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Estruturas de Mercado na Economia

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O FUNCIONAMENTO DO SISTEMA ECONÔMICO 
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A ECONOMIA MODERNA
Este capítulo possibilita a compreensão das diversas estruturas de mercado com que nos defrontamos, enquanto consumidores e competidores no mercado de bens e serviços. Assim sendo, a entrada no mercado e a permanência exigem o conhecimento da estrutura do mercado, para, então, se utilizar o ferramental adequado de formação de preço.
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DEFINIÇÃO DE MERCADO
Qualquer situação em que compradores e vendedores em potencial entram em contato.
De 
De acordo com LANCASTER, podemos definir com precisão
o mercado de concorrência perfeita, se levarmos em conta uma
característica distintiva: não haverá concorrência perfeita, a menos
que todas as empresas produzam bens que sejam idênticos aos
olhos dos compradores. O mercado tem de ser considerado como
o mercado total para um produto nitidamente diferenciável
dos demais.
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A VARIEDADE DE ESTRUTURAS DE MERCADO
A concorrência perfeita e o monopólio não são outra coisa senão dois extremos no espectro das estruturas de mercado sob as quais as empresas podem estar funcionando.Na qual em um dos extremos se encontra a concorrência perfeita e, no outro o monopólio.
Para visualizar um padrão de estruturas, será melhor considerarmos um padrão triangular com a concorrência perfeita, o monopólio e o oligopólio, situados nos três ângulos.
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Oligopólio ou Duopólio
Monopólio
(único vendedor
sem qualquer
concorrente de produtos
idênticos).
Concorrência Perfeita (muitas pequenas empresas,cada uma com
impacto desprezível sobre o mercado e outras empresas)
Fornecedor 
de energia
elétrica
Copiadoras
Xerox e IBM
Dentistas
nas cidades
grandes
Fazendas
Qualquer estrutura
do mercado que não
a de concorrência
perfeita constitui uma
forma de concorrência
“imperfeita”.
Comumente, as estruturas
dos mercados reais contém
alguns elementos de monopólio,concorrência perfeita e concorrência oligopolística e podem
ser representadas por pontos no triângulo.
Duas empresas
cujos produtos
são idênticos.
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Os modelos de estruturas de mercado
De um lado, produtos idênticos oferecidos por um grande número de empresas. Neste caso, a concorrência entre as empresas que ofertam é considerada perfeita. Do outro, um produto único, sem substitutos. Um único fornecedor. Um monopólio, portanto.
Estes são os extremos no espectro das estruturas de mercado, sob as quais as empresas podem estar funcionando. É claro que não podem ser consideradas as únicas estruturas de mercado predominantes no mundo atual.
Todas as estruturas que não se encaixam em uma concorrência perfeita devem ser consideradas no âmbito de uma concorrência imperfeita. 
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GUIA DE MERCADO DE CONCORRÊNCIA IMPERFEITA
Monopólio : Empresa única, o produto não tem substitutos próximos. Ex: Uma companhia telefônica municipal.
Oligopólio : Pequeno número de empresas, produtos idênticos ou muito semelhantes. Ex: Automóveis (GM, Ford, Chrysler, etc).
Concorrência Monopolística : Grande número de empresas que vendem produtos diferentes, porém semelhantes. Ex: Lojas de varejo (embora essas lojas freqüentemente concorram diretamente com lojas vizinhas, e, nesse caso, existem aspectos oligopolísticos), médicos, dentistas.
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Estruturas Mistas : Empresa única e muito grande, alguns pequenos concorrentes, ou poucas empresas grandes e muitas empresas pequenas. Ex: As grandes empresas dominam e as pequenas as seguem. O resultado é efetivamente o monopólio ou o oligopólio. A maior parte dos oligopólios (indústria de aço,por exemplo) tem um grande número de pequenas empresas em suas margens. 
Monopsônio : Comprador único. Ex: O governo, no mercado de equipamentos para defesa nacional.
Oligpsônio : Poucos compradores. Ex: Venda de verduras ou frutas para conserva frigorificada ou enlatados.
Barganha Bilateral : O comprador e o vendedor são importantes no mercado. Ex: A General Motors comprando aço da U.S.Steel.Grandes empresas negociando com os sindicatos trabalhistas mais importantes.
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A ESTRUTURA DO MERCADO
Nos primórdios do surgimento de uma sociedade de mercado o sistema econômico era originalmente caracterizado por grande número de pequenas empresas. No entanto, outros sistemas despontavam, concentrando a produção cada vez mais em mãos de relativamente poucas unidades muito grandes e poderosas. 
