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Biomecânica e cinesiologia

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Joana Paula Portela 
Stela Lopes Soares 
Sheila Moreira Alves 
Viviany Caetano Freire Aguiar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIOMECÂNICA-CINESIOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1ª Edição/2017 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
 
Palavra das professoras autoras 
Sobre as autoras 
Ambientação a disciplina 
Trocando ideias com os autores 
Problematizando 
 
UNIDADE I: CONCEITOS SOBRE A BIOMECÂNICA 
Aspectos históricos sobre a disciplina 
Acontecimentos internacionais importantes da Biomecânica moderna 
Acontecimentos nacionais importantes da Biomecânica moderna 
Conceituando a Biomecânica 
 
UNIDADE II: BIOMECÂNICA: FORMAS DE MOVIMENTO 
Tipos de movimentos na Biomecânica 
Formas de análise de movimento 
Cinemetria 
Dinamometria 
Eletromiografia 
Antropometria 
 
UNIDADE III: MOVIMENTO E FORÇAS INFLUENTES 
Forças atuantes no movimento humano 
As Leis de Newton 
 
UNIDADE IV: INTRODUÇÃO À CINESIOLOGIA 
Histórico da Cinesiologia 
Estudo da Cinesiologia 
Orientação do corpo humano 
Centro de Gravidade 
Linha de Gravidade 
Planos de Orientação do corpo 
Eixos de movimentos do corpo 
Movimentos Fundamentais 
 
UNIDADE V: COLUNA VERTEBRAL 
Introdução 
Componentes Ósseos 
Vértebras Cervicais 
Vértebras Torácicas 
Vértebras Lombares 
 
UNIDADE VI: MEMBROS SUPERIORES 
Introdução 
Componentes Ósseos 
Componentes Articulares 
Movimentos e Músculos 
 
UNIDADE VII: MEMBROS INFERIORES 
Introdução 
Componentes Ósseos 
Componentes Articulares 
Movimentos e Músculos 
 
 
Explicando melhor com a pesquisa 
Leitura Obrigatória 
Saiba mais 
Pesquisando com a internet 
Vendo com os olhos de ver 
Revisando 
Autoavaliação 
Bibliografia 
Bibliografia web 
Vídeos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Palavra das professoras autoras 
 
Caros estudantes, bem-vindos! 
 
 
A disciplina de Biomecânica-Cinesiologia espera oferecer uma visão 
geral sobre os movimentos humanos, a partir do olhar sobre o corpo humano. 
Compreenderemos que a biomecânica e cinesiologia se entrelaçam para a 
análise do movimento humano. E que na Educação Física tem um olhar 
especial nas ações musculares sobre o aspecto anatômico funcional. 
Os conteúdos aqui abordados foram sistematizados de modo a poder 
processualmente, agregar saberes sobre as possibilidades do movimento 
humano, otimização desse movimento, para chegar a um aperfeiçoamento 
técnico e necessário para uma harmonia motora. 
Além disso, a disciplina se propõe a auxiliá-los na busca mais aprofundada 
sobre o assunto, através da indicação da leitura dos livros, artigos e vídeos 
sugeridos no decorrer do estudo do material. 
 
 
 
Bons estudos! 
 
 
 
Sobre as autoras 
 
 
Joana Paula Portela, especialista em Bioquímica pelo Centro Universitário - 
UNINTA. Possui graduação em Educação Física pela Universidade Estadual 
Vale do Acaraú - UVA (2008). Técnica em anatomia e necropsia da UFC 
Sobral- CE. Atualmente é professora de Anatomia do curso de medicina das 
Faculdades INTA. Tem experiência na área de Educação Física, com ênfase 
em Anatomia, Bioquímica e Cinesiologia. 
 
 
Sheila Moreira Alves, mestre em Ciências da Saúde pela Universidade 
Federal do Ceará (UFC), graduada em Educação Física (Licenciatura) pela 
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). Professora Tutora do Laboratório 
de Estudos e Práxis em Educação Física (LEPEF) da UVA, locada no Núcleo 
de Estudos em Atividade Física e Saúde. 
 
Stela Lopes Soares é Mestranda em Ensino na Saúde pela Universidade 
Estadual do Ceará – UECE. Especialista em Fisiologia do Exercício e 
Biomecânica do Movimento e Gerontologia pelo UNINTA - Centro Universitário 
INTA. Docência no Ensino da Saúde pela Universidade Federal do Rio Grande 
do Sul - UFRGS e ainda em Saúde da Família pela Universidade Estadual Vale 
do Acaraú - UVA. Graduada emEducação Física pela UVA e em Fisioterapia 
pelo UNINTA. 
 
Viviany Caetano Freire Aguiar é Pós-graduanda em Saúde Pública e Saúde 
da Família pelo UNINTA - Centro Universitário UNINTA. Graduada em 
Educação Física pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), participou 
como monitora do Programa de Educação pelo Trabalho (PET-Saúde) durante 
dois anos. 
 
 
 
Ambientação a disciplina 
 
Há muito se estudam os movimentos corporais humanos entendendo 
sua complexidade, beleza e plasticidade, desde os filósofos gregos aos 
cientistas modernos em uma busca por compreender seu funcionamento e 
aperfeiçoar sua dinâmica, a fim de obter uma condição ótima para sua 
execução. 
 
Dentre as temáticas que envolvem a Biomecânica, os estudos estão 
direcionados à física (mecânica) e à biologia (anatomia e fisiologia), que 
associadas à cinesiologia (estudo do movimento humano e as estruturas 
anatômicas que o realizam). 
É importantíssimo conhecer o corpo anatomicamente e os grupos 
musculares, os ossos e articulações que compõem cada membro da estrutura 
física, pois o conteúdo trata de movimentos que são possíveis por conta dessas 
estruturas. 
No decorrer dos estudos, aprenderemos também identificar cada plano, 
espaço onde será executado o movimento e seus respectivos eixos, lembrando 
que o movimento gira em torno de um eixo, além da análise de movimentos 
fundamentais do corpo humano. 
 
 
 
Bons Estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trocando ideias com os autores 
 
Sugerimos a leitura da obra: Biomecânica no esporte: 
performancedo desempenho e prevenção de lesão. 
Este livro aborda os problemas gerais da Biomecânica dos 
movimentos atléticos, e trata de um assunto pertinente a 
todas as locomoções cíclicas, descrevendo os seguintes 
esportes: corrida, ciclismo, natação, esqui de fundo e 
patinação. O texto explica os princípios básicos do 
lançamento e os aspectos aerodinâmicos do voo de 
projéteis. 
 
 
 
VLADIMIR M. Biomecânica no esporte: performance do desempenho e 
prevenção de lesão. Grupo Gen-Guanabara Koogan, 2000. 
 
Sugerimos que leia a obra Cinesiologia e Anatomia 
Aplicada, onde o autor faz uma abordagem de 
introdução aos estudos da cinesiologia, a biomecânica 
do movimento humano. O livro apresenta conceitos 
fundamentais e interações dabiologiacoma mecânica do 
movimento humano, dando ênfase à síntese do material 
sobre biomecânica e as considerações neuromotoras 
para esclarecer modelos biomecânicos simples de 
sistemas musculoesqueléticos. Estas considerações são 
como um trampolim para a busca do estudante por uma 
compreensão mais aprofundada e explicada sobre o 
assunto. 
RASCH, PHILIP I. Cinesiologia e anatomia aplicada. 7. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 1991. 
 
 
 
 
Propomos também a leitura da obra Bases 
Neuromecânicas da Cinesiologia do autor Roger M. 
Enoka, excelente para estudantes das áreas de 
ciências biológicas e de saúde. A obra integra 
biomecânica e neurofisiologia para apresentar uma 
metodologia teórica e única para o estudo do 
movimento humano. Nesta edição a pesquisa foi 
atualizada e os tópicos foram mais expandidos para 
facilitar o entendimento das pessoas em particular as 
que se interessam em biomecânica e daqueles que 
estudam os efeitos de treinamentos sobre o sistema 
neuromuscular. 
 
 
ENOKA, ROGER M. Bases neuromecânicas da cinesiologia. 2. ed. Barueri: 
Manole, 2000. 
 
 
 
 
 
GUIA DE ESTUDO 
A partir das obras indicadas elabore um resumo comparativo entre o 
pensamento dos autores. Em seguidacomente seu texto no fórum para 
compartilhar com seus colegas na sala virtual. 
Cinesiologia 9 
 
Problematizando 
 
Lesões dos músculos isquiotibiais, o músculo da “fisgada”, ocorrem com 
frequência em atletas que participam de esportes como: corrida, futebol e 
basquete. A principal causa é a sobrecarga muscular. Durante o chute a uma 
bola ou sprint, o grupo muscular anterior da coxa, chamado de quadríceps, se 
contrai vigorosamente, esticando o joelho e o grupo posterior da coxa. Os 
isquiotibiais se esticam contra a resistência, objetivando modular o movimento. 
Neste momento, por não resistir à força do quadríceps (agonistas), os isquiotibiais 
(antagonistas) se rompem. 
Uma boa nutrição e hidratação são muito importantes. Mas, o profissional de 
educação física, com os conhecimentos da biomecânica-cinésiologia, deve proceder 
no momento da lesão de seu atleta? Quais os músculos que compõem os isquio- 
tibiais e o quadríceps da coxa? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GUIA DE ESTUDO 
 
 
Após a reflexão dos questionamentos sugeridos, produza um texto abordando 
os benefícios da aplicação da Biomecânica-Cinesiologia no exercício físico. 
Em seguida poste no ambiente virtual. 
 
 
 
 
CONCEITOS SOBRE A 
BIOMECÂNICA 
1 
CONHECIMENTOS 
 
Conhecer sobre os Fundamentos da Biomecânica. 
 
 
 
HABILIDADES 
 
Identificar fundamentos básicos sobre a Biomecânica. 
 
