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Caderno IED Privado I - Requião

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO
APRESENTAÇÃO DO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
O código civil é dividido em duas partes: geral e especial
Ao discutimos a parte Pessoa do Código Civil, entramos na ideia do que é pessoa, como
essas pessoas, de forma distintas praticam atos civis e são tituladas de direitos e deveres. 
Capacidade = Todo mundo quando nasce tem direito de titular direitos e deveres, mas não
são capazes (até os 18 anos) de praticar atos civis.
Personalidade = só quem é pessoa tem esses determinados direitos, direito a honra, ao
nome, a privacidade, a imagem, direito ao próprio corpo. Ainda dentro de pessoa natural,
vemos a morte (os efeitos da morte no direito) e o caso da ausência (não se sabe o paradeiro
desse ente). 
Pessoa jurídica: associação, fundação e sociedade. Nesse semestre estudaremos associação
e fundação, sociedade só será citada pois é explicada pelo direito societário.
Bens – objeto de direito, podendo ser bens patrimoniais ou bens que não tem valor
patrimoniais. 
Normalmente a primeira unidade vai até pessoa natural e a segunda unidade é pessoa
jurídica e bens. 
NOÇÕES BÁSICAS DA DISCIPLINA
Trabalharemos com códigos (leis que tentam abranger tudo que é de certa matéria), tendo a
necessidade de trazer para aula os códigos – olhar no site do planalto a versão mais
atualizada e trazer só a parte que será atualizada.
REFERÊNCIAS/BIBLIOGRAFIAS
Observação: o objetivo de um manual é tratar todos os assuntos, sendo portanto, em alguns
aspectos, superficiais. Sendo os mesmos importantes para o aprendizado, mas não são a
melhor leitura.
 – Manuais:
a) Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald 
b) Francisco Amaral
c) Orlando Gomes
d) Caio Mário da Silva Pereira
 – Assuntos Específicos:
a) Estatuto da Pessoa com Deficiência – Incapacidades e Interdição – Maurício
Requião
b) Direito de Personalidade e Autonomia Privada – Roxana Borges
c) Direitos da Personalidade – Anderson Schereiber (alternativa ao B)
 – Xerox – textos soltos
a) Partes do livro de Roxana (conferir na impressão)
b) Dicotomia entre direito público e privado – Marcos de Campos
c) O que é código/ o que é codificação?
d) Rodrigo M. - Como o direito civil chegou ao que é hoje?
AVALIAÇÃO
Provas moldadas, normalmente, de forma prática tendo poucas questões ligadas a forma
teórica.
Datas: 27/09 e 22/11
Monitora: Vanessa – 9929503023
Rebeca Araújo 
DIREITO PÚBLICO X DIREITO PRIVADO
Sempre houve uma tendência a separação, encontrando a divisão em dois grandes
ramos: público (constitucional, penal) e privado (civil, empresarial, consumidor, trabalho).
Existem vários critérios de distinção, sendo que nenhum apresenta com perfeição essa
distinção. 
A)O primeiro critério: direito público quando trata de algo de interesse público e direito
privado quando trata de algo do interesse privado, o problema é que existem questões que
são tanto de direito público quanto do direito privado. Outra derivação é direitos individuais
(privado) e direitos coletivos (público).
B)O segundo critério: titularidade do sujeito envolvido na relação, se houver um sujeito de
direito público é uma relação de direito público, se só houver particulares é de caráter
privado. Esse critério consegue ser mais abrangente, porém não é totalmente correto, pois
há entes públicos envolvidos com situações com particulares que seguirão parâmetros do
direito privado. Uma solução para esse conflito é diferenciar o Estado como Império
(tributos, pena) ou Estado com Estado (UniãoXEstado Membro; UniãoXInternacional) ou
com figuras públicas.
É importante entender que a necessidade de saber se é direito público ou privado
pois as regras que regem o direito público são distintas das regras que regem o direito
privado. No direito privado tem como base a autonomia, liberdade que conheceremos como
autonomia privada permitindo que o sujeito tem autonomia. Mas vale lembrar que há
limites que são impostos sobre aquele código que rege tais situações. Outra base do direito
privado é a privacidade, aquela ideia do que é nosso, que não há interferência. 
Ao se tratar do direito público trazemos a ideia de legalidade, não mais de
privacidade. Devendo seguir trâmites e prestando conta sobre cada ação feita. Não se é
privacidade, mas sim publicidade (tornar público), não podendo existir um sigilo sobre tais
ações. 
DICOTOMIA
Partindo do pressuposto que existe direito público e existe direito privado, por muito tempo
vemos isso como uma dicotomia, quando você diz que há uma dicotomia você diz que são
dois conjuntos totais (tudo que houver para se classificar estará em um ou em outro) e
excludentes (ou está em um, ou está em outro, não podendo haver distinção). Por mais que
se possa averiguar que há uma distinção, não é possível pensar em uma dicotomia, pois não
tem como se pensar que não há interferência. Certos autores defendem que não são dois
conjuntos, mas sim como uma elipse estando o direito público em um polo, e o direito
privado em outro, sendo polarizadores, mas não dicótomos. Existem direitos que deixam de
forma clara que não é possível aplicar uma dicotomia, por exemplo, o direito do
consumidor (há um reconhecimento da desigualdade contratual de uma das partes –
consumidor, e por razão disso as regras não são tão livres e procurando garantir e
regulamentar, do direito público interfere). Os mesmos não são dicótomos, mas são dois
ramos que interferem no direito de formas distintas e de proporções distintas.
 
 DIREITO CIVIL
Rebeca Araújo 
 O direito civil é a base das relações privadas, e os outros ramos trabalham com temas que o
direito civil trabalha, mas com casos especiais. É um ramo sem especialidade, serve de base
para vários direitos e regulamenta as relações do dia a dia, sendo que muitas ações não são
totalmente apenas do direito civil, mas são acompanhadas de outros ramos.
Observação: Cível é uma adjetificação do Civil.
EVOLUÇÃO DOS ANTECEDENTES HISTÓRICOS
A origem do direito privado pode ser remontada até Roma, sendo Roma um Império que
teve uma contribuição muito grande para o direito, remetendo-se a um Estado que tem
forma que se sente confortável para moldar e impor leis que forem criadas, sendo esse o
caso de Roma, tendo essa influência até os dias atuais (expressões em latim, referência à
família romano-germânica, expressões ainda utilizadas no latim, com certas adaptações). Os
romanos construíram um sistema jurídico que influenciou toda a Europa e depois a
América, tendo um marco no final do Império a criação do Corpus Juris Civilis (um código
no sentido antigo), muito importante para o direito atual.
A idade Média é um momento de fragmentação da ideia de Estado, tendo estados mais
fortes, invasões “barbarás”, e mediante esses conflitos e ausência de força Estatal, não
houve avanços no sistema/ramo jurídico. Entretanto, nós tínhamos uma instituição que era
forte: Igreja, sendo a Igreja Católica importante em duas fontes: a mesma foi responsável
pela conservação/preservação dos conhecimentos do Império Romano – trabalhando com
copistas; sendo a mesma a instituição forte, ela se propôs a criar seu próprio direito, sendo
em primeiro momento pensado no direito do clero e posteriormente se ampliou aos fiéis – o
direito canônico, sendo este ainda de muita influência no direito, tendo como exemplo no
direito civil o ramo de família influenciado ainda pelo direito canônico (moral cristã em
relação ao casamento, filiação), não sendo restrito ao direito de família (boa fé – as pessoas
devem agir corretamente), ramos como na proibição da usura, não podendo cobrar juros.
Ao longo do tempo, foram-se formando Estados Absolutistas, e mediante a isso começou-se
a época dos Losadores (lendo textosdo direito romano, interpretando e adaptando a época
que o mesmo se refere – interpretando de acordo com o desejo do contratante). Na
sequência, temos como marco a queda dos regimes absolutistas, começando na França,
tendo no final da Revolução Francesa, temos Napoleão em conquista do seu império,
Napoleão decide que seja feito um código civil francês (1804), e nesse momento já obtemos
um código no sentido moderno, não é historicamente o primeiro código, mas sendo o
primeiro impactante, refletindo por todo o mundo, inaugurando a era das codificações, pois
após esse código todas as nações começaram a criar códigos (até o séc. XX).
A Código de Napoleão = fruto da revolução francesa, sendo pensado para a burguesia, tendo
em termos filosóficos, tendo como características o racionalismo, afastamento da Igreja,
liberalismo clássico, humanismo, iluminismo sendo essas muito importantes para entender
esse código. Se apoiando em um tripé: ideologia da sociedade (pensando na burguesia –
parte-se do pressuposto que todos se encontram no mesmo patamar social, pode-se criar um
código referente apenas a uma camada, resolvendo os problemas de todos), ideologia da
completude (se tinha a ideia de que esse código traria as regulamentações/soluções para
Rebeca Araújo 
toda e qualquer controvérsia que pudesse surgir envolvendo o direito civil) e por fim a
ideologia da interpretação (se no código tem todas as respostas, não é necessária
interpretação, apenas aplicação – tal fato se dá pois nesse momento há muitos magistrados
relacionados com o antigo regime, e procurando evitar a volta do antigo regime aplica-se
essa ideologia). A desqualificação de uma ideologia, desqualifica de forma efetiva as outras,
valendo lembrar que apesar dos problemas é de suma importância histórica a criação desse
código.
Após o código civil francês, temos como marco seguinte o código civil alemão (BGB) que
encontrou em vigor em 1900. Influenciando o código civil brasileiro em forma de estrutura,
tendo mais influência no CV de 2002 em relação ao código civil de 1916. 
