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Seminário 09 - Os BRICS em revisão de literatura

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Working Paper 
Os BRICS em Revisão de Literatura 
Abril, 2013 
Núcleo de Política Internacional e Agenda Multilateral 
BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI 
 Os BRICS em Revisão de Literatura 
 
 
 1 
Autores: Monica Herz e Antônio Dutra 
 
 
 
Os BRICS em Revisão de Literatura 
 
 
 
 
1. Introdução 
 
 
Neste texto, avançaremos uma investigação em torno da emergência do 
conceito de BRICS e das reflexões e discussões suscitadas pelo conceito, além de 
procurar mapear boa parte da produção, principalmente acadêmica e de revistas 
especializadas, daqueles que se detiveram sobre o grupo. Para tanto, começamos 
com um breve apanhado dos principais textos que formaram a base com a qual se 
procurar identificar o grupo como algo novo. 
Para tanto, a base de dados utilizada foi composta a partir dos artigos 
produzidos pela mais recente literatura acadêmica de Relações Internacionais, com 
enfoque em política internacional, as revistas especializadas e artigos (de 
economistas, analistas e diplomatas) que se detiveram sobre o assunto, e sobre o 
caráter político do grupamento. 
Em seguida, serão abordados os termos e tipologia com os quais se tem 
buscado classificar o grupamento, bem como os principais temas levantados pelos 
pesquisadores ao referirem-se a BRICS. Por fim, o texto finaliza com um breve 
panorama que procura compreender quem são e a que lugares se vinculam os 
analistas. 
Vale ressaltar que a utilização de termo, grupamento ou grupo para classificar o 
BRICS no texto trata-se mais de um recurso para nomear o conjunto de países do 
que exatamente uma preferência por este ou aquela definição dos autores e seus 
textos abordados, ou uma compreensão a priori de uma dinâmica interna do deste 
conjunto de países. 
 
 
BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI 
 Os BRICS em Revisão de Literatura 
 
 
 2 
 
2. A formação do grupo BRICS 
 
 
Em 2001, Jim O’Neill, chefe da pesquisa econômica global da Goldman Sachs, 
identificou uma categoria de países em desenvolvimento que apontavam para um 
crescimento econômico acelerado, fatores como as dimensões da economia, renda 
per capita, extensão territorial e população aproximavam Brasil, Índia, Rússia e 
China, ainda que fossem grandes as diferenças sociais, culturais e políticas, o 
grupamento foi denominado então BRICsi. 
O’Neill sugeria a necessidade de maior coordenação na condução da política 
econômica internacional pelos sete países mais industrializados, também 
conhecidos por G8, de modo a contemplar a inclusão desse grupo de países. 
Em 2003, a publicação de um relatório pela Goldman Sachs apontava para um 
crescimento exponencial dos quatros países até 2050, o que levaria a superação 
das economias dos seis países mais industrializados, e incluía ainda uma projeção 
de crescimento da África do Sul, em comparação ao dos BRICs, com um padrão de 
crescimento similar. 
O acrônimo se consolidava, porém outros pesquisadores apontavam para 
versões diferentes, como BRICSAMii ou “BRIC plus”iii, também inspiradas na 
classificação de O’Neilliv. 
Aos poucos, a leitura inicial, predominantemente econômica, foi dando espaço 
para que fossem sublinhadas as reivindicações políticas do grupo de países, 
expressa na necessidade de mudanças no sistema de governança global, através 
da reforma de instituições, como o Fundo Monetário Internacional, bem como na 
demanda de expansão do Conselho de Segurança da ONU por Brasil e Índiav. 
Apesar da existência do grupamento, a leitura predominante ainda era de que se 
tratava de um grupo de países, individualmente, mais preocupados em consolidar 
suas lideranças regionaisvi. 
Certo tom de descrédito persistiu para alguns analistas, mesmo posteriormente. 
Em 2007, Leslie E. Armijo assinalava então que a categoria não passava “de 
miragem”, ainda que reconhecesse interesses em comum, como a importância da 
troca de tecnologia na agricultura; semelhanças quanto à dimensão populacional e 
de território, e o incremento da diplomacia sul-sulvii. 
BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI 
 Os BRICS em Revisão de Literatura 
 
 
 3 
E no ano seguinte, Judah Grunstein considerava que a identidade em comum do 
BRIC permanecia um objetivo distanteviii, enquanto Adam Wolfe, quando do encontro 
de Ecaterimburgo, em 2008, considerou que o acrônimo claramente se tornara “uma 
aliança política” objetivando contestar a predominância das instituições econômicas 
criadas após a Segunda Guerra, apesar de mesmo que o conjunto de países 
pudesse se tornar um ator internacional relevante nos próximos anos, cada um dos 
países tinha uma visão particular sobre a Reforma do Conselho de Segurança. Além 
disso, dúvidas quanto à capacidade deles em forçar a promoção de mudanças 
permaneciam, ou mesmo em se articularem em uma coordenação eficaz que 
promovesse reformasix. 
Apesar de ainda ser possível encontrar referências a BRICSAM, o termo, como 
outras classificações similares, tem permanecido em segundo planox. 
A partir de 2008, é possível verificar que os textos de think-tanks e revistas 
especializadas passaram a se debruçar mais claramente sobre a natureza política 
do grupo, tentando compreender o que a categoria de países significava, qual era 
sua utilidade analítica e de que forma representavam a configuração de um sistema 
multipolar no presente séculoxi. 
O encontro de ministros da China, Índia, Rússia e Brasil na cidade de 
Ecaterimburgoxii parece ter sido o ponto de partida para a inflexão de uma leitura do 
grupo como grupamento políticoxiii. 
Maria Edileuza Fontenele Reis sublinha que os esforços do então Ministro das 
Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, e do Chanceler da Rússia, Sergey 
Lavrov, selaram alguns pontos de consenso presentes na Declaração Conjunta, tais 
como a necessidade de fortalecimento da segurança e estabilidade internacionais, 
fortalecimento do multilateralismo (com a ONU desempenhando papel central); a 
necessidade de reforma do Conselho de Segurança, o apoio de China e Rússia às 
aspirações do Brasil e Índia de desempenhar maior papel dentro do sistema ONU – 
o que não significa um apoio às candidaturas individuais a assento no Conselho de 
Segurança - e o compromisso para o cumprimento das Metas de Desenvolvimento 
do Milênioxiv. 
A percepção de que era necessário ter uma estratégia comum para as 
negociações dentro da ONU e para com os outros blocos era clara até mesmo para 
os tomadores de decisão políticaxv. Ainda que houvesse a percepção do êxito do 
grupo diante da crise econômica de 2008, a tentativa de coordenar esforços 
permaneceu para boa parte dos analistas um desafio ao grupo BRICsxvi. 
BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI 
 Os BRICS em Revisão de Literatura 
 