 
 
ATITUDES 
 
Desenvolver uma postura ética em sua prática profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Aspectos Históricos sobre a disciplina 
 
 
Galeno, Aristóteles, Leonardo da Vinci, Galileu Galilei, dentre outros 
desenvolveram pesquisas sobre a Biomecânica, e a tinham como seu principal 
objeto de estudo científico, nos quais alguns com opiniões divergentes, outros 
complementares. Entretanto, é interessante que saibamos um pouco mais 
sobre ela, para facilitar seu entendimento e aplicabilidade. Assim, a seguir, 
apresentaremos alguns destes autores e suas ideias: 
 
Galeno: Foi o primeiro médico que abordou o esporte, realizou quatro 
anos de práticas médicas e nutricionais aos gladiadores (lutadores do Império 
Romano), produziu 500 tratados médicos sobre o corpo humano e seu 
movimento. 
 
Aristóteles: Este pensador utilizou-se da matemática como instrumento. 
Difundiu alguns conceitos, tais como: todo movimento depende da ação de um 
agente motor (entendendo que o movimento muscular é o resultado da ação 
das atividades neurais que são transmitidas). 
 
Leonardo da Vinci: A maior contribuição que este pensador trouxe para 
a Biomecânica se deu a partir da apresentação dos fundamentos de ação e 
reação, ainda realizou estudos anatômicos: arte e ciência: descrevendo a 
origem, inserção e posição de alguns músculos e por fim, elaborou alguns 
conceitos como: “força espiritual: energia que movimenta músculos e nervos 
que torna possível os movimentos”. 
 
Galileu Galilei: Apresentou a Biomecânica do salto humano, a análise 
da marcha de cavalos e até de animais (insetos). Trouxe ainda os 
Fundamentos da mecânica a partir da formulação das leis de Newton. 
 
Etienne Jules Marey: Dentro da Biomecânica, foi o grande responsável 
pela quantificação de parâmetros relacionados à locomoção, sendo 
considerado o pioneiro da cinematografia e ainda pelo desenvolvimento de 
instrumentos para análise do movimento. 
 
 
 
 
 
 
 
Braune e Fischer: Foram os pesquisadores americanos responsáveis 
pela criação da análise matemática em 3D da marcha: centro de gravidade e 
movimento dos segmentos do corpo, objeto de estudo da Biomecânica. 
 
Portanto, a partir da leitura acima, entender as diferentes contribuições 
da Biomecânica, por meio da apresentação dos seus precursores. Assim, após 
essa visão inicial dos autores supracitados, abordaremos sobre como se 
desenvolveu a Biomecânica como ciência no decorrer dos anos, a partir de 
seus grandes acontecimentos. 
 
Acontecimentos internacionais importantes da 
Biomecânica moderna 
 
Como toda ciência, a partir de pesquisas realizadas na área, a 
Biomecânica teve uma evolução exponencial no decorrer dos anos, tanto no 
mundo como no Brasil, para este entendimento, apresentamos a vocês, como 
isso ocorreu: 
 
Foi em 1960, a primeira vez que foi possível dialogar sobre “O papel da 
Biomecânica na análise dos movimentos esportivos”, este encontro aconteceu 
em Leipzig, na Alemanha. 
 
Para dá continuidade a discussão inicial citada, no ano de 1970, 
aconteceu 1° seminário internacional de Biomecânica, com a temática: 
“Métodos de investigação, análise de movimentos laborais, esportivos e 
reabilitação”, tendo 200 participantes envolvidos. 
 
Para fomentar a prática de Biomecânica em diversos lugares, em 1968 
foi lançado nos Estados Unidos o Journal of Biomechanics. (Jornal de 
Biomecânica). 
 
Então, destaca-se que no decorrer dos anos foram acontecendo vários 
seminários de discussões sobre a Biomecânica, na tentativa de dialogar e 
construir novos saberes sobre ela, entretanto, foi apenas em 1983 que foi 
fundada a International Society of Biomechanics in Sports (Sociedade 
Internacional de Biomecânica do Esporte). 
 
 
 
Acontecimentos nacionais importantes da Biomecânica 
Moderna 
Compreendendo um pouco do que aconteceu da Biomecânica desde o 
seu surgimento mundial, até os dias de hoje. Após a apresentação dos 
aspectos históricos da Biomecânica no mundo, a seguir, apresentaremos como 
se deu essa difusão no nosso país: 
 
Com a tentativa de aprofundar a temática Biomecânica no Brasil, em 
1989, aconteceu o 1° encontro de professores de Biomecânica com a temática: 
“A Biomecânica no ensino e pesquisa, que aconteceu na Universidade Federal 
do Rio Grande do Sul – UFRGS, tendo a participação de 100 professores”. 
 
Tentando trazer as discussões sobre a Biomecânica para o nosso país, 
em 1992 ocorreu o IV Congresso Nacional de Biomecânica, organizado pela 
Sociedade Brasileira de Biomecânica. Tendo a culminância de anais com 332 
páginas, da Universidade de São Paulo. 
 
Estes fatos abordados no Brasil e no mundo, foram um convite inicial 
para entender o processo de desenvolvimento da Biomecânica no decorrer dos 
anos. Após esta leitura inicial, convidamos vocês para conhecer os conceitos 
fundamentais para o desenvolvimento dessa disciplina, a qual é fundamental 
para a profissão do Professor de Educação Física, dentro e fora do espaço 
escolar. 
 
Conceituando a Biomecânica 
 
A Biomecânica é uma ciência que estuda o movimento, em busca da 
eficiência do movimento, na perspectiva correta de modo a evitar desgasto 
metabólico e mecânico. Para que se obtenha o uso adequado do movimento. 
Assim, compreender e executar a sequência exata do movimento por meio dos 
variados segmentos corpóreo com uma postura adequada e eficaz, que é o 
foco principal da Biomecânica do Movimento. 
 
Como uma ciência interdisciplinar, compreende que sua constituição, 
está interligada as ciências naturais, ocupando-se de análises físicas de
 
 
 
sistemas biológicos e físicos do organismo. Os movimentos nela contidos são 
estudados por intermédio de leis e padrões mecânicos, em função das 
características do sistema biológico humano, sendo base para estes 
conhecimentos, o entendimento de anatomia, fisiologia e um pouco de 
mecânica. 
 
Na área da Educação Física, a Biomecânica enquanto uma ciência tem o 
objeto de estudar o movimento(cinemática) e o que gera (força cinética) a 
partir dos parâmetros da mecânica. 
 
A Biomecânica estuda a mecânica na vida, isso se deu por conta da 
inserção desta disciplina nos cursos de graduação nos Estados Unidos, onde 
se estudava desde o início, a cinesiologia (HAMILL; KNUTZEN, 1999). 
 
Importante! Vejam as ciências no gráfico e o modo como se entrelaçam 
(Biomecânica x cinesiologia), para análise do movimento: 
 
 
 
 
 
 
A Cinesiologia é uma ciência que tem como objetivo compreender os 
fundamentos do movimento humano a partir de diversas áreas, dentre elas a 
Biomecânica, a ciência que estuda os sistemas biológicos a propósito da 
mecânica. Considerando os conceitos da Física, aferindo as ações das forças 
que agem neste sistema e o efeito produzido nestas forças. 
 
BIOMECÂNICA CINESIOLOGIA 
 
 
Forças que agem no 
corpo 
 
Deslocamento do 
corpo no espaço e 
sua relação com o 
tempo 
Movimentos 
produzidos pelos 
músculos e demais 
estruturas. 
(abordagem) 
 
 
 
A Biomecânica e a Cinesiologia interacionam-se, pois a primeira ciência 
é a base do conhecimento, já a segunda é aplicação de maneira prática, para 
otimizar o entendimento do movimento humano na melhoria do desempenho, 
da técnica desportiva, do equipamento, na educação, e até mesmo na 
prevenção de lesões e na reabilitação. 
 
 
 
A Biomecânica é relevante para a Educação Física, já que esta tem 
como objetivo a Educação por meio da cultura corporal de movimento, a qual 
precisa ser realizada com eficiência e segurança. 
 
Compreende-se que a Biomecânica, possui diferentes campos de 
aplicação e objetos de estudo, para essa compreensão que estamos falando, a 
seguir, trazemos um quadro explicativo falando sobre: 
 
 
Campo Aplicação Objeto de estudo 
 
 
Biomecânica do Desenvolvimento 
Estudos dos padrões de movimento e 
as suas alterações devido à interação 
do sujeito com o meio envolvente ao 
longo do desenvolvimento 
ontogenético. 
 
 
Biomecânica Ocupacional 
Estudo da interação do trabalhador 
com seu meio de trabalho, no domínio 
antropométrico, mecânico e, aspectos 
do envolvimento. 
 
Biomecânica da Reabilitação 
Estudo dos padrões de movimento. 
em sujeitos lesionados ou portadores 
de deficiências. 
Biomecânica do Desporto Estudo das técnicas desportivas 
Para saber mais: Para ampliar seus conhecimentos sobre Cinesiologia, leia o 
livro Fundamentos de Cinesiologia. Disponível no site: 
https://bb.cruzeirodosulvirtual.com.br/bbcswebdav/courses/2007_12_80_BACK 
UP/Material/un_II/teorico.pdf 
 
 
 
 procurando a maximização da sua 
eficiência e, redução dos riscos de 
lesão. 
 
Biomecânica nas Artes 
Estudo da eficiência das técnicas 
artísticas (dança música, teatro, etc.). 
 
 
 
Após a leitura do campo de atuação da Biomecânica, assim como seu 
campo de estudo, entende-se que os objetivos da Biomecânica é reduzir a 
sobrecarga, aprimorar o rendimento, prevenir lesões e analisar a técnica do 
movimento. Relaciona-se ainda ao desenvolvimento de novos equipamentos e 
de novas sequências pedagógicas, as quais são baseadas não apenas no 
conceito do movimento realizado (do mais fácil para o mais complexo), mas 
também na sua aplicação dos conceitos mecânicos envolvidos na sua 
execução. 
 
