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O Direito Como Um Sistema Autopoiético- Socilogia Jurídica

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FACULDADE DE DIREITO DO SUL DE MINAS
MOUKAIBER DO COUTO VILELA - 016375
O DIREITO COMO SISTEMA AUTOPOIÉTICO
POUSO ALEGRE – MG
2014
MOUKAIBER DO COUTO VILELA
O DIREITO COMO SISTEMA AUTOPOIÉTICO
Atividade acadêmica elaborada para complementação da carga horária da disciplina de Sociologia Jurídica, do 3º Período, curso Noturno de Graduação em Direito, da Faculdade de Direito do Sul de Minas.
Professor: Elaine
FDSM – MG
2014
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	4
2.	METODOLOGIA	4
3.	DESENVOLVIMENTO	4
4.	CONCLUSÃO	8
5.	REFERÊNCIAS	8
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1.Introdução
Iniciamos conceituando a palavra autopoiético. Esta se traduz na capacidade de auto produzir-se, de organizar-se continuamente. Essa característica enquadra-se perfeitamente ao direito, pois o direito entendido como filosofia de conduta autoproduz aquilo que exige a sociedade no qual ele esta inserida e vigente. O direito também organiza a estrutura da sociedade e a relação social continua e gradativamente. 
2.Metodologia
Foi utilizado o artigo publicado na revista CEJ, publicação número 55, pagina 86-92 no ano de 2011. O artigo encontra-se disponível para donwload no endereço eletrônico: http://www2.cjf.jus.br/ojs2/index.php/revcej/article/viewFile/1524/1528. 
A trabalho tem como propósito aprofundar os conhecimentos no âmbito da sociologia jurídica em relação ao direito como um sistema autopoiético, proposto pelo professor ....para complementação da carga horária da matéria de Sociologia Jurídica, do 3º Período do curso Noturno de Graduação em Direito, da Faculdade de Direito do Sul de Minas.
3.DESENVOLVIMENTO
Para doutrinadores como Kelsen, o direito é uma ficção criada para impor a ordem e interagir-se com ela. De acordo com a situação política e econômica de uma sociedade, sua ordem pode ser rompida, fenômeno esse chamado de anomia, então cabe acreditar que uma ficção será criada para reestabelecer a ordem, a partir de uma analise holística da sociedade, será criada normas e princípios dotados de sanção, de poder coercitivo, ou seja, dotados da força que o estado possui e coloca em ação. Na idade média, o direito era reconhecido como um sistema intrínseco, fruto da construção intelectual do jurista. Para Losano (2008), esse sistema funcionava como uma construção intelectual que coloca ordem numa realidade caótica. 
Já para doutrinadores mais liberais que Kelsen, o direito se traduz como uma relação de “limites” tanto para as relações interpessoais quanto para a relação entre povo e estado. É se estabelecendo um limite por meio de obrigações e direitos que a sociedade alcançará o equilíbrio de suas relações sociais. 
Entre a imposição de uma regra fictícia e um circulo de direitos e deveres, traça-se uma ponte que é construída pela necessidade racional humana que visa diversos fatores para se proteger e evoluir. Isso significa que o direito é um sistema complexo que está sempre em construção e organização para acompanhar o ritmo da vida real. 
Agora, para definirmos o direito como um sistema, denotamos o pensamento do sociólogo e jurista alemão Niklas Luhmann, sobre o direito e a teoria dos sistemas proposta por ele, porquanto que, para ele, a sociedade é formada por vários subsistemas sociais com funções específicas, sendo o direito um desses sistemas. O paradoxo gira em saber se é o direito um sistema autopoiético mesmo sendo defendida por outros o seu caráter assistemático. 
Desse modo, objetiva-se, expor e constatar a evolução tortuosa do termo “sistema” no direito desde a antiguidade para, posteriormente e de forma específica, esclarecer em que consiste a nova perspectiva ou modelo sistêmico no qual será inserido o direito (LUHMANN,2009). 
