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Working Paper Os BRICS em Revisão de Literatura Abril, 2013 Núcleo de Política Internacional e Agenda Multilateral BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI Os BRICS em Revisão de Literatura 1 Autores: Monica Herz e Antônio Dutra Os BRICS em Revisão de Literatura 1. Introdução Neste texto, avançaremos uma investigação em torno da emergência do conceito de BRICS e das reflexões e discussões suscitadas pelo conceito, além de procurar mapear boa parte da produção, principalmente acadêmica e de revistas especializadas, daqueles que se detiveram sobre o grupo. Para tanto, começamos com um breve apanhado dos principais textos que formaram a base com a qual se procurar identificar o grupo como algo novo. Para tanto, a base de dados utilizada foi composta a partir dos artigos produzidos pela mais recente literatura acadêmica de Relações Internacionais, com enfoque em política internacional, as revistas especializadas e artigos (de economistas, analistas e diplomatas) que se detiveram sobre o assunto, e sobre o caráter político do grupamento. Em seguida, serão abordados os termos e tipologia com os quais se tem buscado classificar o grupamento, bem como os principais temas levantados pelos pesquisadores ao referirem-se a BRICS. Por fim, o texto finaliza com um breve panorama que procura compreender quem são e a que lugares se vinculam os analistas. Vale ressaltar que a utilização de termo, grupamento ou grupo para classificar o BRICS no texto trata-se mais de um recurso para nomear o conjunto de países do que exatamente uma preferência por este ou aquela definição dos autores e seus textos abordados, ou uma compreensão a priori de uma dinâmica interna do deste conjunto de países. BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI Os BRICS em Revisão de Literatura 2 2. A formação do grupo BRICS Em 2001, Jim O’Neill, chefe da pesquisa econômica global da Goldman Sachs, identificou uma categoria de países em desenvolvimento que apontavam para um crescimento econômico acelerado, fatores como as dimensões da economia, renda per capita, extensão territorial e população aproximavam Brasil, Índia, Rússia e China, ainda que fossem grandes as diferenças sociais, culturais e políticas, o grupamento foi denominado então BRICsi. O’Neill sugeria a necessidade de maior coordenação na condução da política econômica internacional pelos sete países mais industrializados, também conhecidos por G8, de modo a contemplar a inclusão desse grupo de países. Em 2003, a publicação de um relatório pela Goldman Sachs apontava para um crescimento exponencial dos quatros países até 2050, o que levaria a superação das economias dos seis países mais industrializados, e incluía ainda uma projeção de crescimento da África do Sul, em comparação ao dos BRICs, com um padrão de crescimento similar. O acrônimo se consolidava, porém outros pesquisadores apontavam para versões diferentes, como BRICSAMii ou “BRIC plus”iii, também inspiradas na classificação de O’Neilliv. Aos poucos, a leitura inicial, predominantemente econômica, foi dando espaço para que fossem sublinhadas as reivindicações políticas do grupo de países, expressa na necessidade de mudanças no sistema de governança global, através da reforma de instituições, como o Fundo Monetário Internacional, bem como na demanda de expansão do Conselho de Segurança da ONU por Brasil e Índiav. Apesar da existência do grupamento, a leitura predominante ainda era de que se tratava de um grupo de países, individualmente, mais preocupados em consolidar suas lideranças regionaisvi. Certo tom de descrédito persistiu para alguns analistas, mesmo posteriormente. Em 2007, Leslie E. Armijo assinalava então que a categoria não passava “de miragem”, ainda que reconhecesse interesses em comum, como a importância da troca de tecnologia na agricultura; semelhanças quanto à dimensão populacional e de território, e o incremento da diplomacia sul-sulvii. BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI Os BRICS em Revisão de Literatura 3 E no ano seguinte, Judah Grunstein considerava que a identidade em comum do BRIC permanecia um objetivo distanteviii, enquanto Adam Wolfe, quando do encontro de Ecaterimburgo, em 2008, considerou que o acrônimo claramente se tornara “uma aliança política” objetivando contestar a predominância das instituições econômicas criadas após a Segunda Guerra, apesar de mesmo que o conjunto de países pudesse se tornar um ator internacional relevante nos próximos anos, cada um dos países tinha uma visão particular sobre a Reforma do Conselho de Segurança. Além disso, dúvidas quanto à capacidade deles em forçar a promoção de mudanças permaneciam, ou mesmo em se articularem em uma coordenação eficaz que promovesse reformasix. Apesar de ainda ser possível encontrar referências a BRICSAM, o termo, como outras classificações similares, tem permanecido em segundo planox. A partir de 2008, é possível verificar que os textos de think-tanks e revistas especializadas passaram a se debruçar mais claramente sobre a natureza política do grupo, tentando compreender o que a categoria de países significava, qual era sua