E por fim, temos uma das maiores influências que é o direito civil português, tendo como
mais importância as ordenações filipinas, valendo lembrar que a mesma não se consagra
como código na forma moderna, sendo mais duradoura no Brasil do que em Portugal. Na
Constituição de 1824 setem a previsão de criação de um código civil que só fora criado em
1916, demorando mais de 90 anos. O primeiro código criado foi o Código de Direito Penal
em 1830, logo após a criação de um Código Comercial de 1850 (influência da Inglaterra),
ressaltando que entre 1824 e 1916 existiram tentativas de criação de um código, entretanto
não houve sucesso nesses projetos. 
* Teixeira de Freitas = fora contratado para fazer uma consolidação dos direitos civis,
procurando segurança das leis aplicadas, visando organizar as leis que se encontravam sem
a ordem de consolidação, rendendo ao mesmo um convite para a criação de um código
civil. Publica-se primeiro um esboço de um código civil (obra de cunho jurídico avançado),
não conseguindo terminar o código civil. Entretanto seu esboço foi extremamente
importante influenciando códigos civis sul-americanos e serviu de base para o código civil
de 1916 de Clóvis.
* Observação: O código civil de 1916 tem como panorama uma sociedade extremamente
agrária, tendo sim como influência o código de napoleão, mas apresentando divergências
em relação as instituições de força social da França na época do código de napoleão.
CARACTERÍSTICAS DO CÓDIGO CIVIL DE 1916
I. Defesas a propriedade encontram-se muito fortes, protegendo os proprietários de
qualquer ameaça que venha a surgir, sendo inclusive exacerbada. 
II. Campo contratual que há um campo absoluto da autonomia (autonomia da vontade)
– sendo respectivo a um liberalismo clássico.
III. No campo da responsabilidade civil, tínhamos uma ideia pautada em uma
responsabilidade civil subjetiva, sendo necessária uma ação culposa (nesse caso do
sujeito ser culpado) para indenização.
IV. No requisito família, pensasse apenas em um único modelo de família (patriarcal,
formada apenas através do casamento). Há uma família com o fim em si mesma.
V. No direito sucessório, ditamos que só há herança, e constituição de herança caso
haja casamento (tendo uma linha de herdeiros muito mais longe comparada ao
código de 2002).
CRIAÇÃO DO CÓDIGO CIVIL DE 2002
Transformação do foco rural para o urbano, período de ditadura, entre outros fatores. A
comissão de construção do código civil de 2002 foi constituída em 1969, e de 69 até 2002
fora o tempo de criação. O coordenador dessa comissão fora Miguel Reale (pai), e tendo em
cada área específica um jurista especialista, essa comissão em 1972 já apresenta uma versão
Rebeca Araújo 
para discussão e o projeto tem sua entrada em 1975, indo para a câmara dos deputados
apresentando mais de 1000 emendas para mais de 2000 art., saindo da câmara em 1984,
prevendo uma constituição de 1988, e visando possíveis mudanças há uma ponderação do
código. E mediante há tanta dissiparidade, começa um movimento de descodificação, visto
que o código não dá conta, criam-se leis que definem microssistemas jurídicos. Tendo
retomada desse projeto apenas em 1995, sendo propostas mais 331 emendas, sendo avaliado
e aprovado em 2002, tendo Vacatio de 1 ano, entrando em vigor em 2003.
* Ressalva: existem críticas que traduzem a ideia que o código civil de 2002 já nasce com
inutilizações e atrasos, sem avanços necessários que poderiam ser aplicados, sendo mais
moderno em alguns temas.
* Ressalva2 : por força da constituição e por reconhecimento da hierarquia, há um
movimento chamado de constitucionalização do direito civil ou direito civil do direito
constitucional, tendo matérias no direito civil que dialogam de maneira mais ampla com o
direito constitucional.
CÓDIGO DE 2002
* O Estatuto trata de um tema especifico, sem apego a um ramo de um direito.
Temos quatro formas de condensação legislativa:
Esse código teria três diretrizes norteadoras: eticidade (código buscaria vincular os padrões
de comportamento – chamada de boa fé), socialidade (buscaria superar o caráter
excessivamente individual, ligada ao princípio da função social) e operabilidade (proposta
mais estrutural, buscando fazer com que as normas fossem mais claras, menos conflitantes,
normas mais adaptáveis).
I. Quando se trata de propriedade nota-se uma maior preocupação com a função social
em relação ao código de 1916, vendo/prevendo que o direito individual também
exerce influência sobre o social.
II. No campo dos contratos, paramos de falar de autonomia da vontade, mas sim
autonomia privada, quando pensamos nessa autonomia privada se tem uma visão
mais ampla que essa autonomia possui limites, dialogando com a função social,
tendo uma maior regulação dos contratos.
III. Quanto a responsabilidade civil, vemos uma responsabilidade civil subjetiva e
responsabilidade civil objetiva (independe de culpa, ou seja, mesmo que o sujeito
não tenha tido culpa nenhuma ainda sim ele responde pelo dano que aconteceu –
muito fundada por exemplo da teoria do risco).
IV. Ao se tratar da família, há uma retirada de um único modelo de família, assumindo a
pluralidade das constituições de família (ex: união estável, famílias monoparentais,
unidade entre irmãos). Não há mais a figura do filho bastardo, todos são
contemplados em igualdade sendo ou não gerados dentro de um casamento, há uma
extinção de ver a família como si mesma, trazendo a possibilidade de dissolução de
casamento. * o código não fala expressamente sobre união entre entes de mesmo
sexo, sendo tal ideia agregada pela jurisprudência.
V. No direito de sucessão temos reconhecimento de uma união estável em relação a
herança,filhos bastardos são contemplados. 
Sendo esse código ainda com defasagens, mas bastante atualizados em relação ao código
civil de 1916.
REDAÇÃO SOBRE O CÓDIGO:
Trabalharemos esse semestre com pessoas e bens (livro I e livro II).
Rebeca Araújo 
ARTIGOS – 1O ao 9o, , a partir do 10 não se é ordinal
PARÁGRAFOS - § 
Incisos – I, II, III, IV, V 
Alíneas – a, b, c
Nos artigos em que se há parágrafos, alíneas e incisos, aos nos referimos ao caput estamos
falando do início. 
Situações: 
a) Regulamentada a questão do direito a privacidade – Título I, Capítulo II, art. 21
b) emancipação – art. 5o, inciso II, Capítulo I, Título I
c) como se extingue um contrato = Capítulo II, Título V, art. 472 a 480
d) deserdação – Capítulo X, Título I, dos art. 1961 a 1965
e) Divórcio – Capítulo X, presente nos art. 1571 até 1582
f) o usucapião – Livro III, Título III, Capítulo II, Seção I, do art. 1238 ao 1244.
g) ameaça a fazer um negócio jurídico – Livro III, Título I, Capítulo IV, Seção III, art. 151
PESSOA NATURAL
Somos nós seres humanos, nascidos que são as pessoas naturais, ente orgânico. Tendo em
contrapondo as pessoas jurídicas, sendo entes abstratos. No nosso ordenamento jurídico há
dois tipos de pessoa portanto. Ser pessoa no nosso ordenamento é de toque especial, pois se
diz que esse ente tem direitos, ou seja, a ideia de ter personalidade está ligado a ser pessoa e
se é pessoa tem personalidade. Ou seja, uma pessoa tem personalidade e tem capacidade de
direito, titularizando direitos e deveres. Lembrando que personalidade e capacidade não são
sinônimos, apesar de muitos livros antigos trazerem como sinônimos. Temos também a
possibilidade de entes de terem capacidade de direito, mas não tem personalizados (entes
que não são seres humanos), dependendo da classificação dada pelo ordenamento jurídico
vigente – exemplo: condomínios. Temos no nosso ordenamento entes que são
despersonalizados, tendo direitos e deveres, mas não possuem personalidade nem direitos
da personalidade. No art. 2 do código civil vemos que temos como caracterização de pessoa
natural logo ao nascimento, não necessitando de outros trâmites (caso haja morte, se torna
necessário certidão de nascimento, certidão de óbito, funeral), se tratando de uma pessoa,
independente de capacidade física, intelectual.
* Ter personalidade é atribuir uma qualidade especial do ente em relação a outros,
titularizando direitos e deveres.
* Lembrar que existem discussões que trazem a tona o direito do animal (como pessoa, ente
titular de direito, coisa com certos direitos). - nesse momento trouxe o habeas corpus feito
para uma chipanzé “presa” em um zoológico em salvador. Entretanto, ainda hoje,
consideramos bem mais o animal como coisa, do que como pessoa em relação ao código
civil.
NASCITURO
Quando falamos de nascituro, estamos falando de um feto que está sendo gerado dentro de
um útero, que titulariza determinados direitos, mas indaga-se se ele já é pessoa, portanto há
uma discussão sobre o início da personalidade, apresentando duas teorias extremas, e uma
intermediária
1 Teoria Natalista: só se torna pessoa a partir do nascimento com vida
2 Teoria Concepcionista: do momento que já acontece a concepção já é pessoa, e dentro
dessa corrente há divergência (aqueles que consideram a partir da junção óvulo e
espermatozoide e aqueles que consideram a partir de certas semanas).
Rebeca Araújo 
3Teoria Condicional: o nascituro é dotado de personalidade, mas essa personalidade está
vinculada a uma condição que é um evento futuro e incerto, condição essa que está
vinculada ao nascimento (personalidade suspensa, só produzindo efeitos após do
nascimento).