Wilhelm Canaris (2002), na década de 1980 também explorou o direito como sistema e chegou à conclusão do que “é preciso distinguir entre os diferentes conceitos de sistema, haja vista o direito ser uma ciência também valorativa ou axiológica, para ele, as duas características basilares que florescem em cada um dos conceitos são a unidade e a ordenação”.
Para Pereira (2001), na evolução da concepção do direito como sistema, a mesma entrou em crise e também alcançou a ressurreição. Sua crise se deu com o advento das superestruturas marxistas (a infraestrutura econômica como pilar da sociedade), na qual o termo “sistema” no direito caiu em desuso. Alguns autores como Nietzsche chegaram a afirmar que a concepção clássica do direito como um sistema entrou em declínio. 
No intuito de superar a crise, a ressurreição da concepção de sistema valeu-se de quatro principais correntes contemporâneas. Uma dessas correntes revigorou o a teoria dos sistemas, foi a Teoria da Ação Social, desenvolvida pelo sociólogo Talcott Parsons, ela se destaca por tentar extirpar do âmbito das Ciências Sociais algumas antinomias e dualismos. A partir dai Luhmann desenvolveu sua Teoria dos Sistemas partindo do funcionalismo estrutural de Parsons. 
A teoria Sociológica escrita por Niklas Luhmann tem um aspecto e funcional sobre o direito como um sistema. Para Luhmann (2005), a sociedade é composta é composta por vários sistemas sociais comunicativos. A comunicação na sua teoria é o operador central dos sistemas sociais, de modo que a não comunicação entre eles é impossível. O direito faz parte dos sistemas sociais. 
Luhmann (2009), explica o sistema e os subsistemas no qual o direito está inserido e observa que a sociedade moderna é um sistema mundial complexo com diversos sistemas que geram condições pra si próprio e para os outros ao seu redor e ensina que há outros vários sistemas menores dentro do sistema social, como por exemplo, o político, o econômico, etc. O jurista Alemão também explica a relação de sistema e ambiente e enfatiza que não existe sistema sem um meio que o circunde, mas este não determina aquele. O sistema se auto diferencia observando e determinando sua diferença com relação ao ambiente, daí este não ser menos importante que aquele. Tudo que não constituí elemento de um sistema é o seu ambiente. 
Posteriormente Luhmann buscou o conceito de autopoiese para aplicar em sua teoria na tentativa de explicar a unidade do sistema, explicação essa chamada de “encerramento operativo”. Luhmann explica: 
o encerramento operativo estabelece que a diferença entre sistema e meio só se realiza e é possível pelo sistema [...] o ponto cardinal desse preceito teórico reside em que o sistema estabelece seus próprios limites, mediante operações exclusivas [...]. em outras palavras, é o sistema quem determina o que é o meio e o que é o ambiente. o encerramento operativo distingue os sistemas em sistemas técnicos e sistemas de sentido: os primeiro são praticamente fechados à casualidade, e somente em determinadas circunstâncias reagem aos estímulos provenientes do meio [...]. Já os sistemas de sentido tem a particularidade de poder estar referidos ao meio e de reproduzi-lo dentro de si mesmo, sem que tenham de produzir efeitos causais. (LUHMANN, 2009). 
Dentro de um sistema as estruturas e operações tem em comum o fato de que o que se aplica a uma se estende a outra. Surge a medula da teoria luhmanniana: a autopoieses, que é definida como a produção das operações sistêmicas na própria rede operacional. 
Outro fator essencial sobre autopoiesis é que não há como dispor de meio termo e, por conseguinte, um sistema não pode ser mais ou menos autopoiético e também não pode se confundir autopoiesis com outros conceitos como autarquia ou subordinação. 
A autopoiesis de Luhmann afirma que os sistemas não possuem liberdade para produzirem o que bem intenderem por suas operações, ele caminha de acordo com as evoluções sociais criando novas contradições existentes na relação do sistema no meio em que está inserido (LHUMANN, 2009). 