Nos dizeres de Lancaster, “a natureza do mercado da empresa e a determinação de seus concorrentes mais próximos nem sempre se constituem uma tarefa simples e linear”. Uma única ferrovia pode caracterizar um mercado monopolista de transporte ferroviário. Mas, se comparado com outras opções de transporte, já não se pode afirmar com segurança que se trata de um monopólio. Talvez uma concorrência monopolista, porque se trata de um serviço relativamente homogêneo, embora diferenciado.
 
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Encontramos, ainda, em Lancaster, uma proposição de apresentação em forma de triângulo das estruturas de mercado clássicas básicas: a concorrência perfeita, o monopólio e o oligopólio. Em um dos vértices do triângulo se situa a concorrência perfeita. 
Neste mercado de concorrência perfeita competem muitas pequenas empresas, cada uma com impacto desprezível sobre o mercado como um todo e sem qualquer impacto direto sobre qualquer outra empresa. No outro vértice se situa o monopólio. Neste mercado existe um único vendedor sem quaisquer concorrentes que vendam produtos idênticos ou semelhantes. No terceiro e último vértice estaria representado o oligopólio em sua forma extrema, o duopólio, onde concorrem duas empresas cujos produtos são idênticos.
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É de se notar, ainda, que a concorrência imperfeita não está, necessariamente, limitada ao lado vendedor do mercado, embora este seja o caso mais freqüente. O mercado pode ter muitos vendedores, mas somente um comprador, caracterizando-se, assim, o monopsônio. 
Também pode existir um mercado composto por muitos vendedores, mas com poucos compradores, o que configura um oligopsônio. Tome-se o caso, por exemplo, de uma ou duas indústrias que processam produtos agrícolas, como aquelas que compram toda a produção de laranjas para extração do suco. Ou, ainda, o caso de granjas que comercializam seus produtos com um ou dois frigoríficos especializados no abate e exportação de frangos. 
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Compradores e vendedores interagem, portanto, em diversas estruturas de mercado. Entre os fatores que dimensionam e dão forma a estas estruturas de mercado destacam-se oito, a saber:
1) A quantidade de empresas vendedoras que atuam neste mercado;
2) A dimensão destas empresas, no que se refere ao seu poder de compra e poder de negociação, no sentido amplo do termo;
3) O grau de interdependência entre as empresas que atuam no mercado;
4) As similitudes ou diferenciações entre os produtos destas distintas empresas;
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5) A natureza e a quantidade de consumidores (empresas e indivíduos);
6) A extensão das informações que tanto os consumidores como as empresas vendedoras dispõem sobre os demais produtos transacionados neste mercado, notadamente aquelas referentes a preços e condições comerciais;
7) O grau de habilidade que as empresas individuais dispõem para influenciar a procura no mercado como um todo, pelas mais diversas formas, como a promoção do produto, aspectos qualificativos, facilidades de comercialização etc.;
8) A facilidade com que as firmas entram e saem da indústria (aqui subentendido o setor – ou ramo – de produção). 
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Estas oito dimensões são o resultado de uma evolução por que passou o estudo das estruturas de mercado. Uma das classificações mais simples e, ao mesmo tempo, mais abrangente, foi proposta por Stakelberg em 1934, que adotava a quantidade dos agentes econômicos – vendedores e compradores – que intervêm no mercado como determinante da diferenciação. 
Segundo esta classificação, existiriam, tanto do lado da oferta como do lado da procura,
três situações possíveis: apenas um agente econômico, uma pequena quantidade de agentes e uma grande quantidade de agentes econômicos. A combinação destas três situações com a oferta e a procura leva à construção de uma matriz de nove diferentes estruturas possíveis, conforme dispostos na figura que se segue.
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Monopólio
Oligopólio
Concorrência perfeita
Quase-monopólio
Oligopólio bilateral
Oligopsônio
Monopólio bilateral
Quase-monopsônio
Monopsônio
vendedores
Consumidores
Grande
Quantidade
de consumidores
Pequena
Quantidade
de consumidores
Um único
consumidor
 Um único
 vendedor
Pequena
quantidade de
vendedores
Grande quantidade
de vendedores
Estrutura de Mercado segundo Stakelberg 
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Classificação segundo proposta por Stakelberg 
Segundo esta classificação, a concorrência perfeita, tal como já vimos antes, seria caracterizada por uma grande quantidade de participantes nos dois lados considerados – oferta e procura. Por sua vez, o monopólio seria uma situação em que existiria somente uma empresa vendendo para grande quantidade de compradores. Se, ao contrário, existissem muitos vendedores e uma só empresa compradora, configurar-se-ia uma situação de monopsônio.
