomadas durante a 
Idade Média (476 a 1453) fizeram com que a produção de Artes Visuais diminuísse.
A desumanização do ser humano e a censura são características presentes na história da Arte na 
Idade Média. Engelmann (2008, p. 33), ao se referir à Arte Medieval, apresenta que:
Nesse período, o Ocidente substituiu a tradição greco-romana pela tradição cristã. As Artes 
passaram a ter um enfoque religioso, no qual vigorava a ideia de que a beleza emanava de 
Deus. Era ele que, na concepção da época, detinha o poder sobre o mundo e as coisas e, 
portanto, também sobre a beleza.
Na concepção de Engelmann (2008), os filósofos Santo Agostinho e Santo Tomás de Aqui-
no procuraram fundamentar essa concepção. Segundo Engelmann (2008, p.33), “para Santo 
Agostinho, o número é a medida de comparação que, conduzindo a igualdade dentro de uma 
totalidade harmônica, presume uma ordem ideal de natureza divina”. De acordo com o autor, 
“devemos considerar que o período em que Santo Agostinho viveu era um tempo de transição. As 
ideias Cristãs estavam começando a se consolidar no mundo ocidental”. Engelmann revela que, 
nesse novo mundo que surgiu “a arte e a filosofia clássica não tinham grande influência”. Ao se 
referir à concepção de Santo Tomás de Aquino, Engelmann (2008, p.34) acredita que:
Se inspirou na filosofia clássica, principalmente em Aristóteles, para retomar o mundo sensível, 
mesmo acreditando ser Deus o grande criador. Acredita que o homem podia liberta-se, em 
parte, da noção de pecado que ele carregou durante a Idade Média. Assim, a beleza integra o 
bem, “ é o aspecto agradável da bondade, pois o belo é agradável a cognição”.
Ainda Engelmann (2008, p. 34), sobre o período medieval:
As artes e tudo mais que podemos definir como cultura estavam a serviço da igreja, da teologia 
(que era a ciência principal). Segundo a mentalidade vigente na época, as manifestações 
racionais ou reflexivas eram fonte de pecado, o que limitou a capacidade artística e reflexiva 
nesse período.
A partir do século XIV, houve na Europa um súbito reviver dos ideais da cultura greco-romana em 
que ocorreram grandes avanços e inúmeras concretizações nas artes. Para Porto (2014, p. 12):
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o movimento artístico do Renascimento propicia um estudo muito agradável, pelo fato de 
ter surgido como um sopro de frescor após a inatividade do período medieval e, ao mesmo 
tempo, um despertar entusiasmado para inúmeras possibilidades cientificas e criativas a serem 
exploradas pelo homem”.
Na verdade, no Renascimento (séc. XIV ao XV) ocorreram diversos progressos e infinitas realiza-
ções no campo das Artes, da Literatura e das Ciências, que suplantaram o legado clássico. A ideia 
do Humanismo foi o impulso desse progresso e tornou-se o próprio espírito do Renascimento.
Engelmann (2008, p. 34) diz que a arte nesse período era entendida como “manifestação huma-
na e destinada a fins humanos”. Enquanto que, na Idade Média, o homem era um ser para Deus, 
no Renascimento ocorreu uma ruptura com as ideias religiosas. Segundo Engelmann (p.34-35):
Os artistas e pensadores começaram a resgatar o pensamento grego clássico e a ver o homem 
como um ser que, mesmo sendo criação divina, tinha autonomia e capacidade inventiva. 
Sob uma perspectiva investigativa, a astronomia, a botânica, a fisiologia e a anatomia foram 
integradas às artes nesse período. As artes eram vistas, então, como parte do conhecimento. 
As ciências seriam o meio para o homem imitar a natureza, ou seja, para demonstrar sua 
capacidade criativa e apropriar-se de conhecimentos para transformar a realidade”.
O Renascimento teve como objetivo produzir Arte construída pelo homem para o homem. Suas 
produções artísticas demonstravam ordem, equilíbrio e harmonia dos espaços arquitetônicos 
- uma das principais características da Arquitetura da época. O homem era o centro, ou seja, 
valorizavam-se as ideias antropocêntricas. Surgiu, também, a busca pelo Realismo, procurando 
retratar as pessoas. Temas como corpo, beleza, mitologia bíblica foram retomadas baseadas no 
ideal greco-romano.
