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Introdução ao Estudo da Medicina

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PROBLEMA 02
Antes de entender como se deu a evolução da Medicina, é importante entender que ela sempre esteve estritamente ligada ao seu contexto histórico, e que as mudanças nas suas concepções foram condicionadas por transformações ideológicas da época.
A Lei clássica dos três estados da inteligência de August Conte, pode ser adaptada a fim de entender a evolução do pensamento médico. O Período Teológico, da Antiguidade ate a Idade Média, seria dominado pela referencia ao sobrenatural. O Metafísico, durante o renascimento na Grécia Antiga, substitui as potencias divinas pela natureza. O Período Cientifico, com a influencia de Descartes e Newton, as subjetividades das coisas e seres são postas de lado em detrimento daquilo que pode ser representando por lógica.
Na mitologia Greco Romana, o Deus da Cura, Asklepios é filho de uma ninfa (Coronis) com o Deus Apolo. Com a morte de sua mãe, pelo seu pai, ele foi criado por Quiron, o centauro que o instruiu sobre a caça e a cura. Seu potencial era tanto que ele podia recussitar os mortos, assim, em fúria, por desequilibrar os lados da vida, Zeus acaba o matando. Nas imagens, Asklepios aparece com um cajado, e nesse há uma cobra enrolada, de onde vem o símbolo da medicina. Através da troca de pele, a cobra representa a renovação do doente.
Os templos construídos em homenagem ao Deus Asklépios foram precursores de hospitais, dispensando aos pacientes tratamentos de cura e purificação. Como a religião permeava o pensamento da época, a condição de cada doente era associada a vontade dos deuses , e era através da purificação do corpo e de oferendas que haveria o perdão e a restituição da saúde. As atividades estavam sempre ligadas a rituais conduzidos por sacerdotes, pois o fator mais importante da eficácia das curas era a fé .Contudo, já havia nos templos praticas associadas a razão do corpo, como uso de compressas ou emplastos, uso de medicamentos , procedimentos cirúrgicos e conhecimento de termos anatômicos.
A partir do séc. V a.c, a Grécia vivenciará o milagre Grego, um momento bendito da história onde o pensamento se expande e se liberta das crenças anteriores. Com o surgimento da prática filosófica, pensadores vão passar a tentar explicar o mundo de maneira mais racional, em primeiro momento voltando-se para a natureza. De Tales a Demócrito, são introduzidos noções de natureza, ordem natural e de lei natural,reconhecendo a realidade do universo.
Hipocrates de Cós foi fundamental para uma ruptura na forma como a Medicina era exercida. Ele nasceu, aproximadamente, em 460 a.c. Seu pai era um asclepíada, portanto sempre esteve em contato com práticas médicas, mas foi quando teve contato com médicos laicos que começou a construir uma doutrina lógica da doença.
Hipocrates rompeu com o modelo mítico-religioso na Prática da Medicina, pois segundo ele as doenças não eram associadas a causas sobrenaturais, mas sim a fatores naturais, como alimentação, clima, dieta e aos hábitos de vida. Era através da observação e analise do paciente que ele conseguia reconhecer o quadro atual do paciente e fazer um prognóstico. As práticas terapêuticas eram baseadas na mudança de hábitos, massagens, ginástica, purgantes, sangria, algumas poucas medicações e intervenções invasivas em casos extremos, por acreditar o processo de enfermidade tem um curso natural que tenderia a cura. 
Para ele o corpo dispõe de seus próprios meios para tratar de si . Pela teoria dos quatro humores, fleuma, bile amarela, bile negra e o sangue, doenças se manifestariam quando houvesse o desequilíbrio entre algum deles, o corpo após a ebulição ( febre ) , naturalmente expulsaria o humor em excesso em forma de materiais pecantes , como urina e suor por exemplo. O quadro seguiria para cura ou morte. Hipocrates chegou a diferenciar a ideia de sintoma da de doença, como a manifestação exterior de algo que ocorre no interior do organismo.
Como a dissecação não era permitida, se sabia muito pouco sobre anatomia ou fisiologia, até por que , por tratar o paciente com uma visão holística, as partes do organismo eram sempre vistas pelo contexto do todo. Só na Alexandria , houve a liberação da pratica da dissecação .
Através do seu pensamento racional, foi desenvolvido o método hipocrático, que consiste em quatro preceitos : observar o paciente com atenção não admitindo preconceitos ou pré-julgamentos, estudar o paciente de maneira holística e individual, fazer uma avaliação honesta admitindo falhas e publicando seus fracassos, e a crença na força curativa da natureza. 
Hipócrates marcou a medicina também pela introdução de uma conduta médica ética na relação médico-paciente. Para ele o médico deveria respeitar o sigilo profissional, beneficiar incondicionalmente o paciente e ter absoluto respeito a vida, agregando seus preceitos em um código de ética para a Medicina que levou ao Juramento de Hipócrates.
A existência da coleção dos tratados médicos hipocráticos, que é uma realização coletiva, uma obra plural que aborda o conhecimento do corpo e suas alterações , maneiras de reconhecer a tratar doenças, a formação moral e intelectual, técnicas de intervenções cirúrgicas, que quando interpretada e comentada, resultou na construção da Medicina ocidental. 
PROBLEMA 03
MODELO BIOMÉDICO X BIOPSSICOSSOCIAL
Antes de 1500 a sociedade interpretava o mundo de maneira holística e mais abrangente, buscando entender o universo com uma razão permeada pela fé. Buscava compreender assuntos pertinentes a vida cotidiana, a ética, a alma e a Deus. A mudança nessa visão orgânica do universo se dá quando a astronomia e a física passam a aprofundar-se em estudos científicos, conceituando e limitando cada parte do universo.
