Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Geofísica MÉTODOS ELETROMAGNÉTICOS (EM) Registram a variação de condutividade elétrica da subsuperfície pela indução de correntes elétricas no terreno através do uso de bobinas eletromagnéticas. Geofísica Levantamentos eletromagnéticos Usam ondas eletromagnéticas no intervalo de freqüências de 300 a 20.000 Hz. Comprimentos de onda (l) de 10 a 1.000 Km; A propagação das ondas de maior l é controlada pela condutividade elétrica da subsuperfície; A propriedade física estudada é a condutividade elétrica. Geofísica Desenvolvimento dos métodos EM Usado pela primeira vez na década de 1920 com o objetivo de detectar depósitos metálicos condutivos. Levantamentos EM terrestres e aerotransportados são muito usados em trabalhos de exploração mineral. Geofísica Aplicações geoambientais Na década de 1970 os métodos EM começaram a ser usados em estudos geoambientais. Localiza objetos metálicos enterrados (tanques, dutos, ...); Mapeia plumas de chorume ou água subterrânea contaminada; Mapeia a salinidade do solo e a intrusão de água salgada; Delineia aterros sanitários e delimita cavas; Localiza explosivos enterrados (minas terrestres, explosivos não-detonados); Mede espessura de camada de gelo; Batimetria costeira. Geofísica Indução eletromagnética Os métodos EM usam o princípio da indução eletromagnética de Faraday. Uma corrente elétrica passando através de uma bobina produz um campo magnético e vice-versa; O campo eletromagnético age como uma fonte dipolar, como uma barra imantada. Geofísica A Lei de Faraday A corrente elétrica ou força eletromagnética (fem) gerada na subsuperfície condutora é dada pela lei de Faraday. A fem ou voltagem induzida é proporcional à taxa de variação do fluxo magnético no circuito: Geofísica O momento de dipolo A potência do campo magnético produzido pela bobina transmissora é dada pelo momento de dipolo (m): m = n A I onde: n = número de voltas da bobina; A = área da seção reta da bobina = p r2 (m2); I = corrente elétrica (Amperes); Por exemplo, se 5A passa através de bobina com 1m2 e 40 voltas, o momento de dipolo da bobina é de 200 Am2. Geofísica Princípio do levantamento EM Um campo eletromagnético primário HP, gerado pela passagem de uma corrente na bobina transmissora, induz correntes elétricas na subsuperfície que por sua vez, gera um campo eletromagnético secundário HS. O campo HS é medido pela bobina receptora, colocada a uma distância fixa do transmissor. Geofísica Condutividade aparente A potência do campo secundário produzido é proporcional à condutividade elétrica da subsuperfície. A relação entre o campo secundário e o campo primário permite estimar a condutividade aparente da subsuperfície: onde: sa = condutividade aparente; w = freqüência; m0 = permeabilidade magnética no vácuo; s = espaçamento entre bobinas transmissora e receptora; HP = campo primário; HS = campo secundário. Geofísica Unidades de condutividade Condutividade é a medida da habilidade de um material para conduzir corrente elétrica. É o inverso da resistividade: s = 1 / r A unidade de condutividade é o miliSiemens/m (mS/m); A resistividade é medida em Ohm-metros (.m). Geofísica Valores típicos de condutividade A maioria dos materiais de subsuperfície são mal condutores (isolantes), s < 10 mS/m. Ar ............................................. 0 mS/m Água doce ............................... 0,5 Água salgada .................... 3.000 Areia seca ................................ 0,01 Areia molhada .......................... 0,01 Argila ........................... 1 a 1.000 Silte ................................ 1 a 100 Calcário ........................... 0,5 a 2 (fraturado) Granito ............................. 