 
 4 
Daniel Flemes considerava a maneira como o BRICs se inseria nos fóruns 
multilaterais, para obter “pistas” do que poderia ser a futura inserção conjunta 
desses paísesxvii. 
A necessidade de democratização dos fóruns internacionais, tornando-os mais 
representativos das transformações geopolíticas atuais, era uma demanda central 
do BRICs, e do atual BRICSxviii, e que com a inclusão da África do Sul no ano 
passado assinalaria a tentativa do grupo em ganhar maior legitimidade em sua 
demanda democratizante. 
 
 
3. Definindo os BRICS 
 
Do ponto de vista conceitual, a tentativa de definir os BRICS pelos analistas 
pode ser dividida em duas ordens de questões: de um lado, a tentativa de 
estabelecer uma terminologia capaz de clarificar o que o grupamento significa e, de 
outro, a tentativa de entender em que dinâmicas o grupo participa, impõe, ou é 
reativo no ambiente internacional e entre os própriospaíses do grupo. 
Tanto na definição quanto na dinâmica interna e externa do BRICS não há 
consenso. 
Nas classificações mais reticentes, o BRICS é considerado a partir de uma 
capacidade limitada de influenciar ou participar dos momentos-chave de crise 
internacional, ou na condução da governança global. Assim, o grupo varia de uma 
instituição “embrionária”xix com capacidade potencial de influenciar a constituição de 
uma nova ordem mundial a um quase bloco que pretende estabelecer – após a 
entrada da África do Sul – uma imagem representativa da dinâmica internacional, 
para além do “velho Ocidente”xx. 
 Dentro do conjunto de textos que compõe a literatura analisada, a variedade de 
terminologia e a compreensão das limitações e atuação do grupo variam quase de 
autor para autor: Para Renata Thiebaut, o BRICS se constituiria principalmente 
como uma plataforma na qual se podem estabelecer diálogos e trocas entre os 
países para além das questões estritamente econômicasxxi. 
 
Carlos Eduardo Lins da Silva considera-o um fórum que se constitui, e apesar da 
ainda pouca relevância, pode vir a ser relevante no desenho futuro da governança 
globalxxii. Adam Wolfe assinala que se trata de uma aliança política que significa uma 
BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI 
 Os BRICS em Revisão de Literatura 
 
 
 5 
junção de forças para promover mudanças em instituições como ONU, FMI e Banco 
Mundialxxiii. 
Para Harsh Pant, trata-se de bloco em formação no qual as tentativas de 
efetivação são sobrepostas pelas dificuldades de articulação, devido principalmente 
ao tamanho da economia chinesa, às diferenças entre os países, às tensões 
internas, como a questão da fronteira sino-indiana, em um contexto internacional de 
“movimento placas tectônicas” mais do que de que mudanças completasxxiv. 
Stewart M. Patrick compreende o caráter do grupo, como uma bricolagem inicial: 
um conjunto de elementos díspares que tinham em comum a insatisfação com a 
condução da política econômica global e o fato de serem potências emergentes, 
que, aos poucos e através de manobras diplomáticas, caminharam para o 
estabelecimento de uma coalisão, “símbolo das mudanças dos tempos”xxv. 
Para Ricardo Sennes, o movimento de emergência do BRICS seria muito mais 
de reacomodação dentro do regime e instituições existentes, mas o conjunto de 
países apresentaria pouco interesse em tornar esses regimes mais robustos. Por 
isso, o movimento de reposicionamento internacional do grupo se caracterizaria por 
uma “agenda internacional minimalista”xxvi. Em direção similar, Affonso Celso de 
Ouro-Preto assinala que apesar das marcantes diferenças internas, sejam culturais, 
na condução de políticas internas ou nas divergências de posicionamento (em 
questões como a política monetária, por exemplo) – o agrupamento possui um 
caráter conservador, ao não pretender revolucionar, mas sim reformar a ordem 
mundial existente. Menos que um grupo, para o autor, BRICS representaria antes 
um “expressam um nível de entendimento político entre [estes] grandes países”xxvii. 
Diametralmente oposta é a leitura de Stewart Patrick, para quem o BRICS é de 
fato uma coalisão, mas que ainda mostra dúvidas quanto a sua capacidade de tomar 
responsabilidades coletivas no sistema internacional.xxviii 
Enquanto Renato Baumann assinala que o BRICS se configura como um 
agrupamento de países com um processo “ad hoc de alinhamento, que tendem a 
compartilhar causas comuns quando o assunto é a necessidade de converter um 
poder econômico crescente em capacidade política de influenciar as decisões 
naqueles temas que têm implicações globais”xxix. Essa capacidade de capitalizar 
ganhos políticos em concertando ações em debates internacionais, não afasta a 
dúvida da capacidade do grupo em A questão é até que ponto esse grupo de países 
terá condições de “promover decisões que sejam capazes de alterar a governança 
global”xxx. 
BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI 
 Os BRICS em Revisão de Literatura 
 