Assim, a Biomecânica está envolvida, por exemplo, nas propostas de 
modificações direcionadas para os blocos de saída da natação e do atletismo, 
assim como na determinação de novos modelos de tênis que contribuam na 
melhoria da performance, na elaboração de varas mais leves e com mais 
elasticidades para o salto com vara, e assim por diante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIOMECÂNICA: FORMAS 
DE MOVIMENTO 
2 
CONHECIMENTOS 
 
 
Compreender o movimento humano e entender as formas de análise do 
movimento e sua importância na práxis profissional. 
 
 
HABILIDADES 
 
 
Identificar o movimento do corpo, diante do exercício físico. 
 
 
 
ATITUDES 
Desenvolver uma postura ética, em sua prática profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tipos de movimentos na Biomecânica 
 
A chamada posição anatômica é uma referência empregada no mundo 
todo. Esta posição indica um corpo ereto na vertical, em que os membros 
superiores fiquem ao lado do tronco e as mãos espalmadas para frente, 
membros inferiores ligeiramente afastados, com os pés apontando para frente. 
Sendo a posição de referência ou ponto de partida quando são determinados 
os termos apontados ao movimento corpóreo (HAMILL e KNUTZEN, 1999; 
HALL, 2013). 
 
Pode-se dizer então que, seja qual for o arranjo de movimento escolhido, 
todas as descrições de movimento do corpo, devem ser feitas com relação a 
essa posição inicial. 
 
Pensando nisso, classificamos movimentos realizados, em: lineares 
(translação), angulares (rotação), e gerais (mistos). 
 
O movimento linear ou de translação irá ocorrer quando os pontos do 
corpo se movimentam na mesma direção, ao mesmo tempo. Veja a figura a 
seguir mostrando como ocorre este movimento. 
 
O movimento linear ou de translação, o aproveitamento de uma força no 
centro de massa de um corpo de qualquer dimensão, faz todos os pontos 
desse objeto se deslocarem na mesma direção e magnitude. Podendo ainda se 
subdividir em linear retilíneo (quando a direção não é modificada). 
 
Figura 1: Movimento Retilíneo 
 
 
 
 
 
Ou ainda, curvilíneo (quando a direção muda constantemente), como é 
possível observar na ilustração abaixo: 
 
Figura 2: movimento Curvilíneo 
 
 
Já os movimentos angulares, que podem ser chamados também de 
movimentos de rotação, pois são aqueles os quais os pontos se movem em 
linhas circulares ao redor de um eixo, (eixo de rotação), conforme o exemplo no 
site a seguir: https://www.shutterstock.com/pt/search/similar/549723892. 
 
A maioria dos movimentos humanos é angular, muito embora os 
movimentos realizados externos a superfície corporal têm tendência a serem 
lineares. Apesar de muitos movimentos ocorrerem da forma dita acima, 
exceções podem ser encontradas, como é caso do movimento (da escápula) 
em elevação e depressão; pronação e retração são essencialmente lineares. 
Contudo, o movimento da clavícula, que é fixada à escápula, é angular e 
realizado através da articulação extraclavicular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por último, apresentamos os movimentos gerais, também chamados de 
mistos, nestes, são executados como o próprio nome diz, diferentes tipos de 
movimentos juntos. Daremos como exemplo a figura abaixo, nas 
paraolímpicas, na utilização de provas adaptadas observou-se o plano sagital, 
em que o atleta deslocando todas as articulações de seus membros superiores, 
assim como as rodas da sua cadeira, realiza movimentos rotacionais, 
entretanto, a cadeira dele se desloca de forma linear: 
 
Figura 3: 
 
 
 
 
 
Do mesmo modo que acontece nos movimentos acima, nos esportes, 
tomando por base o lançamento do Martelo, a técnica exige do atleta o uso dos 
diferentes movimentos humanos (gerais ou mistos). 
 
Pronação: É um movimento de rotação por certos ossos do corpo humano. 
Retração: Que tende a voltar para uma condição anterior; recuo: retração de 
influência. 
 
 
 
Figura 4: 
 
 
 
É importante lembrar, que os movimentos do nosso corpo são realizados 
pelas articulações, isto é,a flexão ou extensão sendo realizadas pelo cotovelo, 
assim como pelo joelho. Desta forma, muitas articulações são possíveis 
movimentos diferenciados. Algumas permitem apenas flexão e extensão, 
outras permitem uma variedade de movimentos, dependendo de sua estrutura. 
 
É importante dizer que músculos e a gravidade, são os principais 
produtores do movimento humano. A gravidade pode ser definida como a força 
que puxa para baixo todo ponto de massa do corpo. Os músculos são 
fundamentais para a manutenção de um estado, para desacelerar um 
movimento ou para desempenhar qualquer ação no corpo humano. 
 
Para a estática, a tensão dos músculos contribui aplicando compressão 
nas articulações e aumentando a estabilidade. Em algumas articulações, essa 
tensão pode agir tracionando os segmentos de forma a separá-los e o efeito é 
contrário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estática é o capítulo da Mecânica que estuda corpos que não se movem. 
 
 
 
Formas de análise de movimento 
 
 
Os métodos utilizados pela Biomecânica para abordar as diversas 
formas de movimentos que existem, tais como: cinemetria, dinamometria, 
antropometria e eletromiografia (AMADIO, 2004). 
 
Cinemetria: 
 
 
A forma mais elementar de análise do movimento é a cinemetria ou uso 
da filmagem. É ela que atualmente, por meio do acesso a uma câmera de 
filmagem, que emite os dados quantitativos, fornecendo o valor através desse 
aparelho, como feedback para os estudantes ou atletas. Para análise na 
cinemetria, pode-se utilizar desde a câmera de um celular até diversas 
câmeras posicionadas de modo a permitir observar todos os ângulos do 
movimento. Explicando um pouco sobre a análise da cinemetria, quando se faz 
a análise de algum segmento corporal e das articulações, usa-se algumas 
marcações em pontos anatômicos específicos do indivíduo de acordo com a 
necessidade do avaliador. 
 
Após a digitalização das coordenadas dos pontos de cada imagem do 
movimento, os dados são armazenados. Nesse momento da análise, o 
indivíduo passa a ser considerado “um boneco de linhas” e são feitos cálculos 
de ângulos articulares, deslocamentos das marcas, velocidades lineares e 
angulares, isto é, de qualquer variável cinemática. 
 
Os procedimentos que foram mencionados acima são considerados 
procedimentos óticos, em que as avaliações são realizadas por intermédio de 
indicadores indiretos, obtidos por imagens, que se dá pela determinação de 
como o movimento foi realizado, através de: deslocamento, velocidade e 
aceleração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dinamometria: 
 
 
A Dinamometria obtém-se o valor da externa de contato. A maneira mais 
tradicional para verificar esse tipo de força é a plataforma de força, a qual 
fornece um sinal elétrico proporcional à força aplicada. Uma das mais comuns 
é a plataforma de (AMTI), capaz de aferir as forças, os movimentos e o 
deslocamento do centro de pressão em torno dos eixos x, y e z. 
 
É um método de medição em Biomecânica do movimento humano. 
Resulta na força de reação do solo, pressão e forças internas. 
 
 
Eletromiografia: 
 
 
Figura 5: Eletromiógrafo. 
 
 
 
 
A eletromiografia (EMG) é o estudo da função muscular por meio do 
registro do sinal elétrico do músculo. Esse registro é obtido pelo uso de 
eletrodos de superfície ou de agulha, conforme a necessidade do caso. Para 
movimentos do esporte em geral, a (EMG) de superfície possibilita que o 
indivíduo seja avaliado de forma indolor e não invasiva e, por isso, é um dos 
métodos mais utilizados. 
 
 
 
 
Esta técnica utiliza eletrodos de superfície para avaliar a capacidade das 
células nervosas emitirem descargas elétricas. Sendo um método de 
diagnóstico que avalia problemas nervosos ou musculares. Dentro do exame é 
possível avaliar, elementos tais como: Músculos ativos, Intensidade e duração 
da ação muscular e Coordenação muscular. 
 
 
Antropometria: 
 
 
Através de modelos antropométricos, faz-se possível por meios de 
medidas como peso e altura do indivíduo, verificar o comprimento, a massa, o 
centro de gravidade dos segmentos e o centro de gravidade do corpo 
completo. 
 
É parte fundamental da Biomecânica, sendo uma ciência que estuda: 
massa, tamanho, forma e as propriedades de letargia do corpo humano ao 
longo de seu desenvolvimento, oferecendo vários parâmetros essenciais para a 
determinação quantitativa de variáveis importantes na análise da performance 
de atividades físicas, desempenhadas em contextos laborais e esportivos. 
Exemplo de elementos avaliados pela Antropometria: peso, centro de massa, 
volume e gravidade, propriedades inerciais. 
 
Para utilização dos recursos da Biomecânica é fundamental que seja 
elaborada uma estrutura específica para mensuração das variáveis analisadas, 
cada variável analisada dependerá de instrumentação específica para tal 
evento; há a necessidade de softwares aplicados à rotina de linguagem de 
cada programa de análise e coleta de dados, sendo obtidos por versão free ou 
através de licença paga. Percebe-se que o investimento nesta área é alto, mas 
para um projeto inicial de uma sala ou laboratório deve-se adquirir o básico, 
tendo plataforma de força e de equilíbrio, cadeira isocinética, eletromiógrafo, 
conjunto de câmeras ou filmadoras high speed e o espaço adequado pode-se 
obter resultados de trabalho excelentes. Atualmente quem trabalha com esta 
área, contam com fabricantes nacionais e internacionais, mas o que deve ser 
observado ao comprarem estes equipamentos é a validação dos mesmos, 
manutenção, mão-de-obra especializada e treinamento de funcionários 
 
 
 
 
capacitados. Abaixo, apresentamos a figura 6, que mostra o laboratório de 
Biomecânica R9 do Sport Club Corinthians Paulista, em que são utilizadas 
plataformas de força, disparador vertical de bola, eletromiógrafo, câmeras, 
computadores com utilização de softwares específicos para coleta e análise de 
dados. 
 
