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O malhadinhas de Aquilino Ribeiro

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A partir da leitura do capítulo V do conto O Malhadinhas, de Aquilino Ribeiro (disponível na aula 4), redija um comentário crítico discutindo os regionalismos presentes no trecho, as expressões linguísticas, os costumes, atitudes e outras características que justificam a comparação entre esta obra a produção de Guimarães Rosa. Para tanto será necessário fazer uma pesquisa sobre as características da região a qual o Malhadinhas pertence.
 O momento transitório para o Neorealismo foi marcado por obras relevantes no que diz respeito ao cunho da verossimilhança. Tanto no Brasil, quanto em Portugal, podemos desfrutar dessa fonte representativa da “realidade como ela é”, e a sondagem das inquietações do homem sertanejo em relação ao seu lugar. Essas características podem ser observadas tanto na obra de Aquilino, quanto no contexto de Guimarães Rosa. Outro fator importante é a questão da linguagem, em ambos os textos encontramos uma linguagem tipicamente erudita.
 Na novela “O Malhadinhas” de Aquilino Ribeiro, obra que dá nome a personagem, conta as aventuras do protagonista rude, a qual por meio de uma linguagem regional, de homem simples, e ora erudito, e pela presença marcante da verossimilhança, descreve o panorama do homem em relação ao seu meio.
Malhadinhas é um almocreve, com ar de severidade que resolveu contar suas aventuras de homem valente que não hesitava em demonstrar sua destreza e fazer uso de uma faca, ou de palavras frias e duras quando necessário.
 O regionalismo-verdade presente na obra de Aquilino é comparado com o romance Grande sertão: veredas do brasileiro Guimarães Rosa, que toma como ponto de referência a paisagem e o homem do sertão, aprofundando-se na sondagem dos problemas que inquietam o ser humano, bem como sua cultura e sua língua. Guimarães atentou na elaboração, e o cuidado com as palavras e com o aproveitamento o linguajar regional.
É sem dúvida bastante visível a aproximação intertextual da temática entre os dois autores.
 Em Grande sertão: veredas, o personagem Riobaldo, ex jagunço e chefe de bando e ao passar de muitos anos resolve contar suas aventuras de juventude e suas andanças pelo sertão. Assim também se faz o personagem Malhadinhas. Outra característica que aproxima as duas obras é o instinto de luta, onde em ambas percebemos os traços de combate e heroísmo. 
 O almocreve da novela de Aquilino faz uso de uma linguagem bastante original: ...“tinham-no provido de lábia muito pitoresca levemente impregnada dum egoísmo pândego e glorioso” (cap.5). Algumas expressoes como: coicinhar, estoiro, bonifrate, salamurdo, despicado, escabeche, entre outros, são bem típicos do interior português.
 Contudo, é possivel ressaltar o cuidado minucioso dos dois autores ao discorrerem os fatos, e sua visão a cerca do homem regional e o meio onde ele vive. Ambos com riqueza na descrição dos acontecimentos, tecidos pelos mais ricos detalhes. 
Patrícia Oliveira.
Referências:
http://www.solar.virtual.ufc.br/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aquilino_Ribeiro#Obras
http://pt.wikipedia.org/wiki/Grande_Sert%C3%A3o:_Veredas

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