Galileu foi o precursor dessa Revolução no campo cientifico, quando, através de experimentações e comprovações, superou a velha cosmologia. Assim ele induziu os cientistas a descrever matematicamente a natureza, restringindo as propriedades essenciais ao que poderia ser medido e quantificado, perdeu-se assim a atenção aos aspectos subjetivos, os sentimentos, as sensações, a alma. Mais tarde Newton desenvolveu uma formulação matemática da concepção mecanicista da natureza, sintetizando obras de Kepler, Bacon, Galileu e Descartes.
René Descartes foi o pai da filosofia moderna, matemático e físico. O ponto fundamental do seu método é a duvida, ele rejeitava todo conhecimento que é meramente provável e considerava aquilo que possuísse embasamento cientifico e sobre o qual não houvesse duvidas. 
O seu método analítico consistia em decompor seus pensamentos em partes e dispô-los em ordem lógica, a excessiva ênfase a esse método cartesiano, levou à atitude reducionista na ciência que acredita que todos os fenômenos podem ser compreendidos se reduzidos às suas unidades fundamentais. Para o caminho ao seu método ele descreve quatro passos : Jamais acolher algo verdadeiro se não a conhecesse como tal, dividir a problemática em várias parcelas facilitando a compreensão, estabelecer ordem lógica para os pensamentos, enumerar e revisar o raciocínio a fim de que nada fosse omitido
Descartes afirmou que não há nada no conceito de corpo que pertença a mente, e nada no conceito da mente que pertença ao corpo, assim ele separa a matéria (res extensa) do ego (res cogitans) , dificultando, por exemplo, que muitos profissionais da saúde possam abranger os aspectos biopsicossociais dentro de um quadro clinico.
Biólogos e médicos fiéis à abordagem reducionista voltaram suas atenções para entidades ainda menores, acreditando que as doenças envolviam mudanças estruturais de nível celular. Quando Pasteur comprovou a relação entre alguns micro-organismos e doenças, os movimentos de atuação holística no séc. XVIII perderam força, pois a descoberta entrava em concordância com a teoria cartesiana, além de passar a ideia que a condição de enfermidade só é causada por um agente externo, como se, aspectos internos dos indivíduos não fossem relevantes no processo saúde-doença.
A abordagemreducionista possibilitou inúmeros avanços na biologia, foram descobertos os genes relacionados ao código genético, desenvolveu-se um sistema antisséptico e a anestesia, descobriu-se a insulina e os tipos sanguíneos, anti-inflamatórios e anticoncepcionais foram desenvolvidos, contudo, por mais intima que seja cada descoberta, e reúnam grande quantidade de informações sobre células e tecidos , ainda não se sabe como regulamos nossa temperatura, sobre embriogênese ou como opera o sistema nervoso . “Embora os biólogos conheçam o alfabeto do código genético, não possuem quase nada sobre sua sintaxe.” Quando os cientistas reduzem um todo a seus constituintes fundamentais e tentam explicar todos os fenômenos em função desses elementos, eles perdem a capacidade de entender as coordenadas do sistema como um todo.
O paradigma cartesiano resultou, na medicina, na criação do modelo biomédico, onde o corpo é análogo a uma máquina que pode ser analisada por meio de suas peças, onde as doenças são avarias no funcionamento dos mecanismos, cabendo ao médico o dever de repará-las. Como a medicina ocidental adotou a abordagem reducionista da biologia moderna, o tratamento integral do paciente foi negligenciado. Já se exerce uma pressão considerável sobre os profissionais da saúde para que desenvolva um enfoque mais holístico da saúde, um enfoque biopsicossocial. 
A cura é um fenômeno que não pode ser compreendido em seus termos reducionais, pois se dá através de uma resposta coordenada da interação de aspectos físicos, sociais e psicológicos, transcendendo a divisão cartesiana. A dor , o instrumento de trabalho do médico, também não pode ser compreendida isoladamente, está intrínseca na relação corpo mente e para aliviá-la devemos considerá-la em seu aspecto mais amplo. A morte passou a ser vista como a paralisação da máquina e um fracasso , os aspectos subjetivos desse fenômeno são ignorados , e cada vez mais médicos encontram dificuldades em lidar com pacientes agonizantes que necessitam de cuidados paliativos. A saúde como a OMS define, ainda que de maneira utópica, abrange aspectos biopsicossociais que não podem ser hierarquizados ou trabalhados individualmente, pois o individuo é muito mais do que a soma de suas partes finitas. 
Em 1910 , nos EUA , o Relatório Flexner reformou as escolas de ensino médico propondo uma mudança de pensamento em relação à Medicina,buscando maior excelência nas instituições, pautada no princípio da racionalidade científica. O aumento indiscriminado de escolas médicas despreparadas e a formação de profissionais desqualificados foram às causas para desenvolver o relatório. Flexner se apoia no estudo médico centrado na doença de forma individual, concreta e uni causal. O social, o coletivo, o público e a comunidade não eram levados em conta no processo de saúde e doença, o que implica numa grande aproximação e influência ao modelo biomédico. Os hospitais passaram a ser o centro de apoio a saúde. reorganizar e regulamentar
O modelo biomédico , pela maneira que se desenvolve, usa inevitavelmente de alta tecnologia, o que suscitou problemas na relação medico-paciente, pelo distanciamento, pela falta de espaço para questionamento pelo paciente, que tem toda sua complexidade reduzida a variáveis biológicas mensuráveis, além dos custos excessivos e de técnicas extremamente invasivas. A noção do poder de cura inerente ao organismo não é informada, e a confiança do paciente em seu próprio corpo não é valorizada. 
