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Sistemática Vegetal 2015. 2.1(1)

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de fotos da 
esquerda para a direita, respectivamente). 
 
3.3.1.3 Frutos carnosos e semicarnosos 
 - Drupa: fruto carnoso e indeiscente (Figura 36) geralmente monospérmico, com endocarpo mais 
semente formando um caroço (Prunus). 
- Baga: fruto carnoso e indesciente (Figura 36), geralmente polispérmico e endocarpo não forma 
caroço (uva, laranja, tomate). 
A laranja é uma baga do tipo Hesperídeo: fruto resultante de ovário sincárpico, 
pluriovulado, com epicarpo provido de bolsas secretoras de óleo essencial, mesocarpo branco e 
subcoriáceo. O endocarpo tem uma estrutura membranosa, compacta e é revestido internamente por 
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pêlos multicelulares de origem subepidérmica cheios de suco (característico dos citrinos, família 
Rutaceae). 
 
Figura 36. Frutos carnosos e semicarnosos do tipo drupa (pêssego) e baga (uva e tomate) 
(sequencias de fotos da esquerda para a direita, respectivamente). 
 
 - Pomo: pseudofruto sincárpico proveniente de um gineceu geralmente com 5 carpelos. 
Característico da sub-família Maloideae, família Rosaceae, como é o caso da macieira, pereira e 
marmeleiro) 
3.4 Classificação de sementes (morfologia externa) 
As sementes são as estruturas reprodutivas das angiospermas e gimnospermas, que 
proporcionam a dispersão das espécies. A semente é formada pela maturação do óvulo fecundado. É 
constituída pelo tegumento ou casca, pelo embrião (cotilédones e eixo embrionário, radícula, 
epicótilo e hipocótilo), e pelo endosperma que o envolve. O endosperma consiste de um tecido 
gerado a partir da fecundação dos núcleos polares. O tegumento se forma a partir do tecido materno 
que envolvia o óvulo, formando uma camada resistente (Figura 37). 
 
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Figura 37. Morfologia interna e externa de sementes de dicotiledôneas e monocotiledôneas 
(sequências de fotos de cima para baixo, respectivamente). 
 
O cotilédone é a estrutura do embrião que, proporciona a nutrição da plântula no estágio 
inicial de desenvolvimento. As plantas são classificadas, de acordo com o número de cotilédones 
em monocotiledôneas e dicotiledôneas (dois cotilédones) (Figura 37). O hilo (cicatriz do tegumento 
onde ligava o funículo, o qual ligava a semente a parede do fruto permitindo a absorção de água e 
nutrientes). A rafe é cicatriz alongada do tegumento deixada pelo funículo geralmente ocorre em 
sementes provinientes de óvulos anátropos (Figura 38). 
 
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Figura 38. Visualização da rafe em algumas espécies de mononotiledôneas e dicotiledôneas 
(GONÇALVES; LORENZI, 2007). 
 
O arilo é a saliência, geralmente carnosa que, se forma no funículo ou hílo ao redor da 
semente e a carúncula: saliência carnosa originária do tegumento (mamona). 
3.5 Classificação de raízes (morfologia externa) 
A raiz é o órgão responsável pela fixação da planta no solo, absorção de água e nutrientes, 
além de, secreção de substâncias e sinalização. É originada na radícula do embrião (raiz seminal), 
no caule ou gemas caulinares ou folheares (raízes adventícias). A inserção das raízes ocorre no colo 
da raiz (terminal) e acima do colo da raiz (laterais). Já a ramificação pode ser terminal ou dicótoma 
e lateral (sucessão acrópeta). 
As raízes apresentam diferenciações anatômicas, dependendo da região em que se localiza 
no solo (Figura 39). (i) O colo é considerada a região de transição entre o caule e a raiz; Zona 
suberizada é o local com alta quantidade de suberina com pouca capacidade de absorção de água e 
nutrientes. Logo, abaixo da zona suberizada a raiz apresenta ramificações (originadas do periciclo), 
as quais incrementam a área de absorção de água e nutrientes da planta; Zona pelífera é localiza 
abaixo das raízes secundária e também nas raízes secundárias (pêlos apresentam menor calibre 
portanto, são eficazes em absorver água em pequenos poros do solo) e a Coifa é a estrutura 
localizada no ápice das raízes com função de proteção, secreção de substãncias para melhorar a 
penetração da raiz e também serve como sensor de gravidade (apresenta grãos de amidos nos 
amiloplastos e este em estruturas denominadas de estalócitos, essas estruturas são influenciadas pela 
auxina). 
 
