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57 Aula 4: Análise do Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE) Análise do Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE) Apresentação Nesta Aula 4 discutiremos os temas relacionados à composição da Demonstração de Resultados do Exercício, suas contas e a sua importância como fonte de informações operacionais e financeiras sobre os resultados da empresa. O objetivo é dedicar especial atenção à classificação das contas componentes da DRE como é o caso das receitas, custos, despesas e resultado final do exercício no período analisado. AULA 4 NESTA AULA Demonstração de Resultados do Exercício (DRE) Contas que compõem a Demonstração de Resultados Lucro Operacional e resultados não operacionais Apuração Final e os principais grupos de contas Apuração Final e integração entre a demonstração de resultados do exercício e o balanço patrimonial METAS DE COMPREENSÃO Compreender as formas de publicação e as principais contas que normalmente aparecem nas DRE’s. Entender as diferenças entre CSP, CMV e CPV. Saber as classificações do DRE e a apuração do Resultado do Exercício. Administração Financeira e Regime de Capitalização58 Demonstração de Resultados do Exercício (DRE) A demonstração de resultados do exercício de uma empresa é uma forma de apresentação or- denada da receita e das despesas do exercício (normalmente 12 meses). A DRE da nossa empresa, a Cia. Industrial Alfa, apresentada a seguir na Figura 4.1. apresenta uma análise vertical de forma dedutiva, onde das receitas subtraem-se as despesas gerando-se o resultado (lucro ou prejuízo). S tock-xchng CIA. INDUSTRIAL ALFA BALANÇO PATRIMONIAL - Ativo e Passivo Circulante A B C D Ano 2007 % Ano 2008 % Ano 2009 % Ano 2010 % ATIVO CIRCULANTE Caixa 7.500 83% 6.250 72% 7.250 73% 9.500 76% Estoques 500 6% 950 11% 1.000 10% 1.250 10% Duplicatas a Receber 1.000 11% 1.500 17% 1.750 18% 1.750 14% TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE 9.000 100% 8.700 100% 10.000 100% 12.500 100% REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 4.500 100% 5.000 100% 6.000 100% 6.500 100% PASSIVO CIRCULANTE Contas a Pagar Curto Prazo 1.500 43% 3.000 62% 4.000 68% 4.500 64% Obrigações Trabalhistas 2,000 57% 1.875 38% 1.875 32% 2.500 36% TOTAL DO PASSIVO CIRCULANTE 3.500 100% 4.875 100% 5.875 100% 7.000 100% EXIGÍVEL LONGO PRAZO 4.000 100% 2.500 100% 3.250 100% 5.000 100% PATRIMÔNIO LIQUIDO 6.000 6.325 6.875 7.000 É importante destacar que a DRE pode ser feita de forma simples ou completa. Assim sendo, quando o administrador está trabalhando em uma empresa de menor porte, ou seja, micro ou pequena, a DRE pode ser mais simplificada. Quando tratar-se empresa de grande porte ou mesmo uma S.A., a lei exigirá que seja elaborada a DRE na sua forma completa, com o total detalhamento de cada conta de receita, despesas, custos e deduções que impactam na apuração do resultado final. Figura 4.1 59 Aula 4: Análise do Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE) Ou seja, em qualquer um dos casos mencionados anteriormente, o resul- tado apurado na DRE levará necessariamente ao aumento ou à redução do Patrimônio Líquido (PL) da empresa entre os dois períodos de apuração dos números. Na Figura 4.2 a seguir, destacamos um exemplo de DRE detalhada conta a conta. Neste demonstrativo, você terá uma visão mais completa a respei- to de cada grupo de conta, conforme será detalhado. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DRE COMPLETA CIA INDUSTRIAL ALFA Saldos em 31-dezembro Ano X2 Ano X3 R$ R$ Receita Bruta de Vendas e Serviços 1.405.000 1.684.750 Venda de Produtos 800.000 900.000 Venda de Serviços 500.000 784.750 (-) Deduções da Receita Bruta (205.000) (234.750) Devoluções & Abatimentos (50.000) (60.000) Impostos sobre Vendas (150.000) (168.750) Impostos sobre Serviços (5.000) (6.000) Receita Líquida 1.200.000 1.450.000 (-) Custo dos Produtos Vendidos (720.000) (850.000) CPV (720.000) (850.000) Custo Serviços Prestados - - Lucro Bruto 685.000 834.750 (-) Despesas Operacionais (300.000) (355.500) Vendas (100.000) (120.000) Administrativas (100.000) (100.000) Depreciação (20.000) (35.000) Financeiras (80.000) (100.500) Lucro Operacional 385.000 479.250 Resultados Não Operacionais - - Lucro antes IR e Contribuição 385.000 479.250 (-) Provisão IR e Contribuição (65.000) (81.000) Lucro Após IR e C 320.000 398.250 (-) Participações e Contribuições (185.000) (199.750) Empregados (85.000) (99.000) Administradores (100.000) (100.750) Lucro / Prejuízo do Exercício 135.000 198.500 Número de Ações 1.000 1.000 Lucro por Ação 135.000 198.50 Figura 4.2 Administração Financeira e Regime de Capitalização60 Esta DRE da Cia. Industrial Alfa ainda é uma apresentação relativamente simples quando comparada, por exemplo, com os modelos apresentados por empresas de capital aberto segundo as regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No entanto, em termos conceituais traz todas as princi- pais contas e a mesma estrutura de apresentação que podemos encontrar em exemplos mais completos. Contas que compõem a Demonstração de Resultados Vamos conferir as contas que compõem a Demonstração de Resultados? RECEITA BRUTA Como é possível ver na DRE mostrada anteriormente, a Receita Bruta de vendas e de serviços é a soma do total que a empresa efetivamente faturou para seus clientes, incluindo todos os impostos incidentes sobre as vendas e serviços prestados. DEDUÇÕES DA RECEITA Representadas pelas contas que mostram os valores que reduzem este faturamento anterior, e que podemos dividir em dois grupos distintos. No primeiro deles, estamos falando de devoluções, cancelamentos, descontos e abatimentos, por exemplo, que normalmente toda empresa é obrigada a conviver no dia a dia de suas operações. No segundo, dos impostos co- brados pelo governo nestas transações de vendas e prestação de serviços. Devoluções de Vendas Descontos e Abatimentos Concedidos Impostos Incidentes sobre Vendas e Serviços Tanto as devoluções quanto os descontos e abatimentos são normalmente ações comerciais ou dos compradores que acabam por causar impacto no resultado da empresa. Por exemplo: a empresa pode optar por dar um descon- to ou abatimento no preço de um produto, e receber um valor menor de vendas. Sendo que, nas devoluções, o valor faturado pela empresa é reduzido no valor das mercado- rias devolvidas efetivamente. Já os impostos sobre vendas e serviços têm origens e classificações diversas. Vejamos o que diz um especialista a respeito: Stock-xchng 61 Aula 4: Análise do Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE) PALAVRA DE AUTOR Os Impostos sobre vendas e serviços representam os impostos incidentes sobre as vendas e os serviços prestados, gerados por meio da emissão de notas fiscais e faturas, tais como: Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), Imposto sobre Serviços (ISS), Imposto sobre Vendas a Varejo de Combustíveis Líquidos e Gasosos (IVVC) e Programa de Integração Social (PIS). (HOJI, 2009, p. 267) RECEITA LÍQUIDA Sabemos que “as vendas são a essência do negócio”. Assim, para efe- tivamente operar (e, portanto, existir!) toda empresa precisa faturar, ou seja, vender e obter receita desta operação. Sempre que estudamos os números publicados por uma empresa, a nos- sa principal preocupação será a de analisar o desempenho das vendas. Por- tanto, sempre iniciamos nossa análise pelas Receitas Líquidas, já que todos os itens redutores da receita – conforme analisados anteriormente – são os mesmos para todas as empresas com operações e tamanhos semelhantes em uma mesma cidade. Portanto, toda a Análise de Balanços deve utilizaresta Receita Líquida