Figura 6: Laboratório com plataformas que verificam a força. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MOVIMENTO E FORÇAS 
INFLUENTES 
3 
CONHECIMENTOS 
 
 
Compreender as forças que atuam na realização dos movimentos corporais. 
 
 
 
HABILIDADES 
 
 
Identificar características sobre as forças do corpo durante o exercício. 
 
 
 
ATITUDES 
 
 
Exercer continuamente dentro do âmbito escolar, como um agente 
responsável por promover saúde, por meio da aplicação dos conhecimentos 
sobre as forças atuantes no corpo, durante a realização do exercício. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Forças atuantes no movimento humano 
 
O corpo humano é compreendido de modo geral como um sistema 
composto por elos rígidos (ossos) conectados uns aos outros (articulações), 
que agregam músculos capazes de gerar força. Essa força (força de tração ou 
compressão ou torção) exercida gera um estresse entre ossos, articulações, 
ligamentos e tendões, denominados como forças internas. Por outro lado, as 
forças exercidas sobre o corpo, porém advindas a partir do exterior pelo contato 
com outro corpo (forças de contato) ou não contato são denominadas de 
forças externas. Pode-se citar como exemplo um atleta de basquete 
executando um arremesso livre, visto que a força muscular e ligamentar 
empregada são exemplos de forças internas. 
 
A seguir, apresentaremos informaçõesimportantes sobre essas forças 
que atuam para que os movimentos humanos possam acontecer: 
 
Torque 
 
É o resultado do peso da bola de basquete para realização do 
arremesso e desenvolvimento muscular na mão do atleta, tem-se como 
exemplo de força externa. 
 
Atrito 
 
Sendo considerada a força que atua sobre a área de contato entre duas 
superfícies, na direção oposta ao movimento ou tendência ao movimento. Além 
disso, como exemplo de força externa de não contato, pode-se citar: 
 
Força da gravidade 
 
Considerada a ação que empurra um objeto para baixo, sendo definida 
como o peso (massa) do próprio objeto se a resistência do ar for ignorada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nas forças externas, os contatos podem ser fluidos ou sólidos, a 
resistência do ar e da água são exemplos de força de contatos fluidos, no 
entanto, no esporte as forças de contato mais importantes são entre objetos 
sólidos, tais como a gravidade, a força de reação de solo e o atrito. 
A força de reação (que é perpendicular) ao solo durante um salto, 
quando o saltador em contato com o chão o empurra para baixo, a força de 
reação de solo o empurra para cima contemplando a terceira Lei de Newton- 
ação e reação. O segundo componente da força de contato é o atrito seco, que 
pode ser estático quando atua em duas superfícies que não apresentam 
movimento relativo, ou dinâmico. Quando as duas superfícies apresentam 
movimento relativo, assim, ambos os atritos também chamados de atrito de 
Coulomb são responsáveis pelas mudanças no movimento horizontal do 
corredor. 
 
As forças mais comuns envolvidas com a Biomecânica são: a força 
muscular, gravitacional, inércia, de flutuação e força de contato. A força 
produzida por músculos depende de vários fatores. Dois desses fatores 
incluem velocidade de contração do músculo e comprimento do músculo. O 
peso de um objeto é resultado da força gravitacional. 
 
Como veremos nas leis de Newton, o conceito de inércia afirma que um 
corpo permanece em repouso ou em movimento uniforme até receber a ação 
de uma força externa. A força de flutuação tende a resistir à força da gravidade. 
Na água a magnitude dessa força equivale ao peso de água que o objeto 
desloca. A força de contato existe toda vez que dois objetos se acharem em 
contato um com o outro. Esse tipo de força pode ser uma força de reação ou 
uma força de impacto. A força pode ser ainda subdividida em uma força normal 
perpendicular às superfícies de contato e uma força de fricção ou atrito que é 
paralela à superfície de contato. 
 
Neste sentido, quando a força de um objeto está relacionada com a 
localização do objeto, os princípios de trabalho e energia se tornam 
importantes. Em mecânica, o trabalho refere-se ao produto de forças exercidas 
sobre um objeto e o deslocamento do objeto paralelo ao componente de força 
de resistência do objeto. 
 
. 
 
 
 
Trabalho (W) = Força (F) x Distância (d) 
 
O trabalho é realizado na medida em que a força vence uma resistência 
e move o objeto em uma direção paralela ao componente de força de 
resistência. 
 
Já a Energia é definida como sendo a capacidade de realizar trabalho. 
Existem muitas formas de energia, dentre elas a energia mecânica e o calor. O 
calor é geralmente considerado subproduto de outras formas de energia ou 
resultante da energia que se transforma em outra. 
 
De uma forma geral, a força motora que é classificada como dinâmica ou 
estática, é a capacidade do sistema neuromuscular de vencer (ou tentar 
vencer) resistências por meio de uma ação muscular (BARABANTI, 1999). 
Sendo conceituada por quatro elementos básicos: direção, magnitude de força, 
sentido e quantidade de tração. 
 
Existindo para isso, as manifestações de diferentes forças. Suas formas 
de manifestação, a força muscular poderá assumir três demonstrações 
diferentes: potência, explosiva e resistência. 
 
A força máxima caracteriza-se como a maior força disponível que o 
sistema neuromuscular pode mobilizar através de uma contração voluntária 
máxima de um músculo ou grupo muscular. 
 
A força rápida ou explosiva, também conhecida como potência, é 
definida pelo autor como toda a forma de força que se torna atuante no menor 
intervalo de tempo possível. 
 
Já a força de resistência corresponde à capacidade que o organismo 
tem de resistir à fadiga, em solicitações de prestação de força durante um 
período de tempo prolongado. 
 
Desta maneira, a força exercida pelo nosso corpo durante a realização 
de movimentos, é a contração muscular, tratando-se dela, é interessante dizer 
que existem três tipos básicos de manifestações: isotônica, isométrica e 
isocinética. 
 
 
 
 
Portanto, as ações musculares isotônicas podem ser do tipo concêntrica 
(músculos se encurtam, trabalho mecânico positivo) excêntrica (músculos se 
alongam, trabalho negativo) ou isométrica (musculo não muda de posição). 
Cabe salientar ainda, que as palavras como neutralizadores e estabilizadores; 
agonistas, antagonistas, são usadas para delinear os músculos quando 
trabalham de uma maneira específica em relação a outro músculo ou a uma 
ação muscular. 
 
Pensando nos movimentos e os produtores deles, devemos abordar 
também sobre conceitos de velocidade, dessa forma, esta, pode ser definida 
como sendo a razão entre o espaço percorrido e o tempo gasto. Expressada 
pela fórmula abaixo: 
 
 
 
V = velocidade 
Δs = variação da distância ou distância percorrida 
Δt = variação do tempo ou tempo de prova 
 
Sem especificar uma modalidade esportiva (seja ela individualizada ou 
coletiva), alguns dos participantes são mais velozes do que outros, sua 
capacidade de realizar esforços acima do padrão durante longos períodos de 
tempo parece ser própria a alguns indivíduos. Mas no caso em que as 
modalidades se repetem ao longo do tempo, ou ainda nas corridas rasas, 
natação, etc., frequentemente a velocidade será medida por meio da 
velocidade média apresentada pelo indivíduo no decorrer da atividade 
realizada. 
 
Para melhor compreendermos, é preciso deixar claro que, ao avaliar a 
velocidade média de um atleta, determina-se o quanto esse corpo se move em 
um determinado período de tempo; por exemplo, um nadador que se desloca 
por um percurso de 1000 metros em 20 segundos, a velocidade do nado é 
determinada pela divisão da distância percorrida (1000m) pelo tempo que o 
atleta levou para percorrer a prova (20s). Nesse exemplo, dividindo-se os 1000 
 
 
 
metros de nado por 20 segundos é possível concluir que a velocidade média do 
atleta foi de 50 metros por segundo (m/s). Velocidade média = 1000m/20s = 
50m/s 
 
Tal medida traz importantes contribuições para os professores de 
Educação Física, pois, por meio dessas informações, podemos observar e 
determinar os trechos nos quais os alunos ou atletas diminuem sua velocidade 
e, com isso, corrigindo os erros dentro da realização das atividades ou 
competição que estejam participando. 
 
Mas também, ainda podemos subdividir a velocidade em velocidade de 
reação, que é apresentada pelo tempo entre um estímulo e a ação do atleta; 
velocidade gestual ou acíclica em que um único movimento do atleta, como, 
por exemplo, o lançamento de martelo no atletismo e por último, a velocidade 
de deslocamento ou cíclica que corresponde à velocidade em que o atleta 
desenvolve em uma determinada distância. 
 
Nas modalidades conhecidas como acíclicas ou mistas, faz-se 
necessário o conhecimento da velocidade em momentos que são 
determinantes para o sucesso da atividade, como no instante em que o atleta 
toca o pé de apoio para lançar umdardo (velocidade de entrada), no instante 
em que o pé de apoio do atleta deixa o solo ou a velocidade do implemento, no 
instante do lançamento (velocidade de saída), ou mesmo no momento da 
largada em uma prova de natação. 
 
Dando prosseguimento ao conhecimento necessário, temos a 
aceleração que é a grandeza que determina a variação da velocidade em 
relação ao tempo, isto é, recomenda o aumento ou a diminuição da velocidade 
com o passar do tempo. A aceleração é uma grandeza vetorial, portanto, 
possui módulo, direção e sentido. 
 