Essa visão unicausal da doença, com abordagem tão limitada que leva a ignorar outros fatores, dificulta, por conseguinte, a atuação de uma medicina preventiva e manutenção da saúde de forma eficaz, que relacione a saúde com o meio ambiente, a nutrição e a habitação por exemplo. Os médicos desempenham papel importante nesse dilema, por que enquanto se colocarem no topo da hierarquia do sistema de saúde, ele tem o dever de ser sensível a todos os aspectos dela.
Na concepção do modelo biopsicossocial a enfermidade física é apenas uma das numerosas manifestações da doença sobre o corpo, o médico objetiva dar resposta a condição do paciente e ajudar a resolvê-la sob analise do contexto social, biológico e psicológico.
Michael Balint, Engel, Iam McWhimy e Stewart Moira na segunda metade do séc. XX desferiram criticas ao modelo reducionista vigente na área da saúde, através de suas obras buscaram mostrar que a medicina caminhava para uma crise, que só poderia ser revertida quando atentássemos os olhos para a integralidade do paciente.
O modelo biopsicossocial atribui enorme relevância para a relação médico-paciente no desfecho do processo de cura, busca uma a participação ativa do paciente durante o tratamento, associa a estrutura do paciente ( suas expectativas, ideias, preocupações) com a estrutura da doença (sinais e sintomas) buscando compreender o contexto no qual o se insere e como esses fatores estão inter-relacionados, busca através do diálogo chegar a um nível de entendimento por ambas as partes da situação do enfermo. 
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Medicamentos utilizados em ampla escala pela medicina atual são muito eficientes , mas devido a falta de compreensão da totalidade das funções do organismo , efeitos colaterais são recorrentes.
Médicos têm 10 a 15 anos a menos de expectativa de vida que a media mundial.
Mesmo havendo a eliminação de doenças nos últimos anos, isso não significou melhora qualitativa da saúde, os casos de alcoolismo, crimes violentos, suicidios têm aumentado.
Compreender como uma doença age no organismo, não significa um progresso na assistência médica.
Problemas e patologias mentais, que não são diagnosticadas no modelo reducionista, são consideradas questões secundárias, médicos psiquiátricos são vistos com certo preconceito, acabando por vezes tentando se encaixar no modelo biomédico.
Problema 04
A partir da metade do séc. XX , o modelo biomédico passou a receber muitas criticas,internações desnecessárias, isolamento do paciente de seu ambiente social, cultural e familiar, medicamentos que causam efeitos colaterais, então , em contraposição a ele , medicinas tradicionais e medicinas alternativas e complementares passaram a resgatar o valor imaterial da saúde , deslocando o foco da doença para o doente. Alguns exemplos são a acupuntura, homeopatia, meditação, massagens, hipnose.
Muitos pacientes acabam por buscá-las quando não atingem o tratamento esperado com medicina convencional , contudo , é importante entender que é a prática simultânea entre o modelo alopático e o holístico que um novo modelo poderá ser gestado , preenchendo as lacunas diagnosticas e terapêuticas necessárias para cuidar do paciente.
A Homeopatia surgiu no final do sec. XVIII com Samuel Hahnemann , é uma prática terapêutica que se firma sobre quatro fundamentos:
Lei dos semelhantes: (Similia Simulibus Curanter) Segundo essa lei , substancias existentes na natureza tem potencialidade de curar os sintomas que são capazes de produzir. Um exemplo desse fundamento, foi a descoberta que a quina, substancia utilizada para tratar da malária, quando utilizada em um homem são produzia os mesmos sintomas da doença.
Experimentação do homem são: Todas as substâncias que poderiam ser usadas com potencias medicamentos eram testadas em homens sãos para que se pudesse curar homens doentes , buscando analisar qual a patogenia da substancia em questão. OBS: Patogenesia é o conjunto de sintomas que o corpo são apresenta após receber a substancia medicinal.
Doses mínimas e dinamizadas: Hahnemann observou que o que aumentava a ação do remédio sobre o organismo não era a quantidade, ao contrario, quanto menor a quantidade e mais agitado a fim de desprender a energia na diluição, mais eficaz era o Simillimum.
Medicamento único: O paciente deveria utilizar um medicamento por vez, no caso, o que apresenta maior ressonância com o maior numerade sintomas. Essa tendência unicista, vai de encontro a pluralista de da alopatia, que ministra mais de um medicamento por vez.
Para a Homeopatia, o homem possui uma força vital, que dinamiza o corpo e mantém a harmonia das funções e das sensações. Essa força pode ser perturbada por uma anormalidade, gerando uma desarmonia que precede as alterações no organismo, para Hahnemann os sintomas são a própria doença, ele se refere a “totalidade de sintomas”, demonstrando o aspecto central deles para o tratamento, pois são eles que ditam qual substancia será empregada.
Na homeopatia, a redução do problema agudo é fundamental para que se possa trabalhar a enfermidade crônica que gerou o estado agudo, assim o tratamento pressupõe tempo. Ortega , recorre a ideia do tratamento como desfolhar um cebola, e por vezes quando ocorre agravação no quadro clinico, significa que mais próximo estar de se atingir o alvo que condicionou a desarmonia.
A abordagem a cada paciente é altamente individualizada, por que cada um tão é único que é impossível escrever um manual que será aplicável a todos, cada um possui uma carga extra além dos aspectos físicos que são fundamentais para a prática terapêutica.
A cura é sempre o restabelecimento da saúde após a intervenção médica, isso não quer dizer a retirada de todos os sintomas, mas a possibilidade de conviver com eles e readquirir a liberdade, até por que, após a experiência não há como retornar ao estado anterior, pois a doença vem como a possibilidade de crescimento.