como seu ponto de partida! CUSTOS Os custos das vendas efetuadas precisam ser muito bem analisados, pois são, juntamente com os impostos, itens que normalmente impactam nos resultados de qualquer empresa. Dependendo do mercado onde a empresa atua, será necessário que o administrador classifique os custos diferente- mente. Veja a seguir as três classificações normalmente utilizadas para carac- terizar os custos das vendas: Prestação de Serviço: Custo dos Serviços Prestados (CSP) Comércio: Custo da Mercadoria Vendida (CMV) Indústria: Custo do Produto Vendido (CPV) Administração Financeira e Regime de Capitalização62 Vamos agora ver em detalhes cada um desses custos, e como devemos analisá-los como parte dos resultados das empresas levando em consideração a questão dos impostos incidentes sobre cada um deles. CUSTO DOS SERVIÇOS PRESTADOS (CSP) Quando analisamos uma empresa prestadora de serviços como uma univer- sidade, por exemplo, sabemos que os custos para o seu funcionamento são bastante diferentes daqueles de uma fábrica. Em uma prestadora de serviços, os principais custos são via de regra a mão de obra, materiais e gastos do dia a dia da operação. Nestes casos, existem também os custos decorrentes da depreciação dos materiais e itens utilizados na prestação do serviço, que exigem um cuidado bem especial do ana- lista na sua análise. CUSTO DA MERCADORIA VENDIDA (CMV) Sabemos que Custo da Mercadoria Vendida (CMV) é o valor das mercadorias vendidas que foram compradas prontas para serem comercializadas. Quando um supermercado compra determinado produto como macarrão, por exem- plo, ele paga ICMS na nota fiscal que a fábrica envia pra ele junto com o pro- duto. Quando este mesmo supermercado revende o pacote de macarrão ao cliente na boca do caixa, este ICMS incluso no preço (da fábrica) é abatido do ICMS a recolher sobre a venda ao consumidor (na boca do caixa). Importante! Este raciocínio do ICMS já será um pouco diferente para o caso do IPI, frete e seguros pagos pelo supermercado quando compra o macarrão de nosso exemplo. Nestes casos, es- tes custos são efetivamente incorridos e integram o custo da mercadoria comprada pelo supermercado para ser revendida. Vejamos agora, a seguir a metodologia de cálculo do Custo da Mer- cadoria Vendida (CMV): CMV = Estoque Inicial + Compras – Estoque Final CUSTO DO PRODUTO VENDIDO (CPV) Representa a soma de todos os custos necessários para a fabricação do produto pela fábrica. Quando o produto é vendido, este “custo” vai aparecer na DRE – Demonstração de Resultados do Exercício, reduzindo o faturamento efetuado (as vendas da empresa). 63 Aula 4: Análise do Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE) CPV = EIPA + CP – EFPA Em que: EIPA Estoque Inicial de Produto Acabado CP Estoque Inicial de Produto Acabado EFPA Estoque Final de Produto Acabado Somado a isso, caso o produto seja fabricado (ou seja, incorreu nestes custos) e não seja ven- dido, este custo aparecerá – será somado – na conta Estoque de Produto Acabado e/ou Esto- que de Produto em Processo. Estoque de Produto em Processo: Valores que a empresa detém sob a forma de estoque no final do período analisado de produto semi-industrializado, por exemplo, peças e componentes para a produção de veículos. Estoque de Produto Acabado: Valores que a empresa detém sob a forma de estoque no final do período analisado de produto acabado, por exemplo, veículos produzidos e prontos para a venda. É sempre importante lembrar que, para fabricar um produto, a fábrica terá custos de matérias-primas, mão de obra de fabricação e demais custos diretos ligados à produção. Apresentamos a seguir a equação representativa do cálculo do Custo do Produto Vendido (CPV): Importante! Este CPV tem os valores de IPI (Imposto sobre Produto Industria- lizado) referentes às suas compras de matérias-primas