Independente do esporte praticado e da distância percorrida, em todas 
as modalidades esportivas, a velocidade média do praticante altera ao longo da 
trajetória. Nestas ocorrências, essa mudança indica a aceleração do atleta ou, 
tecnicamente, a variação da velocidade em função do tempo. Tal medida se faz 
 
 
 
 
 
importante, pois, por exemplo, para quando indivíduo diminui sua velocidade, 
diz-se que ele desacelerou. 
 
Que tem como variáveis a velocidade e o tempo, considerando a escala 
estabelecida, finalmente, em função de diferentes fatores tem-se um trecho de 
redução da velocidade, ou desaceleração. Quando o intervalo de tempo tende 
a zero, a velocidade vetorial média tende a um limite que é denominado 
velocidade vetorial instantânea. Assim, esta é a velocidade de um corpo em um 
instante de tempo que tende a zero, “zerando” sua direção e sentido. 
 
De forma equivalente ao cálculo da velocidade, tem-se, o cálculo da 
aceleração, que é a culminância da velocidade em função do tempo: 
 
a= Δv / Δt 
Legenda: 
a = aceleração (m/s2 ) 
Δv = variação da velocidade 
Δt = variação do tempo 
 
É interessante afirmar que tanto a aceleração quanto a velocidade, 
possuem como unidades de medida comum, respectivamente, a relação de 
metros por segundo (m/s) e metros por segundo ao quadrado (m/ ), embora 
qualquer unidade de distância, quando dividida por uma unidade de tempo, 
pode ser utilizada como notação para a velocidade e para a aceleração, como 
quilômetros por hora (km/h), entre outros. 
 
A aceleração, seja positiva ou negativa, de um objeto, é representada 
pela rapidez com que modifica sua velocidade, sendo produzida por uma ou 
mais forças. 
 
Após a apresentação destes conhecimentos, faz-se necessário 
entendermos às três leis que possibilitam e constituem a base fundamental 
para compreensão das condutas e com isso, entender como acontecem os 
movimentos inerentes do ser humano e ainda, as práticas esportivas na 
Biomecânica. Estas três leis foram formuladas pelo físico inglês Isaac 
 
 
 
 
 
Newton ainda no século XVII. Então, a seguir abordaremos especificamente 
sobre elas para procurar aprofundar sobre o entendimento do assunto. 
 
 
 
As leis de Newton 
 
 
As três Leis de Newton procuram explicitar o três comportamentos de 
um corpo em movimento, de que forma o estado de agitação pode ser alterado 
e a culminância da interação de dois corpos que se tocam durante a realização 
do movimento. 
 
Entender sobre as leis de Newton faz-se necessário conhecer sobre 
cadeia cinética, que será o estudo das forças que determinam ou 
comprometem o movimento. Essas leis são a base da cinemática. 
 
A primeira lei de Newton é a lei da inércia, em que um objeto permanece 
em estado de movimento, a menos que tolere a ação de uma força exterior. De 
tal modo, que um objeto imóvel não iniciará sua movimentação, a menos que 
uma força externa atue sobre ele e um objeto em movimento permanecerá em 
movimento, na mesma velocidade e direção. Para ilustração do que acabamos 
de dizer, veja figura abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7: 
 
 
 
A segunda lei de Newton é a lei da aceleração, isto é, nesta, diz-se que 
se uma força externa age sobre um objeto, este muda sua velocidade ou se 
acelera em proporção direta à força aplicada. O objeto irá também acelerar em 
proporção inversa à sua massa. Assim, a massa tende a resistir à aceleração. 
A fórmula bem conhecida como: 
F = m.a 
Legenda: 
F= Força 
M= massa 
A= aceleração 
 
 
Fórmula utilizada para objetos que se move por meio de movimentos 
lineares ou em translação. Para melhor compreensão da 2° lei, a seguir, 
colocamos a ilustração a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 8: 
 
A Terceira lei de Newton é a resultante da interação entre duas forças. 
Sendo enunciada da forma seguinte: Para toda força (ação) exercida sobre um 
objeto, existe em resposta à interação com outro objeto, existindo uma reação 
(força) de mesma importância e direção, mas com sentido oposto. 
 
A partir desse enunciado, podemos entender que as forças sempre 
atuam em conjunto (em pares). Nunca existirá ação sem reação, de maneira 
que a resultante entre essas forças não pode ser nula, pois elas atuam em 
corpos diferentes. 
 
Por exemplo, alguém tem uma bola arremessada em seu abdômen. A 
ação seria a força feita pela bola sobre o abdômen da pessoa, e a reação seria 
a força feita pelo abdômen sobre a bola. Mesmo que a aplicação da força de 
reação seja involuntária, ela sempre acontece. As duas forças possuem 
exatamente o mesmo valor, mas são aplicadas em sentidos opostos. 
 
A gravidade é uma força externa que sempre age sobre um objeto sobre 
a terra. Para equilibrar essa força crescente, uma segunda força externa 
precisa ser introduzida. 
 
 
 
Um objeto apoiado sobre uma mesa recebe ação de pelo menos duas 
forças: a da gravidade e a força exercida pela mesa. Assim, na medida em que 
o objeto sobre a mesa sofre ação da tração da gravidade, a mesa reage à força 
da gravidade com uma força igual e oposta. Como podemos ver na ilustração a 
seguir: 
 
Figura 9: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO À 
CINESIOLOGIA 
4 
 
CONHECIMENTOS 
 
Conhecer a História da Cinesiologia e o estudo dos movimentos do corpo humano. 
 
 
 
HABILIDADES 
 
Identificar os movimentos do corpo em diversas direções estabelecendo pontos 
de referência. 
 
 
 
ATITUDES 
 
Aplicar os conceitos e as habilidades na sua prática profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cinesiologia 21 
Histórico da Cinesiologia 
 