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Oposta à situação de concorrência perfeita, seria caracterizada uma outra situação extrema: a de um monopólio bilateral, em que se relacionariam uma só empresa compradora e uma só empresa vendedora. 
Entre estes quatro extremos poderiam figurar as situações definidas como quase-monopólio e quase-monopsônio, em que o único vendedor ou o único comprador teria de se confrontar com um pequeno número de compradores ou de vendedores, respectivamente
Os oligopólios – existência de uma pequena quantidade de empresas vendedoras e uma grande quantidade de compradores –, assim como os oligopsônios – uma pequena quantidade de empresas compradoras e uma grande quantidade de empresas vendedoras – são, na realidade, as situações que mais se aproximam das estruturas de mercado encontradas atualmente.
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Por último em nossa análise sobre a estrutura de mercado proposta por Stakelberg, o oligopólio bilateral caracteriza-se por pequena quantidade de vendedores e também uma pequena quantidade de compradores.
Nos dias de hoje, ganha destaque uma estrutura de mercado denominada concorrência monopolística, que configura uma situação de mercado na qual existem muitas empresas vendendo produtos diferenciados que sejam substitutos próximos entre si. O caso de pasta de dente, por exemplo. Ou de refrigerantes. Existem várias marcas, mas, ao adquirir o produto, escolhemos quase sempre uma delas. 
Assim, o produtor desta determinada marca usufrui vantagens características de um monopolista, oferecendo seu produto a um preço que lhe convém e maximizando seus lucros com base nos preceitos desta particular estrutura de mercado.
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Cada produtor de um bem diferenciado (ou de um bem em relação ao qual se possam induzir os consumidores a acreditar que não seja idêntico aos das empresas rivais) tentará aumentar a demanda de seu bem diferenciado em particular.
A técnica mais amplamente conhecida desse tipo de atitude é a publicidade, que se utiliza dos meios de comunicação com a finalidade de levar até o consumidor uma exposição cuidadosamente elaborada, a qual enfatiza os aspectos do produto que vendedor acredita sejam desejáveis aos olhos do consumidor.
 Outras técnicas fazem uso de vendedores ou de “truques”, tais como brindes aos compradores. Todas essas técnicas envolvem custos de venda, os quais a empresa deve compensar com ganhos potenciais nas vendas.
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Vejamos alguns detalhes significativos de algumas das estruturas de mercado aqui citadas. Para isto, consideraremos nossa análise num período de tempo que chamaremos de curto prazo. Adotando esta premissa, as condições que servirão de base para a análise estarão definidas e não se alterarão neste espaço de tempo.
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Concorrência Perfeita
Esta estrutura de mercado representa o funcionamento ideal de uma economia: nenhum dos agentes é capaz, isoladamente, de influenciar a quantidade de produtos que serão oferecidos, nem tampouco seus requisitos de qualidade e preço. A concorrência perfeita supõe o pleno funcionamento do mecanismo de preço como orientador da quantidade a ser oferecida e, igualmente, que será adquirida pelos consumidores.
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Dentre as hipóteses deste modelo destacam-se:
1) A existência de uma grande quantidade de vendedores e compradores:
Conforme visto na matriz de Stakelberg, trata-se de um suposto fundamental para a configuração do mercado de concorrência perfeita uma quantidade muito grande de agentes econômicos – empresas vendedoras e consumidores – interagindo nos movimentos de venda e compra de bens e serviços.
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2) Homogeneidade dos produtos
Esta é uma condição basilar no modelo de concorrência perfeita. Supõe que não existem diferenças entre os produtos oferecidos. Os compradores podem, assim, adquirir o produto de qualquer ofertante.
3) Transparência das informações de mercado
Tanto os vendedores como os compradores têm amplo acesso a todas as informações do mercado, tanto no que se refere a preços como quantidade, qualidade e outras informações. Também os aspectos referentes a custos e lucros dos concorrentes são conhecidos, o que faz com que não haja interesse por venda a preço abaixo daquele vigente no mercado.
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4) Condição dos agentes como “tomadores de preço”
Esta peculiaridade do mercado de concorrência perfeita diz respeito ao fato de que, dado o conhecimento das condições do mercado, tanto vendedores como compradores se sujeitarão ao preço de mercado, não agindo no sentido de redução – posição compradora – ou aumento do mesmo – posição vendedora, por absoluta impossibilidade de o fazerem.