e semiacabados abatidos do IPI sobre suas vendas (um incentivo concedido pelo go- verno que oferece uma desonera- ção ao fabricante.) Administração Financeira e Regime de Capitalização64 Uma vez apurado estes custos tratados anteriormente, a DRE da empre- sa analisada apresentará o valor referente ao seu Lucro Bruto, que nada mais é que a Receita Líquida subtraída deste total de custos. VOCÊ SABIA? Há diferença entre uma Demonstração de Resultados de uma empresa industrial, que nós já analisamos, e uma empresa do setor financeiro, por exemplo. No caso de uma financeira, por exemplo, não teremos CPV, já que não existe a efetiva fabricação de um produto e sim prestação de serviço – ou seja, intermediação financeira, empréstimos, financiamentos, entre outros. Neste sentido, o serviço bancário não exige a compra de matéria- prima, produto semiacabado, ou de qualquer outro “insumo” para a execução de seu “produto final” que é a “intermediação financeira”. Assim, o banco apresentará como resultado a diferença entre a sua Receita de Intermediação Financeira (juros cobrados, tarifas cobradas e outras receitas financeiras) reduzida de sua Despesa de Intermediação Financeira (todos os custos e despesas necessários para a sua atividade). Stock-xchng Produto semiacabado: Produtos com certo grau de manufatura que servem de base para a produção de outros bens. Por exemplo, peças e componentes automotivos que são utilizados pelas montadoras de veículos na produção dos carros. Matéria-prima: Bens primários utilizados na produção de outros bens como, por exemplo, ferro, aço, energia elétrica, borracha. PENSE NISSO Vamos então agora refletir um pouco mais sobre o CMV? Será que a alíquota (a porcentagem do imposto) cobrada do ICMS afeta o preço final da mercadoria? Certamente afeta, e quanto maior o imposto, maior o preço final. Mas além de aumentar este preço, uma alíquota maior causa algum outro efeito na sociedade (fornecedor, empresário, consumidor)? DICA Veja o site de Relação com Investidores do Banco Bradesco S.A.: Relatórios e Planilhas/Demonstrações Contábeis. Analise o DRE para o ano de 2012: <http://www.bradescori.com.br/abertura.html>. Acesso em: 9 abr. 2013. 65 Aula 4: Análise do Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE) A seguir, vamos analisar as últimas contas que fazem parte do DRE ini- ciando pelas Despesas Operacionais, e concluindo nosso estudo na apura- ção do Lucro por Ação que é a última linha do demonstrativo. DESPESAS OPERACIONAIS Veja uma definição e classificação das Despesas Operacionais de uma empresa. PALAVRA DE AUTOR As despesas operacionais são necessárias para promover, vender e distribuir os produtos, administrar a empresa e financiar as operações. Os principais subgrupos das despesas operacionais são: Despesa de Vendas, Despesas Administrativas e Despesas Financeiras. (HOJI, 2009, pp. 268) Somada a esta definição, o autor classifica as despesas em três grupos distintos e que auxiliam muito nossa análise: TROCANDO IDEIAS Lembre-se que existe uma sensível diferença entre os Balanços e os Demonstrativos de uma empresa industrial e prestadora de serviços. Discuta com seus colegas no Fórum virtual quais as principais diferenças na apuração de resultados entre empresas de ramos de atividades tão diferentes. Anote as suas considerações e opiniões dos colegas! Despesas de Vendas Compostas pelas despesas com pessoal de vendas, comissões sobre ven- das, publicidade e propaganda, provisões para devedores duvidosos, via- gens, fretes etc. No nosso DRE – Demonstrativo de Resultados do Exercício – vemos a soma de todas as despesas incorridas desde o início da produção do produto, somada aos gastos para sua colocação nas mãos do distribuidor e, por fim, na prateleira do comércio.Despesas Gerais e Administrativas Referem-se aos gastos gerais para a