 
 6 
Partindo do ponto de vista realista, Nikolas K. Gvosdev considera que o conjunto 
já inova ao permitir diminuir os atritos e discórdias, e ao ajudar que sejam 
desenhadas coalisões dentro de organizações internacionais como ONU e FMIxxxi. 
Ainda que tratando da economia, Robert H. Wade analisa a passagem da ordem 
atual ao multilateralismo caracterizado pela inter-relação entre os três principais 
polos: EUA, União Europeia e BRICS, incontornáveis para qualquer modelo futuro 
de governança globalxxxii. 
Para o diplomata Gelson Fonseca Jr., longe de ser um organismo multilateral, o 
BRICS é um grupamento, uma associação informal com uma dimensão hacia dentro 
(para onde apontam a cooperação entre os países do grupo) e hacia fuera, na qual 
o conjunto formaria uma “plataforma para, atuando de maneira coordenada, fazerem 
propostas, reivindicações com vistas a influenciar decisões de organismos 
multilaterais, especialmente na área financeira”xxxiii. 
A lista de termos a que se recorre para tentar identificar a natureza do BRICS 
poderia ser estendida quase indefinidamente: Carlos Márcio Cozendey considera a 
passagem de instrumento de marketing político a instrumento político com a 
inclusão do país africanoxxxiv. Marcos Costa Lima denomina o grupo de instituição 
multilateral que possui a potencialidade de poder “ser um polo indutor das 
transformações institucionais no sistema internacional”xxxv. 
A percepção da emergência do BRICS como mais um dos fatores de um tempo 
em que se assiste a mudança da representatividade dos países na ordem atual. 
Maria Edileuza Fontenele Reis considera o BRICS um mecanismo político-
diplomático que se estabeleceu em “um momento de redesenho da governança 
global, em que se torna cada vez mais aguda a percepção do déficit de 
representatividade e, portanto, de legitimidade, das estruturas gestadas no pós-
guerra”. 
No conjunto, observa-se uma fluidez conceitual que é facilmente percebível tanto 
em autores mais cautelosos em atribuir maior relevância ao grupo, quanto em 
autores para quem o BRICS pode representar efetivas mudanças na governança 
globalxxxvi. 
No primeiro grupo de autores, a avaliação é bem diversa, indo dos que advogam 
uma postura mais cautelosa quanto aos desdobramentos do grupo, seja diante das 
incertezas dos interesses chineses e posicionamento internacional diante dos EUA e 
sua “decadência relativa”xxxvii; até os mais céticos quanto à capacidade do BRICS 
em tornar-se um ator político relevantexxxviii. 
BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI 
 Os BRICS em Revisão de Literatura 
 
 
 7 
Tomados os textos em conjunto, as várias definições do BRICS aparecem como 
um passo necessário, quase um suporte, para o comportamento do grupo na 
atualidade e seus desafios (próximos e futuros). Assim, há uma tendência mais à 
descrição das etapas de formação do grupo e dos desafios que se apresentam do 
que a uma discussão teórica do que o BRICS representa. Apesar da terminologia 
empregada por cada um dos autores apontar para um desenho particular do seu 
entendimento do que o grupamento de países significa, de forma geral, quatro 
pontos são salientados pela literatura: 
a) A dificuldade em articulação do grupo – em que sejam consideradas as 
diferenças geográficas, econômicas e políticas (incluído a posse ou não de armas 
nucleares) – do ponto de vista intra-BRICSxxxix. 
b) O esforço de articulação “externa” – salientado em maior ou menor grau 
pelos autores conforme o peso que atribuem à capacidade ou vontade dos países 
em estreitar as vinculações dos países no grupo, o que por vezes se traduz em 
pontos de uma agenda comumxl. 
c) O comportamento do BRICS diante dos momentos de crisexli. 
d) O BRICSe sua demanda por maior democratização dos mecanismos 
decisórios de governança global, o que incluiria a reforma do FMI, Banco Mundial 
ou, ainda, a expansão do Conselho de Segurança da ONUxlii. 
 
 
 
3.1 Dificuldades de Articulação Interna 
 
Alguns elementos são em geral apontados pelos autores como que fatores que 
dificultam a articulação entre os países. Em poucos artigos, estes fatores são 
analisados mais detidamentexliii, por exemplo, o tamanho e crescimento de suas 
economiasxliv, os regimes políticos que adotamxlv, ou o grau de ocidentalização 
desses regimesxlvi, e as distâncias geográficas. 
Partindo da análise econômica, Valdemar Carneiro Leão considera a não 
articulação autolimitadora, pois, mesmo com a abertura da agenda, pouco esforço 
parece ter sido feito em unificar as demandas: 
 
 “O que parece diferir nos BRICS é que não se nota ainda inclinação por uma 
negociação de posições intra muros, ou seja, não se dá um exercício que implique 
BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI 
 Os BRICS em Revisão de Literatura 
 
 
 8 
concessões individuais significativas, com vistas a um posicionamento unificado. 
Sendo assim, a agenda ainda não comporta temas que envolvam esforço de 
aproximação...” xlvii 
 
Além desses fatores, o interesse e o investimento de cada país podem variar: 
Sennes considera o grupo um bom investimento estratégico para o Brasil, ainda que 
sua participação deva ser cautelosa. No tocante à China, o autor assinala que o 
pouco interesse chinês em tornar o BRICS um ator de maior relevância internacional 
se deva pela projeção autônoma e crescente daquele país asiáticoxlviii. 
 Na área de segurança, apesar das potencialidades de cooperação dentro do 
BRICS, o tema é percebido de forma muito diferente para cada um dos paísesxlix. 
A dificuldade em articular uma visão comum é apontada por Stuenkel como o 
maior desafio interno do grupol. Paulo Fagundes Visentini sugere que o BRICS 
acaba sendo um espaço de convergência de dois arranjos distintos: a Organização 
de Cooperação de Xangai (OCX), no qual são articuladas posições de Rússia e 
China, e o investimento de Brasil, Índia e África do Sul na Cooperação Sul-Sulli. 
Assim, é possível aventar que a dificuldade na articulação seria da própria natureza 
do grupamento, o que não significaria necessariamente um enfraquecimento ou 
fortalecimento do grupo, mas uma característica de sua própria dinâmica. 
 