A maior dificuldade a cerca da Homeopatia hoje é a falta de incentivo a pesquisa, pois o homeopata é por essência um pesquisador já que homeopatia se trata de uma constante experiência. A cada paciente deve-se voltar a fazer um novo experimento assim como Hahnehall fez com a quina, caso contrario será uma pratica alopática. Portanto a Homeopatia é uma ciência experimental baseada totalmente nas virtualidades infindas da natureza.
Outra dificuldade enfrentada pela homeopatia é a queixa da ciência oficial sobre a impossibilidade daquela explicar seus mecanismos de ação por conceitos bem estabelecidos. Porém, nem a ciência convencional consegue explicar uma série de conceitos, tomando uma posição ideológica e unilateral da maneira da ciência proceder. Contudo, É importante salientar que a OMS, além de constatar o crescimento do uso da Homeopatia nos diversos continentes, vem também adotando como estratégia o incentivo aos demais países.
A Psicanálise nasceu na Áustria, como fundador Sigmund Freud, tendo como objeto de estudo o inconsciente. Para Freud a mente humana pode ser dividida em dois planos, o consciente que inclui tudo que somos cientes em determinado momento, e o inconsciente onde estão os principais determinantes da personalidade, as fontes da energia psíquica, as pulsões e os instintos, formados por redes de uma linguagem singularizada para cada sujeito, sobre o qual não temos livre acesso, ambos os planos se relacionam permeando as atividades um do outro.
A psicanálise é uma teoria que possui como característica inicial o determinismo psíquico, sua função é explicar que nada ocorre por acaso, ou seja, não há descontinuidade na vida mental. Cada evento mental tem explicação consciente ou inconsciente, mas eles ocorrem tão espontaneamente, que Freud os descreve ligando um evento consciente a outro.
O Id , o Ego e o Superego , constituem o modelo dinâmico da estruturação da personalidade. O Ego é comandado pelo “principio da realidade”, parte consciente e parte inconsciente, ele se encontra entre o Id e o Superego, pois a partir de uma vontade primaria busca na realidade condições de realizá-la levando em conta a regras morais. O Id é responsável pelos nossos instintos mais primitivos ,é inconsciente, é a fonte de energia eu impulsiona o homem e gera as imagens para onde essa energia será canalizada, funciona pelo “principio do prazer” , é atemporal, não reconhece limitações é não verbal. O Superego é responsável pela estruturação interna dos valores morais sobre o que é certo e o que não é, contendo os impulsos do Id.
Par Freud, todo individuo é dotado de pulsão, uma energia que movimenta e harmoniza o ser humano. No inconsciente estão as pulsões, que são duas forças complementares, pulsão de vida e de morte. As pulsões são forças que estimulam o corpo a liberar energia mental, Freud os dividiu em duas categorias: os instintos de vida que se referem à autopreservação, esta forma de energia manifesta é chamada de libido; e instinto de morte que é uma força destrutiva, e pode ser dirigida para dentro.A doença na psicanálise é um distúrbio dessa pulsão que não consegue encontrar uma maneira adequada de se expressar. Uma das leis do inconsciente é que ele repete informações sem cessar, porém muitos registros não atingem o sujeito de forma tranquila, constituindo um núcleo patógeno, então ocorre um fenômeno quase natural: as três estruturas da personalidade se acertam de modo que esse núcleo possa se expressar de alguma forma, por sonhos, chistes, atos falhos, lapsos ou devaneios, por exemplo, o sujeito pode somatizar essa pulsão que não encontra expressão ou também transforma-la em uma psicose.
As lembranças são agrupadas em uma pluralidade de camadas de estratos lineares dispostos concentricamente em volta do núcleo patógeno. O psicanalista através da analise de associações livres do paciente tenta passar pelos estratos desses núcleos, tentando significá-lo através de palavras. Para que o tratamento ocorra é fundamental que ocorra o fenômeno da transferência. Transferência é toda uma série de experiências psíquicas prévias é revivida, não como algo do passado, mas como um vínculo atual com a pessoa do médico.Ela contem sempre um componente amoroso fundido a hostilidade, as duas emoções que governam a vida e estão exarcebadas na enfermidade, ela não deve ser eliminada ou incentivada, mas articulada para se obter sucesso no tratamento.. Existem três tipos de transferências:
A transferência positiva: Envolve sentimentos afetivos pelo analista.
A transferência negativa: Envolve sentimentos agressivos e hostis, pode também ser uma forma de repressão à transferência positiva.
A transferência erótica: O paciente transfere para o analista sentimentos de amor, quando isso acontece o paciente perde o interesse pelo tratamento, por tentar levar a sessão para a retribuição desse sentimento.
A contratransferência seria as reações que a transferência do paciente provoca no psicanalista.
“Muitos dos componentes da transferência existem na relação tradicional medico-paciente e grande parte da chamada “Arte Médica” gira em torno de sua utilização e manipulação adequadas.” Paul Dewad.
Assim como na homeopatia, o tratamento demanda de tempo pelo fato de o inconsciente não ser limitado por uma ordem cronológica. A abordagem na psicanálise precisa ser individualizada, o sujeito aqui é irredutível , devendo ser analisado de maneira integral e única.
Freud ainda divide a vida em cinco fases: Oral(dependência da mãe) , Anal(manipulação), Fálica(diferenciação do mundo e dos outros), Latência(formação de grupos) e Genital(procura da felicidade).
PROBLEMA 05
Cultura é um complexo que inclui conhecimentos, crenças, valores morais, costumes, princípios (explícitos ou implícitos) que o homem adquire enquanto membro de uma sociedade. Esse complexo de ideias compartilhadas determina a forma como vê o mundo, como o vivencia emocionalmente e as atribuições morais e valorativas aos eventos. 