administração do negócio. Normal- mente incluem os honorários administrativos, salários e encargos, aluguel e materiais de escritório, entre outros gastos do dia a dia da empresa. Administração Financeira e Regime de Capitalização66 Despesas Financeiras Sabemos que normalmente toda operação exige linhas de crédito em bancos e demais instituições financeiras. Assim, estes empréstimos ban- cários (e serviços financeiros em geral) acabam resultando em despesas financeiras como, por exemplo: juros, encargos e taxas que são lançados nesta linha do DRE. Paralelamente, a empresa pode também receber receitas decor- rentes de aplicações de recursos em bancos, receber juros de mora, ou mesmo contabilizar descontos obtidos de fornecedores que têm carac- terísticas financeiras. Muitas vezes, o contador precisa também contabilizar despesas que não se enquadram nas categorias descritas. Nesses caso aparecerá na DRE a linha que representa as contas “Outras Receitas e Despesas Operacionais”, que somam valores de características e origens das mais diversas. Como exemplo de “Outras Receitas e Despesas Operacionais” na DRE temos a equivalência patrimonial ou os dividendos recebidos de terceiros. Equivalência Patrimonial: É a parcela do resultado de uma empresa controlada ou coligada da qual a empresa analisada detenha participação acionária. O resultado (lucro ou prejuízo do período) será, portanto, proporcional à esta participação no capital da controlada ou coligada. Lucro Operacional e os resultados não operacionais Uma vez deduzidas as despesas operacionais mencionadas, a DRE da empresa analisada apresentará o valor referente ao seu Lucro Operacional. Toda empresa sempre pode apresentar no decorrer de seu ano fiscal resultados (ganhos ou perdas) decorrentes de operações não relacionadas diretamente com seu negócio principal. Por exemplo, uma fabricante de produtos de limpeza pode obter, em determinado ano, um ganho decorrente da venda de um imóvel por valor muito acima do comprado e contabilizado no seu ativo imobilizado inicial- mente. Há também a possibilidade de perdas de capital, caso a baixa deste ativo (no caso da venda do imóvel) ocorra a um valor inferior ao registrado no seu Balanço Patrimonial e gere uma perda para a empresa. Apuração Final: os principais grupos de contas PROVISÃO PARA IR E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL O Imposto de Renda (IR) e a Contribuição Social (CS) são devidos basica- mente sempre que a empresa apresentar um lucro real (resultado positivo) após a dedução de prejuízos acumulados de exercícios anteriores, a recei- ta não tributável e diferimento de IR sobre o lucro apurado contabilmente. 67 Aula 4: Análise do Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE) IR DIFERIDO Refere-se a todo Imposto de Renda que deverá ser recolhido futuramen- te pela empresa e pago à Receita Federal. PREJUÍZOS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES São prejuízos incorridos em anos anteriores que são levados no PL aos anos futuros para fins de abatimento, por exemplo, de lucros futuros e outras providências. RECEITAS NÃO TRIBUTÁVEIS São as receitas não passíveis de tributos por diversas razões que a lei permitir por exemplo, algumas vendas intercompanhias (conhecidas como “receitas intercom- pany"), ou seja operações ocorridas dentro de um mes- mo grupo empresarial ou financeiro. PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES Estas participações são calculadas sobre o Lucro Líquido já deduzido do IR. Normalmente representam valores que a empresa por estatuto define que sejam calculadas e caracterizam-se por ser participações de emprega- dos no lucro, de administradores no lucro e partes beneficiárias. As contribuições têm muitas finalidades, como, por exemplo, as efetua- das para os fundos de pensão dos empregados da