 
 
3.2 A articulação Externa 
 
 Visentini assinala que apesar das diferenças estruturais, o grupo de países do 
BRICS tem conseguido se articular internacionalmente, até porque estes países se 
encontram em uma situação similar no plano internacional, o que propiciaria a 
articulação de posições e ações em comum. Muito das suas políticas “decorrem da 
reação às atitudes tomadas pelas potências ainda dominantes, que apresentam, 
muitas vezes, uma visão voltada ao passado”lii. 
Essa capacidade mais reativa tem sido questionada por autores que sublinham a 
capacidade do BRICS em propor mecanismos novos para a governança global, seja 
na formulação de conceitos que podem trazer novas práticas no campo da 
segurança e da intervenção humanitária, como o conceito de “responsabilidade ao 
proteger” proposto pela presidente Dilma Rousseffliii. 
BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI 
 Os BRICS em Revisão de Literatura 
 
 
 9 
Ainda que tratando do BRIC, Daniel Flemes destaca o conceito de soft balancing 
como chave para compreender a constituição do grupo e sua estratégia reativa: 
 
“O Brasil e os outros países do BRIC já demonstraram capacidade para alcançar 
os seus objetivos, e, particularmente, os objetivos econômicos dentro da ordem 
existente. Em comparação, os ganhos que podem ser esperados a partir de um 
colapso violento da atual ordem internacional são muito limitados. Portanto, as 
estratégias institucionais parecem ser as mais promissoras para impactar a 
hierarquia internacional dos Estados. Soft balancing não desafia diretamente a 
preponderância militar dos Estados Unidos, mas sim utiliza instrumentos não 
militares para retardar, frustrar e prejudicar as políticas unilaterais da superpotência 
(Pape: 2005,10). Soft balancing envolve estratégias institucionais, tais como a 
formação de coalizões ou ententes diplomáticas limitadas, como BRIC, IBAS, G3 e 
G21, para restringir o poder das grandes potências estabelecidas.” liv 
 
Esta restrição ao unilateralismo de uma superpotência, tomada pelo autor como 
hierárquica entre os Estados, aproxima-se da leitura de F. Joseph Dresen que vê, 
mesmo reconhecendo as dificuldades de coordenação intra-BRICS, a configuração 
do grupo como um catalizador de ganhos, sejam individuais, através do que o 
conjunto representa em termos simbólicos e em termos de projeção, seja em 
ganhos coletivos, com a expectativa de mudança e ação relevante no sistema 
internacionallv. 
Outros autores, como Sanjaya Baru e Kedar Pavgi, entretanto, mais do que 
avaliar a ação conjunta do grupo BRICS preferem aguardar para poder avaliar o 
êxito da constituição de um Banco internacional do grupamento, paralelo ao FMI, 
com o objetivo de promover o desenvolvimento e a Cooperação Sul-Sullvi. 
Segundo Flemes e Costa, as políticas de segurança em comum e cooperações 
militares têm permanecido em segundo plano na agenda dos países devido aos 
constrangimentos regionais de cada país do BRICSlvii. 
No caso de China e Índia, as tensões de fronteira e a acolhida indiana ao Dalai-
Lama potencializam as diferençaslviii. 
Dentro do âmbito da ONU, a contribuição do BRICS para as missões de paz tem 
sido regular, o que tem tornado a contribuição do grupamento cada vez mais 
importante para as operaçõeslix. Segundo Haibin, Dois outros aspectos tem também 
se destacado na leitura do BRICS quanto a operações de paz: a insistência do 
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 Os BRICS em Revisão de Literatura 
 
 
 10 
BRICS em medidas pós-conflito e a tendência a considerar as Nações Unidas como 
o fórum mais legítimo para implementar medidas de reconstrução de país após 
conflitoslx. 
 
 
3.3 BRICS e as crises da Líbia e Síria 
 
As crises internacionais se apresentaram como ocasiões para que a capacidade 
de coordenação dos países do BRICS seja posta à prova. Um bom exemplo é a 
reação do grupo às crises da Líbia e da Síria, e o modo como essa resposta foi 
interpretada pelos analistas internacionaislxi. 
Chellaney considera que mais do que a ação imediata, de intervenção, o BRICS 
preferiu pensar em longo termo, (considerando que as revoltas no mundo árabe 
poderiam ter uma ampla influêncialxii) e acompanhar com atenção os 
desdobramentos naqueles países e no comportamento dos países desenvolvidos na 
questão. 
A defesa da não intervenção acabou por distanciar o BRICS dos principais 
países ocidentais, favoráveis à intervenção, à exceção da Alemanhalxiii. A tendência 
do BRICS foi defender o multilateralismo como meio adequado para a resolução da 
crise líbia. 
Cecire sublinha que a “oposição alérgica” do grupo às intervenções ocidentais 
levaria a crer na falha desses países em provar serem capazes de ter um papel 
mais amplo na governança global. O que publicamente era mascarado pela 
insistência na preocupação humanitária, sobretudo quanto aos civislxiv. 
Stweart M.Patrick critica o que considera o esforço do BRICS em diluir uma 
resolução da ONU, no qual é possível perceber, em primeiro plano na questão, a 
ação de China e Rússia, seguidas depois pelos demais, que teriam aberto “mão da 
responsabilidade”, de impor sançõeslxv. 
Bem mais favorável é a leitura de Niu, Para quem países de passado colonial 
são mais relutantes em aceitarque uma intervenção se sobreponha à noção de 
soberanialxvi. O que em parte ajudaria a explicar tanto a hesitação do grupo BRICS 
em votar pela intervenção militar no Conselho de Segurança da ONU quanto à 
proposição brasileira de segurança ao protegerlxvii. 
Para Niu, há um comportamento do grupo em favorecer que haja mudança na 
ordem internacional de forma pacífica e construtivalxviii. 
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 Os BRICS em Revisão de Literatura 
 