Ao compararmos com o código civil, vemos que a teoria concepcionista a menos possível
perante a lei, tendo na lei proximidade a outras teorias.
Existem formas de dizer/teóricos que o nascituro é um ente despersonalizado (há direitos,
mas não há personalidade). Esses direitos estão dispersos entre Estatutos e Códigos.
QUESTÃO DO ABORTO
Jurisdicionalmente temos duas situações regulamentadas: estupro e risco de vida a gestante
em forma de jurisprudência temos o caso do feto anencéfalo.
1) Estatuto do Nascituro: Procura designar proibição a todos os casos de aborto, lembrando
em especial do art.2 e art.13 que fora modificado posteriormente.
2)Ação Direta de Inconstitucionalidade: Em caso de ADIN há um voto coletivo de todo o
plenário, nomeando um relator. A mesma traz algumas ideias contra as pesquisas que são
feitas em embriões que não servem mais para a fertilização (pesquisas com células-tronco
em embriões que são inviáveis).
CAPACIDADE DE DIREITO X CAPACIDADE DE FATO
O simples fato de ser pessoa já faz com que você seja capaz de titularizar direitos e deveres,
sendo essa capacidade nomeada de Capacidade de Direito ou Capacidade de Gozo, sendo
que essa capacidade todas as pessoas/todos os sujeitos possuem, lembrando que isso é
diferente de personalidade (tendo uma ideia que a ideia de capacidade é quantitativa, ter ou
não ter e a personalidade que é qualitativa, diferenciado o ser). Temos no nosso direito
também a Capacidade de Fato, sendo essa uma capacidade avaliada para a prática de alguns
atos da vida civil, os atos que são afetados por essa capacidade são basicamente usados no
que envolve a vontade do sujeito, a vontade como instrumento para a criação de um fato
jurídico, e por razões diversas temos uma ideia que certas pessoas por idade, entre outros
fatores não possuem ainda capacidade de discernir, se tornando incapazes, tendo como
argumento inicial a ideia de proteção (argumento protetivo), querer-se evitar que haja
prejuízos por pessoas ainda não capacitadas (fazer um contrato, se casar, elaborar um
testamento), em tese. Porém o ordenamento também considera que há graus diferentes de
capacidade, no art. 3o tem enumerados quem são os absolutamente incapazes e no art. 4o
encontram-se os relativamente incapazes. Os absolutamente incapazes caso pratiquem um
ato, esse ato será considerado pelo ordenamento nulo, não sendo aceito e não produzindo
efeitos não alcançando o plano da eficácia. Já o ato feito por um relativamente incapaz é um
ato anulável, ou seja, enquanto não se reclamar produz efeitos normalmente, valendo
lembrar que tanto nulo quanto anulável trazem ideias de invalidade. No caso do
absolutamente incapaz temos um representante que prática atos através do incapaz e no
caso do relativamente incapaz temos a figura do assistente que lhe assiste na prática desses
atos, sendo que na presença dessas figuras ambos atos se tornam válidos (representante e
assistente). Reconsultar os art. 3o e 4o para relembrar quem são os absolutamente e
relativamente incapazes. 
Observação: Essa ideia de proteção também traz um prejuízo, ao tirar a autonomia do
sujeito, sendo uma crítica proferida pelo professor. Quando dizemos que alguém maior é
incapaz, também temos prejuízos alavancados, impedindo que aquela pessoa exerça
livremente atos da vida civil. Também se traz um questionamento de como se definir um
ébrio habitual e como se definir um viciado em tóxico, pensando no impacto que aquilo traz
Rebeca Araújo 
na vida no indivíduo e o vício (porém não se é pensado nessa forma, pois há previsão de
interditar a capacidade dessa pessoa).
Observação 2: O inciso III do art. 3o foi a pior mudança que o Estatuto fez, pois alguém que
não tem possibilidade de exprimir sua vontade pode ser assistido? Pensando nisso há um
inciso que foi transferido para relativamente, e nesse momento não se pode nomear um
representante (curador) e ao nomear-se um assistente é quase que nulo, pois não tem como
assistir alguém que não exprime a vontade. Sendo assim, a solução seria voltar o inciso III
para o art. 3o, se configurando como inciso II.
Observação3: O pródigo é aquele que gasta sem controle, prejudicando a sua subsistência.
Essa interdição há um tempo é pensada de forma distinta, permitindo que haja
administração, mas não venda. Essa é uma limitação que não costuma aparecer em muitos
ordenamentos, essa limitação muitas vezes estão ligados os herdeiros.
ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 
Esse estatuto veio regularizar normas que já estavam no nosso ordenamento através de uma
emenda chamada de emenda de Yang. Esse Estatuto fez algumas modificações mexendo
nos art. 3o e 4o. O estatuto não impede de modo absoluto que a pessoa com deficiência se
submeta a tutela. Antes do estatuto, não permitia que pessoas que não se encaixassem nos
artigos, sendo necessário petição de interdição, só assim estabelecendo a relação de
curadoria. A questão da interdição hoje modificou-se pois, embora o estatuto tenha tirado a
pessoa com deficiência da condição de incapaz, a nomeação de curador continuou sendo
possível (essa pessoa hoje é capaz, mas é uma pessoa capaz que pode sofrer limitações na
capacidade). Valendo lembrar que as decisões judiciais tomadas antes desse estatuto
tendiam a dizer que o sujeito era absolutamente incapaz, o que é mais prático para o juiz e
para os familiares do deficiente, porém não era necessariamente o melhor para o indivíduo.
Após o estatuto, o juiz torna sua razão para dar absoluta incapacidade necessitada de maior
fundamentação e descrição. Valendo lembrar que a incapacidade e a interdição ainda são
meios “de se livrar” desses indivíduos, como se fosse uma limpeza. A partir do Estatuto fica
regra que eles são capazes, mediante a tal atualização temos defensores de ambos os lados.
*Assistimos a um documentário sobre como era o tratamento de doentes mentais.
Ler/assistir “O Holocausto Brasileiro”.
Em 2001 foi aprovada a lei 10.216, mudou a forma de tratamento dos indivíduos com
distúrbios mentais, sendo inclusive a regra o tratamento e não a internação.
No novo código processual civil há informações sobre a interpretação sobre o pedido de
interdição, tendo no mesmo contradições/ideias que serão interpretadas de maneira distinta
ao dogmático no código.
EMANCIPAÇÃO
O normal é com dezoito anos cesse a maioridade, sendo maior e praticando todos os atos da
vida civil. Entretanto é possível que se dê a emancipação, ou seja, uma pessoa menor se
torna capaz. O fato de emancipar não vai fazer com que essa pessoa possa ser presa
(continuará sendo submetido ao Estatuto da Criança e do Adolescente), possa dirigir,
vejamos portanto que a emancipação diz respeito apenas aos aspectos da vida civil,
continuando menor. Quando essa emancipação se dá por parte dos pais não precisa passar
nem pelos juízes, os pais mediante instrumento público (cartório de registro de pessoas) e
Rebeca Araújo 
farão a emancipação, tendo presença de advogado, nesse momento não há sentença pois se
pressupõe que os pais tomam decisão em benefício do menor. Ao se tratar do tutor precisa
emancipar mediante ação judicial, visto que o mesmo foi nomeado em meio a também uma
ação judicial. Temos no inciso II a possibilidade de emancipação pelo casamento, ou seja,
se casando a pessoa torna-se capaz de forma automática, por uma razão prática de uma nova
constituição de família, embora o casamento seja uma forma de emancipação de alguma
forma necessita da autorização dos pais (mediante o art. 1517) – excepcionalmente é
permitido o casamento para quem não alcançou a idade núbil devido gravidez ou para evitar
imposição ou cumprimento de pena criminal, art. 1520, sendo que essa segunda situação
não se encaixa mais na realidade social. Ao nos referirmos ao inciso III e IV (art.5o) temos
uma realidade social não vigente pois, não há mais concurso público que permita inscrição
de indivíduos de menos de 18 anos e no nosso sistema educacional é raro um indivíduo se
formar no ensino superior antes dos 18 anos. E no inciso V temos a possibilidade de
abertura de empresa/economia própria, visando analisar vemos que o mesmo possui mais
utilidade social. Lembrando que como a via de regra é a capacidade a partir dos 18 anos, é
necessário, mediante o art. 9, inciso II, registrar a emancipação em registro público.
Observação: putativo, algo que parece uma situação que não é, mas a pessoa está de boa-fé.
Nesse momento, a pessoa de boa-fé continua recebendo os efeitos do contrato.
 
Tutor X Cuidador = tanto tutor quanto o cuidador tem a função de representar e assistir a
pessoa incapaz, porém o tutor será nomeado em relação a um menor, já o cuidador surge
como resultado de um processo de interdição (em meio a uma ação judicial).
DIREITO DA PERSONALIDADE
Quando falamos de direito da personalidade, estamos falando de direitos inerentes a todos
os indivíduos que são titulados de pessoas. Esse direito da personalidade é a forma do
sujeito se realizar enquanto pessoa, necessário notar que a formação dos direitos da
personalidade é de formação/construção histórica. Esses direitos foram pensados
primordialmente à pessoa humana, sendo que a pessoa jurídica tem esses direitos de forma
semelhante, pois certos direitos a personalidade não tem sentido ao serem aplicados a
pessoa jurídica, tal fato é exemplificado no art. 52 (por exemplo o direito ao corpo). Vale-se
lembrar que os direitos da personalidade é dito na constituição como direito fundamental,
em certos papéis. É possível encontrar duas explicações teorias sobre esses direitos da
personalidade: monista e pluralista. A teoria monista sustenta que existiria um direito da
personalidade e esse direito teria suas várias manifestações, já a teoria pluralista encara cada
“manifestação” como um direito. Na pluralista podemos ter duas abordagens: a lista desses
direitos seriam exemplificativas, sendo que nessa lista é permitido que existam outros
direitos que não estão listados, e a teoria que essa lista é exaustiva onde apenas os direitos
listados são direitos da personalidade. Há ideias que a CF é monista, pois, ao identificar a
dignidade no art. 2, vemos direitos violados provindos da dignidade humana, além de um
viés pluralista ao ver que no código civil há um listamento dos direitos da personalidade.