utilidade analítica e de que forma representavam a configuração de um sistema multipolar no presente séculoxi. O encontro de ministros da China, Índia, Rússia e Brasil na cidade de Ecaterimburgoxii parece ter sido o ponto de partida para a inflexão de uma leitura do grupo como grupamento políticoxiii. Maria Edileuza Fontenele Reis sublinha que os esforços do então Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, e do Chanceler da Rússia, Sergey Lavrov, selaram alguns pontos de consenso presentes na Declaração Conjunta, tais como a necessidade de fortalecimento da segurança e estabilidade internacionais, fortalecimento do multilateralismo (com a ONU desempenhando papel central); a necessidade de reforma do Conselho de Segurança, o apoio de China e Rússia às aspirações do Brasil e Índia de desempenhar maior papel dentro do sistema ONU – o que não significa um apoio às candidaturas individuais a assento no Conselho de Segurança - e o compromisso para o cumprimento das Metas de Desenvolvimento do Milênioxiv. A percepção de que era necessário ter uma estratégia comum para as negociações dentro da ONU e para com os outros blocos era clara até mesmo para os tomadores de decisão políticaxv. Ainda que houvesse a percepção do êxito do grupo diante da crise econômica de 2008, a tentativa de coordenar esforços permaneceu para boa parte dos analistas um desafio ao grupo BRICsxvi. BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI Os BRICS em Revisão de Literatura 4 Daniel Flemes considerava a maneira como o BRICs se inseria nos fóruns multilaterais, para obter “pistas” do que poderia ser a futura inserção conjunta desses paísesxvii. A necessidade de democratização dos fóruns internacionais, tornando-os mais representativos das transformações geopolíticas atuais, era uma demanda central do BRICs, e do atual BRICSxviii, e que com a inclusão da África do Sul no ano passado assinalaria a tentativa do grupo em ganhar maior legitimidade em sua demanda democratizante. 3. Definindo os BRICS Do ponto de vista conceitual, a tentativa de definir os BRICS pelos analistas pode ser dividida em duas ordens de questões: de um lado, a tentativa de estabelecer uma terminologia capaz de clarificar o que o grupamento significa e, de outro, a tentativa de entender em que dinâmicas o grupo participa, impõe, ou é reativo no ambiente internacional e entre os própriospaíses do grupo. Tanto na definição quanto na dinâmica interna e externa do BRICS não há consenso. Nas classificações mais reticentes, o BRICS é considerado a partir de uma capacidade limitada de influenciar ou participar dos momentos-chave de crise internacional, ou na condução da governança global. Assim, o grupo varia de uma instituição “embrionária”xix com capacidade potencial de influenciar a constituição de uma nova ordem mundial a um quase bloco que pretende estabelecer – após a entrada da África do Sul – uma imagem representativa da dinâmica internacional, para além do “velho Ocidente”xx. Dentro do conjunto de textos que compõe a literatura analisada, a variedade de terminologia e a compreensão das limitações e atuação do grupo variam quase de autor para autor: Para Renata Thiebaut, o BRICS se constituiria principalmente como uma plataforma na qual se podem estabelecer diálogos e trocas entre os países para além das questões estritamente econômicasxxi. Carlos Eduardo Lins da Silva considera-o um fórum que se constitui, e apesar da ainda pouca relevância, pode vir a ser relevante no desenho futuro da governança globalxxii. Adam Wolfe assinala que se trata de uma aliança política que significa uma BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI Os BRICS em Revisão de Literatura 5 junção de forças para promover mudanças em instituições como ONU, FMI e Banco Mundialxxiii. Para Harsh Pant, trata-se de bloco em formação no qual as tentativas de efetivação são sobrepostas pelas dificuldades de articulação, devido principalmente ao tamanho da economia chinesa, às diferenças entre os países, às tensões internas, como a questão da fronteira sino-indiana, em um contexto internacional de “movimento placas tectônicas” mais do que de que mudanças completasxxiv. Stewart M. Patrick compreende o caráter do grupo, como uma bricolagem inicial: um conjunto de elementos díspares que tinham em comum a insatisfação com a condução da política econômica global e o fato de serem potências emergentes, que, aos poucos e através de manobras diplomáticas, caminharam para o estabelecimento de uma coalisão, “símbolo das mudanças dos tempos”xxv. Para Ricardo Sennes, o movimento de emergência do BRICS seria muito mais de reacomodação dentro do regime e instituições existentes, mas o conjunto de países apresentaria pouco interesse em tornar esses regimes mais robustos. Por isso, o movimento de reposicionamento internacional do grupo se caracterizaria por uma “agenda internacional minimalista”xxvi. Em direção similar, Affonso Celso de Ouro-Preto assinala que apesar das marcantes diferenças internas, sejam culturais, na condução de políticas internas ou nas divergências de posicionamento (em questões como a política monetária, por exemplo) – o agrupamento possui um