 
 11 
3.4 A Democratização da Governança global 
 
Pfeiffer considera que a crise de 2008 em diante permitiu a acentuação do poder 
relativo do grupo, mas que essa mudança ainda não se efetivou no plano político, 
até mesmo porque o BRICS carecem de denominadores mínimos comuns internos, 
as propostas de democratização se fragilizariam, pois os países do grupo não são, 
em conjunto, exemplos de democracias bem-acabadaslxix. 
Para Pfeiffer, mais do que pretender a reforma do atual modelo de governança 
global, interessaria ao grupo “constituir uma arquitetura própria, que... apesar e por 
causa da crise financeira, reflita o momento de maior crescimento continuado e de 
maior riqueza acumulada da história da humanidade.” Contudo, a falta de coesão 
interna desafia agendas mais ambiciosaslxx. 
Ouro-Preto considera que a defesa de uma “ordem global multipolar, equitativa, 
democrática” uma grupo, ainda que o conteúdo e proposta não tenham sido 
definidos com precisão; o que, na verdade talvez seja a própria intenção do grupo: 
 
“Em um mundo onde a distribuição de poder, em todos os sentidos, claramente 
parece sofrer pressões no sentido de fortes alterações, os BRICS constituem um 
conjunto que precisa ser examinado com redobrada atenção, ainda que não 
expresse uma aliança ou uma união estreita de Estados ou pretenda apresentar 
fórmulas precisas de reordenamento mundial.” lxxi 
 
 De qualquer modo, a existência do BRICS demonstra a insatisfação com o 
ordenamento dos poderes no sistema internacional e a demanda por reformas. 
 
 
4. A Democratização da Governança global 
 
Quanto à política internacional, há na internet duas instituições voltadas para o 
desenvolvimento de pesquisas sobre BRICS que produzem material, relatórios e 
reúnem informações sobre agrupamentolxxii. À exceção destes centros de 
pesquisas, pode-se considerar que haja muito mais pesquisadores do que 
instituições voltadas exclusivamente para compreender a dinâmica do grupo e sua 
inserção na política internacional. 
BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI 
 Os BRICS em Revisão de Literatura 
 
 
 12 
Dentre os artigos, impressos e disponíveis eletronicamente, sobre o BRICS em 
uma perspectiva que o toma por um grupamento político, são contabilizados 66 
autores que abordaram o tema. Entre eles, predominam pesquisadores e 
professores universitários e diplomatas. 
Com a intenção de ser um primeiro mapeamento de onde se tem produzido um 
conhecimento sobre o caráter político do grupo BRICS e sua inserção no sistema 
internacional, em anexo encontram-se listadas as principais instituições a que se 
vinculam os pesquisadores, e sua localizaçãolxxiii. 
As mudanças que o BRICS representa têm sido acompanhadas por 
pesquisadores na Alemanha, Canadá, Bélgica, África do Sul, Índia, Brasil, entre 
outros países. 
Essa variedade é similar à gama de interpretações quanto ao grau de 
importância a atribuir ao conjunto de países e sua capacidade de coordenação e 
articulação nos fóruns multilaterais. 
Ainda que haja uma variedade de instituições aos quais se vinculam os 
pesquisadores, a ligação predominante é junto às universidadeslxxiv. 
 
 
5. Conclusão 
 
O surgimento de uma nova ordem mundial necessariamente passa não só pelo 
peso econômico do grupo, mas também pelas demandas políticas que este 
ajuntamento propuser. 
Mais do que a capacidade de promover encontros que reajam a eventos 
circunstanciais o BRICS enfrentará, a médio prazo, o desafio de apresentar 
inovações, tal como a noção de “responsabilidade ao proteger”, que sejam capazes 
de traduzir seu esforço em assegurar a estabilidade e, ao mesmo tempo, 
transformar sua representação, e por extensão, a dos países do “sul global”lxxv , nas 
instituições internacionais atuais. 
Ainda que não seja possível apontar características futuras do BRICS, 
certamente as medidas de governança global nos próximos anos incluirão o 
grupolxxvi. 
 
 
BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI 
 Os BRICS em Revisão de Literatura 
 
 
 13 
Notas e Referências Bibliográficas 
 
i O´NEILL, Jim. Building Better Global Economic BRICs. Global Economics Paper, 
N.66, novembro de 2001. Goldman Sachs. Disponível em: 
<http://www2.goldmansachs.com/ourthinking/ brics/brics-reports-
pdfs/buildbetter-brics.pdf>. Acesso em 10 de outubro de 2012. página 10. 
 
ii BRICSAM, além dos países do grupamento BRICS incluiria o México. 
 
iii NOLTE, Detlef. How to compare regional powers: analytical concepts and 
research topics. Review of International Studies (2010), 36, 881–901. 
 
 
iv “What this paper attempts to do is focus on the reconfiguration from a 
statecentric basis through a close look at the second of these triangular 
formulations: the emergence of new economies/powers. Along with others, we 
characterise these as the "BRICSAM" states including; Brazil, Russia, India and 
China as the core group (the BRICs), extending to South Africa, ASEAN-4 
(Indonesia, Malaysia, Philippines, Thailand), Mexico, South Korea, and other non-
emerging economies, especially a set of regional powers such as Egypt, Iran, 
Nigeria and Turkey.” COOPER, Andrew F.; ANTKIEWICZ, Agata; SHAW, Timothy. 
Economic Size Trumps All Else? Lessons from BRICSAM. Working Paper No.12, 
The Centre for International Governance Innovation (CIGI), Waterloo, Ontario, 
Canada. December 2006. 
 