0,1 a 1 (fraturado) Geofísica Profundidade de investigação EM A profundidade de investigação de um campo EM depende da freqüência do sinal e da condutividade do meio. A amplitude de uma onda EM decai exponencialmente com a profundidade. onde: A = amplitude; Z = profundidade; d = profundidade skin (função da freqüência e da condutividade do meio) Geofísica Profundidade skin É a profundidade na qual a amplitude do sinal EM decai 37% em relação à amplitude do sinal emitido pela bobina transmissora. onde: w = freqüência angular (w = 2pf rad/s); s = condutividade (mS/m); = permeabilidade magnética no vácuo (H/m); f = freqüência (Hz). Geofísica Profundidade skin A profundidade de investigação para antenas de 1000 Hz em argila (s = 100 mS/m) é aproximadamente 1,6 m. Já em areia (s = 0,01 mS/m), a penetração é aprox. 160 m. Geofísica Dois tipos de levantamento EM: Ativo (fonte controlada): Possui bobina transmissora para a geração do campo EM primário, medindo o campo EM induzido na subsuperfície através de uma bobina receptora. Passivo: Usa correntes EM que ocorrem naturalmente na subsuperfície devido a ação de correntes na ionosfera. Conhecido como “método magneto-telúrico”; Usado em exploração mineral, possui grande profundidade de investigação, baixa freqüência e pequena resolução. Geofísica Métodos EM ativos: Os métodos EM ativos podem ser classificados conforme o modo de operação da fonte: Domínio da freqüência ou de campo contínuo: mede a amplitude relativa e a fase dos campos EM primário e secundário; Domínio do tempo ou de campo transiente: mede a taxa de decaimento do campo secundário com o tempo, depois que o campo primário é retirado. Também chamados, respectivamente, de FDEM e TDEM. Geofísica Métodos EM ativos: Os levantamentos EM ativos são feitos usando um sistema de “duas bobinas”: Bobina transmissora; Bobina receptora com amplificador de sinal acoplado; Equipamento eletrônico de controle e armazenamento de dados. Geofísica Sistemas EM ativos Transmissor e receptor são bobinas de fios enrolados, formando anéis de diversos tamanhos (tipicamente 1 m2). Corrente alternada (AC) passando através da bobina transmissora, produz um campo magnético dipolar; Pode formar dipolos horizontais ou verticais. Geofísica Detecção do campo EM no receptor A amplitude do campo EM secundário pela bobina receptora é proporcional ao componente do campo perpendicular ao plano da bobina. A máxima voltagem é induzida quando o plano da bobina está perpendicular ao campo EM secundário; A bobina receptora não registra nenhum sinal quando o plano da bobina está paralelo ao campo EM secundário. Geofísica Orientação da bobina receptora O modo dipolo horizontal é indicado para detectar estruturas com forte mergulho. O modo dipolo vertical é mais indicado para a investigação em terrenos compostos por camadas plano-paralelas ou alvos rasos, mesmo com mergulho. Geofísica Direção do campo induzido O campo magnético induzido em um condutor (ou bobina receptora) está no sentido oposto ao do campo magnético primário. O campo magnético secundário está em oposição de fase em relação ao campo primário. Geofísica Exemplo de seção de condutividade Geofísica Condutivímetros Condutivímetros são aparelhos EM portáteis que medem diretamente a condutividade aparente da subsuperfície. Medem a razão entre o campo secundário e o campo primário, HP/HS, que é proporcional à condutividade aparente sa. Geofísica Número de indução A relação abaixo é válida apenas se o número de indução for pequeno (<<1): Número de indução é, por definição, a razão entre o espaçamento entre bobinas e a profundidade skin: NB = s / d A freqüência deve ser ajustada de tal modo que a profundidade skin seja significativamente maior que o espaçamento entre bobinas. Geofísica Condutivímetro Geonics EM-34 É um sistema de duas