O termo Cinesiologia é uma combinação de dois verbos gregos, kinein, que 
significa mover, e logos, estudar. Os pesquisadores da área, cinesiologistas, 
aproveitam estudos da anatomia, ciência que estuda o corpo humano, juntamente 
com a fisiologia que estuda o funcionamento organizacional do corpo. 
O pai da Cinesiologia como é conhecido o grego Aristóteles (384-322 a.C), e 
que segundo registros foi o primeiro a estudar e demonstrar o processo de 
deambulação, processo esse que mostra que o movimento de rotação pode se 
transformar em um meio de translação. Esse estudo de Aristóteles tinha como 
ideais algumas semelhanças posteriores às três leis de Newton, o complexo 
processo de deambulação, para a época de Aristóteles mostrou-se relevante na 
importância do centro de gravidade, das leis, do movimento e alavanca. 
Na Grécia temos relatos de outro cidadão grego de muita importância para o 
início da Cinesiologia, Arquimedes (287-212 a.C), em sua época apresentou 
estudos a respeito dos princípios hidrostáticos que até hoje são aplicados na 
Cinesiologia, na natação, bem como também ajuda parcialmente com a 
possibilidade de viagens espaciais, já que são usadas por astronautas algumas 
características desse estudo. O catálogo de estudos feitos por Arquimedes é 
bastanteamplo, com indagações a respeito de leis de alavanca, por exemplo, e 
relacionando-as a determinação de centro de gravidade, esse seu estudo é 
chamado de fundação da mecânica teórica e é usado até hoje na ciência de 
estudo do corpo humano - anatomia - assim como em Cinesiologia. 
Galeno (131-201 d.C) romano também, grande estudioso da Cinesiologia, 
que a partir da observação em gladiadores na Ásia menor acumulou diversos 
estudos sobre o movimento do corpo humano, tendo como objeto de estudo 
esses atletas, e que por isso é conhecido até os dias de hoje como o primeiro 
médico de equipe da história. 
Em um estudo feito por Galeno de nome Motu Musculorum, o autor diferencia 
nervos motores de nervos sensitivos assim como também músculos agonistas e 
músculos antagonistas, dentre outras observações encontradas na sua obra, é 
Cinesiologia 22 
importante falar sobre os termos diartrose e sinartrose que são usados até hoje 
na termologia da artrologia (estudos das articulações). Relatos afirmam que a 
ideia de que os músculos se contraem é originado de Galeno, o estudioso 
afirmava que motivo da contração muscular acontecer era algo denominado por 
ele como espíritos animais do cérebro, usava o mecanismo dos nervos para 
chegar aos músculos e os induzia a contração. Principalmente por esses motivos, 
Galeno é considerado o pai da medicina desportiva e através do seu estudo, o 
primeiro manual de Cinesiologia. 
Depois das colaborações de Galeno, estudos sobre Cinesiologia 
permaneceram parados por cerca de 1.000 anos, tendo como próximo 
colaborador dessa ciência o artista, engenheiro e cientista, Leonardo da Vinci 
(1452-1519). Da Vinci interessava-se pela estrutura do corpo humano 
principalmente no que diz respeito ao desempenho e relação entre centro de 
gravidade, o equilíbrio e o centro de resistência, tendo sido segundo registros o 
primeiro a descrever de forma científica a marcha humana e registrar esse 
trabalho. 
O intuito de Da Vinci em estudar a marcha humana era de demonstrar a 
diversidade de músculos que são usados neste exercício, bem como mostrar os 
músculos no seu movimento, e para isso ele utilizou de cordas amarradas em 
esqueletos em pontos específicos de origem e inserção de cada músculo em 
estudo, e depois disso realizou o movimento de marcha para que fosse 
demonstrado o músculo sendo aproveitado. Uma curiosidade a respeito dos 
registros de Da Vince, é que apesar de ser um escritor de textos de fácil 
compreensão, seus estudos foram registrados em uma linguagem difícil para 
leigos, e por esse motivo seus relatos só foram utilizados de forma mais ampla 300 
anos após sua morte, tendo sido reconhecido em vida apenas por um pequeno 
grupo de conhecidos. 
Temos relatos ainda das contribuições de Galileu Galilei (1564-1643) 
formado na Universidade de Pisa, seguia a filosofia de que a natureza está escrita 
em símbolos matemáticos, então por esse motivo tomou a matemática como 
aliada para a explicação de fenômenos físicos. As demonstrações de Galileu a 
respeito da aceleração de um corpo em queda livre asseguram que a principal 
Cinesiologia 23 
característica da velocidade desse movimento não é o peso do corpo, mas sim as 
relações entre espaço e tempo. A partir dessas verificações, se deu início a 
mecânica clássica e é conhecida como introdução da metodologia experimental 
na ciência. Seu trabalho utilizando termos matemáticos nos movimentos do corpo 
humano, como explicação para o acontecimento destes eventos, deu ímpeto para 
a consagração da Cinesiologia como uma ciência. 
Seguindo orientações de um dos discípulos de Galileu, Alfonso Borelli (1608- 
1679), foi mais um a utilizar a matemática como ferramenta de explicação de 
fenômenos físicos humanos. Em um tratado elaborado por Borelli de nome De 
Motu Animalium publicado entre 1630 e 1631 o autor afirmou que o corpo humano 
tem aspectos idênticos aos de máquinas. Aspectos como quantidade de força 
exercida por vários músculos, assim como a perda da força por algum movimento 
desfavorável, resistência do ar e resistência da água estavam entre os que Borelli 
estudava. É atribuída aos estudos de Borelli a teoria que os ossos servem como 
alavanca e que os músculos auxiliam o movimento seguindo princípios 
matemáticos. 
Para que os músculos se contraíssem, Borelli reconhecia que era preciso 
alguns eventos químicos, porém, dizia de forma fantasiosa que os nervos são 
tubos preenchidos com um tipo de material esponjoso que contém em sua 
matéria, algo chamado por ele, assim como Galileu de espíritos animais, por 
vezes traduzido como gás dos nervos. Segundo ele, o funcionamento desse 
material era agitado das periferias para o cérebro e produzido uma sensação, e o 
contrário causa a produção, preenchimento e crescimento das porosidades dos 
músculos, com resultante turgescência (Dilatação, intumescência, inchação). 
Segundo Borelli, a reação dessa substância nos músculos com uma contração 
seguinte resulta em um tipo de fermentação. 
Assim como os demais, Borelli tem participação relevante na história da 
Cinesiologia por uma consagração ou motivo específico, motivo esse que elege 
Borelli como fundador e desenvolvimentista daquela área da fisiologia que 
relaciona os movimentos musculares a princípios mecânicos. A teoria da 
contração muscular de Borelli sustentou-se por pouco tempo, foi atacada logo 
após a sua apresentação. Dentre os críticos estava Francis Glisson (1597-1677), 
Cinesiologia 24 
que afirmava que as fibras musculares se contraem ao invés de expandirem no 
ato de flexão, afirmação que é demostrada por Glisson em experiências 
pletismográficas (instrumento para avaliação de pulso arterial). Esse conceito de 
Glisson foi posteriormente melhor elaborado pelo eminente fisiologista Albrecht 
Von Haller (1708-1777), que dizia que a contratilidade muscular é uma função do 
músculo que independe da função neural para existir. 
James Keill (1674-1719), um cientista importante na história da Cinesiologia, 
foi o primeiro a ter a preocupação de contar a quantidade de fibras musculares de 
alguns músculos, e também assumir que na contração muscular cada fibra torna-
se esférica e é responsável pelo levantamento ou impulsão de um determinado 
peso. 
Charles Darwin (1809-1882) defendeu teses hoje clássicas no meio 
científico, no que diz respeito ao conhecimento histórico do corpo humano. Em 
sua tese Darwin diz que o homem que se conhece hoje é descendente de alguma 
forma de outro ser, esse conceito de Darwin é conhecido atualmente como teoria 
da evolução, e essa esclareceu tanto quando foi apresentada como várias 
questões relativas à Cinesiologia, trazendo para a pesquisa vários antropólogos 
que agregaram ainda mais conhecimentos à Cinesiologia. Ainda no século XIX, 
Angelo Mosso (1848-1919) contribuiu com a Cinesiologia por meio da invenção do 
ergógrafo no ano de 1884 e que até hoje é utilizado de várias formas em 
pesquisas e trabalho de Cinesiologia principalmente em estudos da função 
muscular no corpo humano. 
 
Cinesiologia 25 
Estudo da Cinesiologia 
 
Tem como enfoque a análise dos movimentos do Corpo Humano sob o 
ponto de vista físico, os movimentos acontecem sobre nosso corpo, pela ação 
muscular, porém somente através do estudo cinesiológico conhecemos as forças 
que atuam sobre nosso corpo. 
O estudo abrange tanto a estrutura esquelética quanto muscular. Os ossos 
possuem diferentes tamanhos e formas, principalmente nas articulações, 
favorecen- do ou limitando o movimento. Os músculos variam em tamanho, forma 
e estrutura de uma parte do corpo para outra, encontrados mais de 600 músculos 
em todo o corpo humano. 
 
 
Orientação doCorpo Humano 
 
Definir os movimentos do corpo humano é geralmente muito complexo, uma 
vez que podem ser realizados em diversas direções, assim, ao estudarmos os 
movi- mentos dos principais segmentos do corpo humano, precisamos estabelecer 
pontos de referência e conhecer alguns conceitos de orientação: 
Posição Anatômica - É uma posição ereta vertical com os pés separados 
ligeiramente e os braços pendendo relaxados ao lado do corpo, com as palmas 
das mãos voltadas para frente. 
Posição Fundamental - É similar a posição anatômica exceto pelos braços, 
que ficam mais relaxados ao longo do corpo com as palmas voltadas para o 
tronco. 
Cinesiologia 26 
 
 
Fonte: www.ebah.com.br 
 
Centro de Gravidade 
 
Ponto no qual está concentrado todo o peso do corpo, gerando assim um equilíbrio 
de todas as partes, sendo ponto de interseção dos três planos: sagital, frontal e 
transverso. Sua localização irá depender da estrutura anatômica do individuo, mas 
geralmente nas mulheres é mais baixo do que nos homens, mas de forma não 
precisa podemos encontrá-lo mais ou menos a 4 centímetros da frente da primeira 
vértebra sacral. 
 
 
 
 
 
 
 
Centro de Gravidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: www.posturereview.com 
 
 
Cinesiologia 27 
Linha de Gravidade 
 
Linha vertical que, atravessa o centro da gravidade, portanto sua localização 
só será possível diante do posicionamento do centro da gravidade. 
 
 
 
 
 
 
 
Centro de Gravidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: www.posturereview.com 
 
 
 
 
Planos de Orientação do Corpo 
Correspondem às dimensões espaciais onde se executa um movimento. Ver 
categorias abaixo: 
 Plano Sagital: Atravessando o corpo de frente pra trás, dividindo-o em duas 
metades iguais, direita e esquerda. 
 Plano Frontal: Conhecido também como plano coronal atravessa o corpo 
de um lado para outro, em um trajeto paralelo á sutura coronal do crânio, 
dividindo o corpo em duas metades, anterior e posterior. 
 Plano Transverso: Recebe também o nome de horizontal, seu corte 
acontece na horizontal e atravessa o corpo ao meio dividindo-o em superior 
e inferior. 
 
Cinesiologia 28 
 
 
Fonte: http://acafitness.blogspot.com.br 
 
 
Eixos de Movimentos do Corpo 
 
Correspondem as linhas perpendiculares que atravessam os planos 
anatômicos no centro do movimento. Classificam-se em: 
 Eixo Bilateral: Estende-se horizontalmente de um lado para o outro, 
perpendicular ao plano sagital, possibilita o movimento de flexão e 
extensão, conhecido também como crânio-podálico, transversal ou 
horizontal. 
Exemplo: a articulação do ombro 
 Eixo Anteroposterior: Estende-se no sentido anterior para posterior, 
perpendicular ao plano frontal, possibilita os movimentos de abdução e 
adução, podendo ser chamado de eixo sagital. 
Exemplo: articulação do ombro e quadril 
 Eixo Vertical: Estende-se no sentido de cima para baixo, perpendicular ao 
solo e ao plano transversal, possibilita os movimentos de rotação lateral e 
rotação medial. 
Exemplo: articulação do cotovelo 
 
 
Coronal plane 
 
Transverse plane 
Cinesiologia 29 
 
 
 
Fonte: http://pilatessaocaetanodosul.blogspot.com.br 
 
 
Movimentos Fundamentais 
Plano Sagital 
 
 Flexão: Acontece uma diminuição no ângulo da articulação. Podemos ter 
como exemplo: inclinação da cabeça para frente. 
 Extensão: Movimento de retorno da flexão. 
 Hiperflexão: Referente apenas ao movimento do braço, quando o 
flexionamos o braço além da vertical. 
 Hiperextensão: Continuação do movimento da extensão, no braço é 
possível visualizá-la quando o mesmo está estendido para além do corpo. 
Eixo 
longitudinal 
Eixo 
sagital 
Eixo 
transversa
l 
Cinesiologia 30 
Plano Frontal 
 Abdução: Movimento que acontece lateralmente, pra longe da linha média 
do corpo, é um movimento de elevação lateral, termo utilizado para 
descrever os movimentos laterais do braço para longe do corpo. 
 Adução: Movimento que acontece lateralmente, uma aproximação da linha 
média do corpo, quando se leva em consideração a posição anatômica do 
membro em questão. 
 Flexão Lateral: Movimento de inclinação lateral, seja da cabeça, tronco ou 
outro membro. 
 Hiperabdução: Esse termo é utilizado quando é realizada uma abdução 
além da vertical 
 
Plano transverso 
 
o Rotação Esquerda e Direita: aplica-se a poucas articulações, neste 
movimento a parte anterior vira respectivamente para o lado oposto. 
o Rotação Medial: traz a face anterior de um membro para mais perto do plano 
mediano. 
o Rotação Lateral: leva a face anterior para longe do plano 
mediano. 
o Pronação: movimento do antebraço e mão, rádio gira medialmente em torno 
de seu eixo longitudinal de modo que a palma da mão olhe para o lado 
posterior. 
o Supinação: movimento do antebraço e mão, rádio lateralmente em torno de 
seu eixo longitudinal de modo que a palma da mão olha anteriormente. 
 