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5) Facilidade para entrar ou sair do mercado
Os agentes não sofrem barreiras acentuadas para entrar ou sair do mercado em que estão atuando, nem de ordem econômica e nem de ordem legal. Inexistem, portanto, direitos de propriedade ou patentes, por exemplo, que, muitas vezes, impedem a entrada de novos ofertantes. Tampouco barreiras legais resultantes da ação governamental, por exemplo, como a exigência de determinadas condições para o estabelecimento de empresas em diversos mercados, como é o caso da ação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, no particular aspecto da indústria farmacêutica, instalação e operação de laboratórios e farmácias no território nacional.
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Monopólio
Dentre as estruturas clássicas básicas de mercado, o monopólio constitui o extremo oposto da concorrência perfeita: neste modelo, existe apenas um ofertante de um bem ou serviço que não apresenta um substituto próximo, ou seja, que não possui concorrente no mercado em questão. Assim, o monopolista exerce uma grande influência na determinação do preço a ser cobrado do comprador.
As hipóteses do modelo monopolista de mercado fundamentam-se em:
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A) Existência de uma única empresa ofertante para o produto
Quer seja por condições de acesso a determinada matéria-prima, detenção de patente industrial sobre o produto e/ou processo de fabricação ou mesmo direitos autorais, no caso de determinados serviços exclusivos de um único prestador, este mercado é atendido por um único ofertante, sem possibilidade de acesso imediato de um competidor.
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B) Inexistência de produtos substitutos próximos
O produto oferecido é de tal complexidade – ou a sua obtenção o é ― que impossibilita a existência de outros substitutos próximos no mercado.
C) Existência de barreiras à entrada de novas firmas na indústria
A participação da firma nesta indústria – aqui o conceito de indústria se refere a todo o segmento de atuação – requer, por exemplo, um aporte de capital e um conhecimento técnico que podem inviabilizar a entrada de novas firmas participantes. Dentre os motivos que impedem a entrada de novos players – participantes,
no jargão moderno – figuram:
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Existência de economias de escala
 Os rendimentos de escala caracterizam uma possibilidade de obtenção de maior quantidade produzida por recurso de produção utilizado. Portanto, se a um dado produtor é possível executar sua produção tal que haja redução dos custos e, como decorrência, obter economia no custo total de produção, seus rendimentos de escala serão positivos e irão, muitas vezes, impedir o acesso de outros fabricantes ao mercado específico, dadas as condições de competitividade-preço daí advindas.
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Geralmente, as empresas que atuam em condições monopolistas apresentam um elevado custo fixo de produção – custos que não aumentam em função do crescimento da quantidade oferecida, como é o caso, por exemplo, do aluguel que se paga: independente da quantidade produzida, o valor do aluguel a ser pago pelo uso de determinado imóvel industrial será aquele fixado contratualmente. 
Por sua vez, os custos variáveis – custos que aumentam com base na quantidade produzida e/ou comercializada, como é o caso da matéria-prima que compõe o produto oferecido: quanto maior a quantidade oferecida, maior a incidência de custos com matéria-prima incorporada ao produto – são relativamente baixos. 
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Assim, os custos fixos que são incluídos no custo de produção são distribuídos por uma quantidade cada vez maior de unidades oferecidas na medida em que a produção aumenta. Assim, a curva de custo médio – resultado da soma de todos os custos divididos pela quantidade produzida – será decrescente em uma larga faixa de produção. Daí surge a condição de “monopólio natural”. Tome-se o caso, por exemplo, de companhias de energia elétrica, serviço telefônico, transporte ferroviário e outros. O custo para se oferecer inicialmente tais serviços foi de expressiva magnitude. Uma vez efetuado tal investimento, os custos para oferecimento dos serviços serão decrescentes para uma extensa faixa quantitativa de consumidores e usuários.
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Controle sobre a matéria-prima
Esta constitui uma das mais praticadas formas de controle do acesso de novos ofertantes em determinados mercados, dificilmente contornável.
Direitos autorais e patentes de produção
Ao lado de controle sobre o fornecimento de matéria-prima, o privilégio de uma carta-patente confere ao produtor condições monopolísticas invejáveis, porque impede o acesso de outros fabricantes à tecnologia de produto ou tecnologia de processo, conceitos já abordados anteriormente, quando analisamos os fatores de produção.
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Existência de monopólios legais
Trata-se de uma barreira de entrada a novos ofertantes de determinados produtos e/ou serviços. Veja-se, por exemplo, a concessão efetuada a determinadas empresas privadas para a exploração de determinados serviços, como abastecimento de água, fornecimento de energia elétrica, transporte coletivo etc.. Ao Governo compete a fiscalização da quantidade e qualidade do serviço oferecido e a imposição de preços e taxas a serem cobrados. Em outros casos, o Estado toma para si a exploração de determinados recursos minerais estratégicos, como o petróleo, por exemplo, constituindo um monopólio estatal.