Sendo assim o nosso sistema não optou de forma clara por uma doutrina,
jurisprudencialmente vemos decisões que aceitam outros direitos que não estão listados,
lembrando que ao considerar que tudo se encaixa esse viés perde a força.
CARACTERÍSTICAS DO DIREITO DA PERSONALIDADE
Doutrina:
a) São inatos, ou seja, ao nasceu o indivíduo já adquirem os direitos.
Rebeca Araújo 
b) São vitalícios, ou seja, são vigentes até a morte, salvo que ainda após a morte a família
pode requerer certos direitos.
c) Inalienáveis
d) Indisponíveis
e) Absoluto, pois pode se opor a esse direito a qualquer pessoa.
f) Extrapatrimoniais, pois a priori não tem valor monetário
g) Imprescritíveis (não confunda com a ideia de indenização)
Código:
Podemos ver a partir do art. 11, sendo os mesmos intransmissíveis e irrenunciáveis, ou seja,
mesmo com vontade própria não pode se abrir mão..
DIREITO DA PERSONALIDADE E AUTONOMIA PRIVADA
A construção primeira é a não permissão de que os direitos da personalidade não sejam
violados, de forma que não tenha como o sujeito deixar de ter esse direito. Entretanto nos
dias atuais tão ponto é colocado em discussão, pois se passou a ver que para que se realizem
os direitos da personalidade não é apenas garantir que não sejam violados, mas sim também
é necessário garantir que o titular de direito dentro da sua autonomia possa utilizar esse
direito que para ele melhor que couber dentro dos limites legais. Por exemplo, não basta
alguém dizer que eu tenho privacidade, mas também se eu quiser abrir mão da minha
privacidade eu posso. Em conclusão, para o exercício plenodo direito deve ser possível ao
titular exercer esse direito da forma que mais lhe couber dentro dos parâmetros legais.
Exemplo: mulher que pousa nua em uma revista, mas pode processar um divulgador de
fotos suas sem autorização. Nesse momento discutimos até onde é autonomia, pensando até
onde o Estado pode interferir. Valendo lembrar que existe uma discussão entre o limiar da
autonomia e da vulnerabilidade.
DIREITO AO CORPO
Visão do código: Sendo os arts. 13, 14 e 15
1. TRANSFERÊNCIA DE PARTES DO CORPO
Certas transferências não se enquadram no código, ou então chocariam com o código, pois
não geram subtração permanente, por exemplo: esperma, leite materno, cabelo ou então
doação de sangue, cabelo. Toda essa ideia parte do pressuposto de altruísmo, pensando
assim nos reflexos da proposta de monetarização. Há também uma permissão de
transferência de órgãos, sendo excepcional pois gera subtração permanente, segundo
regularizada pela lei 9434 de 97 (ressalvas: sós e pode fazer transplante de órgãos duplos
em vida, a lei diferencia o transplante em vida e o transplante pós-morte – em vida até o
parente do quarto grau sem verificação, salvo médula óssea e com decisão judicial a outros.
Quando é doação post mortem não se escolhe o destinatário. O problema maior de
negociação é que só quem vai aceitar vender um órgão é quem não tem opção.
2. CIRURGIA ESTÉTICA
Várias cirurgias estéticas as pessoas removem permanente partes do corpo, exemplo:
cirurgia no nariz (não há indicação médica), e é possível observar esse tipo de cirurgia o
tempo todo. Sendo assim é possível ver que certas situações ocorrerão mesmo com esse art.
que é sua contradição, mediante a forma da autonomia.
Rebeca Araújo 
3. MUDANÇA DE SEXO
Se basear pelo código, muitas pessoas defendem que o artigo 13 proibiria a mudança de
sexo, entretanto é possível de forma formal que essa cirurgia (masculino para feminino) no
próprio SUS. Essa situação corresponde a autonomia/utilização do direito da personalidade.
Hoje ainda é tratado como patologia, sendo inclusive justificada através de um problema
médico, não como uma adequação psíquica. Lembrando nesse momento que não é um
procedimento simples, mas que deve ser permitido. Inclusive devemos atentar que mesmo
após a cirurgia, há uma manutenção hormonal pelo resto da vida. Essa situação também tem
relação com a questão do nome, observando que até hoje as pessoas transsexuais têm
dificuldade de mudança de nome (para aqueles que fizeram cirurgia é mais simples). 
4. INTEGRIDADE FÍSICA
Com base no uso da autonomia muitos realizam danos na sua integridade física ou permite
que terceiros realizem danos na sua autonomia. Por exemplo, o simples fato de fazer uma
tatuagem já é uma lesão à integridade física (houve permissão, sendo permitido). Outro
exemplo é o sexo, onde há possibilidade do masoquismo, tendo também chicotadas na
religião (católicos), corte ao ser iniciado como filho de santo. Outro exemplo é o esporte,
por exemplo o MMA, futebol (geração de contusão). Ou seja, como a autonomia termina
influenciando muito no direito da personalidade, dando um direcionamento a esses direitos
do modo que você se realiza.
5. TRATAMENTO MÉDICO
Focado no art. 15, vendo assim a possibilidade da pessoa recusar tratamento médico, nesse
caso cabe ver quais são os tratamentos médicos estão realizados. Sendo assim o tratamento
médico deve cair sob a autorização do paciente, e mesmo se tratando de uma situação de
emergência essa escolha deve ser respeitado, mesmo que parte dessa decisão seja fundada
através da religião. Exemplos: transfusão de sangue para testemunhas de jeová, tratamento
para câncer terminal. Passa inclusive pela discussão de bioética: autonomia de um lado e
princípio da beneficência. 
 
6. EXPERIMENTAÇÃO HUMANA
Segue a mesma lógica, visto que presamos pela autonomia, da mesma forma que falamos
do tratamento médico. De certa forma discorremos sobre algo mais grave, visando que
ainda não fora comprovada eficácia daquele tratamento. Nesse momento há uma exigência
que seja algo voluntário, pensando na ideia que pessoas por se encontrarem em situação de
vulnerabilidade humana se disponham a esta situação
7. PACTO DE GESTAÇÃO POR SUBSTITUIÇÃO
Vulgarmente conhecido por “Barriga de Aluguel”, sendo inclusive errôneo esse nome visto
que deveria ser uma situação gratuita, entretanto na maioria dos casos é pago. Segundo o
Conselho de Medicina, vemos a mesma lógica do transplante de órgãos, admitindo parentes
de 4o grau no máximo. Essa mãe que gesta a criança não possui direitos sob a criança.
Lembrando que essa situação é regulamentada de forma contratual, visto que caso a grávida
deseje assumir a criança a mesma esteja cometendo ato ilícito. Há também uma disposição
sobre até que ponto os pais têm controle sobre o corpo da gestante.
 
8. DISPOSIÇÃO DO CORPO “POST MORTEM”
Acaba sendo uma disposição semelhante da questão dos órgãos, entretanto a ressalva é que
muitas vezes a decisão autônoma acaba não sendo respeitada, mas sim a decisão da família.
Rebeca Araújo 
9. DISPOSIÇÃO DO CORPO PARA FINS PROFISSIONAIS
Nesse momento dialogamos se as pessoas podem por contrato, ou emprego, podem ser
obrigadas a fazer modificações no seu corpo (ex: quando se exige que um ator/atriz que
emagreça ou ganhe peso). A priori devemos entender que uma coisa é aquela modificação
do corpo faça parte da atividade, outro caso é uma modificação que não implica no
exercício da atividade (proibição de barba, pintura de cabelo). Observando que em certos
casos, que mesmo a modificação faça parte do exercício é possível intervenção.
Extra: Assistir/ler “O nome da Rosa”.
DIREITO AO NOME
Temos dispostos no código civil os artigos 16 ao 19. No artigo 16 vemos o nome como
também direito a personalidade, compreendendo o prenome (nome) e sobrenome (também
chamado de nome patronímico). Vê-se também a proteção de pseudônimos em atividades
lícitas, tendo como exemplo claro na literatura, fora no código civil a questão no nome é
tratada na lei de registros públicos que também trata da questão da alteração dos nomes.
MUDANÇA E UTILIZAÇÃO DO NOME E PERSONALIDADE
Detemos também algumas circunstancias que permitem a mudança de nome, sendo a mais
comum o casamento que permite a modificação do nome (antigamente quando se atribuía
culpa ao divórcio era permitido obrigação de retirar o sobrenome), atualmente se permitido
uma vez não é possível retirar esse sobrenome se não for por vontade própria. Também é
possível mudar de nome ao completar de 18 anos durante um ano, possibilidade de mudar
nome que exponha a pessoa ao ridículo, estrangeiro que veio residir no Brasil, entre outros
casos. Há também uma discussão se é possível também mudar o gênero. Os outros artigos
trazem uma ideia de proteção ao nome, assim como há essa regulamentação também existe
no art. 18 se traz a possibilidade de uso do nome com permissão (tem como exemplo:
famosos, atletas) – valendo lembrar que nesse caso também temos a imagem atribuída
aquele indivíduo. Ao tratarmos dos arts. 20 e 21 vemos o tratamento de imagem e honra.
