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Sistemática Vegetal 2015. 2.1(1)

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séssil, peltada e 
invaginada (Figura 15). 
 
Figura 15. Quanto a presença de pecíolo: peciolada, séssil, envaginada e peltada (seqüências de 
fotos da esquerda para a direita, respectivamente). 
 
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3.1.4 Quanto a nervação 
 As folhas podem paresentar vários tipos de disposição de nervuras sobre o limbo. Os mais 
comuns são: (i) Uninérveas, somente a nervura principal é distinta; (ii) Anérvia, sem nervuras 
aparentes; (iii) Paralelinérveas, nervuras paralelas entre si (Figura 16). 
 
 
Figura 16. Quanto a nervação: paraleninérvia, peninérvia e palminérvia. 
 
3.1.5 Quanto aos apêndices 
(i) O pulvino é constituído por células motoras localizadas na base do pecíolo formando uma 
estrutura dilatada. O pulvino promove movimentos foliares especialmente quando houver variação 
de luminosidade e temperatura. O fitocromo media a resposta do pulvino a variação de intensidades 
luminosas (Figura 16). 
(ii) As estípulas são duas expansões foliares e membranosas que, as vezes, podem-se 
transformar em espinhos (Figura 16). Sua função é basicamente proteção das folhas contra 
herbivoria. 
 
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Figura 16. Descrição do pulvino e das estípulas. 
(iii) A Lígula é uma expansão membranosa que aparece no ponto de junção do limbo com a 
bainha (Figura 17). 
(iv) Aurículas são expansões das folhas que abraçam o caule (Figura 17). 
 
 
 
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Figura 17. Descrição das aurículas e lígulas encontradas em algumas culturas de inverno. 
3.2 Morfologia de flores 
As flores são as estruturas reprodutivas das plantas, capazes de realizar troca de gametas. As 
flores possuem várias estruturas, o qual influencia diretamente na sua classificação botânica. As 
flores completas são divididas em partes férteis e estéreis. A parte fértil apresenta o gineceu 
(feminina) e a masculina (androceu) (Figura 18): 
Parte fértil: 
(i) Gineceu: Ovário o qual apresenta o óvulo; estilete e estigma 
(ii) Androceu: estame: o estame possui a antera e esta os grãos de pólen e filete. 
Parte estéril: 
(i) Cálice: conjunto de sépalas; 
(ii) Corola: conjunto de pétalas. 
 
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Figura 18a. Descrição da estrutura estéril (perianto) e fértil (pistilo e androceu) das flores. 
(SIMPSON, 2006). 
 
 
 
 Os nectários nas flores podem ocorrer em várias regiões dependendo da espécie (Figura 
18b). Essa característica auxilia na polinização e consequentemente, no desenvolvimento de novas 
plantas (NEPI et al., 2009). 
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Figura 18b. Nectários florais e extraflorais em espécies de angiospermas: (a) nectários extrafloral 
na base da raque foliar da Acacia collinsii; (b) as flores da Fatsia japonica 
(Araliaceae) em que o nectário é localizado acima do ovário de uma flor reduzida e de 
umas gotas pequenas do néctar são expostas completamente ao ambiente; (c) as flores 
de Aloe castanea (Asphodelaceae) em que o nectário é dentro do ovário (néctar 
septal) e de uma grande quantidade de néctar acumulado dentro do tubo da corola; (d) 
a flor do Gymnadenia conopsea (Orchidaceae) em que o néctar é produzido e 
armazenado no tubo da corola (imagem fornecida por Malgorzata Stpiczyn´ska). 
(NEPI et al., 2009). 
 
3.2.1 Classificação das flores: parte estéril 
3.2.1.1 Quanto ao perianto (cálice + corola); Figura 19. 
(i) Aclamídea: flor incompleta, ausente tanto o cálice como a corola (Gramíneas); 
(ii) Monoclamídea: quando a flor for incompleta e estiver ausente apenas um dos verticilos 
estéreis; 
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(iii) Diclamídea: flor completa que pode ser homoclamídea (corola parecida com o cálice) e 
heteroclamídea (corola diferente do cálice). 
 
 
Figura 19. Flor completa diclamídea heteroclamídea (GONÇALVES; LORENZI, 2007). 
 