Cinesiologia 31 
 
Fonte: http://fisio-sempre.blogspot.com.br 
Rotação 
lateral 
Abdução Rotação 
medial 
 
 
 
Adução Rotação 
lateral 
 
Rotação 
medial 
 
 
Abdução Adução 
Cinesiologia 32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cinesiologia 33 
 
COLUNA VERTEBRAL 
5 
 
CONHECIMENTOS 
 
Compreender a estrutura da coluna vertebral e seus componentes ósseos. 
 
 
HABILIDADES 
 
Identificar as vértebras cervicais, torácicas, lombares e os ligamentos da coluna 
vertebral. 
 
 
ATITUDES 
 
Aplicar os saberes científicos e as habilidades à prática profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cinesiologia 33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cinesiologia 34 
Introdução 
 
A Coluna vertebral é a base de sustentação do corpo, atuando diretamente 
nos movimentos dos membros superiores e inferiores, sendo a mais importante 
unidade funcional do corpo. Estende-se desde a base do crânio até a extremidade 
caudal do tronco. Formada de 33 vértebras superpostas e intercaladas por discos 
intervertebrais, 24 delas se unem para formar uma coluna flexível, classificadas 
como: cervical, torácica e lombar. Essas vértebras são denominadas verdadeiras, 
pois permanecem distintas por toda vida; as vértebras sacrais são denominadas 
falsas, pois se fundem constituindo um único osso sacro, assim como as 
coccígeas, que formam o cóccix, tendo a pelve como a base da coluna. As 
vértebras articuladas entre si oferecem mobilidade da coluna vertebral, que tem 
suporte e proteção da medula espinhal, e movimento como uma das funções 
principais. 
A curvatura torácica é a curvatura primária, pois está presente ao 
nascimento, diferente das curvaturas cervical e curvatura lombar, denominadas 
secundárias, por- que se desenvolvem no decorrer da vida. Essas adaptações 
ajudam no equilíbrio e na diminuição da carga sobre a coluna vertebral. 
 
 
Vista 
anterior 
Vista 
lateral 
esquerda 
 
Vista 
posterior 
Atlas (C1) Atlas (C1) 
Axis (C2) Axis (C2) 
 
Vértebras 
cervicais 
C7 C7 
T1 T1 
 
Vértebras 
torácicas 
 
T12 T12 
L1 
L
1
 
 
 
Vértebras 
lombares 
L5 L5 
 
 
Sacro (S1-5) 
 
Cóccix 
 
Sacro (S1-
5) 
Cóccix 
Sacro (S1-5) 
 
Cóccix 
Fonte: http://julianaromantini.comCinesiologia 35 
O ser humano sofre algumas alterações posturais patológicas, levando ao 
aumento ou diminuição de alguma ou várias curvaturas, são as chamadas 
hiperlordose, hiperciofoses, hipolordoses e hipocifoses. Existe outra curvatura 
patológica conhecida como escoliose, esta, mais grave, podendo estar associada 
a fatores genéticos e se caracterizar por desvios laterais da coluna vertebral, ela 
pode ser adquirida, congênita ou idiopática (sem causa aparente). 
 
Curvatura patológica 
 
Fonte: http://www.sobiologia.com.br 
 
 
Componentes Ósseos 
 
As vértebras são peças ósseas irregulares, que compõem a coluna vertebral, 
estas apresentam características gerais, similares a quase todas (com exceção da 
1ª e da 2ª vértebra cervical), e características especificas que as diferem uma das 
outras. 
 Corpo: é a maior parte da vértebra, e sua função é a sustentação. 
 Processo Espinhoso: é a parte do arco ósseo que se situa medialmente e 
posteriormente, responsável pela movimentação. 
 Processo Transverso: são dois prolongamentos laterais, direito e esquerdo, 
que se projetam transversalmente de cada lado do ponto de união do 
A
 Escolios
B Cifose C Lordose 
Cinesiologia 36 
pedículo com a lâmina, atua junto com o processo espinhoso na 
movimentação. 
 
 Processos Articulares: são saliências que se destinam à articulação das 
vértebras entre si, duas projeções superiores e duas projeções inferiores, tendo 
como função a obstrução. 
 Lâminas: liga o processo espinhoso ao processo transverso, tendo a função de 
proteção. 
 Pedículos: são partes mais estreitadas, responsáveis por ligar o processo 
transverso ao corpo vertebral, atua junto às lâminas na função de proteção. 
 Forame Vertebral: situado posteriormente ao corpo, limitado lateral e 
posteriormente pelo arco ósseo, atua na função de proteção. 
 
Quando se trata de conhecer as vértebras e suas particularidades, faz-se 
necessário entender que além das características gerais pode-se estudá-las sobre 
outros dois aspectos: características regionais e individuais, essas características 
servem como meio de diferenciação destas com os demais ossos do esqueleto. 
 
 
 
Vértebras Cervicais 
 
Diferenciam das demais vértebras por possuírem um forame no processo 
transverso. Sua posição anatômica é facilmente identificada pelo processo 
espinhoso que é posterior e inferior. A primeira, a segunda e sétima vértebra 
cervical por possuírem características especiais serão estudadas separadamente. 
Cinesiologia 37 
 
 
Fonte: NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: 
Art- med, 2000. 
 
 
 
Atlas 
Primeira vértebra cervical é responsável por sustentar a cabeça, é articulada 
com o áxis, permitindo assim os amplos movimentos, outra característica 
marcante é o fato de não possuir corpo vertebral. Sua posição anatômica: fóvea 
dental é anterior; face articular superior (a maior) é superior. 
Áxis 
Segunda vértebra cervical está em contato direto com o atlas formando 
assim um eixo de rotação para a cabeça. Possui uma característica que o 
distingue facilmente das demais vértebras, o seu dente, graças a esse tipo de 
articulação podemos fazer o movimento de rotação da cabeça. Sua posição 
anatômica: o dente é anterior e superior. 
Sétima vértebra cervical 
Bem parecida com as demais, porém por possuir um processo espinhoso 
longo e proeminente, sendo esta sua característica especial. Sua posição 
anatômica: o processo espinhoso é posterior e inferior. 
Dente do áxis 
 
Curvatura cervical 
Processos 
espinhosos 
Forames invertebrais 
para os nervos 
espinhais 
 
Massas 
laterais 
 Articulação zigoapofisária (lateral) 
 
 
 
Articulação do corpo vertebral 
(medial) (disco removido) 
 Fóveas 
articulares para 
1ª costela 
Cinesiologia 38 
 
Atlas Axis 
 
 
Fonte: SOBOTTA, J. Atlas de Anatomia Humana. 22ed. Rio de Janeiro: Guana- 
bara Koogan, 2000. 
 
 
Vértebras Torácicas 
 
Possuem um processo espinhoso não bifurcado, conectam-se ás costelas 
formando uma parte da parede do tórax, sendo que as superfícies articulares são 
chamadas de fóveas e hemi-fóveas. Em número de 12, abreviadas T1-T12. Essa 
parte da coluna possui discos intervertebrais finos e estreitos, sendo assim a 
coluna torácica possui um limite no volume de movimentos se comparados ás 
porções lombar e cervical. Além disso, o espaço do canal vertebral é menor, isso 
tudo contribui para essa região ser mais acometida por lesões. 
 
 
 
odontóide 
Corpo 
vertebral1 Forame transverso 
Processo 
Transvers
o 
Forame 
Vertebral 
Processo 
Espinhos
o 
Cinesiologia 39 
 
 
Fonte: SOBOTTA, J. Atlas de Anatomia Humana. 22ed. Rio de Janeiro: 
Guana- bara Koogan, 2000. 
 
Vértebras Lombares 
 
Existem em número de cinco abreviadas L1-L5, localizam na porção mais 
baixa da coluna, chamada de coluna lombar, são as maiores de toda a coluna, o 
canal espinhal lombar é o mais largo de toda a coluna, e seu tamanho permite 
mais espaço aos nervos, apresenta o forame vertebral em forma triangular e um 
processo transverso chamado apêndice costiforme. 
Vértebra 
Torácica 
Processos 
Articulares 
Sup. e Inferior 
Corpo 
Fórvea 
Costal 
Processo
s 
Espinhos
Cinesiologia 40 
 
 
 
Fonte: SOBOTTA, J. Atlas de Anatomia Humana. 22ed. Rio de Janeiro: 
Guana- bara Koogan, 2000. 
 
 
Componentes Articulares 
 
 
Articulação Cartilaginosa - Disco intervertebral 
 
 
Estrutura responsável por amortecer cargas e pressões ao longo da coluna 
vertebral, além de contribuir na característica de estrutura semifixa e semimóvel 
da coluna. Possuem em sua composição duas estruturas principais, o núcleo 
pulposo que é semelhante a um gel, que se localiza no centro do disco e um anel 
fibroso, formado de fibrocartilagens resistente. 
 