Quando falamos de imagem falamos de imagem retrato, quanto de imagem atributo. A
imagem retrato diz sobre a reprodução física da pessoa, já a imagem atributo diz respeito
sobre o que socialmente é entendido sobre aquela pessoa (essa ofensa seria atribuir
características que não definem a pessoa), não estão necessariamente ligados. Quando
falamos de honra temos a honra subjetiva (a partir do próprio sujeito) e honra objetiva
(padrão social). Valendo ressaltar que em caso de ordem pública (pergunta-se o que é ordem
pública?) ou administração da justiça. Observação: a mesma imagem que é dada a imagem
também é dada a voz, visto que a voz também envolve a imagem do sujeito (CF – art. 5o,
inciso 10 + inciso 28,alínea a). Observação 2: em locais públicos e não há direcionamento
ao indivíduo, não é possível ação.
DIREITO A PRIVACIDADE
Está regulamentando no art. 21 do código civil, também estando no art. 5 na Constituição.
Quando falamos que alguém tem privacidade, estamos falando de uma questão de segredo,
fatos de sua vida não revelados, não revelados de um certo modo. Outro aspecto é dentro da
ideia que cada um de nós tem direito a ter um espaço, físico inclusive, de não ter
interferência “the right to be let alone” - expressão americana. Além disso é possível ver os
autores fazendo uma diferença entre intimidade e privacidade, sendo intimidade o núcleo da
Rebeca Araújo 
privacidade, sendo de interesse apenas do sujeito (fato de alguém ter uma doença, sendo
parte da intimidade daquele indivíduo). De todos os direitos da personalidade, o que se
encontra em terreno mais difícil é a privacidade, pois nenhum sofreu tanta interferência da
globalização, mundo virtual como a privacidade. É necessário salientar que a nova geração
tem uma diferente visão de privacidade comparada com gerações mas antigas; outra
discussão interessante é a questão das pessoas famosas, pois o fato de elas serem famosas
não fazem com que elas deixem de ter direito a privacidade, ou seja, o fato de ter fama não
implica que ela tenha perdido a privacidade (claro que alguns fatos não gozam de proteção,
pois influenciam vidas de outras pessoas – exemplo: eleição). Vale lembrar que existem
diversos abusos em relação as pessoas famosas em sua privacidade. É claro que a
privacidade é pensada inicialmente para espaços privados, porém o fato de estarmos um
ambiente público/ ou grau maior de publicidade não deixa que o indivíduo tenha perdido
seus direitos de privacidade, pois mesmo estando em ambiente público não quer dizer que
aquele fato seja público.
* uso ativo da personalidade = administração da personalidade de pessoas famosas, tendo
como as mesmas organizam sua privacidade.
* é necessário diferenciar interesse público de interesse do público.
* direito ao esquecimento, ligado ao direito a privacidade = o mesmo consiste na ideia de
que cada um de nós tem direito a que fatos que aconteceram no passado, e achamos
vexatórios, fiquem no passado, não sendo trazidos a tona o tempo todo, esse direito está
dentro da ideia de privacidade, sendo uma derivação tanto no art. 21, quanto do art. 5o,
inciso X da Constituição.
* outro questionamento nesse tema é a questão das biografias não autorizadas.
* ao ser pessoa, há o direito de personalidade, entretanto quanto menor a idade do menor,
diminui o exercício da mesma.
Elaborar uma questão prática (um caso) envolvendo ou capacidade ou personalidade. 
- faz em um papel que possa entregar
- em um papel a parte se faz uma resposta
MORTE
1.NOÇÕES GERAIS
 O fim da personalidade se dá com a morte, regulamentada pelo art. 6o, 7o e 8o visando dizer
que mesmo com a morte da pessoa, certos direitos da personalidade podem continuar
protegidos. Também devemos pensar que essa questão da morte também é vista em outros
locais, como em sucessão. Assim como o nascimento, a morte deve obter um registro sendo
expedida uma certidão de óbito. Existe uma discussão, que não é absolutamente jurídica, de
quando ocorre a morte, na medicina, por exemplo, é vista como morte encefálica
(inexistência de 
6, 7 e 8
Rebeca Araújo 
2. EUTANÁSIA, DISTANÁSIA E ORTOTANÁSIA
São discussões não exatamente jurídicas. A Eutanásia se possui um paciente, não
necessariamente vinculado a morte, mas condições irreversíveis e normalmente é vista
dessa forma, quando se está falando de um ato médico (o médico teria uma ação que
geraria ou apressaria o fim da vida da outra pessoa). No Brasil não há regulamentação
específica da Eutanásia, de forma que praticar a Eutanásia é praticar homicídio, claro que o
mesmo será respondido com pena menor (pena atenuada). Em outros países há uma
legalização da Eutanásia (faremos uma comparação que no mundo há muito mais países
com o aborto legalizado do que com a eutanásia legalizada). Ao tratarmos da distanásia e a
ortotanásia vemos um conhecimento popular menor, válido dizer que nenhuma das duas é
oposto da eutanásia, mas sim uma é oposta da outra, pois quando falamos de ambas estamos
falando de um quadro que existe um paciente que se encontra uma situação em que a morte
é certa e eminente (podendo morrer daqui a 1 hora ou a 1 semana), e nesses casos a atuação
do médico pode seguir dois caminhos: evitar a morte a qualquer custo, prolongar a
ocorrência da morte (distanásia) e a outra conduta é deixar a morte seguir seu curso natural,
isso não significa abandonar o paciente, mas sim apenas dar paliativos para dar um certo
conforto ao paciente (ortotanásia). Sobre ambas não há regulamentação, mas as decisões do
conselho federal de medicina toma decisões ao dizer que os médicos não devem fazer
distanásia e sim a ortotanásia.
 O grande complicador sobre a discussão da eutanásia é o discernimento da pessoa
ao escolher a eutanásia, apresentando nesse sentido argumentos contra (se a pessoa está
realmente apta a tomar aquela decisão naquele momento). Valendo lembrar que a distanásia
e a ortotanásia tem mais haver com a conduta do médico, não com o paciente. O
desligamento de aparelhos fica em uma linha tênue entre a eutanásia e a ortotanásia.
MORTE PRESUMIDA
Existe a morte presumida no art. 7o e a ausência que veremos posteriormente, essa
ausência de modo breve, temos a mesma quando a pessoa desaparece do seu domicílio sem
deixar notícias, e como não é possível deixar em aberto essa situação, se declara essa
ausência e passado algum tempo se declarará a morte dessa pessoa. Só que além dessa
situação da ausência nós temos outras situações de morte presumida elencadas no art. 7o.
Uma vez que se tenha encerrado as buscas, o juiz dá uma sentença fixando a suporta hora
da morte.
COMORIÊNCIA
Nesse quadro, temos o art. 8o, que condiz ao dizer que em tragédias, acidentes, entre
outras coisas, se presume a efeito jurídico de que todos morreram ao mesmo tempo. Essa
comoriência é pensada por conta de questão de sucessão, pois há uma questão de quem
herdará de acordo com a ordem de morte, entretanto no quadro da comoriência não haverá
uma transmissão de A – B, mas sim os herdeiros de A herdarão as coisas de A e os herdeiros
de B as coisas de B, herdando diretamente (válido falar que devemos dizer que não é
possível se determinar). Em outros ordenamentos há outras regras que definam a
comoriência.
Rebeca Araújo 
SEGUNDO BIMESTRE
AUSÊNCIA
Trata-se de uma situação regulamentada a partir do art. 22. A situação apresentada é
diferente a aquela apresentada na morte presumida, sendo que nesse caso há um sumiço do
próprio domicílio. Nesse momento pensa-se quais são as consequências para aqueles que
ficaram, principalmente aqueles que eram sustentados por aquela pessoa. Além desse fato
há questões da própria pessoa que precisam ser geradas. Não há como fazer uma sucessão
de imediato (não se pode presumir que essa pessoa faleceu), porém também não se pode
ficar esperando que essa pessoa reapareça (familiares dependentes economicamente).
Nesses casos os interessados vão ingressar com uma ação judicial, criando essa
situação de ausência e vai nomear um curador que será responsável nessa primeira fase pela
administração e pela arrecadação (levantamento de quais são os bens que o curador deixou,
suas dívidas, investimentos). Lembrando que o curador não assume, mas paga com o
dinheiro do ausente. Nesse artigo nomeasse o curador se o ausente não deixou procurador
ou representante (caso exista a figura do procurador não há nomeação imediata de um
curador).
Mas como escolher o curador? De imediato escolhe-seo cônjuge ou companheiro (a
não ser que esteja separado judicialmente ou de fato a mais de 2 anos) – nesse momento há
uma crítica pois esses 2 anos seriam um erro da legislação ao permitir essa situação, logo
após poderá ser os pais do indivíduo e caso não haja serão dos descendentes (os mais
próximos precedem os mais remotos – entre filhos e netos, preferidos filhos, a não ser que
haja incapacidade). 
O juiz ao nomear o curador também deverá fixar quais são os poderes desse curador.
Depois de um ano de nomeação do curador ou depois de 3 anos do exercício do procurador,
passa-se para a sucessão provisória. Nesse momento há uma maior preocupação com o
ausente, e ao longo do tempo protege-se mais os herdeiros e menos o ausente.
