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Aula online 7 Equipe técnica de museus
Introdução
Nesta aula, vamos falar da equipe de profissionais que trabalham em museus e as funções que desempenham dentro de um projeto. Você vai conhecer as fases de um projeto museológico e os critérios obedecidos para realizá-las. Ainda vai reconhecer o papel desempenhado pelo profissional de História dentro de um museu e as suas formas de participação dentro de um projeto. Bons estudos!
Os profissionais de museus
Museologia - Como você viu nas aulas anteriores, a Museologia interage com diversas áreas do saber, desde as ciências humanas, sociais e naturais até as exatas, além de novos campos do conhecimento que são constantemente desvendados.
Por suas características, a ciência museológica – tanto teórica como aplicada – atua sobre os métodos de seleção, conservação e pesquisa de objetos que possuam significados considerados importantes para os grupos sociais, além da própria gestão administrativa e institucional dos museus.
As informações contidas no conjunto desses objetos – os acervos museológicos – são investigadas, organizadas e transmitidas através de diversas ações que os museus realizam para divulgar e manter vivo o nosso patrimônio ecocultural.
Portanto, pode-se dizer que a museologia é um campo para profissionais que desejam trabalhar com a comunicação através dos objetos e acervos.
Isso significa trabalhar na seleção, restauração e conservação de objetos, pesquisa de acervos, elaboração de publicações – catálogos, livros, sites – concepção, organização e montagem de exposições, eventos e programas educativos baseados no patrimônio ecocultural.
O profissional de museu – seja ele de qualquer área de formação, mas que atue no campo museológico – é legalmente regulamentado desde 1984.
Seus direitos são preservados por intermédio dos Conselhos Regionais (COREM) e do Conselho Federal de Museologia (COFEM).
Atualmente, as equipes que trabalham em museus são constituídas por profissionais de diversas formações, que atuam em áreas e funções distintas.
Além dos profissionais ligados às áreas da administração e documentação, trabalham os historiadores, museólogos, educadores, arqueólogos, antropólogos, restauradores, designers, comunicadores e arquitetos.
Também há profissionais de outras áreas, conforme o tipo de projeto a ser realizado, formando uma equipe multidisciplinar que atua em conjunto.
Antes do evento
Inicialmente, para se conceber uma exposição ou um evento e decidir sobre o seu tema e como abordá-lo, a direção do museu se reúne com um grupo de especialistas "da casa" para analisar a sua viabilidade.
Nessa fase, são verificadas as pré-condições que possibilitam a realização do projeto, tais como:
 . Os recursos disponíveis – financeiros, materiais, humanos, de acervo;
 . A oportunidade e a importância de debater o tema naquele momento;
 . A melhor maneira de abordá-lo em relação aos públicos que se quer atingir;
 . Se aquela ação está de acordo com a ética;
 . Os objetivos da instituição e os resultados que se quer alcançar.
Também são avaliados os riscos e as condições de segurança, os parceiros – financiadores, apoiadores, fornecedores, especialistas externos – e outras instituições interessadas em participar do projeto.
Após essa etapa, é feito um planejamento dos trabalhos a serem realizados por cada área envolvida e pelos profissionais que atuam nelas.
Aí são definidas as responsabilidades, os prazos e os recursos a serem aplicados. Em seguida, vêm as pesquisas.
 Produzir um evento – ou uma exposição como parte de um evento maior – exige o envolvimento de toda a equipe do museu e, conforme o projeto, também de profissionais externos.
As pesquisas iniciais normalmente são realizadas por museólogos, arqueólogos, etnólogos, biólogos, geógrafos, historiadores.
Participam também profissionais especializados em determinados segmentos como, por exemplo, na leitura e interpretação de textos em linguagens antigas ou que possuam conhecimento profundo sobre um determinado acervo, ou sobre o tema, ou o uso de técnicas e equipamentos específicos.
Em seguida, vêm os educadores, museólogos, conservadores, programadores visuais, comunicadores, arquitetos, designers,cenógrafos, cenotécnicos, aderecistas, artistas e outros, dependendo do tema a ser abordado e da sua forma de abordagem, do tipo de acervo a ser usado e do próprio projeto.
Durante a mostra ou o evento, ainda atuam os seguranças, os monitores e assessores de imprensa. No final, é feita uma avaliação da atuação de cada uma das áreas envolvidas, além dos resultados produzidos sobre o público.
Como você pode ver, é um trabalho de equipe que exige a participação de profissionais de diversas áreas atuando em conjunto de forma distinta e coordenada.