própria empresa. LUCRO LÍQUIDO (PREJUÍZO) Uma vez deduzido ou acrescentado do Lucro Operacional estes valores referentes aos Resultados Não Operacionais, Provisão de IR e CS, as Par- ticipações e Contribuições, a empresa terá apurado seu Lucro Líquido ou Prejuízo do Período. LUCRO POR AÇÃO Segundo Hoji (2008, p. 270) o Lucro por Ação é uma informação que se refere ao valor do lucro líquido dividido pelo número de ações. Já Iudícibus (2009, p.48) afirma que, uma vez deduzido do resultado as participações e contribuições, o que remanescer é o Lucro Líquido. Ao se dividir o Lucro Lí- quido pela quantidade de ações em que está dividido o capital da empresa, obtém-se o Lucro Líquido por Ação do Capital Social. Administração Financeira e Regime de Capitalização68 A legislação brasileira estabelece que o Lucro Líquido por Ação do Capi- tal Social deve ser indicado no final da Demonstração do Resultado do Exer- cício, evidenciada na Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados. Apuração Final: integração entre a demonstração de resultados do exercício e o balanço patrimonial Após o administrador ter feito esta apuração do Lucro Líquido, decide-se pelo destino deste lucro. Ou seja, neste momento os administradores deci- dirão qual a porcentagem do lucro que será destinada aos proprietários sob a forma de dividendos, e quanto será, por exemplo, reinvestido na própria empresa. Independentemente da estratégia adotada para a distribuição dos lucros, estes movimentos serão sempre mostrados na Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA). O que ficar retido na empresa para reinvestimento será, então, trans- portado para o Balanço Patrimonial da seguinte forma: o recurso aparecerá descrito no Patrimônio Líquido e este montante refletido em uma aplicação no Ativo. SÍNTESE Nesta Aula 4 estudamos os temas relacionados à composição da Demonstração de Resultados do Exercício, suas contas e a sua importância como fonte de informações operacionais e financeiras sobre os resultados da empresa. Analisamos também a importância da DRE na análise de resultados da empresa e como devemos, passo a passo, executar a apuração do resultado pela DRE. Para tanto, mostramos como ocorrem a apuração da Receita de Vendas e o cálculo dos impostos incidentes sobre vendas, a apuração dos custos de produção e das despesas de vendas, o cálculo do Imposto de Renda, o resultado representado pelo lucro por ação e, por fim, a apuração final e a Integração dos Resultados da empresa estudada. LEITURAS INDICADAS Veja a Demonstração de Resultado da Vectra Manufacturing para o ano encerrado em 31 de dezembro de 2009. GITMAN, L.J. Princípios de Administração Financeira. 12ª Ed. São Paulo: Pearson, 2009, p. 116. 69 Aula 4: Análise do Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE) ATIVIDADES 1.Quais contas compõem o item Receita Bruta de Vendas e Serviços? Quais os seus saldos? E quais as variações entre os anos X2 e X3? O que se pode concluir do total de variação deste grupo de contas entre estes dois períodos analisados? Veja novamente a Figura 4.2, apresentada anteriormente, que traz a De- monstração de Resultados do Exercício (DRE) Completa da Cia. Industrial Alfa. Com base nos conceitos que estudamos nesta Aula vamos, agora, desenvol- ver algumas atividades: ATIVIDADES 2. Reflita e responda: Quais contas compõem o item Deduções da Receita Bruta? Analise a variação de um ano para o outro. O que se pode concluir do total de variação deste grupo de contas entre estes dois períodos analisados? Administração Financeira e Regime de Capitalização70 ATIVIDADES 3. Quais contas compõem o item Despesas Operacionais? E compare-as entre os anos X2 e X3. O que se pode concluir do total de variação deste grupo de contas entre estes dois períodos analisados?
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