SUCESSÃO PROVISÓRIA 
Nessa fase se declara realmente a ausência e irá se abrir provisoriamente a sucessão.
Perante o art. 27 do Código Civil de 2002, podem requerer a sucessão provisória:
I – o cônjuge não separado judicialmente;
II – os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
III – os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte;
IV – os credores de obrigações vencidas e não pagas.
Nesse momento o que acontece é basicamente a mesma situação de uma sucessão
normal (há uma coleção de bens ativos e passivos, olha-se quais são os herdeiros, sejam
legítimos ou testamentários). Nesse momento há uma ressalva: você não transmitirá a
propriedade dos bens, mas acontecerá a transmissão da posse dos bens. (observação: apenas
aos credores que será transmitido como forma de pagamento). Muitas vezes o juiz, visando
a não deterioração, pede-se que vendam os bens para não deteriorar. Da declaração da
ausência, mais 180 dias, começara a transmissão das posses dos bens do ausente. 
Ressalva: se não aparecer nenhum herdeiro, existe no código um procedimento que diz que
se não houver herdeiro, o patrimônio irá para o Estado. 
Ressalva 2: para ingressar na posse do imóvel do ausente, o herdeiro deverá penhorá ou
hipotecar algum bem seu, prestando essa garantia. Entretanto, nem todos precisam prestar
essa garantia, os ascendentes, os cônjuges, e os descendentes não precisam prestar essa
Rebeca Araújo 
garantia (ou pelo entendimento de proximidade ou então pela falta de bens que o herdeiro
pode ter). 
Nesse período caso os bens gerem frutos (como aluguel) – para aqueles que não
prestam garantias – poderá essa quantia ficar integralmente com o herdeiro. Caso seja um
herdeiro que dê garantias, metade ficará com o mesmo e metade ficará resguardado para
caso o ausente volte. 
* aqueles que foram impedidos de ingressar na posse, comprovando que não ingressou
devido sua não possibilidade, terá direito a 50% do que receberia desses frutos.
* caso houver justificativa para a ausência ele receberá o dinheiro que haverá resguardado e
o retorno de todos os seus bens.
* pode-se acabar a ausência caso seja comprovado que a pessoa faleceu
* caso o ausente volte, se interromperá o processo em qualquer momento.
SUCESSÃO DEFINITIVA
Passado-se 10 anos da abertura da sucessão provisória, entra-se com a ação de
sucessão definitiva. Existe uma possibilidade da sucessão começar antes: antes: a pessoa já
estar desaparecida a 5 anos e aquela pessoa naquele momento atual já contar com 80 anos
de idade. Regressando o ausente em 10 anos de abertura da sucessão definitiva ele deverá
direito aos seus patrimônios novamente (ou então seus filhos, caso tenham sumido conjunto
ao ausente), no estado em que se encontra, ou seja, caso deteriorou não se necessita de
indenização. E o sujeito não retornando mesmo nesses 10 anos, não se há direito a nada.
PESSOA JURÍDICA
1. NOÇÕES GERAIS
Entes de existência abstrata, não possuindo existência física. É muito
comum ter uma tendência de agregação em busca de realização de objetivos e
chega-se a um momento que a própria entidade chega a ser maior que as próprias
pessoas e no momento que se há essa identificação, começa-se a pensar que é
possível a existência de uma pessoa que não seja natural, pois não é fruto de um
processo biológico mas sim de processos sociais. Ambas tem personalidade e
capacidade jurídica. 
2. NATUREZA JURÍDICA
Existem algumas teorias sobre a natureza jurídica da pessoa jurídica:
a) Autor Planiol: Teoria da negação da personalidade, ou seja, num primeiro
momento o que se tem é que na verdade não existe pessoa jurídica, mas sim
pessoas naturais que geram aquela entidade (essa questão gera consequências)
b) Autor Savigny – teoria da ficção: não há esse ente na sociedade, mas para fins
de direito, cria-se uma ficção de que se existe. Se reconhece a pessoa jurídica
como uma ficção.
c) Teorias da realidade: reconhece-se o ente como pessoa. Em um primeiro
momento trabalha-se com a teoria da realidade objetiva: há um exagero pela
necessidade de negação, pois essa teoria quer equiparar a pessoa jurídica a
pessoa natural de modo absoluto (olhando atualmente não há sentido). E por fim a
teoria da realidade técnica que reconhece a pessoa jurídica, mas diferenciando da
Rebeca Araújo 
pessoa natural, interferindo na sociedade, mas não tem estrutura na sociedade
como uma pessoa natural.
3. DIREITO DA PERSONALIDADE
O direito da personalidade jamais foi pensado para as pessoas jurídicas,
porém no nosso código civil, art. 52, garante-se as pessoas jurídicas, no que
couber, os direitos da personalidade. A primeira discussão trazida é se realmente a
pessoa jurídica tem direito a personalidade (cabe a pessoa jurídica a proteção dos
direitos da personalidade) – uma coisa é ter, outra coisa é se aplicar no que couber
a proteção dos direitos da personalidade. A segunda discussão é que tipos de
direito da personalidade que são aplicados a pessoa jurídica. Uma terceira
discussão é que uma das consequências da proteção do direito da personalidade
é o dano moral, questionando se cabe danos morais a pessoa jurídica (na
jurisprudência cabe os danos morais), mas deve-se questionar se um dano moral
é dano moral mesmo, visto que a lesão pode não gerar um dano moral, mas sim
um dano patrimonial, mesmo que tenha sido uma violação aos danos da
personalidade (lembrando que há um impacto moral, mas o maior impacto é o
financeiro).
4. FUNÇÃO SOCIAL
As pessoas em busca dos seus interesses individuais, as pessoas não
devem prejudicar a sociedade. Essa reflexão se coloca como essencial, de forma
que, algumas pessoas jurídicas terão, na sociedade, um maior poder de
modificação do que uma pessoa natural. Portanto devemos entender, que não
pode ser permitido que as mesmas busquem seu lucro independente de quem
afetar ou a mesma agir de acordo, apenas, aos seus interesses corporativos.
Nesse momento vislumbra-se também a circulação de dinheiro em
comércios locais. Vejamos como essas praticas de concorrências desleais,
corporações inadequadas, estão praticando atos ilícitos que comprometem a
função social. Falamos também da obsolência programada – trazendo problemas
para o consumidor e para o meio ambiente.
5. CLASSIFICAÇÃO
Começamos com uma classificação no art. 40: 
a) Público X Privado: direito público podendo ser externo ou interno, sendo nosso
foco as de direito privado. Regulamentada e explicitada no art. 41: União, os
Estados, o Distrito Federal, os Territórios, os Municípios, as autarquias, as demais
entidades. Incluem-se também as pessoas jurídicas externas, de forma
internacional. As pessoas jurídicas de direito privado são regulamentadas pelo art.
44, as associações; as sociedades as fundações; as organizações religiosas; os
partidos políticos; as empresas individuais de responsabilidade limitada.
As associações são criadas a partir de uma reunião de pessoas em função
de um interesse que não seja o lucro,isso não quer dizer que não poderão ter
capitação de verba. Já a sociedade temos, em regra, a reunião de pessoas, que
visam o fim lucrativo. A fundação não é criada pela reunião de pessoas, é criada a
partir da dotação de um patrimônio, a mesma pega uma parte dos bens, destaca e
Rebeca Araújo 
cria uma massa patrimonial separada, sendo que não visam gerar lucros, o código
traz um rol de quais poderíamos ser as finalidades da fundação. Ao tratarmos das
organizações religiosas vemos uma estrutura associativa, de certa forma, só que
com uma finalidade muito específica, tendo um modo de criação a parte, sendo
mais simplificado que a criação de associações (em termos tributários as
organizações religiosas têm diversas vantagens). Já os partidos políticos, temos
uma estrutura associativa, porém com mais requisitos, ritos trabalhosos, sendo
complexo. 
Observação: cada pessoa jurídica específica terá requisitos específicos para sua
criação, e o que será discutido será de forma geral.
6. CRIAÇÃO
 Existem alguns sistemas de criação das pessoas jurídicas: um primeiro
sistema é o da livre formação (não utilizamos no Brasil), bastaria que os
interessados redigissem, e automaticamente a pessoa jurídica passaria a existir –
não usamos pois não haveria controle sobre quais são as pessoas jurídicas que
existem. No outro extremo teríamos o sistema do reconhecimento, a pessoa
jurídica só é criada havendo a permissão/autorização do Estado (não é em regra o
nosso sistema, mas se apresenta em alguns casos). No meio termo temos uma
livre criação, disposições normativas, porém haverá registros e cumprimento de
requisitos – permite algum controle e dá liberdade. Encontra-se regulamentado
nos arts. 45 e 46, trazendo a base de criação de uma pessoa jurídica. Valendo
lembrar que cada pessoa jurídica específica terá requisitos específicos para sua
criação, tendo as questões acima como forma geral – podem ser encontradas no
código civil, registros, leis espaças – respeitando requisitos próprios. Antes de se
criar a pessoa jurídica ela não existe.
7. CAPACIDADE E (RE) PRESENTAÇÃO
Primeiramente falamos que a pessoa jurídica tem capacidade (capacidade
de direito), sem necessidade discussão sobre a capacidade de fato. Pode-se ser
representação (faz-se como representação sobre o outro/terceiro) ou presentação
(no ato em que a pessoa natural assina um contrato, não assina como pessoa
natural, mas sim como personificação de uma pessoa jurídica). Temos
regulamentado nos arts. 47 a 49. Discutimos que o ordenamento jurídico vê a
pessoa jurídica como incapaz, necessitando de representante. A regra de
representação se dá pela maioria da administração e no art. 49 determina que o
juiz possa determinar quem será a administração (administrador provisório).