 
Articulação Sinovial 
 
Está presente entre os processos articulares da coluna permitindo um discreto 
deslizamento.
Vértebra Lombar 
Corpo 
Vertebral 
Forame 
Vertebral 
Processo Transverso 
Processo 
Mamilar 
 
Processo 
Espinhos
o 
 
Processos 
Articulares Superior 
e Inferior 
Cinesiologia 41 
Ligamentos da Coluna Vertebral 
 
 
A sustentação da coluna é reforçada por seis estruturas ligamentosas: o liga- 
mento amarelo, interespinhal e supraespinhal que atuam na flexão e estão mais 
presentes na região lombar; o ligamento nucal é a continuação do ligamento 
supraes- pinhal, agora localizado na região cervical; os ligamentos longitudinal 
estendem-se do áxis ao sacro, o anterior limita a extensão ou lordose excessiva e o 
posterior limita a flexão, reforçando o anel fibroso. 
 
 
Fonte: SOBOTTA, J. Atlas de Anatomia Humana. 22ed. Rio de Janeiro: 
Guana- bara Koogan, 2000. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cinesiologia 42 
Movimentos e Músculos 
 
Flexão do pescoço 
 
O grupo pré-vertebral são músculos profundos que consiste no músculo longo 
do pescoço, longo da cabeça, reto anterior da cabeça e reto lateral do pescoço. 
Na contração unilateral desses músculos acontece a flexão lateral do pescoço e 
rotação da cabeça. No entanto, na contração bilateral eles executam a flexão do 
pescoço. 
Esternocleidomastoide, um músculo superficial constituído de duas cabeças, 
atua unilateralmente realizando a flexão lateral do pescoço. Os músculos 
escalenos, embora considerado anterior, situam-se mais lateralmente, tendo sua 
importância na respiração. 
 
 
Flexão lombar 
O grupo de músculos responsáveis pela flexão lombar é geralmente referidocomo abdominais, estes possuem conexão direta com a coluna vertebral, e 
alguns não possuem sequer fixação óssea nas extremidades, mas atuam 
diretamente na manutenção da postura e no equilíbrio do tronco. 
O obliquo interno e externo do abdômen está situado nas porções anterola- 
terais da parede abdominal, suas fibras seguem quase perpendicularmente, traba- 
lham em conjunto em alguns movimentos, como por exemplo, a flexão e rotação 
do tronco. 
O transverso é o mais profundo músculo do abdômen, suas fibras se dirigem 
horizontalmente no sentido posterior para anterior, ele não tem nenhuma finalidade 
motora especifica, mas estão ligados aos outros músculos, suas bainhas 
aponeuróti-cas juntamente com as do oblíquo formam a bainha do reto abdominal. 
Cinesiologia 43 
O reto abdominal é um músculo poligástrico, estende-se verticalmente em 
cada lado da parede anterior, apresentando em seu trajeto três ou mais 
interseções tendíneas, recoberto por uma bainha, que é formada pelas 
aponeuroses do oblíquo externo, oblíquo interno e transverso do abdômen. 
 
Músculos intercostais externos 
Músculos oblíquo externo do abdome (removido) 
 
 
 
Músculos grande dorsal 
Músculos serrátil anterior 
 
Apneurose oblíqua 
externa 
(seccionada) 
 
Bainha reta 
Músculo oblíquo 
interno do abdome 
Espinha ilíca-ântero-superior 
Ligamento inguinal (de Poupart) 
Músculo cremáster 
(origem lateral) 
Foice inguinal (tendão conjunto) 
 
Ligamento inguinal rebatido 
Veia femoral (na bainha femoral) 
Fossa oval 
Músculo cremáster (origem medial) 
Fáscia lata 
 
Músculos peitorias maiores 
Camada anterior da bainha 
reta (margens seccionadas) 
Linha alba 
Músculo reto do abdome 
Músculo oblíquo externo 
do abdome (removido) 
Intersecção tendínea 
Músculo oblíquo interno do abdome 
Músculo piramidal 
Foice inguinal (tendão conjunto) 
Aponeurose do músculo oblíquo 
externo (seccionada e rebatida) 
 
Ligamento pectíneo (de Cooper) 
Ligamento lacunar (de Gimbernat) 
Tubérculo público 
Ligamento suspensor do pênis 
Músculos e fáscias 
cremastéricos 
Fáscia profunda do pênis (de Buck) 
Fáscia espermática 
externa (seccionada) 
Fáscia superficial do pêniis e do 
escroto (dartos) (seccionada) 
 
Fonte: SOBOTTA, J. Atlas de Anatomia Humana. 22ed. Rio de Janeiro: Guana- 
bara Koogan, 2000. 
Veia safena 
magna 
Cinesiologia 44 
Extensão do cervical 
 
 
O músculo esplênio, parte dos eretores da espinha, é atuante na extensão 
das vértebras cervicais, um músculo achatado situado na parte superior do dorso e 
posterior do pescoço. 
O semiespinhal consiste em finos fascículos que possuem tendões longos 
em suas extremidades, originam-se dos dois processos espinhosos cervicais e 
dos quatro processos espinhosos torácicos. 
 
 
Extensão lombar 
 
Principal extensor lombar, eretor da espinha, tem sua origem na área sacral, 
como uma grande massa carnosa e se divide em três colunas principais, essa 
divisão ocorre no nível lombar superior e resulta na formação de outros músculos: 
iliocostal, longíssimo e espinhal. 
Músculo illicostal é um dos músculos extensores que atuam na manutenção 
da postura correta, tem sua origem na região cervical, sendo o mais afastado da 
coluna, encontra-se bilateralmente, sua inserção acontece na região do sacro e 
cóccix. Divide-se em três, recebendo o nome de acordo com sua posição 
anatômica, iliocostais lombar, torácico e do pescoço. 
O ramo longuíssimo tem sua divisão em três diferentes porções, longuíssimo 
torácico localizado no ângulo das costelas, longuíssimo cervical conecta os 
proces- sos transversos das vértebras torácicas à vértebras cervicais, longuíssimo 
da cabeça localizado sobre as vértebras. 
Cinesiologia 45 
 
Linha nucal superior do 
crânio 
Processo espinohoso (C2) 
Músculo esternocleidomastóideo 
Músculo esternocleidomastóideo 
Triângulo posterior (lateral) do pescoço 
Músculo trapézio 
 
Espinha da 
escápula Músculo 
deltóide 
Fáscia infra-espinhal 
 
 
Músculo redondo menor 
Músculo redondo maior 
Músculo grande dorsal (intacto) 
Processo espinhoso 
(T12) 
Fáscia toracolombar 
Músculo oblíquo externo do abdome 
Músculo oblíquo interno do abdome 
no triângulo lombar (de Petit) 
Crista ilíaca 
 
Fáscia sobre o músculo glúteo 
 
Músculo semi-espinhoso da cabeça 
Músculo esplênio da cabeça 
Processo espinhoso (C7) 
Músculo esplênio cervial 
Músculo levantador da escápula 
Músculo rombóide menor (seccionado) 
 
Músculo supra-espinhal 
Músculo serrátil posterior superior 
Músculo rombóide maior (seccionado) 
Músculos redondos maior e menor 
Músculo grande dorsal (seccionado) 
 
Músculo serrátil anterior 
 
Músculo eretor da espinha 
Músculo serrátil posterior inferior 
12ª costela 
Músculo eretor da espinha 
Músculo oblíquo externo do abdome 
 
Músculo oblíquo 
interno do abdome 
médio (aponeurose glútea) Músculo glúteo máximo 
 
 
Fonte: SOBOTTA, J. Atlas de Anatomia Humana. 22ed. Rio de Janeiro: Guana- 
bara Koogan, 2000. 
 
 
 Rotação 
A rotação do tronco é feita pelos músculos oblíquos e por outros músculos 
posteriores profundos, são movimentos funcionais do nosso tronco, servindo de 
base para outros movimentos, quase tudo que fazemos se origina de uma torção. 
Cinesiologia 46 
 
 
 
 
Fonte: SOBOTTA, J. Atlas de Anatomia Humana. 22ed. Rio de Janeiro: Guana- 
bara Koogan, 2000. 
 
 
Flexão lateral 
Muitos músculos estão ativos nesse movimento de flexão lateral acontece da 
contração do reto abdominal e obliquo interno e externo, assim como uma ação 
conjunta de outros grupos musculares, o quadrado lombar e grande psoas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Músculos intercostais externos 
 
 
 
 
Músculo grande dorsal 
Músculo serrátil anterior 
 
Aponeurose oblíqua 
externa 
(seccionada) 
 
Bainha reta 
Músculo oblíquo 
interno do abdome 
Espinha ilíaca ântero-superior 
Ligamento inguinal (de Poupart) 
Músculo cremáster 
(origem lateral) 
Foice inguinal (tendão conjunto) 
Músculos peitorais maiores 
 
 
 
 
Intersecção tendínea 
 
 
Músculo piramidal 
 
Foice inguinal (tendão conjunto) 
Aponeurose do músculo oblíquo 
externo (seccionada e rebatida) 
Ligamento inguinal rebatido 
Veia femoral (na bainha femoral) 
Fossa oval 
Músculo cremáster (origem medial) 
Fáscia lata 
Veia safena 
magna 
Ligamento pectíneo (de Cooper) 
Ligamento lacunar (de 
Gimbernat) Tubérculo púbico 
Ligamento suspensor do pênis 
Músculos e fáscias cremastéricos 
Fáscia profunda do pênis (de 
Buck) 
Fáscia espermática 
externa (seccionada) 
Fáscia superfical do pênis e do 
escroto (dartos) (seccionada) 
Cinesiologia 47 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cinesiologia 47 
 
 
MEMBROS SUPERIORES 
 
6 
 
CONHECIMENTOS 
 
Conhecer os membros superiores, bem como seus componentes ósseos, 
articulares, músculos e suas funcionalidades. 
 
 
HABILIDADES 
 
Identificar os ossos do esqueleto apendicular superior. 
 
 
ATITUDES 
 
Aplicar os conhecimentos e as a habilidades na prática profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cinesiologia 48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cinesiologia 49 
Introdução 
 
Os membros superiores fazem parte do esqueleto apendicular e são

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