Para Geertz, a cultura fornece modelos “de” e “para” a construção das realidades sociais e psicológicas, ela é o contexto no qual os diferentes eventos de tornam inteligíveis. Sendo a cultura fundamental para a construção de todo fenômeno humano.
O fato de o homem ver o mundo condicionando pela sua própria cultura leva-o a acreditar que ele vive da maneira mais correta e natural, tal tendência denominada etnocentrismo é responsável por inúmeros problemas, como violência, intolerância ou racismo, pois o ponto de referênciado homem não é a humanidade, mas o grupo em que vive. A nossa herança cultural, produto de um processo acumulativo nos leva também reagir depreciativamente em relação ao comportado daqueles que agem fora do padrão comum daquela sociedade, percebemos assim o grande poder coercitivo que o background cultural impõe na conduta das pessoas. 
É importante lembrar que nenhum individuo é capaz de participar de forma efetiva de todos os elementos de sua cultura, há subdivisões dentro dela, como grupos profissionais, gênero, idade, aparência, fatores econômicos e educacionais.
A cultura é dinâmica, ela pode ser modificada através de dois processos, o evolucionismo cultural que se dá internamente e linearmente dentro de um grupo particular, e o difusionismo cultural que se dá por um processo externo através do contato com outras culturas. Entender essa dinâmica é importante para que não haja choques entre gerações e se evite comportamentos preconceituosos. Da mesma forma que é fundamental a compreensão das diferenças entre os povos e o respeito por essas diferenças, pois só poderemos nos preparar para enfrentar as inconstâncias desse mundo.
Noções de saúde e doença referem-se a fenômenos complexos que conjugam fatores biológicos, sociológicos, econômicos, ambientais e culturais.
Antropologia = Epidemiologia + Sociologia
 
 Estuda a distribuição e Investiga a determinação que 
 frequência de doenças em os contextos sociais exercem
populações e busca determinantes sobre o individuo e a sociedade.
 para esses fatores 
A antropologia possui vários ramos, mas de maneira geral seu objetivo é o estudo holístico da humanidade. A Antropologia médica é uma disciplina biocultura (por que busca resolver problemas clínicos utilizando descobertas antropológicas e cientificas) que interpreta como os aspectos culturais de um determinado grupo influenciam a saúde e a doença, por exemplo, como explicam as doenças ou sobre a forma de tratamentos de costumam recorrer. Ela considera que a saúde e os aspectos relacionados a esta são fenômenos culturalmente construídos e interpretados.
Os valores associados a doença fazem parte do complexo cultural, não podendo ser estudados de forma isolada. Não podemos compreender as reações das pessoas as doenças se não pudermos compreender o tipo de cultura em que foram educadas, estudos recentes mostram a grande influencia da cultura sobre a adoção de comportamentos de prevenção ou risco e sobre utilização dos serviços de saúde.. É tarefa da antropologia estudar a percepções e reações dos indivíduos de uma sociedade em relação a uma doença, agravo a saúde ou tratamento.
A antropologia é fundamental para que os programas de saúde se tornem mais eficazes, tanto na prevenção como no tratamento, planejando projetos não apenas com referencia nos aspectos médicos, mas levando em consideração também as particularidades e os diferentes processos lógicos. 
Ex: Campanhas de Vacinação, Casos de diarreia no Paquistão.
De modo geral, os programas de saúde partem do pressuposto de que a informação gera uma transformação automática dos comportamentos das populações frente às doenças, isso negligencia os aspectos psicossociais que intervém na adoção desses comportamentos. Rompendo com o paradigma cartesiano da dualidade mente e corpo enraizado na medicina. Toda pratica terapêutica necessita de um constante trabalho de tradução, decodificação e negociação dos diferentes sistemas semânticos, pois a significação dos episódios patológicos é construída em redes de significações.
Eisenberg aponta para uma grande diferença na doença descrita pelo medico (desease – doença processo) através de um corpo de conhecimentos biomédicos para como ela é sentida pelo paciente (illness – doença experiência) traves das redes de símbolos que articulam os conceitos biomédicos e culturais, os estudos antropológicos devem prover informações para que esse abismo seja diminuído, e a informação possa ser compreensível e aceitável. 
A analise do sistema de signos, significados e símbolos visa o conhecimento das maneiras de agir e pensar das populações, constituindo um instrumento privilegiado para a investigação antropológica. Essas informações devem garantir o respeito pelo ponto de vista da população, portanto não como estratégia de dominação, mas para modificar pontos de estrangulamento dos serviços a que a população tem direito e deve reivindicar.
A doença é tanto um fato clinico quanto um fenômeno sociológico, é importante romper com essa verticalidade no intercambio de informações, para que haja integração de conhecimentos pertinentes ao contexto do paciente.
O método de pesquisa antropológica pode ser divida em duas abordagens: A etnográfica onde se observa como é a visão de mundo sob a perspectiva de um grupo, e a comparativa , quando depois de distinguir os diferentes aspectos de cada sociedade, faz-se uma comparação a fim de extrair conclusões sobre a natureza universal do homem e seus agrupamentos sociais.
PROBLEMA 06
Livro Relação Médico-paciente 
INTRODUÇÃO
Poucas profissões tem sobre as pessoas um impacto emocional tão forte como a profissão médica. Não se pode pensar que um estudante passe indene por isso. Muitos estudantes são levados ao curso médico por estarem ligadas a uma grande sensibilidade para o subjetivo e os estudantes acabam por viver um paradoxo de que para se tornarem médicos precisam se converter em pessoas aparentemente insensíveis. Isso acaba por formar uma carapaça que prejudica os dois lados da relação, pois um médico que não é capaz de lidar com seus sentimentos terá uma rotina extenuante e não terá capacidade de entender os do paciente, criando um enorme abismo que dificulta a eficácia de qualquer tratamento terapêutico. 