Segundo Engelmann (2008, p.35), nesse período sobressaíram-se vários nomes no Movimento 
Renascentista, como Leon-Battista Alberti, Albrecht Dürer, Giorgio Vasari, Michelangelo e Leo-
nardo da Vinci. O autor destaca o mais conhecido: Leonardo da Vinci, que criou a obra Mona 
Lisa, conhecida como La Gioconda (“A sorridente”, em italiano), exposta no Museu do Louvre, 
em Paris, França. Para Engelmann (2008, p.35), Leonardo da Vinci “não negava a religião nem 
que o homem era criação de Deus. Mas em seu pensamento artístico e científico, nota-se que 
reconhecia que o homem tem a capacidade de fazer ciência e explicar o mundo e as coisas”.
Figura 6: Mona Lisa, obra de Leonardo da Vinci, conhecida como La Gioconda – que significa “A sorridente”.
Fonte: Oleg Golovnev, Shutterstock, 2017.
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Nas Artes Plásticas Renascentistas, em especial na pintura, destacaram-se “os estudos da pers-
pectiva, que conduziram a outro recurso, o do claro-escuro, que tem como princípio pintar 
algumas áreas iluminadas e outras na sombra (PROENÇA, 2008, p.96). A partir da valorização 
da natureza e do conhecimento sobre ela, os artistas passaram a produzir obras em movimento, 
sem se preocupar com o belo.
Ao estudarmos a história da Arte Moderna, observa-se o surgimento de movimentos artísticos 
como o Classicismo, Barroco, Neoclassicismo e o Romantismo, e correntes filosóficas, como o 
Racionalismo e o Empirismo. Ao se referir a esses movimentos e filosofias, Engelmann (2008, 
p.36) lembra que:
Já no Período Moderno, surgiram movimentos artísticos como o classicismo, o barroco, o 
neoclassicismo e o romantismo e corrente filosóficas como o Racionalismo de Descartes e o 
empirismo de Bacon e Hume. Nasceu também, com Maquiavel, a ciência política (1469-1527), 
que se fortaleceu ao longo da idade Moderna, época em que surgiram os estados Absolutista. 
O período Moderno finalizou com o Iluminismo, no sec. XVIII, quando filósofos lançaram ideias 
sobre o Estado e as leis, questionando ferrenhamente as estruturas de poder vigentes.
Fundamentados em Engelmann (2008, p. 36), podemos apresentar representantes dos respec-
tivos movimentos literários e artísticos: Classicismo e Barroco: Nicolas Poussin (1594-1665) e 
Roger de Piles (1635-1709); Neoclassicismo: Johann Joachim Winckelmann (1717-1768), An-
ton Raphael Mengs (1728-1779) e Denis Diderot (1713-1784); Romantismo: Eugène Delacroix 
(1798-1863), Charles Baudelaire (1821-1867) e John Ruskin (1819-1900).
O livro Arte comentada: da Pré-História ao Pós-Moderno, da autora Carol Strickland, 
traduzido por Ângela Lobo de Andrade, publicada em 1999, apresenta temas que 
perpassam pela História da Arte, indo desde a Arte Pré-Histórica até a Arte Contem-
porânea. Além disso, você compreenderá e conhecerá a nova geração do movimento 
chamado pela autora de Arte Pós-Moderna que envolve temáticas como: a Arte da 
Reciclagem, a Arte Narrativa, a Arte Grafite e a Arte Política.VOCÊ QUER LER?
Por fim, podemos dizer que, no Renascimento, vários movimentos literários e artísticos se fizeram 
vistos, cada um com as suas qualidades e especificidades peculiares.
1.3.3 A Arte na Idade Contemporânea até os dias atuais
A Arte Contemporânea, de acordo com Zagonel (2008, p.98-99), “tem um papel fundamental 
na educação artística, pois com ela podemos trabalhar com todos os tipos de materiais, sons e 
movimentos”. Um dos importantes nomes foi o artista polonês de nascimento e naturalizado bra-
sileiro chamado Frans Krajcberg. Proença (2008, p.396) afirma que o mesmo é “uma presença 
ímpar na arte contemporânea do país, por seu profundo interesse em recriar artisticamente ele-
mentos da natureza”. Suas habilidades se dividiam entre fotografia, pintura, escultura e gravura. 