caráter conservador, ao não pretender revolucionar, mas sim reformar a ordem mundial existente. Menos que um grupo, para o autor, BRICS representaria antes um “expressam um nível de entendimento político entre [estes] grandes países”xxvii. Diametralmente oposta é a leitura de Stewart Patrick, para quem o BRICS é de fato uma coalisão, mas que ainda mostra dúvidas quanto a sua capacidade de tomar responsabilidades coletivas no sistema internacional.xxviii Enquanto Renato Baumann assinala que o BRICS se configura como um agrupamento de países com um processo “ad hoc de alinhamento, que tendem a compartilhar causas comuns quando o assunto é a necessidade de converter um poder econômico crescente em capacidade política de influenciar as decisões naqueles temas que têm implicações globais”xxix. Essa capacidade de capitalizar ganhos políticos em concertando ações em debates internacionais, não afasta a dúvida da capacidade do grupo em A questão é até que ponto esse grupo de países terá condições de “promover decisões que sejam capazes de alterar a governança global”xxx. BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI Os BRICS em Revisão de Literatura 6 Partindo do ponto de vista realista, Nikolas K. Gvosdev considera que o conjunto já inova ao permitir diminuir os atritos e discórdias, e ao ajudar que sejam desenhadas coalisões dentro de organizações internacionais como ONU e FMIxxxi. Ainda que tratando da economia, Robert H. Wade analisa a passagem da ordem atual ao multilateralismo caracterizado pela inter-relação entre os três principais polos: EUA, União Europeia e BRICS, incontornáveis para qualquer modelo futuro de governança globalxxxii. Para o diplomata Gelson Fonseca Jr., longe de ser um organismo multilateral, o BRICS é um grupamento, uma associação informal com uma dimensão hacia dentro (para onde apontam a cooperação entre os países do grupo) e hacia fuera, na qual o conjunto formaria uma “plataforma para, atuando de maneira coordenada, fazerem propostas, reivindicações com vistas a influenciar decisões de organismos multilaterais, especialmente na área financeira”xxxiii. A lista de termos a que se recorre para tentar identificar a natureza do BRICS poderia ser estendida quase indefinidamente: Carlos Márcio Cozendey considera a passagem de instrumento de marketing político a instrumento político com a inclusão do país africanoxxxiv. Marcos Costa Lima denomina o grupo de instituição multilateral que possui a potencialidade de poder “ser um polo indutor das transformações institucionais no sistema internacional”xxxv. A percepção da emergência do BRICS como mais um dos fatores de um tempo em que se assiste a mudança da representatividade dos países na ordem atual. Maria Edileuza Fontenele Reis considera o BRICS um mecanismo político- diplomático que se estabeleceu em “um momento de redesenho da governança global, em que se torna cada vez mais aguda a percepção do déficit de representatividade e, portanto, de legitimidade, das estruturas gestadas no pós- guerra”. No conjunto, observa-se uma fluidez conceitual que é facilmente percebível tanto em autores mais cautelosos em atribuir maior relevância ao grupo, quanto em autores para quem o BRICS pode representar efetivas mudanças na governança globalxxxvi. No primeiro grupo de autores, a avaliação é bem diversa, indo dos que advogam uma postura mais cautelosa quanto aos desdobramentos do grupo, seja diante das incertezas dos interesses chineses e posicionamento internacional diante dos EUA e sua “decadência relativa”xxxvii; até os mais céticos quanto à capacidade do BRICS em tornar-se um ator político relevantexxxviii. BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI Os BRICS em Revisão de Literatura 7 Tomados os textos em conjunto, as várias definições do BRICS aparecem como um passo necessário, quase um suporte, para o comportamento do grupo na atualidade e seus desafios (próximos e futuros). Assim, há uma tendência mais à descrição das etapas de formação do grupo e dos desafios que se apresentam do que a uma discussão teórica do que o BRICS representa. Apesar da terminologia empregada por cada um dos autores apontar para um desenho particular do seu entendimento do que o grupamento de países significa, de forma geral, quatro pontos são salientados pela literatura: a) A dificuldade em articulação do grupo – em que sejam consideradas as diferenças geográficas, econômicas e políticas (incluído a posse ou não de armas nucleares) – do ponto de vista intra-BRICSxxxix. b) O esforço de articulação “externa” – salientado em maior ou menor grau pelos autores conforme o peso que atribuem à capacidade ou vontade dos países em estreitar as vinculações dos países no grupo, o que por vezes se traduz em pontos de uma agenda comumxl. c) O comportamento do BRICS diante dos momentos de crisexli. d) O BRICSe sua demanda por maior democratização dos mecanismos decisórios de governança global, o que incluiria a reforma do FMI, Banco Mundial ou, ainda, a expansão do Conselho de Segurança da ONUxlii. 