“Produz-se o encontro quando um homem adquire a consciência de que diante dele há outro homem.” Lain Entalgo.
O encontro médico-paciente é uma relação delicada, pois a presença ou possibilidade da enfermidade traz ansiedade e temor, e é assim que o médico, provavelmente, encontrará seu paciente. Esses sentimentos podem construir sofrimentos tão ou mais intensos que a própria enfermidade. 
A ESPECIFICIDADE DA RELAÇÃO MEDICO-PACIENTE: A PRESENÇA OU POSSIBILIDADE DA ENFERMIDADE
“Toda doença é também o veiculo de um pedido de amor e de atenção” Balint
A enfermidade é a via comum por onde transitam as comunicações dos pacientes com os médicos, e é isso que torna esse contato tão especifico. 
A enfermidade provoca ansiedade: O paciente está sobre ansiedade por que tem de lidar com incerteza da doença e a incerteza da ajuda. O médico tem a todo instante de lidar com a complexidade humana, com as suas próprias limitações e com as expectativas do paciente, sabendo usar dessa esperança para a evolução da prática terapêutica, lidando, contudo, com a defasagem entre a realidade e a idealização que os pacientes fazem a seu respeito (transferência). “não cabe ao medico dar um sentido a vida do seu paciente, mas constitui sua tarefa colocar o paciente em condições de encontrar ele próprio um sentido para a vida.” Viktor Frankl.
A enfermidade atende a necessidades especiais: De várias maneiras o homem busca sempre atender suas necessidades básicas, o certo é que entre elas encontramos o afeto, o carinho, apoio, reconhecimento, simpatia bem como uma tendência a retribuir tudo isso, afinal, o amor, sob forma de inclinação ao outro, está presente em quase todas as relações humanas. Aspectos de necessidades subjetivas como esses são vistos de maneira depreciativa como carência, e o modelo biomédico não é capaz de entender que, o sofrimento somatizado e o psíquico podem diferir em grau, mas possuem mesma natureza e que um paciente cheio de problemas poderá mais facilmente se tornar um paciente cheio de doenças. 
Atualmente com comunicações de massa, o contato com as pessoas tem se tornado cada vez mais superficial, e essa comunicação subjetivaque às vezes ao paciente busca ter, é uma absoluta necessidade, principalmente quando a enfermidade deixa-o mais sensível ao mundo.
A enfermidade leva a deformações catatimicas: A catatimia é uma dinâmica afetiva que acontece em grande parte dos pacientes, o seu desempenho intelectual subordina-se ao estado afetivo e por ele são influenciados. A enfermidade é capaz de revelar os aspectos emocionais recônditos e desconhecidos, e o médico tem de chegar com o enfermo a uma interação útil desses sentimentos para o tratamento, a medida que ele esteja disposto a mostra-los e em que isso seja necessário.
A enfermidade força a busca por intimidade: Durante a enfermidade, os pacientes sentem abaladas a suas relações e fundamentos da vida, seus quadros de referencias altera-se muito, e como a enfermidade promove regressões no paciente, assim, ele pode associar um sentimento de segurança que tinha em relação a alguém no passado a pessoa do médico, por exemplo. Essa busca pela intimidade é em muitas vezes o que precisa ser modificado. As relações de amizade compartilham de insinceridades e convencionalismos sociais e de perigosa liberalidade, porém, para que as comunicações produzam os efeitos que convém, é necessária uma situação neutra, que só pode acontecer por causa da presença do médico. Por mais vivos que sejam os fenômenos de contratransferência, o medico não deve comunicar nada verdadeiramente pessoal ao paciente que trata. Pois assim serão capazes de conviver com os pacientes sem se sentirem impelidos a julgá-los. Pensem eles o que pensar, os pacientes devem merecer a mesma estima, como pessoas livres e com direito às próprias visões de mundo.
A enfermidade faz a relação medico-paciente tender para a intersubjetividade: Juntos, médico e paciente, tratam de algo muito significativo para esse , levando a uma forte tendência para transformar a relação profissional numa relação pessoal.
A enfermidade dilata os poderes atribuídos ao médico: Socialmente, é construída a ideia do médico como alguém dotado de um poder maior sobre a vida e a morte, levando por vezes o paciente a aceitar passivamente a decisão médica. O médico, deve contudo, não utilizar desse crédito para impor decisões autoritárias ou abusivas, que agridam a integridade do paciente, e sim articula-los a favor do tratamento, sempre buscando que o enfermo se ponha mais ativo durante o processo.
A Enfermidade e a técnica atual : Por mais que os meiso de comuniação sirvam para informar sobre as doenças, como preveni-las e trata-las, e isso seja um grande beneficio, eles também lembram diariamente que as pessoas correm riscos de contraírem diversas enfermidades, colaborando para criar uma espécie de neurose coletiva. 
Outros recursos tecnológicos também dificultam a relação medico-paciente, ainda que possibilitem diagnósticos precisos e salvem vidas, eles tornam a relação bem menos pessoal. Os pacientes vem sua complexidade reduzida a variáveis biológicas mensuráveis, diante do exame não se sentem capaz de argumentar ou discutir como se detivessem uma verdade absoluta, ao invés de se fazer uma anamnese completa, passaram inúmeros exames caros e invasivos, que não podem ser realmente interpretados sem levar em conta o contexto de vida do paciente. “Sobreviver é condição necessária, mas não suficiente.” Os hospitais hoje são ricos em exames e pobres em informações pessoais sobre cada enfermo.