No entanto, o nosso foco agora se dirige para o trabalho do museólogo comunicador.
O comunicador
Diferentemente dos outros profissionais, as atenções do museólogo estão voltadas para a comunicação museológica.
Por isso, ele se torna uma figura central como coordenador dessa grande equipe, equilibrando os trabalhos de criação, produção e comunicação, isto é, os interesses de todos esses profissionais em relação às expectativas do público e da própria instituição e seus parceiros.
Desse modo, o museólogo atua simultaneamente como coordenador e comunicador.
Utilizando várias linguagens expositivas, ele coordena o processo de transmissão de uma ideia para um determinado público, tendo como meio de comunicação os objetos inseridos em um cenário museográfico.
É ele quem seleciona os objetos do acervo do museu – e de outras instituições, se for o caso – conforme as suas relações com o tema e traça as estratégias para questionar os seus significados junto com o público. Atua em equipe, coordenando o trabalho de todos os demais profissionais.
É dessa forma que a preservação do patrimônio ecocultural adquire o seu sentido maior: focada em uma ação (a exposição ou o evento), onde a sociedade é convidada a questionar a sua realidade atual e os modos como ela se insere nesse debate.
A relação que o público estabelece com os objetos, com os acervos e com a forma como eles são apresentados estimula a reflexão sobre o seu papel na sociedade e pode determinar suas formas de agir em sociedade, exercitando sua cidadania e seu poder político.
O museu torna-se, assim, um canal de comunicação e espaço de debate de temas importantes, selecionados por diversos profissionais a partir de pesquisas realizadas sobre as demandas da sociedade e suas articulações com os objetos e as coleções.
Clique aqui e saiba mais sobre a comunicação museológica.
Comunicação museológica
É dessa forma que o processo de seleção de acervos justifica o seu propósito: na comunicação museológica.
Por isso, coordenar a concepção, o planejamento e a montagem de uma exposição deve caber ao museólogo comunicador. É dele a responsabilidade de estruturar a linguagem expositiva, desde a escolha do tema até as estratégias usadas para provocar a sua discussão e avaliar os seus resultados.
Os demais pesquisadores das outras áreas são também figuras-chave nesse processo, principalmente no que se refere à escolha do tema.
É natural que queiram explorar um assunto que estejam estudando naquele momento e que acreditam ser relevante para as pessoas conhecerem. Mas isso pode levar a um distanciamento entre o tema e o público.
Por isso, é preciso que o conteúdo temático leve em consideração a experiência prévia desse público, e essa mediação é também tarefa do museólogo.
Além disso, é também importante ter atenção ao confrontar os saberes que o público já tem sobre o tema e o novo conhecimento apresentado.
O objetivo é provocar o interesse das pessoas pelo tema e abrir os seus horizontes para receber novas informações, estimulando a reflexão e o debate que fazem com que a exposição – ou o próprio evento – seja uma experiência de qualidade.
O museógrafo
A museografia de uma exposição – a expografia – lida como espaço físico e a forma como os objetos são distribuídos, para melhor permitir a transmissão de um conteúdo.
Nessas funções, o designer, o arquiteto e o próprio museólogo são os profissionais que dão destaque aos objetos e os inserem na cena expositiva, associando-os ao enunciado central até o seu desenvolvimento conceitual.
São eles que dão valor cenográfico aos objetos, e fazem com que a mostra se torne uma experiência sensorial, interativa e criativa.
Esses profissionais devem saber explorar criativamente o lado sensorial do visitante. Isto é, a "percepção do público" para o qual a exposição está se dirigindo.
Para isso, usam diversos recursos: cores, sons, luzes, temperaturas, aromas etc., construindo um ambiente ao mesmo tempo agradável e harmonioso entre a forma e o conteúdo. Devem respeitar o "outro cultural", para que a exposição instigue o público e o convide a dialogar com ela.
O educador
O papel do educador é também fundamental. É ele quem define os objetivos educacionais de uma mostra e as estratégias didático-pedagógicas a serem aplicadas.
 Para isso, deve pesquisar as reações dos visitantes diante de determinadas situações expográficas.
Por trabalhar com estudantes, o educador entende o espaço expositivo como uma grande sala de aulas interativa, e trabalha justamente para potencializar a interação do grupo com a mostra.
Atualmente, os programas educativos de museus, centros culturais e de memória são desenvolvidos por empresas especializadas, contratadas periodicamente através de editais.