3.1 Dificuldades de Articulação Interna Alguns elementos são em geral apontados pelos autores como que fatores que dificultam a articulação entre os países. Em poucos artigos, estes fatores são analisados mais detidamentexliii, por exemplo, o tamanho e crescimento de suas economiasxliv, os regimes políticos que adotamxlv, ou o grau de ocidentalização desses regimesxlvi, e as distâncias geográficas. Partindo da análise econômica, Valdemar Carneiro Leão considera a não articulação autolimitadora, pois, mesmo com a abertura da agenda, pouco esforço parece ter sido feito em unificar as demandas: “O que parece diferir nos BRICS é que não se nota ainda inclinação por uma negociação de posições intra muros, ou seja, não se dá um exercício que implique BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI Os BRICS em Revisão de Literatura 8 concessões individuais significativas, com vistas a um posicionamento unificado. Sendo assim, a agenda ainda não comporta temas que envolvam esforço de aproximação...” xlvii Além desses fatores, o interesse e o investimento de cada país podem variar: Sennes considera o grupo um bom investimento estratégico para o Brasil, ainda que sua participação deva ser cautelosa. No tocante à China, o autor assinala que o pouco interesse chinês em tornar o BRICS um ator de maior relevância internacional se deva pela projeção autônoma e crescente daquele país asiáticoxlviii. Na área de segurança, apesar das potencialidades de cooperação dentro do BRICS, o tema é percebido de forma muito diferente para cada um dos paísesxlix. A dificuldade em articular uma visão comum é apontada por Stuenkel como o maior desafio interno do grupol. Paulo Fagundes Visentini sugere que o BRICS acaba sendo um espaço de convergência de dois arranjos distintos: a Organização de Cooperação de Xangai (OCX), no qual são articuladas posições de Rússia e China, e o investimento de Brasil, Índia e África do Sul na Cooperação Sul-Sulli. Assim, é possível aventar que a dificuldade na articulação seria da própria natureza do grupamento, o que não significaria necessariamente um enfraquecimento ou fortalecimento do grupo, mas uma característica de sua própria dinâmica. 3.2 A articulação Externa Visentini assinala que apesar das diferenças estruturais, o grupo de países do BRICS tem conseguido se articular internacionalmente, até porque estes países se encontram em uma situação similar no plano internacional, o que propiciaria a articulação de posições e ações em comum. Muito das suas políticas “decorrem da reação às atitudes tomadas pelas potências ainda dominantes, que apresentam, muitas vezes, uma visão voltada ao passado”lii. Essa capacidade mais reativa tem sido questionada por autores que sublinham a capacidade do BRICS em propor mecanismos novos para a governança global, seja na formulação de conceitos que podem trazer novas práticas no campo da segurança e da intervenção humanitária, como o conceito de “responsabilidade ao proteger” proposto pela presidente Dilma Rousseffliii. BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI Os BRICS em Revisão de Literatura 9 Ainda que tratando do BRIC, Daniel Flemes destaca o conceito de soft balancing como chave para compreender a constituição do grupo e sua estratégia reativa: “O Brasil e os outros países do BRIC já demonstraram capacidade para alcançar os seus objetivos, e, particularmente, os objetivos econômicos dentro da ordem existente. Em comparação, os ganhos que podem ser esperados a partir de um colapso violento da atual ordem internacional são muito limitados. Portanto, as estratégias institucionais parecem ser as mais promissoras para impactar a hierarquia internacional dos Estados. Soft balancing não desafia diretamente a preponderância militar dos Estados Unidos, mas sim utiliza instrumentos não militares para retardar, frustrar e prejudicar as políticas unilaterais da superpotência (Pape: 2005,10). Soft balancing envolve estratégias institucionais, tais como a formação de coalizões ou ententes diplomáticas limitadas, como BRIC, IBAS, G3 e G21, para restringir o poder das grandes potências estabelecidas.” liv Esta restrição ao unilateralismo de uma superpotência, tomada pelo autor como hierárquica entre os Estados, aproxima-se da leitura de F. Joseph Dresen que vê, mesmo reconhecendo as dificuldades de coordenação intra-BRICS, a configuração do grupo como um catalizador de ganhos, sejam individuais, através do que o conjunto representa em termos simbólicos e em termos de projeção, seja em ganhos coletivos, com a expectativa de mudança e ação relevante no sistema internacionallv. Outros autores, como Sanjaya Baru e Kedar Pavgi, entretanto, mais do que avaliar a ação conjunta do grupo BRICS preferem aguardar para poder avaliar o êxito da constituição de um Banco internacional do grupamento, paralelo ao FMI, com o objetivo de promover o desenvolvimento e a Cooperação Sul-Sullvi. Segundo Flemes e Costa, as políticas de segurança em comum e cooperações militares têm permanecido em segundo plano na agenda dos países devido aos constrangimentos regionais de cada país do BRICSlvii. No caso de China e Índia, as tensões de fronteira e a acolhida indiana ao Dalai- Lama potencializam as diferençaslviii. Dentro do âmbito da ONU, a contribuição do BRICS para as missões de paz tem sido regular, o que tem tornado a contribuição do grupamento cada vez mais importante para as operaçõeslix. Segundo Haibin, Dois outros aspectos tem também se destacado na leitura do BRICS quanto a operações de paz: a insistência do BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI Os BRICS em Revisão de Literatura 10 BRICS em medidas pós-conflito e a tendência a considerar as Nações Unidas como o fórum mais legítimo para implementar medidas de reconstrução de país após conflitoslx. 