bobinas com 3 intervalos opcionais de freqüências (6.4 KHz, 1.6 KHz e 400 Hz). Geofísica Condutivímetro Geonics EM-31 É um sistema de duas bobinas com uma única freqüência (9.8 KHz) e espaçamento fixo de 4 metros entre bobinas. Profundidade de exploração de 5 a 6 m; Utilizado no mapeamento de plumas de contaminantes e detecção de objetos metálicos enterrados. Geofísica Condutivímetro GEM-300 Possui 16 freqüências opcionais, de 325 Hz a 20 KHz. Profundidade de exploração até 300 metros; Gera seção pela interpolação das sondagens adquiridas com várias freqüências. Geofísica Condutivímetro GEM-300 Pode ser configurado para trabalhar com dipolo horizontal ou dipolo vertical. Geofísica Exemplos de aplicação Mapeamento de chorume em aterro sanitário - Oklahoma; Mapeamento de água subterrânea - Pernambuco; Mapeamento de intrusão salina – Flórida; Detecção de cavernas e objetos enterrados; Detecção de UXO (unexploded ordenance) – minas terrestres e explosivos enterrados. Geofísica Chorume em aterro sanitário de Norman, Oklahoma Recebeu lixo municipal até ser fechado em 1985; Situado em silte aluvial ao lado de um rio; Pluma de chorume de dimensões desconhecidas afetando o rio. Geofísica Chorume em aterro sanitário de Norman, Oklahoma O fluxo de água subterrânea se dá de NE para SW. Concentrações de cloretos junto ao aterro da ordem de 1500 a 2000 mg/L. Geofísica Aterro sanitário de Norman Dados adquiridos com Geonics EM-34. Pluma de chorume aparece como zona de alta condutividade. Geofísica Mapeamento de pluma - fábrica de munição GEM-300 foi usado para mapear salmouras (sulfatos, NaCl) que emanam do terreno de uma fábrica de munições. Geofísica Mapeamento de pluma - fábrica de munição Uma pluma de sulfato foi detectada na forma de uma região com altos valores de condutividade (s > 150 mS/m). Essa pluma contamina o aqüífero aluvionar local. Geofísica Mapeamento de pluma não-condutiva Hidrocarbonetos são mal condutores. Pluma de derivados de petróleo aparecem como zonas de baixa condutividade. Geofísica Água subterrânea em fraturas Levantamento para encontrar fontes subterrâneas de água no semi-árido nordestino do Brasil. Geofísica Estrutura do embasamento Água subterrânea obtida de aqüíferos no embasamento fraturado. Mapeia zonas de fraturas em busca da água. Geofísica Levantamento terrestre Efetuado com condutivímetro EM-34, nos modos de dipolo horizontal e de dipolo vertical. Geofísica Resultados do levantamento terrestre Geofísica Conclusões do levantamento O levantamento terrestre de condutividade é um método viável para a locação de poços produtores de água; Zonas fraturadas identificadas em dados adquiridos com dipolo horizontal; Levantamento aerotransportado válido para mapeamento regional de aqüíferos em embasamento fraturado; Água subterrânea geralmente condutiva. Geofísica Levantamento aerotransportado Levantamento de condutividade realizado por helicóptero. Equipamento de registro multi-freqüências; Altura de vôo 60 m. Geofísica Levantamento aerotransportado Geofísica Resultados de EM aerotransportado - Ceará Fraturas indicadas por lineamentos condutivos; Freqüência de 4500 Hz. Geofísica Comparação EM versus Geologia – Ceará O mapa de condutividade aparente é muito mais detalhado que o mapa geológico existente para a área estudada. Geofísica Resultados de EM aerotransportado - Pernambuco Freq. 4500 Hz. Geofísica Comparação EM versus Geologia – Pernambuco Geofísica Mapeamento de intrusão salina - Flórida Intrusão salina em aqüíferos costeiros da Flórida é um problema crescente. Geofísica Mapeamento de intrusão salina - Flórida Geofísica Mapeamento de intrusão salina - Flórida Geofísica Salinidade versus condutividade A salinidade pode ser estimada a partir da condutividade. Água do mar > 70 mS/m
Compartilhar