3.2.1.2 Quanto a soldadura do cálice e corola 
(i) Gamopétas (pétalas soldadas entre si) e gamosépalas (pétalas soldadas entre si); 
(ii) Dialipétas (pétalas livres entre si) e dialisépalas (sépalas livres entre si); 
 
3.2.1.3 Quanto a simetria da corola (Figura 20) 
(i) Actinomorfa: todas a pétalas são iguais entre sí; 
(ii) Zigomorfa: quando a flor apresenta apenas um único plano de simetria passando pelo seu eixo; 
(iii) Assimétrica: flores sem plano de simetria. 
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Figura 20. Quanto a simetria da corola: biradial, biradial actinomorfa (biradial/actinomorphic), 
bilateral zigomorfa (bilateral/zygomorphic) e assimétrica (asymmetric) (SIMPSON, 
2006). 
 
3.2.2 Classificação das flores: parte fértil 
3.2.2.1 Quanto ao sexo da flor 
(i) Estéril; 
(ii) Monóclina (apresenta androceu, parte masculina e gineceu, parte feminina férteis); 
(iii) Díclina masculina (apresenta somente o androceu fértil); 
(iv) Díclina feminina (apresenta somente o gineceu fértil). 
 
3.2.2.2 Quanto ao androceu (Figura 21) 
(i) Dialistêmones: flor com estâmes livres entre sí; 
(ii) Gamostêmones: flor com estâmes soldados entre sí. 
 
 
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Figura 21. Quanto ao androceu: gamostêmone e dialistêmone (sequencias de fotos da linha superior 
para a inferior, respectivamente) (GONÇALVES; LORENZI, 2007). 
 
3.2.2.3 Quanto a inserção do filete na antera (Figura 22) 
(i) Mesofixo: estâmes apresentam filetes unidos pelo conectivo no meio da antera, semelhante a 
uma gangora; 
(ii) Baseofixo: estâmes com filetes unidos pelo conectivo na base da antera. 
 
Figura 22. Quanto a inserção do filete na antera: baseofixo (basiofixed), dorsifixo (dorsifixed), sub-
basiofixo (subbasiofixed) e dorsifixo e basiofixo (dorsifixed e basifixed) (sequências de 
figuras da esquerda para a direita, respectivamente) (SIMPSON, 2006). 
 
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3.2.2.4 Quanto ao número de estames em relação ao número de pétalas 
(i) Oligostêmone: E (estames)< P(pétalas); 
(ii) Isostêmone: E=P; 
(iii) Anisostêmone: o número de estames compreendido entre o igual e o dobro do número de 
pétalas; (Exemplo: 5 pétalas os estames devem estar entre 6 e 9) 
(iv) Diplostêmone: Estames 2X o número de pétalas; 
(v) Polistêmone: Estames superior ao dobro do número de pétalas. 
 
3.2.2.5 Quanto ao tamanho dos estames (Figura 23) 
(i) Homodínamos: todos do mesmo tamanho 
(ii) Heterodínamos: tamanhos diferentes 
(iii) Didínamos: 4 estames (2 maiores e 2 menores) 
(iv) Tetradínamos: 6 estames (4 maiores e 2 menores) 
 
 
Figura 23. Quanto ao tamanho dos estames: didínamo (didynamous), tetradínamo (tetradynamous), 
e didímo (didymous) (SIMPSON, 2006). 
 
3.2.2.6 Quanto a soldadura dos carpelos 
Os carpelos são, anatomicamente, folhas modificadas que fecham-se sobre os óvulos, 
formando o ovário das flores. É muito comum haver um prolongamento do carpelo no ápice do 
ovário, formando o estilete (responsável pela condução do tubo polínico ao ovário) e o estigma 
(responsável pela recepção do grão de pólen). Os carpelos podem ser classificados em relação a 
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soldadura (Figura 24) em: (i) Dialicarpelar (carpelos separados) e (ii) Gamocarpelar (carpelos 
unidos). 
 
 
Figura 24. Estrutura de carpelos gamocarpelar (GONÇALVES; LORENZI, 2007). 
 
3.2.2.7 Quanto a posição do ovário (Figura 25) 
(i) Ovário súpero: ovário acima dos verticilos florais (Flor Hipógea) 
(ii) Ovário ínfero: ovário abaixo dos verticilos florais (Flor Epígina) 
 
 
 
Figura 25. Quanto a posição do ovário: estrutura dos ovários superos e inferos (SIMPSON, 2006). 
 
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3.2.3 Classificação das inflorescências: parte fértil 
 As inflorescências são constiuídas por um conjunto de flores inseridas no pedúnculo 
podendo formar vários pedicelos. As inflorescências são importantes em algumas espécies, pois 
incrementam a quantidade de sementes que podem ser dispersas. Essa característica
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