8. EXTINÇÃO
 Regulamentado no art. 51, existem 4 formas possíveis de extinção:
convencional, legal, administrativa e judicial: a extinção convencional há um
acordo de extinção entre os membros; a extinção legal é quando deixam de atingir
os objetivos básicos – requisitos básicos; a extinção administrativa só é aplicada
para aquelas pessoas jurídicas que precisam de reconhecimento; a extinção
judicial é quando houver uma sentença a essa pessoa jurídica para extinção. O
artigo 51 explica o que é que tem que ser feito para poder extinguir a pessoa
jurídica, assim como é necessário inscrição de pessoa jurídica é necessário ida até
o cartório para sua extinção, com adendo: a dissolução da pessoa jurídica só é
possível depois de sua liquidação (há uma avaliação, pagamento de seus credores
e posteriormente ocorre sua extinção).
Rebeca Araújo 
9. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
01) Discorra sobre as origens da pessoa jurídica:
C om o caminhar da história, o avanço da ciência, e as
modificações sociais e econômicas encontradas, tais grupos foram
encontrando formas mais organizadas e padronizadas de existência, até
desembocar no que hoje são as pessoas jurídicas. Este conceito,
entretanto, não é tão antigo, sendo que ainda era desconhecido, por
exemplo, no antigo direito romano omano, só surgindo já à época do
Império. Já o uso do termo pessoa jurídica é ainda mais recente, surgindo
no início do século XIX, por criação de Savigny, em substituição a outros
como pessoa moral e pessoa mística Sem ingressar
aqui nas polêmicas sobre as teorias justificadoras da pessoa jurídica,
afirma-se que ela tanto é dado do mundo fático, como é também uma
criação do direito. Não há como não se ter
em conta que as ditas pessoas jurídicas atuam no mundo fático, já que o
Direito não se ocupa de inexistências. Isso de modo algum contradiz que
sejam elas criação do Direito, pois, nesta perspectiva, ou seja, de ser
acolhida e regulamentada pelo ordenamento, tudo que é jurídico assim o
é, inclusive as pessoas naturais.
02) Discorra sobre a questão da efetividade do processo
A questão da efetividade do processo, de mais simples modo, está
relacionada com a balança entre a garantia e a efetividade, de forma
que vemos a efetividade processual como proteção do credor e garantia
como proteção do devedor. Discute-se muito essa questão da efetividade
processual, visto que, em diversas vertentes observa-se a vontade de
pender a um dos lados, não alcançando uma balança. Diz portanto, que
o novo código civil representa uma balança justa, visto que, ao prover
garantia e efetividade, faz com que o direito seja utilizado sem
desconsiderar o direito. Válido dizer que o incidente proferido pelo CPC
2015, operaliza a concretização da desconsideração da personalidade
jurídica em prol da efetividade processual.
03) Quais são as teorias sobre a desconsideração da personalidade jurídica
presentes no ordenamento brasileiro. Elenque os dispositivos legais (artigos da lei)
em que elas se apresentem apontando ainda seus elementos.
No ordenamento jurídico encontramos algumas doutrinas: Teoria
Maior objetiva - (disposta no código civil) e Teoria Menor (disposta no
código do consumidor) – ambas fazem parte da desconsideração
clássica. Temos também a desconsideração inversa, lateral e expansiva.
A Teoria Maior é considerada pela doutrina e pela jurisprudência como a
regra geral da desconsideração da personalidade jurídica no
ordenamento brasileiro. É a teoria apresentada no Artigo do código civil
brasileiro, e nesses casos, não se pode aplicá-la apenas com a
Rebeca Araújo 
demonstração da pessoa jurídica insolvente para o cumprimento de suas
obrigações. O credor precisa demonstrar que houve desvio de finalidade
da sociedade ou confusão social entre seus bens ou de seus sócios. Em
contraponto a teoria menor, disposta no artigo 28 – parágrafo quinto –
do código de defesa do consumidor, para que se desconsidere a pessoa
jurídica basta que se comprove a insolvência da pessoa jurídica, ou seja,
a impossibilidade e efetuar o pagamento de suas obrigações,
independente da existência do desvio de finalidade ou confusão
patrimonial.
Há também no nosso ordenamento a desconsideração jurídica inversa,
em que invés de avançar nos patrimônios dos sócios para efetuar
pagamentos da empresa, desconsidera-se a empresa e efetua-se os
patrimônios dos sócios – mito comum no direito da família – presente do
código processual civil no art. 133, parágrafo segundo. A
desconsideração lateral, alcance o patrimônio de uma empresa diversa
da executada pertencente ao mesmo grupo econômico da devedora
(está sendo utilizada por tribunais).A desconsideração lateral, alcance o
patrimônio de uma empresa diversa da executada pertencente ao
mesmo grupo econômico da devedora (está sendo utilizada por
tribunais). É necessário acrescentar a desconsideração da personalidade
da pessoa jurídica parao direito do trabalho – nos arts.134, VII e 135 –
nesse momento as considerações se dão de forma distinta de forma que
a desconsideração pode ser feita se for vista a dissolução irregular da
sociedade ou violação da lei. No Direitodo Trabalho a
desconsideraçãoencontra guarida especialmente no art.2°, §2°,da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) sendo admitida ainda pelo TST
aplicação subsidiária do art.28, do CDC, bem como do art.50, encontra
guarida especialmente no art.2°, §2°,da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT) sendo admitida ainda pelo TST a aplicação subsidiária do
art.28, do CDC, bem como do art.50.
04) Quais são as variações da desconsideração da personalidade jurídica
apresentadas pela doutrina?
a) Autor Planiol: Teoria da negação da personalidade, ou seja, num
primeiro momento o que se tem é que na verdade não existe pessoa
jurídica, mas sim pessoas naturais que geram aquela entidade (essa
questão gera consequências)
b) Autor Savigny – teoria da ficção: não há esse ente na sociedade, mas
para fins de direito, cria-se uma ficção de que se existe. Se reconhece a
pessoa jurídica como uma ficção.
c) Teorias da realidade: reconhece-se o ente como pessoa. Em um
primeiro momento trabalha-se com a teoria da realidade objetiva: há um
exagero pela necessidade de negação, pois essa teoria quer equiparar a
pessoa jurídica a pessoa natural de modo absoluto (olhando atualmente
não há sentido). E por fim a teoria da realidade técnica que reconhece a
pessoa jurídica, mas diferenciando da pessoa natural, interferindo na
sociedade, mas não tem estrutura na sociedade como uma pessoa
natural.
Rebeca Araújo 
05) Como se dá o incidente de desconsideração da personalidade jurídica a partir
do CPC 2015?
O novo diploma processualista conta com o artigo 133,
denominado de incidente de desconsideração da personalidade jurídica,
nesse momento observamos a dissolução da ideia que esse mecanismo
só deve ser operado de forma autônoma, posto que o texto permite que
qualquer juiz possa aplicar o estatuto – além de excluir a possibilidade
de desconsideração ex officio. 
9. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
Falar sobre desconsideração, fala primeiramente sobre responsabilidade
civil. É importante relembrar o art. 43 do código civil – as pessoas de direito
público respondem de forma objetiva. Um outro fator é a disposição do art. 47 que
dialoga com a representação da pessoa jurídica e competência - “Obrigam a
pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus
poderes definidos no ato constitutivo.” - tal fato torna-se importante a medida que
certa situação encontra-se errada (muitas vezes a vontade de um sujeito
constituinte não reflete a vontade da pessoa jurídica, mas a pessoa jurídica ficará
submetida a esse contrato). No dia a dia vemos a responsabilidade objetiva, visto
que é definido pelo código do consumidor os prestadores são obrigados a se
submeterem a responsabilidade jurídica.
A proteção que gera entre duas pessoas, faz com que essa separação seja
um incetivo/estimulo de criação de pessoa jurídica, visto que essa pessoa pode
prever o risco que gostaria de correr. Entretanto, ao longo da história, esse véu é
utilizado de maneira indevida pelos sócios, chamado pelo nosso código de abuso
da personalidade jurídica – no nosso caso temos a teoria maior objetiva, com a
ideia primordial de insolvência (não tem como pagar) associado com o abuso da
personalidade jurídica.
a) Teoria Menor: apenas o fato de insolvência, a pessoa jurídica é desconsiderada
apenas pelo fato do devedor não ter como pagar. Exemplo: direito do trabalho.
b) Teoria Maior Objetiva: além da questão da insolvência, há a necessidade de
abuso da pessoa jurídica (desvio de finalidade ou confusão patrimonial – sócios X
pessoa jurídica). - DIREITO CIVIL
c) Teoria Maior Subjetiva: além de todos esses requisitos, se exige a
intencionalidade (o sujeito quis fazer o desvio de finalidade, quis fazer a confusão
patrimonial). - situação muito difícil de ser comprovada, sendo muito pouco
utilizada.
Observação: desconsideração não é, não tem nada a ver com extinção da pessoa
jurídica, muito claro de ser visto no art. 50. Valendo lembrar que a
desconsideração não significa deixa de existir, mas sim de modo
eventual/episódico essa desconsideração apara pagamento de dívidas.
