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tratamento local que tem como objetivo obliterar as varizes pela colocação de anéis de borracha nelas. Em pacientes sem varizes, os β-bloqueadores não seletivos não evitam o seu desenvolvimento de varizes e estão associados a muitos efeitos colaterais. Em pacientes com varizes finas, os dados são insuficientes para recomendar o tratamento com β- bloqueadores não seletivos. A endoscopia deve ser repetida a cada 2 ou 3 anos nos pacientes sem varizes e a cada 1 ou 2 anos nos pacientes com varizes finas e o quanto antes em pacientes com doença descompensada, para que uma terapia efetiva possa ser instituída antes das varizes aumentarem de tamanho e sangrarem. Pacientes com cirrose e hemorragia varicosa necessitam de ressuscitação em uma unidade de tratamento intensivo. No entanto, a transfusão e a expansão excessivas de volume devem ser evitadas porque podem provocar um ressangramento. Antibióticos profiláticos devem ser usados nesse quadro clinico, não somente para prevenir infecções bacterianas como também para diminuir a chance de um ressangramento e óbito. O antibiótico recomendado é a norfloxacina em doses de 400 mg, diariamente, duas vezes ao dia, por 5 a 7 dias, embora a ciprofloxacina (em doses orais de SOO mg, duas vezes ao dia, ou doses intravenosas de 400 mg, duas vezes ao dia) seja uma alternativa aceitável. A terapia especifica mais eficiente para o controle da hemorragia varicosa é a combinação de um vasoconstritor com a terapia endoscópica. Os vasoconstritores seguros são a terlipressina, a somatostatina e os análogos da somatostatina - octreotídeo e vapreotídeo; eles podem ser iniciados durante a internação do paciente no hospital e continuados por 2 a 5 dias. Após o controle da hemorragia, a recorrência da hemorragia sem tratamento em 1 ano é muito alta, cerca de 60%. Além disso, o tratamento para prevenir um ressangramento deve ser instituído antes de o paciente receber alta. Taxas de ressangramento mais baixas (cerca de 10%) são observadas em pacientes que conseguem uma redução significativa no gradiente de pressão venosa hepática com tratamento farmacológico (β-bloqueadores na mesma dosagem recomendada para a prevenção da primeira hemorragia, com ou sem mononitrato de isossorbida em doses graduais, iniciando com 20 mg/dia e aumentando conforme o tolerado até 40 mg, duas vezes ao dia); no entanto, como as medidas do gradiente de pressão venosa hepática não são amplamente utilizadas, o segundo protocolo com melhor resultado (taxas de ressangramento de 14% a 23%) é obtido com a combinação de β-bloqueadores não seletivos (propanolol ou nadolol) e a ligadura elástica de varizes esofágicas. A dose dos β-bloqueadores deve ser a dose máxima tolerada e a ligação varicosa endoscópica deve ser repetida a cada 2 ou 4 semanas, a menos que as varizes sejam obliteradas. REFERÊNCIAS GOLDMAN-CECIL. Medicina. 25a ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018.