v COOPER, Andrew F.; ANTKIEWICZ, Agata; SHAW, Timothy. Op. Cit. página 14. 
 
vi Idem. 
 
vii ARMIJO, Leslie Elliott. The BRICs countries (Brazil, Russia, India, and China) As 
analytical category: Mirage or insight? Asian Perspective, Vol. 31, No. 4, 2007, pp. 
7-42. 
 
viii GRUNSTEIN, Judah. The BRIC Wall. Disponível em:< 
http://www.worldpoliticsreview.com/trend-lines/2072/the-bric-wall>. Acesso 
em 10 de outubro de 2012. 
 
 
ix WOLFE, Adam. The Building BRICs of a New International System?. Disponível 
em <http://www.worldpoliticsreview.com/articles/2157/the-building-brics-of-
a-new-international-system>. Acesso em 10 de outubro de 2012. 
 
x NOLTE, Detlef. Op. Cit. 
 
xi ARMIJO, Leslie Elliott. Op.Cit. 
 
BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI 
 Os BRICS em Revisão de Literatura 
 
 
 14 
 
xii O primeiro encontro formal do BRIC se daria no ano seguinte, na mesma 
cidade. Ver: <http://archive.kremlin.ru/eng/articles/bric_1.shtml> Acesso em 
13 de outubro de 2012, Cronologia dos encontros dos países BRICS disponível 
em: <http://www.itamaraty.gov.br/temas-mais-informacoes/saiba-mais-
bric/eventos-bric-2006-a-2010/view> Acesso em 10 de outubro de 2012. 
 
xiii Para um painel completo ver: REIS, Maria Edileuza Fontenele. BRICS: 
surgimento e evolução. Mesa-redonda : o Brasil, os BRICS e a agenda 
Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, pp.31-47. 
 
xiv REIS, Maria Edileuza Fontenele. Op. Cit. 
 
xv FLEMMES, Daniel. O Brasil na iniciativa BRIC: soft balancing... 
 
xvi Idem. 
 
xvii Ainda que abordando o IBAS, o texto fornece um bom balanço das políticas 
nos fóruns multilateraisde Brasil, India e África do Sul. Ver: FLEMMES, Daniel. 
India-Brazil-South Africa in the New Global Order. International Studies, 46, 4 
(2009): 401–421; e FLEMMES, Daniel. O Brasil na iniciativa BRIC: soft balancing 
numa ordem global em mudança? Revista Brasileira de Política Internacional. 53 
(1): 141-156 [2010] 
 
xviii NIU, Haibin. BRICS in Global Governance. Nova York: Friederich Ebert 
Stiftung, 2012. 
 
xix LAYNE, Christopher. This Time It’s Real: The End of Unipolarity and the Pax 
Americana. International Studies Quarterly (2012) 56,página 211. 
 
xx EMERSON, Michael. Do the BRICS make a bloc? CEPS Commentary. Bruxelas: 
Centre for European Policy Studies, 2012. 
 
xxi THIEBAUT, Renata. International Security and global governance: 
Strengthening the role of BRICS to facilitate conflict management. Mundorama. 
Setembro de 2011. Disponível em: 
<http://mundorama.net/2011/09/14/international-security-and-global-
governance-strengthening-the-role-of-brics-to-facilitate-conflict-management-
by-renata-thiebaut/> Acesso em 10 de outubro de 2012. 
 
xxii SILVA, Carlos Eduardo Lins da. BRICS: De acrônimo esperto a fórum influente. 
Mesa-redonda : o Brasil, os BRICS e a agenda Internacional. Brasília : FUNAG, 
2012, pp.101-106. 
 
xxiii WOLFE, Adam. Op. Cit. 
 
BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI 
 Os BRICS em Revisão de Literatura 
 
 
 15 
 
xxiv PANT, Harsh V. BRICS Not Yet a Credible Political Bloc. World Politics Review, 
26 Apr 2011. Disponível em: < 
http://www.worldpoliticsreview.com/articles/8638/brics-not-yet-a-credible-
political-bloc> Acesso em 10 de outubro de 2012. 
 
xxv PATRICK, Stewart M. The BRICS India Summit: Beyond Bricolage? 28 de 
março, 2012 Disponível em: <http://blogs.cfr.org/patrick/2012/03/28/the-
brics-india-summit-beyond-bricolage/> Acesso em 10 de outubro de 2012. 
 
xxvi SENNES, Ricardo. o engajamento internacional minimalista e seletivo dos 
BRICS. Mesa-redonda : o Brasil, os BRICS e a agenda Internacional. Brasília : 
FUNAG, 2012, página 221. 
 
xxvii OURO-PRETO, Affonso Celso de. Mesa-redonda : o Brasil, os BRICS e a agenda 
Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, página 72. 
 
xxviii PATRICK, Stewart M. The BRICS India Summit: Beyond Bricolage? 28 de 
março, 2012 Disponível em: <http://blogs.cfr.org/patrick/2012/03/28/the-
brics-india-summit-beyond-bricolage/> Acesso em 10 de outubro de 2012. 
 
xxix BAUMANN, Renato. Os BRICS E O G20 Financeiro. Mesa-redonda : o Brasil, os 
BRICS e a agenda Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, página 206. 
 
xxx BAUMANN, Renato. Op.Cit, página 209 
 
xxxi GVOSDEV, Nikolas K. The Realist Prism: What the U.S. Can Learn From the 
BRICS. World Politics Review. Disponível em: 
<http://www.worldpoliticsreview.com/articles/12087/the-realist-prism-what-
the-u-s-can-learn-from-the-brics> Acesso em 21 de setembro de 2012. 
 
xxxii Wade, Robert H. Emerging World Order? From Multipolarity to 
Multilateralism in the G20, the World Bank, and the IMF. Politics & Society 39(3), 
página 352. 
 