Rebeca Araújo 
a) Subteoria da desconsideração expansiva: subteoria criada para pegar os sócios
ocultos, que é sócio de fato, mas não está no contrato social – esse sujeito que
não mais figura como sócio.
b) Subteoria da desconsideração indireta: atinge-se uma empresa que é também
controlada de forma ilícita pelo capital da outra.
c) Subcapitalização: torna-se uma espécie de confusão patrimonial desde a
formação da pessoa jurídica – o valor que deveria sair dos sócios, mas não saí.
d) Subteoria da desconsideração inversa: está positivada no art. 133, muito
comum no direito da família – um sujeito esvazia os bens do casamento e
transporta a uma pessoa jurídica anterior que não entrará na separação.
*pesquisar sobre incidentes. 
ASSOCIAÇÕES
1.NOÇÕES GERAIS
Dizemos como associação como entidade constituída sem visar fins
econômicos (associação de moradores, alunos) – reunião de pessoas e pode ter
diversas finalidades, desde que não se tenha um fim econômico, mas isso não
significa que a associação não se possa ganhar dinheiro, embora os ganhos não
sejam revertidos como lucro para os associados.
Além do código civil, é relevante dizer que esse direito de associação se
encontra também na CF/1988 – art. 5o, inciso XVII - “é plena a liberdade de
associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar” - ou seja, não se pode
criar milícias. 
* O professor discorreu sobre o filme “O Ato de Matar” da Indonésia além de Narcos.
2. CRIAÇÃO
No art. 54 nos vemos quais são os requisitos que devem estar presentes
nos estatutos que vão criar as associações – vemos nesse momento os requisitos
básicos para a criação da mesma (principalmente um estatuto).
3. ASSOCIADOS
3.1 – INGRESSO
De forma mais tocante aos associados vemos o inciso XX, art. 5o da
CF/1988 – falando da liberdade de associação – liberdade para passar a fazer
parte de associações, e retirar-se das associações (não sendo obrigação nem
entrada, nem saída). - para ser associado é necessário alguns requisitos, que não
podem ser discriminatórios. No código civil, no caput do art. 56 que determina que,
em regra, a qualidade de associado é intransmissível – possa se dizer que se
houver uma parte determinada patrimonial (fração ideal), qualificando ao
associado uma parte extrapatrimonial e patrimonial e nesse caso patrimonial o
parágrafo único discorre sobre tal fato “Parágrafo único. Se o associado for titular
de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transferência daquela não
importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao
herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto” - passa-se o aspecto patrimonial,
mas, em regra, não se passa a parte extrapatrimonial (qualidade de associado). Ao
ingressar na associação há existência de direitos e deveres do associado para a
associação (não gerando obrigações jurídicas de associado para associado)
Rebeca Araújo 
Sendo associados de mesma categoria, não poderão ter direitos distintos,
importante ressaltar que poderão não existir categorias, dependendo do estatuto.
É válido ressaltar que, certas qualidades inerentes ao associado não podem ser
retirados (art. 58).
3.2 – SAÍDA (não estamos falando da saída voluntária)
Para excluir um associado (art. 57) é necessário que haja justa causa
(estará definido no estatuto),porém não basta o associado cometer a ação, mas
também deverão haver garantias antes da sanção mais grave (exclusão). Devem
ser assegurados direitos de defesa e direito de recurso (deverá ser criada
comissão com competência de julgar a causa) – será aberto um prazo de defesa e
caso indeferido, deverá haver uma segunda instância dentro da associação que
julgará o caso (apresentar contraditório e duplo grau) – o associado pode,
eventualmente, recorrer ao judiciário.
ASSEMBLEIA GERAL
Disposta no art. 59 nos casos, inciso I – destituir os administradores, II –
alterar o estatuto (as assembleias gerais para ambos os casos deverão ser
convocadas para tal fato, sendo cogentes a qualquer associação – o estatuto dirá
o quorum dessas votações e outras necessidades de assembleia geral). 
EXTINÇÃO
O que estará mais bem definido no código será a destinação do patrimônio
(art. 61). Na questão patrimonial a primeira coisa que haverá é a liquidação
(dívidas X ativos), sobrando bens haverá visualização no estatuto se há a
determinação (associados com frações ideais), é possível também que desse valor
remanescente seja devolvido aos associados as contribuições dos associados
atualizadas. E depois de tal processo, ainda sobrando, será destinado a entidade
prevista ao estatuto e caso o estatuto seja omisso, o valor será destinado a
associação de fim idêntico ou semelhante municipal, estadual ou federal. Caso
não exista nenhuma entidade com fim idêntico ou semelhante haverá a regra do
parágrafo segundo: “Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou
no Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas
neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do
Estado, do Distrito Federal ou da União.”
FUNDAÇÃO
NOÇÕES GERAIS
Não é criada a partir da reunião de pessoa, mas sim que um sujeito pega
uma parte dos seus bens/patrimônios e dá a esses bens uma dotação específica
criando uma pessoa jurídica. Essa fundação não é criada pela reunião, mas sim
em torno de um patrimônio (art. 62) - devem ser bens livres (pode ser via
testamento ou escritura pública).
A fundação também não terá uma finalidade econômica, entretanto haverá
uma lista de quais são as finalidades possíveis a uma fundação (observação: o
artigo 10 foi banido por gerar dissiparidade em relação as sociedades que tem tal
como finalidade). As manifestações da doutrina se preservam dizendo que esse rol
são exemplificativos, porém deverá ver-se que da maneira explicita deve ser
Rebeca Araújo 
levado em conta o rol taxativo. Independentemente, não será possível a criação de
fundação com a finalidade vedada pelo inciso X.
Eventualmente, esse valor deixado não seja condizente com a quantia
necessária para a criação de uma fundação. Nesses casos, os bens a elas
destinados, se não de outro modo dispuser o doador, serão incorporados em outra
fundação com os mesmos fins, sejam eles idênticos ou semelhantes (art. 63 –
haverá uma preocupação maior do MP. A fundação ao contrário da associação não
é registro imediato, pois precisa de dotação, criação de estatuto, aprovação do
estatuto e fase de registro.
É possível modificação no estatuto, porém não é possível desvirtuar ou
contrariar a finalidade, podendo ampliar. O ministério público poderá não se
manifestar ou impedir a modificação, nesses casos caberá ao juiz decidir a
mudança (omissão ou permissão). Se essa mudança não estiver sido unânime,
nesses casos terá que ter dado ciência aos vencidos para que eles, em um prazo
de 10 dias, possam impugnar essa modificação (colocar suas razões para não
acontecer). É necessário quorum de 2/3 para mudanças.
A extinção da fundação está regulamentada no art. 69, “Tornando-se ilícita,
impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua
existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá
a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato
constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se
proponha a fim igual ou semelhante” trazendo as causas de extinção, não está dito
expressamente, mas antes da extinção deverá se dá a liquidação – pode ser
determinado pelo instituidor ou pelo criador do estatuto.
DIREITO AUTORAL (HOJE E AMANHÃ NA UFBA)
DIREITO CIVIL SOBRE TEIXEIRA DE FREITAS (SEXTA E SÁBADO) 
AULA DO DIA 23.10.2017
DOMICÍLIO 
DOMICÍLIO X RESIDÊNCIA 
Nota-se através do código 70 que domicílio é mais do que residência visto
que residir é habitar um lugar, sendo um requisito objetivo para requisito de
domicílio, tendo um ânimo definitivo (ou seja, não é só de passagem). - é
necessário entender que morar de aluguel encontra-se como domicílio
(exceptuando aluguéis por temporada) , mas por exemplo, um intercâmbio de 3
meses não é considerado como domicílio.
Esse ânimo definitivo é constato através da rotina (correspondência) – o
local será centro de domicílio, e domicílio não é propriedade. A questão do
domicílio se relaciona com vários fatos no âmbito jurídico, tendo como exemplo a
ausência (a pessoa que desaparece de seu domicílio sem dar notícias), onde será
imposta uma ação judicial no domicílio – muito importante também com a questão
de competência (a quem cabe tal situação de ser julgada).
UNIDADE, PLURALIDADE E “FALTA” DE DOMICÍLIO
Disposto no art. 71, é possível que existam vários domicílios, por exemplo,
quando as pessoas têm mais de uma casa (e sempre visitam): “Se, porém, a
pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-
Rebeca Araújo 
se-á domicílio seu qualquer delas”. É possível também existir uma ideia de
domicílio vinculada ao ambiente de trabalho, tal fato está disposto no art. 72 no
CC/02. A questão da “falta” de domicílio está disposta no art. 73 (moradores de
rua, artistas de circo), para esses casos terá por domicílio o local onde a pessoa
for encontrada – onde quer que ela esteja. 
ESPÉCIES DE DOMICÍLIO
a) Voluntário X Necessário:
O voluntário onde a pessoa tem seu domicílio com ânimo, ou seja, forçado.
O domicílio necessário é aquele que vem fixado já por determinação legal, dizendo
onde é. Esse rol está no artigo 76 do CC/02: 
“Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. 
Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do
servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar,
onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se
encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e
o do preso, o lugar em que cumprir a sentença”.
Observação: o agente diplomático caso alegar a extraterritorialidade, o mesmo
pode ser citado no local de domicílio do país que ele está a serviço – disposto no
art. 77 do CC/02
b) Geral X Especial
Ao discorremos sobre o domicílio geral (local que residimos por definitivo).
Porém por meio de contrato o domicílio pode ser o local onde a pessoa exerça
seus deveres do contrato para aquele fim específico (também chamado de
domicílio de eleição) – existem algumas situações que você não poderá utilizar
esse domicílio de eleição, caso seja benéfico para uma parte e prejudicial para
outra.
DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA
Disposto no art. 75: “Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
I – da União, o Distrito Federal;
II – dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
III – do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;
IV – das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e
administrações,

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