3.3 BRICS e as crises da Líbia e Síria As crises internacionais se apresentaram como ocasiões para que a capacidade de coordenação dos países do BRICS seja posta à prova. Um bom exemplo é a reação do grupo às crises da Líbia e da Síria, e o modo como essa resposta foi interpretada pelos analistas internacionaislxi. Chellaney considera que mais do que a ação imediata, de intervenção, o BRICS preferiu pensar em longo termo, (considerando que as revoltas no mundo árabe poderiam ter uma ampla influêncialxii) e acompanhar com atenção os desdobramentos naqueles países e no comportamento dos países desenvolvidos na questão. A defesa da não intervenção acabou por distanciar o BRICS dos principais países ocidentais, favoráveis à intervenção, à exceção da Alemanhalxiii. A tendência do BRICS foi defender o multilateralismo como meio adequado para a resolução da crise líbia. Cecire sublinha que a “oposição alérgica” do grupo às intervenções ocidentais levaria a crer na falha desses países em provar serem capazes de ter um papel mais amplo na governança global. O que publicamente era mascarado pela insistência na preocupação humanitária, sobretudo quanto aos civislxiv. Stweart M.Patrick critica o que considera o esforço do BRICS em diluir uma resolução da ONU, no qual é possível perceber, em primeiro plano na questão, a ação de China e Rússia, seguidas depois pelos demais, que teriam aberto “mão da responsabilidade”, de impor sançõeslxv. Bem mais favorável é a leitura de Niu, Para quem países de passado colonial são mais relutantes em aceitarque uma intervenção se sobreponha à noção de soberanialxvi. O que em parte ajudaria a explicar tanto a hesitação do grupo BRICS em votar pela intervenção militar no Conselho de Segurança da ONU quanto à proposição brasileira de segurança ao protegerlxvii. Para Niu, há um comportamento do grupo em favorecer que haja mudança na ordem internacional de forma pacífica e construtivalxviii. BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI Os BRICS em Revisão de Literatura 11 3.4 A Democratização da Governança global Pfeiffer considera que a crise de 2008 em diante permitiu a acentuação do poder relativo do grupo, mas que essa mudança ainda não se efetivou no plano político, até mesmo porque o BRICS carecem de denominadores mínimos comuns internos, as propostas de democratização se fragilizariam, pois os países do grupo não são, em conjunto, exemplos de democracias bem-acabadaslxix. Para Pfeiffer, mais do que pretender a reforma do atual modelo de governança global, interessaria ao grupo “constituir uma arquitetura própria, que... apesar e por causa da crise financeira, reflita o momento de maior crescimento continuado e de maior riqueza acumulada da história da humanidade.” Contudo, a falta de coesão interna desafia agendas mais ambiciosaslxx. Ouro-Preto considera que a defesa de uma “ordem global multipolar, equitativa, democrática” uma grupo, ainda que o conteúdo e proposta não tenham sido definidos com precisão; o que, na verdade talvez seja a própria intenção do grupo: “Em um mundo onde a distribuição de poder, em todos os sentidos, claramente parece sofrer pressões no sentido de fortes alterações, os BRICS constituem um conjunto que precisa ser examinado com redobrada atenção, ainda que não expresse uma aliança ou uma união estreita de Estados ou pretenda apresentar fórmulas precisas de reordenamento mundial.” lxxi De qualquer modo, a existência do BRICS demonstra a insatisfação com o ordenamento dos poderes no sistema internacional e a demanda por reformas. 4. A Democratização da Governança global Quanto à política internacional, há na internet duas instituições voltadas para o desenvolvimento de pesquisas sobre BRICS que produzem material, relatórios e reúnem informações sobre agrupamentolxxii. À exceção destes centros de pesquisas, pode-se considerar que haja muito mais pesquisadores do que instituições voltadas exclusivamente para compreender a dinâmica do grupo e sua inserção na política internacional. BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI Os BRICS em Revisão de Literatura 12 Dentre os artigos, impressos e disponíveis eletronicamente, sobre o BRICS em uma perspectiva que o toma por um grupamento político, são contabilizados 66 autores que abordaram o tema. Entre eles, predominam pesquisadores e professores universitários e diplomatas. Com a intenção de ser um primeiro mapeamento de onde se tem produzido um conhecimento sobre o caráter político do grupo BRICS e sua inserção no sistema internacional, em anexo encontram-se listadas as principais instituições a que se vinculam os pesquisadores, e sua localizaçãolxxiii. As mudanças que o BRICS representa têm sido acompanhadas por pesquisadores na Alemanha, Canadá, Bélgica, África do Sul, Índia, Brasil, entre outros países. Essa variedade é similar à gama de interpretações quanto ao grau de importância a atribuir ao conjunto de países e sua capacidade de coordenação e articulação nos fóruns multilaterais. Ainda que haja uma variedade de instituições aos quais se vinculam os pesquisadores, a ligação predominante é junto às universidadeslxxiv. 