Lhumann (2009), ainda explicando a relação entre sistema e ambiente expõeum conceito que ele chamou de “acoplamento estrutural”, este garante a simultaneidade de eventos entre o sistema e o ambiente, mesmo que não haja sincronismo entre eles. Exemplifica como acoplamentos estruturais a relação entre direito e a economia que ocorre com o contrato e propriedade privada; e também, pela constituição, o acoplamento entre direito e politica; entre a politica e a economia, o acoplamento estrutural se da por meio do imposto e do tributo. A própria linguagem permite o acoplamento estrutural entre sistemas psíquicos e sistemas sociais. 
O sociólogo também levanta a questão dos códigos binários e dos programas dos sistemas. Em cada subsistema social funciona como uma relação de entrada e saída. Esses códigos variam de uma relação para outra, como um sim e um não, cada sistema possuem códigos binários diferentes. Para melhor esclarecer o que seriam os programas dos sistemas, Neves (2008), afirma que reprodução do sistema jurídico, por exemplo, se dá com a constituição, leis, decretos, jurisprudência e todos programas daquele sistema, ou seja, são as partes de um todo que traçam uma linguagem entre si. 
A teoria lumanniana próxima de sua conclusão uma difícil questão que esta interligada na observação e complexidade dos sistemas. A análise de uma sociedade e dos fatos sociais permite que se crie varias visões sobre determinada questão, o grau da complexidade decorre de acordo com a observação, quanto mais detalhada for a observação mais complexa será a questão observada (PEREIRA, 2001). 
O direito como um sistema autopoiético surgiu como o intuito de resolver conflitos, o direito nasce de um conflito, se desenvolve em um conflito e vive de um conflito. A ação presente do direito é solucionar conflitos, e na sua evolução ela passa a prever conflitos e assim elaborar soluções. Desse modo o direito não é apenas um sistema pacificador, mas um sistema que cria suas próprias estruturas internas e se auto reforma. Para Luhmann (2009), o direito está no processo autopoesis, porquanto se diferencia do meio ao mesmo tempo em que influencia e é influenciado por ele e observa que o direito é um sistema ligado auto-observação e também se reproduz com suas próprias estruturas. 
Conclusão
A sociedade pós-moderna não mais permite se explicar a partir dos modos clássicos da doutrina positivista nem mesmo num plano liberal, mas sim como um projeto unificado e estruturado, precisamente projetado pela teoria de sistemas, que dessa forma permite enxergar a adequação á complexidade por um direito aberto a diálogos. Isso aponta mais uma vez que o direito assume o caráter de um sistema autopoiético. 
Dessa forma, em virtude da existência das complexas estruturas presentes nos sistemas sociais, o direito é sim um sistema autopoiético por vários motivos. Não é novidade que o sistema jurídico é seletivo quanto àquilo que interessa a sua esfera de operações internas.
Desse modo, concluímos que o direito é um sistema fechado pelo fato da autopoiesis. Ser responsável pela sua autorreprodução e de possuir mecanismos que não permitem a entrada de ruídos no sistema. Em outras palavras, as estruturas externas não produzem o direito, o direito se autoproduz para as necessidades das estruturas externas. 
5.REFERÊNCIAS 
CANARIS, Claus-Wilhelm. Pensamento sistemático e conceito de sistema na ciência do direito.3. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2002.
LOSANO, Mario G. Sistema e estrutura no direito, volume I: das origens à escola histórica. Mario G. Losano. Tradução de Carlo Alberto Dastoli. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2008.
LUHMANN, N. A realidade dos meios de comunicação. Niklas Luhmann. Tradução Ciro Marcondes Filho. São Paulo: Paulus, 2005. (Comunicação)
___________. Introdução à teoria dos sistemas. Tradução de Ana Cristina Arantes Nasser. Petrópolis: Vozes, 2009. (Coleção Sociologia). 
NEVES, M. Entre Têmis e Leviatã: uma relação difícil: o Estado Democrático de Direito a partir e além de Luhmann e Habermas. [Tradução do autor]. São Paulo: Martins Fontes, 2008. 
PEREIRA, G. S. O direito como sistema autopoiético. Revista CEJ, Brasília, ano XV, n.55, p86-92, out/dez 2001. Disponível em: <http://www2.cjf.jus.br/ojs2/index.php/revcej/article/viewFile/1524/1528>. Acesso em: 10 jan, 2015.

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