xxxiii FONSECA JR, Gelson. BRICS: notas e questões. Mesa-redonda : o Brasil, os 
BRICS e a agenda Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, página 16. 
xxxiv COZENDEY, Carlos Márcio. BRIC a BRICS em um mundo em transição. Mesa-
redonda : o Brasil, os BRICS e a agenda Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, 
página 113. 
 
xxxv COSTA LIMA, Marcos. O Brasil, os BRICS e a agenda internacional. Mesa-
redonda : o Brasil, os BRICS e a agenda Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, 
página 155. 
 
xxxvi Ver STUENKEL, Oliver. Brasil, BRICS e desafios globais. Mesa-redonda : o 
Brasil, os BRICS e a agenda Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, pp.259-263; 
BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI 
 Os BRICS em Revisão de Literatura 
 
 
 16 
 
NIU, Haibin. BRICS in Global Governance. Nova York: Friederich Ebert Stiftung, 
2012. 
 
xxxvii AMARAL, Sérgio. O Brasil, os BRICS e a agenda internacional. Mesa-redonda : 
o Brasil, os BRICS e a agenda Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, página 295. 
 
xxxviii SENNES, Ricardo. Op.Cit. página 227. 
 
xxxix ELIZONDO, Gabriel. Como os BRICS podem mudar geopolítica do mundo 
[entrevista com Oliver Stuenkel] Disponível em: 
<http://www.outraspalavras.net/2012/03/31/por-que-os-brics-podem-mudar-
a-geopolitica-do-mundo/> Acesso em 10 de outubro de 2012; POMMERANZ, 
Lenina. MESA -REDONDA O Brasil, os BRICS e a Agenda Internacional. Mesa-
redonda : o Brasil, os BRICS e a agenda Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, 
página 122. 
 
xl POMERANZ, Lenina. Op. Cit.; COSTA LIMA, Marcos. Op. Cit. Página 155.RIOS, 
Sandra Polónia. O que há em comum na agenda econômica dos BRICS? Mesa-
redonda : o Brasil, os BRICS e a agenda Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, 
página 239. 
 
xli CHELLANEY, Brahma. BRICS and the New Arab Revolutions. AlJazeera Cetre 
for Studies, 31 May 2011, CECIRE, Michael. BRICs Fall Flat on UNSC Libya Vote. 
World Politics Review. 28 Mar 2011. Disponível em: 
<http://www.worldpoliticsreview.com/articles/8319/brics-fall-flat-on-unsc-
libya-vote> Acesso em 10 de outubro de 2012; PATRICK, Stewart M. No Profile in 
Courage: Syria, BRICS, and the UNSC. Disponível em: < 
http://globalpublicsquare.blogs.cnn.com/2011/10/06/no-profile-in-courage-
syria-brics-and-the-u-n-security-council/> Acesso em 10 de novembro de 2012. 
 
xlii OURO-PRETO, Affonso Celso. Op. Cit. Página 72; PFEIFFER, Alberto. O Brasil, 
os BRICS e a agenda internacional. Mesa-redonda : o Brasil, os BRICS e a agenda 
Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, página 80. 
 
xliii REIS, Maria Edileuza Fontenele. Op. Cit. página 33. 
 
xliv POMERANZ, Lenina. Op. Cit.pp.120-123. 
 
xlv OURO-PRETO, Affonso Celso. Op. Cit página 70; RIOS, Sandra Polónia. O que há 
em comum na agenda econômica dos BRICS? Mesa-redonda : o Brasil, os BRICS e 
a agenda Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, pp.237-238. 
 
xlvi SENNES, Ricardo. Mesa-redonda : o Brasil, os BRICS e a agenda Internacional. 
Brasília : FUNAG, 2012, página 232. 
 
BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI 
 Os BRICS em Revisão de Literatura 
 
 
 17 
 
xlvii CARNEIRO LEÃO, Valdemar. BRICS: identidade e agenda econômica. Mesa-
redonda : o Brasil, os BRICS e a agenda Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, 
página 54. 
 
xlviii SENNES, Renato. Op. Cit 233. 
 
xlix “Russia and other multi-national BRICs - China and India have similar 
security problems: aggressive nationalism, xenophobia, separatism and political 
extremism, terrorism, corruption and narcotrafic… Notwithstanding the 
mentioned…from the point of view of the security, Brazil, a far-off country, is not 
of such importance for Russia as near-off China and India within the same BRICs 
paradigm”In: MARTYNOV, Boris F. “BRICs”: cooperation perspectives in the 
international security sphere. Disponível em:< 
http://www.ipea.gov.br/bric/textos/100409_BRICMartynov1.pdf> Acesso em 
10 de novembro de 2012. 
 
l ELIZONDO, Gabriel. Como os BRICS podem mudar geopolítica do mundo 
[entrevista com Oliver Stuenkel] Disponível em: 
<http://www.outraspalavras.net/2012/03/31/por-que-os-brics-podem-mudar-
a-geopolitica-do-mundo/> Acesso em 10 de outubro de 2012. 
 
li VISENTINI, Paulo Fagundes. A dimensão político-estratégica dos BRICS: entre a 
panaceia e o ceticismo. Mesa-redonda : o Brasil, osBRICS e a agenda 
Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, página 201. 
 
lii Idem. 
 
liii Ver NIU, Haibin. Op. Cit. página 03. 
 
liv FLEMMES, Daniel. O Brasil na iniciativa BRIC: soft balancing numa ordem 
global em mudança? Revista Brasileira de Política Internacional. 53 (1): página 
145. 
 
lv DRESEN, F. Josesph. BRICS: Shaping the New Global Architecture. Disponível 
em <http://www.wilsoncenter.org/publication/brics-shaping-the-new-global-
architecture> Acesso em 12 de setembro de 2012. 
 