5. Conclusão O surgimento de uma nova ordem mundial necessariamente passa não só pelo peso econômico do grupo, mas também pelas demandas políticas que este ajuntamento propuser. Mais do que a capacidade de promover encontros que reajam a eventos circunstanciais o BRICS enfrentará, a médio prazo, o desafio de apresentar inovações, tal como a noção de “responsabilidade ao proteger”, que sejam capazes de traduzir seu esforço em assegurar a estabilidade e, ao mesmo tempo, transformar sua representação, e por extensão, a dos países do “sul global”lxxv , nas instituições internacionais atuais. Ainda que não seja possível apontar características futuras do BRICS, certamente as medidas de governança global nos próximos anos incluirão o grupolxxvi. BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI Os BRICS em Revisão de Literatura 13 Notas e Referências Bibliográficas i O´NEILL, Jim. Building Better Global Economic BRICs. Global Economics Paper, N.66, novembro de 2001. Goldman Sachs. Disponível em: <http://www2.goldmansachs.com/ourthinking/ brics/brics-reports- pdfs/buildbetter-brics.pdf>. Acesso em 10 de outubro de 2012. página 10. ii BRICSAM, além dos países do grupamento BRICS incluiria o México. iii NOLTE, Detlef. How to compare regional powers: analytical concepts and research topics. Review of International Studies (2010), 36, 881–901. iv “What this paper attempts to do is focus on the reconfiguration from a statecentric basis through a close look at the second of these triangular formulations: the emergence of new economies/powers. Along with others, we characterise these as the "BRICSAM" states including; Brazil, Russia, India and China as the core group (the BRICs), extending to South Africa, ASEAN-4 (Indonesia, Malaysia, Philippines, Thailand), Mexico, South Korea, and other non- emerging economies, especially a set of regional powers such as Egypt, Iran, Nigeria and Turkey.” COOPER, Andrew F.; ANTKIEWICZ, Agata; SHAW, Timothy. Economic Size Trumps All Else? Lessons from BRICSAM. Working Paper No.12, The Centre for International Governance Innovation (CIGI), Waterloo, Ontario, Canada. December 2006. v COOPER, Andrew F.; ANTKIEWICZ, Agata; SHAW, Timothy. Op. Cit. página 14. vi Idem. vii ARMIJO, Leslie Elliott. The BRICs countries (Brazil, Russia, India, and China) As analytical category: Mirage or insight? Asian Perspective, Vol. 31, No. 4, 2007, pp. 7-42. viii GRUNSTEIN, Judah. The BRIC Wall. Disponível em:< http://www.worldpoliticsreview.com/trend-lines/2072/the-bric-wall>. Acesso em 10 de outubro de 2012. ix WOLFE, Adam. The Building BRICs of a New International System?. Disponível em <http://www.worldpoliticsreview.com/articles/2157/the-building-brics-of- a-new-international-system>. Acesso em 10 de outubro de 2012. x NOLTE, Detlef. Op. Cit. xi ARMIJO, Leslie Elliott. Op.Cit. BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI Os BRICS em Revisão de Literatura 14 xii O primeiro encontro formal do BRIC se daria no ano seguinte, na mesma cidade. Ver: <http://archive.kremlin.ru/eng/articles/bric_1.shtml> Acesso em 13 de outubro de 2012, Cronologia dos encontros dos países BRICS disponível em: <http://www.itamaraty.gov.br/temas-mais-informacoes/saiba-mais- bric/eventos-bric-2006-a-2010/view> Acesso em 10 de outubro de 2012. xiii Para um painel completo ver: REIS, Maria Edileuza Fontenele. BRICS: surgimento e evolução. Mesa-redonda : o Brasil, os BRICS e a agenda Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, pp.31-47. xiv REIS, Maria Edileuza Fontenele. Op. Cit. xv FLEMMES, Daniel. O Brasil na iniciativa BRIC: soft balancing... xvi Idem. xvii Ainda que abordando o IBAS, o texto fornece um bom balanço das políticas nos fóruns multilateraisde Brasil, India e África do Sul. Ver: FLEMMES, Daniel. India-Brazil-South Africa in the New Global Order. International Studies, 46, 4 (2009): 401–421; e FLEMMES, Daniel. O Brasil na iniciativa BRIC: soft balancing numa ordem global em mudança? Revista Brasileira de Política Internacional. 53 (1): 141-156 [2010] xviii NIU, Haibin. BRICS in Global Governance. Nova York: Friederich Ebert Stiftung, 2012. xix LAYNE, Christopher. This Time It’s Real: The End of Unipolarity and the Pax Americana. International Studies Quarterly (2012) 56,página 211. xx EMERSON, Michael. Do the BRICS make a bloc? CEPS Commentary. Bruxelas: Centre for European Policy Studies, 2012. xxi THIEBAUT, Renata. International Security and global governance: Strengthening the role of BRICS to facilitate conflict management. Mundorama. Setembro de 2011. Disponível em: <http://mundorama.net/2011/09/14/international-security-and-global- governance-strengthening-the-role-of-brics-to-facilitate-conflict-management- by-renata-thiebaut/> Acesso em 10 de outubro de 2012. xxii SILVA, Carlos Eduardo Lins da. BRICS: De acrônimo esperto a fórum influente. Mesa-redonda : o Brasil, os BRICS e a agenda Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, pp.101-106. xxiii WOLFE, Adam. Op. Cit. BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI Os BRICS em Revisão de Literatura 15 xxiv PANT, Harsh V. BRICS Not Yet a Credible Political Bloc. World Politics Review, 26 Apr 2011. Disponível em: < http://www.worldpoliticsreview.com/articles/8638/brics-not-yet-a-credible- political-bloc> Acesso em 10 de outubro de 2012. xxv PATRICK, Stewart M. The BRICS India Summit: Beyond Bricolage? 