CONCEITO DE ENFERMIDADE
“Na saúde, o corpo é silencio” Alex Carrel
Os médicos geralmente insistem nos aspectos objetivos, aos exames laborais, nos problemas físicos, nas lesões. Os pacientes usam de aspectos subjetivos, de sensações e sintomas. O fato é que nem todos os homens adoecem da mesma forma nem experimentam da mesma maneira o sobrevir de uma enfermidade, depende do contexto cultural, do gênero, da idade, das condições socioeconômicas, das experiências vividas. Existe aí um grande abismo da enfermidade para o médico(desase) que se prende a dado empíricos e a enfermidade para o paciente(illness) associada a vivência singular de cada um. Qualquer enfermidade, durante seu progresso, apresentará pontos de objetividade e subjetividade, e um bom médico deve ter conhecimento para tratar da parte orgânica e ser um humanista capaz de compreender a alma.
Médicos atentos são capazes de perceber quando existe um desejo pela doença , por que as vezes manter-se doentes servem de propósito a eles, por busca por atenção ou com a intenção de ferir alguém e a si mesmo, eles buscam ulceras, acidentes, expõem-se a variações climáticas atrás de uma bronquite, usam-na como punição que expia culpa.
“deixou de ser a Medicina da audição e do tato para ser a Medicina da visão”.
“o fato de ter alguém que o escute e trate com atenção, respeito e interesse é, por si mesmo, um fenômeno único que propicia ao paciente uma satisfação importante que raramente lhe oferecem outras relações.” Dewald.
Manifestação objetiva da enfermidade: São sinais detectáveis pelos sentidos, como tumorações, alterações químicas, odores, ruídos, medidos por exames ou retratados por imagens. São dados geralmente quantificáveis. São condições e situações tão vastas que exigem cada vez mais especializações medicas, por que é impossível que um médico conheça todas. “o especialista será aquele que sabe cada vez mais de cada vez menos até saber tudo de nada.” Bernard Shaw
Manifestação consciente da enfermidade: A enfermidade como fato consciente compreende a percepção dos transtornos orgânicos e uma extensa gama de sintomas Dentre a manifestação mais típica encontra-se a dor. A dor não é só uma possibilidade de experiência do corpo, mas também da alma e entende-la somente pelo seu aspecto físico, empobrece seu significado. Ela está associada a personalidade da pessoa, que define seu limiar, o grau que é suportável, a significação que lhe é atribuída. O grande problema é quando o médico infere a quantidade de dor que o paciente deve suportar fundamentando-se em sua própria pessoa. A angustia é uma reação da doença, o ser humano desenvolve sua existência a fim de superar três limitações: o tempo, o espaço e a matéria, adoecer significa não poder levar uma existência plena, é a vida que fica sem firmeza, e essa limitação gera angustia patológica matizada pela ideia de morte e inferioridade. É uma experiência de desamparo, medo, sufocação, inimaginável vazio, a angustia recria o mundo de forma intensa e penosa, uma realidade cujo epicentro é a morte e o horizonte não passa dos desejos de sobrevivência.
Manifestação inconsciente da enfermidade: Podemos chama-los também de mecanismos de defesa, cuja finalidade é afastar um evento gerador de angustia do próprio consciente. Por vzes, eles podem ser benéfico e ajudar no tratamento, quando não, os médicos terão de enontrar maneiras de confronta-los para que o processo de cura não seja posto em risco.
* Negação: o individuo não admite que está doente, lutando contra a realidade postergam assumir essa condição e buscar ajuda. Omitem informações com frequência e normalmente não cumprem as terapêuticas recomendadas.
*Projeção: O paciente atribui aos outros o fato de estarem doentes, nunca é responsabilidade suas as condições patológicas em que se encontram, assim, durante o tratamento, não agem de maneira ativa para reverter seu quadro.
*Regressão: A enfermidade pode ser u meio de retomar comportamentos infantis, mediante ela o paciente busca ser cuidado por outras pessoas, cobram mais atenção, tornam-se mais exigentes e menos lógicos, normalmente, suas referencias passam por alterações, e os médicos tendem a assumir para eles uma referencia parietal. Pode ser benéfica em alguns pontos, ao contribuir para a aceitação de um tratamento, porém podem se tornar passivos diante o tratamento.
*Compensação: É quando os pacientes conseguem converter suas enfermidades em algo que lhes é útil, como um deficiente visual que pode desenvolver outro sentido. Essas compensações são uteis desde que atuem em conformidade com a realidade, porem podem ser nocivas quandose passam na fantasia. 
Manifestação existencial da enfermidade: Quando a enfermidade limita o homem, ele começa a questionar o sentido da sua vida, valores e limitações, pois o remetem a algo ultimo. Além daquilo que um homem se torna, existe aquilo que ele poderia ter se tornado caso não fosse as injunções de sua historia pessoal. O corpo que é material e silencioso ( por não damos conta de seu funcionamento) torna-se drasticamente ruidoso convertendo-se numa fonte de preocupações.
“Os sintomas constituem-se sobre esses dois pilares básicos e o corpo que adoece não é meramente o corpo material, mas o corpo vivido. [...] Para os médicos, em geral o corpo é uma realidade anatômica, fisiológica e bioquímica; para os pacientes ele é uma vivencia.”
CONDIÇÕES GERAIS PARA A RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE
Personalizar a relação
Evitar formalismos
Ouvir atentamente
Não invadir a privacidade do paciente
Respeitar sem julgar
Controlar ansiedade utilizando o rapport.