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Concorrência Monopolística
Quando evidenciamos algumas características deste particular modelo de mercado já foi possível detectar que ele se insere entre a concorrência perfeita e o monopólio. Vejamos porque, mais detidamente.
Também aqui existem muitos ofertantes concorrendo entre si, cada qual disputando freneticamente uma fração do mercado total. Existe, como outro elemento comparativo, certa facilidade para entrar ou sair do mercado. E também um terceiro fator, que diz respeito à característica dos produtos oferecidos: eles são substitutos muito próximos, porém, com elementos diferenciadores que os tornam únicos. 
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Na realidade, a diferenciação caracteriza a maioria dos mercados existentes. Assim, os perfumes, os automóveis, os equipamentos eletrônicos de entretenimento e até mesmo restaurantes são diferentes uns dos outros. E é esta diferenciação que irá possibilitar ao produtor o poder de monopólio, dado que somente ele produz este particular tipo de bem ou serviço. Então, daí advirá a sua liberdade para fixação do preço, tal como ocorre no monopólio. 
Do lado da demanda, os aumentos de preço poderão provocar reduções nas quantidades adquiridas, já que existem substitutos próximos, ainda que não reúnam todas as características do produto normalmente adquirido. Esta redução na quantidade adquirida por conta de uma elevação dos preços pode ser igualmente acompanhada de uma ampliação da quantidade adquirida quando os preços se reduzem.
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Esta resposta da quantidade demandada às variações percentuais do preço constitui o que se convencionou chamar de “elasticidade-preço da demanda” . Por ora, fica o registro de que uma demanda elástica é uma das características de estrutura de mercado do tipo concorrência monopolista.
Oligopólio
As condições que favorecem o surgimento de uma estrutura de mercado do tipo oligopólio são parecidas com aquelas que prevalecem no monopólio, tais como os rendimentos de escala, o controle sobre as matérias-primas e a existência de patentes e licenças de uso de marcas.
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Uma das formas de verificação da existência de oligopólio – que, como já referido, caracteriza um dos modelos mais praticados nas economias desenvolvidas ou em desenvolvimento nos dias de hoje – é por meio do índice de concentração da indústria, que fornece o percentual da produção total da indústria que é controlada pelos quatro (ou oito) maiores produtores.
No caso de oferta de produtos como o cimento e o alumínio, que são considerados substitutos perfeitos entre si e, portanto, homogêneos, a pequena quantidade de ofertantes caracteriza um oligopólio puro ou oligopólio perfeito. O oligopólio diferenciado é caracterizado por uma concentração de poucos ofertantes de produtos que possuem algum diferencial entre si, como é o caso da indústria de cigarros e indústria automobilística, dentre outros.
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O fenômeno da cartelização de preços e condições comerciais é decorrência da existência de um oligopólio. O cartel é uma organização formal de produtores dentro de um mesmo segmento de atuação, ou seja, no âmago de uma indústria, na forma como aqui conceituado. Assim, esta organização formal protege os poucos participantes da indústria, dividindo entre si a produção e demais políticas, objetivando a maximização dos lucros totais do cartel.
 
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No entanto, alguns autores apontam a instabilidade dos cartéis, em razão da existência de capacidade ociosa em vários dos ofertantes. Esta ociosidade é um forte estímulo ao não-cumprimento das condições pré-estabelecidas pelo cartel.
As análises efetuadas indicaram que existe uma elevada interdependência entre os participantes de um oligopólio. As decisões sobre preço e condições de equilíbrio serão emanadas do conjunto dos ofertantes, de forma interdependente, em razão direta das condições de cada participante.
Em outras palavras, a decisão de um ofertante influi no comportamento econômico dos demais ofertantes.
Passos & Nogami oferecem um resumo das quatro principais estruturas de mercado, adaptadas no quadro que se segue:
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Características das Principais Estruturas de Mercado 
Estrutura
Quantidade
de empresas
ofertantes
Tipo de
produto
Condições de
Entrada e
Saída
Influência
sobre o 
preço
Alguns
exemplos
Concorrência
perfeita
Muitas
Produto
homogênio
Fácil
Nenhuma (são
tomadoras de
preço)
Produtos
agrícolas
Monopólio
Concorrência
monopolística
Oligopólio
Uma
única
Muitas
Muitas
Poucas
Produto
único sem
substituto
próximo
Produto
diferenciado
Homogênio ou
diferenciado
Difícil
Fácil
Difícil
Forte
Leve
Considerada
Serviços
telefônicos
Comércio
varejista,
restaurante
Cimento,
automóveis

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