28 de março, 2012 Disponível em: <http://blogs.cfr.org/patrick/2012/03/28/the- brics-india-summit-beyond-bricolage/> Acesso em 10 de outubro de 2012. xxvi SENNES, Ricardo. o engajamento internacional minimalista e seletivo dos BRICS. Mesa-redonda : o Brasil, os BRICS e a agenda Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, página 221. xxvii OURO-PRETO, Affonso Celso de. Mesa-redonda : o Brasil, os BRICS e a agenda Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, página 72. xxviii PATRICK, Stewart M. The BRICS India Summit: Beyond Bricolage? 28 de março, 2012 Disponível em: <http://blogs.cfr.org/patrick/2012/03/28/the- brics-india-summit-beyond-bricolage/> Acesso em 10 de outubro de 2012. xxix BAUMANN, Renato. Os BRICS E O G20 Financeiro. Mesa-redonda : o Brasil, os BRICS e a agenda Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, página 206. xxx BAUMANN, Renato. Op.Cit, página 209 xxxi GVOSDEV, Nikolas K. The Realist Prism: What the U.S. Can Learn From the BRICS. World Politics Review. Disponível em: <http://www.worldpoliticsreview.com/articles/12087/the-realist-prism-what- the-u-s-can-learn-from-the-brics> Acesso em 21 de setembro de 2012. xxxii Wade, Robert H. Emerging World Order? From Multipolarity to Multilateralism in the G20, the World Bank, and the IMF. Politics & Society 39(3), página 352. xxxiii FONSECA JR, Gelson. BRICS: notas e questões. Mesa-redonda : o Brasil, os BRICS e a agenda Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, página 16. xxxiv COZENDEY, Carlos Márcio. BRIC a BRICS em um mundo em transição. Mesa- redonda : o Brasil, os BRICS e a agenda Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, página 113. xxxv COSTA LIMA, Marcos. O Brasil, os BRICS e a agenda internacional. Mesa- redonda : o Brasil, os BRICS e a agenda Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, página 155. xxxvi Ver STUENKEL, Oliver. Brasil, BRICS e desafios globais. Mesa-redonda : o Brasil, os BRICS e a agenda Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, pp.259-263; BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI Os BRICS em Revisão de Literatura 16 NIU, Haibin. BRICS in Global Governance. Nova York: Friederich Ebert Stiftung, 2012. xxxvii AMARAL, Sérgio. O Brasil, os BRICS e a agenda internacional. Mesa-redonda : o Brasil, os BRICS e a agenda Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, página 295. xxxviii SENNES, Ricardo. Op.Cit. página 227. xxxix ELIZONDO, Gabriel. Como os BRICS podem mudar geopolítica do mundo [entrevista com Oliver Stuenkel] Disponível em: <http://www.outraspalavras.net/2012/03/31/por-que-os-brics-podem-mudar- a-geopolitica-do-mundo/> Acesso em 10 de outubro de 2012; POMMERANZ, Lenina. MESA -REDONDA O Brasil, os BRICS e a Agenda Internacional. Mesa- redonda : o Brasil, os BRICS e a agenda Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, página 122. xl POMERANZ, Lenina. Op. Cit.; COSTA LIMA, Marcos. Op. Cit. Página 155.RIOS, Sandra Polónia. O que há em comum na agenda econômica dos BRICS? Mesa- redonda : o Brasil, os BRICS e a agenda Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, página 239. xli CHELLANEY, Brahma. BRICS and the New Arab Revolutions. AlJazeera Cetre for Studies, 31 May 2011, CECIRE, Michael. BRICs Fall Flat on UNSC Libya Vote. World Politics Review. 28 Mar 2011. Disponível em: <http://www.worldpoliticsreview.com/articles/8319/brics-fall-flat-on-unsc- libya-vote> Acesso em 10 de outubro de 2012; PATRICK, Stewart M. No Profile in Courage: Syria, BRICS, and the UNSC. Disponível em: < http://globalpublicsquare.blogs.cnn.com/2011/10/06/no-profile-in-courage- syria-brics-and-the-u-n-security-council/> Acesso em 10 de novembro de 2012. xlii OURO-PRETO, Affonso Celso. Op. Cit. Página 72; PFEIFFER, Alberto. O Brasil, os BRICS e a agenda internacional. Mesa-redonda : o Brasil, os BRICS e a agenda Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, página 80. xliii REIS, Maria Edileuza Fontenele. Op. Cit. página 33. xliv POMERANZ, Lenina. Op. Cit.pp.120-123. xlv OURO-PRETO, Affonso Celso. Op. Cit página 70; RIOS, Sandra Polónia. O que há em comum na agenda econômica dos BRICS? Mesa-redonda : o Brasil, os BRICS e a agenda Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, pp.237-238. xlvi SENNES, Ricardo. Mesa-redonda : o Brasil, os BRICS e a agenda Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, página 232. BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI Os BRICS em Revisão de Literatura 17 xlvii CARNEIRO LEÃO, Valdemar. BRICS: identidade e agenda