Chegar com o paciente a uma ideia comum da enfermidade
Estimular o paciente durante a entrevista para que se torne ativo 
Fazer o paciente se sentir seguro, podendo, sem medo, expor-se física e psicologicamente.
TIPOS PSICOLÓGICOS DE PACIENTES:
Ansioso: Tem uma perspectiva catastrófica da vida, qualquer pequeno sinal ou sintoma podem ganhar dimensões exageradas. A melhor maneira de ligar com eles é verbalizar seus receios e usar se uma serenidade não simulada, a contratransferência do médico para o processo é fundamental para um tratamento eficaz.
Fóbico: Ele tem medo das situações e está em constante tentativa de evitar os acontecimentos, e assim, por vezes, para que o médico evitar que o médico chegue a um diagnostico ruim, ele omite informações. A primeira tarefa do médico deve ser transmitir autenticidade que lhes faltam em uma vida falsa, é importante perceber algo de genuíno no médico. 
Histérico: Tem tendência a representação dramática de suas queixas, sentem dores terríveis, sente uma dor agudíssima. Ele tem também a necessidade de parecer agradável e ser aceito pelas pessoas. Deve recusar, sem rejeitar suas manobras, pois elas contribuem para uma relação pouco autentica e sincera.
Depressivo: É pessimista em relação a vida, é retraído e demonstra pouco interesse pelas coisas, principalmente pelo tratamento, normalmente contem uma grande carga agressiva contida. É necessário, primeiramente, que trate seu quadro depressivo.
Hipertimico: É o contrario do depressivo, está sempre tomado por grande euforia, habitualmente encobrem uma depressão, sujeito a variações de humor durante o tratamento.
Esquizoide: São desligados do ambiente e demonstram pouco interesse pelo tratamento, normalmente são convencidos por terceiros a irem a uma consulta. Um reação comum dos médicos é considera-los pouco reativos, se sentem desmotivados para tratá-los.
TECNICAS PSICOTERÁPICAS PARA O MÉDICO GENERALISTA
São procedimentos que facilitam a adesão e eficácia da relação medico-pacientes.
Ventilação: É a verbalização, traduzir os sentimentos em palavras proporcionando um alivio ao paciente que se via obrigado a retê-las.
Empatia: A capacidade de entender e compreender a experiência do paciente, isso o ajuda a ver no médico alguém em que possa confiar pelo simples fato dele entender como o paciente se sente.
Catarse: É a liberação das emoções represadas.
Reasseguramento: A afirmação de uma relação de confiança e segurança para que o paciente se sinta amparado.
Assinalamento: Confere as informações dadas pelo paciente o valor que elas de fato tem.
Conselhos e orientações: Opiniões e informações que o medico pode dar ao paciente sobre como se decidir sobre certos aspectos da enfermidade. Normalmente são evitados, porém há pacientes totalmente desesperados que precisam de um norteamento, é importante que deva ser o mesmo que o paciente faria se estivesse em condições e deixar margem para que a pessoa possa recusá-lo.
Manipulação do ambiente: Alterar o ambiente em que o paciente vive, pois ele pode ser o causador ou o mantenedor dos sintomas.
Clarificação: é devolver ao paciente aquilo que ele citou de forma confusa de uma maneira mais clara e inteligível.
Coerção e controle: Estipulação de metas por concessões a fim de que o tratamento caminhe para a cura.
Sugestionabilidade: o médico pode valer-se desse meio para induzir atitudes e pensamentos desejáveis e a remoção de certos sintomas.
Persuasão: Convencimento através de argumentação lógica e referencias a realidade.
PROBLEMA 08
A medicina foi estruturada sobre três importantes pilares: a técnica, o serviço e a ética. Desses três pilares, surgem as três principais características da profissão: a autonomia técnica, a autonomia profissional e o compromisso social.
A ética é formada por normas individuais que não necessitam de leis para isso, uma maneira reflexiva de analisar a moral, age de dentro para fora do individuo. Já a moral é um consenso coletivo, normas sociais que age de fora para dentro do individuo.
A Ética médica segundo Rannoon Gilhon diz respeito as decisões médico-morais daquilo que é certo ou errado, justo ou injusto, sobre o que deve ser feito ou não, nunca tido como o fim para um caso, mas o meio para se resolvê-lo. A ética estimula a criatividade e a tolerância, desenvolve uma consciência ética e responsável e uma capacidade analítica, amplia as perspectivas, 
Conflitos morais causados pelas mudanças sociais, culturais, políticas, econômicas, tecnológicas e o fato da ética médica ter sido objeto de estudo da filosofia, contribuíram para o Movimento da Bioetica nos EUA em 1970. Em 1974 realizou-se nos EUA uma convenção nacional que quatro anos depois resultou no relatório de Belmont. E em 1974 Tom Beauchamp e James Childress lançam um livro chamado Os Princípios bioéticos da ética.
O Código de ética médica abarca os direitos dos pacientes e dos médicos, repulsa por associação da profissão a pratica de comercio, direitos humanos, relação médico paciente, doação e transplante, pesquisas cientificas, publicidade e sigilo, educação continuada. É preponderantemente deontológico, vez que se constitui de normas a serem seguidas.
TEORIAS ÉTICAS: conjunto integrado de princípios coerentes. Um boa teoria tem que ser viável, fundamentada, abrangente, coesa, simples e explicativa.
Ética das virtudes
Ética do cuidade
Ética causuistica : paradigmas de casos preestabelecidos .
Modelo contratualista: Posição do paciente diante as alternativas de tratamento.
Modelo utilitarista: Maior beneficio ao maior numero de pessoas.
O modelo deontologico
Principialismo

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