lvi BARU, Sanjaya. Managing Geo-economic Shifts and Shocks., 28 de março de 
2012. <http://www.iiss.org/whats-new/iiss-experts-commentary/managing-
geo-economic-shifts-and-shocks/> Acesso em 12 de outubro de 2012; Pavgi, 
Kedar. BRICS Not Ready for Joint Development Bank. Disponível em: 
<http://www.worldpoliticsreview.com/articles/11825/brics-not-ready-for-
joint-development-bank> Acesso em 10 de outubro de 2012. 
lvii FLEMMES, Daniel; COSTA, Alcides Costa Vaz. Security Policies of India, Brazil 
and South Africa - Regional Security Contexts as Constraints for a Common 
Agenda. Hamburgo: GIGA German Institute of Global and Area Studies. 
BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI 
 Os BRICS em Revisão de Literatura 
 
 
 18 
 
 
lviii NIU, Haibin Op. Cit. Página 04. 
 
lix NIU, Haibin, Op. Cit. Página 02. 
 
lx NIU,Haibin, Op. Cit., pp.02-03. 
 
lxi CHELLANEY, Brahma. BRICS and the New Arab Revolutions. AlJazeera Cetre 
for Studies, 31 May 2011, CECIRE, Michael. BRICs Fall Flat on UNSC Libya Vote. 
World Politics Review. 28 Mar 2011. Disponível em: 
<http://www.worldpoliticsreview.com/articles/8319/brics-fall-flat-on-unsc-
libya-vote> Acesso em 10 de outubro de 2012; PATRICK, Stewart M. No Profile in 
Courage: Syria, BRICS, and the UNSC. Disponível em: < 
http://globalpublicsquare.blogs.cnn.com/2011/10/06/no-profile-in-courage-
syria-brics-and-the-u-n-security-council/> Acesso em 10 de novembro de 2012 e 
NIU, Haibin. Op.Cit. 
 
lxii CHELLANEY, Brahma. Op. Cit. 
 
lxiii CHELLANEY, Brahma. BRICS and the New Arab Revolutions. AlJazeera Cetre 
for Studies, 31 May 2011 
 
lxiv CECIRE, Michael. BRICs Fall Flat on UNSC Libya Vote. World Politics Review. 
28 Mar 2011. Disponível em: 
<http://www.worldpoliticsreview.com/articles/8319/brics-fall-flat-on-unsc-
libya-vote> Acesso em 10 de outubro de 2012. 
 
lxv PATRICK, Stewart M. No Profile in Courage: Syria, BRICS, and the UNSC. 
Disponível em: < http://globalpublicsquare.blogs.cnn.com/2011/10/06/no-
profile-in-courage-syria-brics-and-the-u-n-security-council/> Acesso em 10 de 
novembro de 2012. 
 
lxvi NIU, Haibin. Op.Cit., página 03. 
 
lxvii Idem. 
 
lxviii Idem. 
 
lxix PFEIFFER, Alberto. Op. Cit. página 82 
 
lxx Idem. 
 
lxxi OURO-PRETO, Afonso Celso. Op. Cit, página 73 
 
lxxii BRICS Policy Center e o BRICS Information Centre, ligado à Universidade de 
Toronto. 
BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI 
 Os BRICS em Revisão de Literatura 
 
 
 19 
 
 
lxxiii Anexo. 
 
lxxiv Ver anexo. 
 
lxxv NOGUEIRA, João Pontes. Op. Cit. 
 
lxxvi STUENKEL, Oliver. Brasil, BRICS e desafios globais. Mesa-redonda : o Brasil, 
os BRICS e a agenda Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, pp.259-263, 
NOGUEIRA, João Pontes. Os BRICS e as mudanças na ordem Internacional. . Mesa-
redonda : o Brasil, os BRICS e a agenda Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, 
página 290. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anexo: Relação de Instituições 
 
 
África do Sul 
 
University of South Africa 
 
 
Alemanha 
 
GIGA German Institute of 
Global and Area Studies 
 
Universidade de Hamburgo 
 
 
Argentina 
 
Universidad Nacional del 
Litoral 
 
 
Universidade Torquato di 
Tella 
 
 
Bélgica 
 
Centre for European Policy 
Studies 
 
 
Egmont - Royal Institute for 
International Relations 
 
BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI 
 Os BRICS em Revisão de Literatura 
 
 
 20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brasil 
 
Capítulo Brasileiro do 
Conselho Empresarial da 
América Latina (CEAL) 
 
 
Centro de Estudos de 
Integração e 
Desenvolvimento (CINDES) 
 
 
Fundação Getúlio Vargas 
 
 
 
 
 
Instituto de Pesquisas 
Econômicas Aplicadas 
(IPEA) 
 
 
 
 
 
Ministério das Relações 
Exteriores 
 
 
 
 
 
Pontifícia Universidade 
Católica do Rio de Janeiro 
 
 
Universidade de Brasília 
 
 
Universidade de Fortaleza 
(UNIFOR) 
 
 
Universidade de São Paulo 
 
 
Universidade Federal da 
Grande Dourados 
 
 
Universidade Federal de 
Pernambuco 
 
 
Universidade Federal de 
Santa Maria 
 
 
Universidade Federal do 
Paraná 
 
 
Universidade Federal do Rio 
Grande do Sul 
 
 
 
Canadá 
 
The Center for International 
Governance Innovation 
 
 
University of Waterloo York 
 
 
University Canadá 
 
China 
 
Shanghai Institutes for 
International Studies (SIIS) 
 
 
 
 
 
 
Estados Unidos 
 
Brazil Institute (the 
Woodrow Wilson 
International Center) 
 
 
Council Foreign Relations 
 
 
New York University 
 
 
Portland State University 
 
 
Power and Interest News 
Report 
 
 
BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI 
 Os BRICS em Revisão de Literatura 
 
 
 21 
 
 
 
Índia 
 
Indian Council for Research 
on International Economic 
Relations in New Delhi 
 
 
 
 
Inglaterra 
 
King’s College de Londres 
 
 
London School of Economics 
 
 
Rússia 
 
Russian Academy of 
Sciences 
 
 
Trinidad e Tobago 
 
West Indies University 
Trinidad e Tobago

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