econômica. Mesa- redonda : o Brasil, os BRICS e a agenda Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, página 54. xlviii SENNES, Renato. Op. Cit 233. xlix “Russia and other multi-national BRICs - China and India have similar security problems: aggressive nationalism, xenophobia, separatism and political extremism, terrorism, corruption and narcotrafic… Notwithstanding the mentioned…from the point of view of the security, Brazil, a far-off country, is not of such importance for Russia as near-off China and India within the same BRICs paradigm”In: MARTYNOV, Boris F. “BRICs”: cooperation perspectives in the international security sphere. Disponível em:< http://www.ipea.gov.br/bric/textos/100409_BRICMartynov1.pdf> Acesso em 10 de novembro de 2012. l ELIZONDO, Gabriel. Como os BRICS podem mudar geopolítica do mundo [entrevista com Oliver Stuenkel] Disponível em: <http://www.outraspalavras.net/2012/03/31/por-que-os-brics-podem-mudar- a-geopolitica-do-mundo/> Acesso em 10 de outubro de 2012. li VISENTINI, Paulo Fagundes. A dimensão político-estratégica dos BRICS: entre a panaceia e o ceticismo. Mesa-redonda : o Brasil, osBRICS e a agenda Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, página 201. lii Idem. liii Ver NIU, Haibin. Op. Cit. página 03. liv FLEMMES, Daniel. O Brasil na iniciativa BRIC: soft balancing numa ordem global em mudança? Revista Brasileira de Política Internacional. 53 (1): página 145. lv DRESEN, F. Josesph. BRICS: Shaping the New Global Architecture. Disponível em <http://www.wilsoncenter.org/publication/brics-shaping-the-new-global- architecture> Acesso em 12 de setembro de 2012. lvi BARU, Sanjaya. Managing Geo-economic Shifts and Shocks., 28 de março de 2012. <http://www.iiss.org/whats-new/iiss-experts-commentary/managing- geo-economic-shifts-and-shocks/> Acesso em 12 de outubro de 2012; Pavgi, Kedar. BRICS Not Ready for Joint Development Bank. Disponível em: <http://www.worldpoliticsreview.com/articles/11825/brics-not-ready-for- joint-development-bank> Acesso em 10 de outubro de 2012. lvii FLEMMES, Daniel; COSTA, Alcides Costa Vaz. 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Cit. lxiii CHELLANEY, Brahma. BRICS and the New Arab Revolutions. AlJazeera Cetre for Studies, 31 May 2011 lxiv CECIRE, Michael. BRICs Fall Flat on UNSC Libya Vote. World Politics Review. 28 Mar 2011. Disponível em: <http://www.worldpoliticsreview.com/articles/8319/brics-fall-flat-on-unsc- libya-vote> Acesso em 10 de outubro de 2012. lxv PATRICK, Stewart M. No Profile in Courage: Syria, BRICS, and the UNSC. Disponível em: < http://globalpublicsquare.blogs.cnn.com/2011/10/06/no- profile-in-courage-syria-brics-and-the-u-n-security-council/> Acesso em 10 de novembro de 2012. lxvi NIU, Haibin. Op.Cit., página 03. lxvii Idem. lxviii Idem. lxix PFEIFFER, Alberto. Op. Cit. página 82 lxx Idem. lxxi OURO-PRETO, Afonso Celso. Op. Cit, página 73 lxxii BRICS Policy Center e o BRICS Information Centre, ligado à Universidade de Toronto. BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI Os BRICS em Revisão de Literatura 19 lxxiii Anexo. lxxiv Ver anexo. lxxv NOGUEIRA, João Pontes. Op. Cit. lxxvi STUENKEL, Oliver. Brasil, BRICS e desafios globais. Mesa-redonda : o Brasil, os BRICS e a agenda Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, pp.259-263, NOGUEIRA, João Pontes. Os BRICS e as mudanças na ordem Internacional. . Mesa- redonda : o Brasil, os BRICS e a agenda Internacional. Brasília : FUNAG, 2012, página 290. Anexo: Relação de Instituições África do Sul University of South Africa Alemanha GIGA German Institute of Global and Area Studies Universidade de Hamburgo Argentina Universidad Nacional del Litoral Universidade Torquato di Tella Bélgica Centre for European Policy Studies Egmont - Royal Institute for International Relations BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI Os BRICS em Revisão de Literatura 20 Brasil Capítulo Brasileiro do Conselho Empresarial da América Latina (CEAL) Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento (CINDES) Fundação Getúlio Vargas Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) Ministério das Relações Exteriores Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Universidade de Brasília Universidade de Fortaleza (UNIFOR) Universidade de São Paulo Universidade Federal da Grande Dourados Universidade Federal de Pernambuco Universidade Federal de Santa Maria Universidade Federal do Paraná Universidade Federal do Rio Grande do Sul Canadá The Center for International Governance Innovation University of Waterloo York University Canadá China Shanghai Institutes for International Studies (SIIS) Estados Unidos Brazil Institute (the Woodrow Wilson International Center) Council Foreign Relations New York University Portland State University Power and Interest News Report BRICS POLICY CENTER – CÚPULA DE NOVA DÉLI Os BRICS em Revisão de Literatura 21 Índia Indian Council for Research on International Economic Relations in New Delhi Inglaterra King’s College de Londres London School of Economics Rússia Russian Academy of Sciences Trinidad e Tobago West Indies University Trinidad e Tobago
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