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Figura 39. Diferenciações anatômicas das raízes em relação a localização no solo. 
 
Os tipos de raízes observadas em plantas são em sua maioria subterrâneas, porém também 
são encontradas raízes aquáticas (nenúfar; lentilha-de-água), aéreas (epífitas) e outras como é o caso 
dos pneumatóforos e das sugadoras (haustórios). 
Raízes subterâneas: 
(i) Fasciculada ou axial: Várias raízes formando uma cabeleira, muito comum em 
monocotiledôneas. Neste caso não existe raiz principal (Figura 40) 
(ii) Pivotante: Apresenta uma raiz principal, onde se deriva raízes secundárias, muito 
comuns em gimnospermas e dicotiledôneas (Figura 40). 
 
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Figura 40. Diferenciações anatômicas entre raízes de monocotiledônea e dicotiledônea. 
 
(iii) Tuberosa: é raiz pivotante com função de armazenamento de substâncias (cenoura, 
beterraba, batata doce e quiabo); 
Raízes aéreas 
(i) Pneumatóforos: comum em plantas de ambientes alagados. As raízes apresentam 
pequenas lenticelas por onde o oxigênio é absorvido e translocado para as raízes alagadas (Figura 
41). 
 
Figura 41. Estrutura de peneumatófos de plantas em ambientes alagados. 
 
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(ii) Raízes sugadoras ou assimiladoras: são raízes que conseguem extrair nutrientes de 
outras plantas, sendo consideradas parasitas. No Brasil, o principal exemplo de planta parasita 
homeopata é o cipó-pólvora. Esse se fixa sobre uma planta e suas raízes finas penetram na planta 
hospedeira de onde extraem enxofre e potássio. 
(iii) Raiz adventícia: é um tipo de raiz aérea emitida em caules de plantas com função de 
sustentação e absorção de nutrientes (Zea mays L.), Figura 42a. A formação dessas raízes pode ser 
intensificada em plantas mantidas em solos alagados ou compactados, isto é, com deficiência de 
oxigênio (Figura 42b). 
 
Figura 42. Formação de raízes adventícia em milho (a) e soja no estádio V5 submetida a 21 dias de 
inundação (b). Fonte: PIRES; SOPRANO e CASSOL, 2002 e 
http://www.plantiodireto.com.br, respectivamente. 
3.6 Classificação de caules (morfologia externa) 
Os caules são estruturas produzida pelas plantas para dar as folhas disposição favorável, 
estabelecer a comunicação entre as raízes e folhas. Além disso, os caules podem acumular reservas 
como é o caso da cana de açúcar (Saccharum officinarum) e milho (Zea mays). Em espécies 
herbáceas os caules podem apresentar clorofila e assim auxiliar no processo fotossintético da planta. 
 O caule é originado do caulículo do embrião, das gemas caulinares (ex: morangueiro; erva-
azeda) e gemas foliares (ex: begónias e crassuláceas) 
3.6.1 Tipos de caules 
Caules aéreos: 
São os caules mais comuns, que ficam expostos ao ar. Quando são fortes, maciços e erguem-
se verticalmente e podem ramificar-se em muitos galhos, são chamados troncos. Os caules podem 
ser tipo estipe quando são únicos, sem ramificações, com folhas na ponta, como as palmeiras. 
Caules finos podem estender- se sobre o solo, como ocorre com a melancia e a abóbora, sendo 
chamados nesse caso estolho ou estolão. Os caules podem ainda ser do tipo trepador, quando se 
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apóiam em outros vegetais suportes que encontrem, como as trepadeiras. Alguns caules 
desenvolvem gavinhas, que funcionam como ganchos como os quais se fixam em qualquer suporte 
que encontram. As gavinhas muitas vezes são folhas ou galhos modificados. O chuchu e a videira 
são exemplos de plantas que possuem gavinha. 
 
(i) Tronco: possuem uma estrutura irregular semelhante a uma forma
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