Os materiais que ele utiliza em suas obras para construir esculturas estão baseados em troncos 
de árvores, pedras queimadas, galhos, terras coloridas, trançados de cipó e outros materiais 
mortos da natureza que ganham vida em suas artes. 
Suas obras tinham como filosofia a pesquisa e o uso de materiais da natureza. As marcas de todo 
o seu trabalho artístico estão relacionadas à defesa do meio ambiente e à proteção da paisagem 
brasileira, especialmente a Floresta Amazônica. Ainda sobre a Arte Contemporânea, Zagonel 
acredita que deve ser “a arte das crianças, pois é uma expressão atual”. Para a autora o trabalho 
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com Arte Contemporânea é importante porque, em realidade, “ toda a nossa vida está inserida 
nos elementos que se encontram dentro das obras dos artistas”. 
Por meio da prática da Arte Contemporânea, segundo Zagonel (2008, p.99), é possível estudar 
códigos e sinais diferentes. A autora cita como exemplos os grafismos usados em algumas mú-
sicas que, segundo ela, ficam muito aproximados do que as crianças inventam. Para Zagonel 
(2008, p.101):
Pensar no ensino dos elementos pertencentes a Arte Contemporânea não significa que estamos 
deixando de lado o ensino das noções pertencentes às épocas anteriores. O aprendizado de 
ambos os códigos é importante, uma vez que eles convivem nas produções artísticas atuais. O 
que devemos evitar é restringir o ensino a um só tipo de abordagem, mas, ao contrário, preparar 
o aluno para conhecer e compreender, durante seu aprendizado, diversas formas de expressão.
A Arte Contemporânea vem romper com regras pré-estabelecidas na Idade Moderna. É o mo-
mento do livre-arbítrio na criação, da invenção de novos materiais, da valorização do sujeito por 
meio da subjetividade. A arte passa a ser uma arma de denúncias sociais.
A doutora em Arte-Educação e professora Ana Mae Barbosa, ao conceder entrevista ao site Itaú 
Cultural sobre Arte Contemporânea afirma (VERUNCHK, 2009):
Não dá para resumir a arte contemporânea numa só característica, pois a pluralidade domina 
nosso tempo. Assim, podemos apreendê-la pela seguinte série de qualidades: consciência da 
morte da autonomia da obra ou do campo de sentido da arte em prol da contextualização, 
metalinguagem: reflexão sobre a própria arte; incorporação de matrizes populares na arte 
erudita; preocupação em instaurar um diálogo com o público e levá-lo a pensar, tendência ao 
comentário social; ‘interritorialidade’ das diversas linguagens; tecnologias digitais substituindo 
a vanguarda. 
A Arte Contemporânea permite que as ideias sejam criadas, reinventadas, empregadas de novos 
materiais, possibilitando ao artista inserir as suas próprias identidades e subjetividades, sem se 
preocupar com regras, exercitando a sua autonomia e oportunizando a aglomeração de diversos 
estilos artísticos.
Em relação à Arte nos dias atuais, sabemos que ela faz parte do modo de vida de todos nós, se 
realizando por meio da criatividade; envolvendo o saber, o fazer e o refletir sobre os objetos ar-
tísticos. Não está apenas relacionada aos grandes museus, nem a pinturas, músicas e esculturas. 
Ela se faz presente também em ilustrações, figuras em quadrinhos, grafite e imagens digitais que 
podemos acessar de dentro da nossa casa.
A professora Mirian Celeste Martins, da Universidade Estadual de São Paulo (UNESP), em entre-
vista à revista Nova Escola, edição abril de 2001, antecedendo a 25º Bienal de Artes, disse acre-
ditar que o papel da arte no mundo sempre teve um motivo de transformação, desde o período 
da Pré-história, considerando que o homem sempre procura algo a mais. Para ela, 
“se vivemos num mundo complexo, a arte pode ser diferente pois dá sentido à vida. Ela captura 
os dramas humanos e sociais, expressa-os numa obra e os devolve para essa mesma sociedade, 
que muitas vezes não aceita essa interpretação”.
Sendo assim, como exemplo de Arte bem presente nos dias atuais no Brasil, podemos exemplifi-
car o Grafite, estilo que surgiu em Nova Iorque e foi parar nos muros das comunidades, estando 
ligado ao movimento Hip Hop. Aranha (2008, p. 408), ao referendar o Grafite, fala que:
Andando pelas cidades brasileiras, encontramos rabiscos, letras, desenhos e pinturas feitos 
sobre os muros de casas, edifícios comerciais, igrejas e prédios públicos. Em meio a tanta 
poluição visual começaram a surgir desenhos e pinturas bastante originais. Bem feitos, variando 
no estilo, essa espontânea expressão de artistas muitas vezes anônimos vem se tornando uma 
nova linguagem artística, democratizando a arte. O fato de estarem nas ruas, para todo mundo 
ver, faz com que desafiem a análise dos que buscam questionar, compreender e comentar os 
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centros urbanos contemporâneos. O fenômeno que recebeu o nome de Grafite- ganhou tal 
dimensão que, entre março e abril de 2007, foi montada no Rio de Janeiro uma exposição de 
grafiteiros, chamada “Fabulosas desordens” [...] com o patrocínio da Caixa Econômica Federal.
Segundo os organizadores do evento, a exposição “surgiu da reflexão sobre a institucionalização 
do grafite-arte como linguagem visual contemporânea e suas relações com a cidade, os meios 
de comunicação e principalmente com a produção de Arte atual, aproximação que vem se 
dando no meio cultural desde os anos de 1980.
Para a autora, a importância dessa mostra foi expor lado a lado trabalhos de artistas brasileiros 
e internacionais, incluindo obras coletivas e individuais.
Figura 7: Grafite de um artista de rua de Moscou, Rússia. 
Fonte: Oleg Golovnev, Shutterstock, 2017.
O Grafite ainda é visto com preconceito por algumas pessoas por ser considerado pichação, coi-
sa de vândalos, vagabundos ou uma arte marginal. Para o movimento Hip Hop, o Grafite retrata 
as mazelas sociais, refletindo a realidade das comunidades.
O artista brasileiro Vik Muniz é uma boa opção para trabalhar em suas aulas. Ele 
utiliza lixo e materiais descartáveis para fazer as suas obras. Além do lixo, costuma 
utilizar materiais orgânicos, como chocolate, açúcar, geleia e amendoim. Seus alunos 
vão adorar saber um pouco sobre esse artista. O documentário Lixo Extraordinário, 
de 2010, registra o seu projeto artístico e social no maior aterro sanitário da América 
Latina, no Rio de Janeiro.
VOCÊ O CONHECE?
Conhecer a História da Arte é um dos elementos que fazem parte dos saberes específicos neces-
sários à formação do professor de Arte. 
SínteseSíntese
Concluímos a unidade introdutória que discutiu o papel do professor de Arte no espaço educa-
tivo. Agora, você já sabe que a sua função na escola é ser um mediador no processo de ensino 
e aprendizagem. Está ciente também que ter domínio de alguns saberes é necessário para a 
desenvoltura das aulas de Arte e para a atuação em outros espaços artísticos. Muitos saberes, 
porém, só a experiência trará. Haverá muitos desafios e diferentes perspectivas na atuação do-
cente. Cabe a você escolher o melhor caminho para enfrentá-los.
Neste capítulo você teve a oportunidade de:
• saber a função pedagógica do professorde Arte no espaço educativo;
• compreender os desafios e as perspectivas para o professor de Arte;
• conhecer indicativos para o debate sobre saberes necessários ao professor;
• acompanhar a evolução histórica da Arte, desde a Pré-História aos dias atuais.
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Referências
BENCINI, Roberta. A Arte Explica a Vida. Nova Escola. Disponível em: http://acervo.novaescola.
org.br/arte/fundamentos/arte-explica-vida-426395.shtml. Acesso em: 4 abr. 2017.
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Bibliográficas

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