Definindo o público
Geralmente a instituição define quais tipos de público quer atingir. Pode ser uma comunidade carente, um grupo de especialistas, um público infantil ou de terceira idade, estudantes, turistas, deficientes ou visitantes de todos os tipos. É um trabalho de inclusão social que requer uma pesquisa prévia de público.
Assim, os temas e as condições expográficas são pensadas para acolher, ao mesmo tempo, diversos tipos de público.
Por exemplo: uma mostra que quer receber deficientes visuais, crianças ou pessoas da terceira idade que necessitam de recursos especiais. Assim, esses públicos terão condições de assimilar seus conteúdos e os aproveitarão da melhor forma possível.
Desse modo, os objetos devem ser escolhidos e dispostos de maneira conveniente, e o tema explicado de modo a favorecer os sentidos que faltam nesses públicos, para que a experiência seja a mais interativa possível.
No caso de deficientes visuais, devem explorar o tato, a textura, os aromas e os sons. Os textos devem estar em braile, ou devem ser narrados por um monitor ou através de uma gravação.
O trânsito pelo espaço expositivo também deve estar de acordo, seja na textura do piso ou no uso de corrimões para indicar o trajeto a ser percorrido.
Para receber deficientes auditivos, o museu deve ter monitores que se comuniquem em libras.
Centros culturais
O cenário expositivo deve formar um ambiente propício para colocá-los em contato com os acontecimentos dos tempos por eles vividos.
O ideal é que a exposição possua os recursos para acolher o maior número de pessoas de todos os tipos e necessidades.
Os recursos expográficos devem compensar e complementar as possíveis diferenças e favorecer o acesso à experiência.
A qualidade de uma mostra também é medida pela sua capacidade de acolhimento. Por isso, é importante uma criteriosa pesquisa prévia de recepção de público.
O educador, o designer e o museólogo são profissionais fundamentais na construção da experiência criativa do público, seja ele um grupo organizado de estudantes ou de visitantes espontâneos.
É a estratégia definida em conjunto por esses profissionais com os de outras áreas que pode garantir a qualidade técnica e pedagógica de um evento cultural.  
Portanto, os profissionais que atuam em museus devem possuir conhecimento multidisciplinar.
O conservador-restaurador
Ao conservador cabe a tarefa de verificar as características do meio físico e as condições em que os objetos ficarão expostos, e realizar as ações de controle ambiental.
Seu objetivo é expor os objetos nas condições mais ideais possíveis, garantindo que perdurem. Geralmente, o conservador é também restaurador, e dele depende a integridade física dos objetos.
A segurança é um aspecto fundamental para os museus e os acervos, seja pela responsabilidade de guardar e conservar objetos valiosos e frágeis, seja pelo risco de manipular, transportar e expor esses objetos em locais para públicos diferenciados. 
Esse item requer equipe especializada e uso de tecnologias de monitoramento em tempo integral.
Estejam guardados, em trânsito ou expostos, os objetos exigem condições especiais de controle climático, de luz, de ruídos, de higiene, de embalagem e de segurança física contra quedas e até vandalismos.
Geralmente, para transportar e expor objetos raros e de valor é exigido um seguro contra danos de diversas naturezas, desde incêndio e furto até catástrofes naturais. Os valores desses seguros são expressivos.
Clique aqui e saiba mais sobre o trabalho pra conservador.
Condições de segurança
Se forem objetos raros e valiosos emprestados por outros museus – tanto nacionais como estrangeiros –, são exigidas condições de segurança ainda mais rígidas, que envolvem empresas especializadas em transporte e até segurança armada. Nestes casos, o valor dos seguros é ainda mais alto.
Atualmente, o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) é essencial ao trabalho nos museus para todas as tarefas e profissionais envolvidos, desde a concepção do projeto, a manipulação, catalogação e pesquisa de objetos e acervos até o transporte, segurança e montagem de exposições.
Além disso, esses profissionais devem conhecer a tipologia dos museus, suas origens e trajetórias históricas, seu desenvolvimento e sua posição nas esferas sociais em que atua.
Podem trabalhar em centros de cultura e memória, instituições de pesquisa, galerias de arte, arquivos e centros de documentação, bibliotecas, universidades e escolas.
O historiador
Nas aulas anteriores  você já aprendeu que os museus são instituições sócio-históricas, e por isso mesmo o historiador é um profissional-chave e que atua em diversas situações.
Pelas características da sua formação acadêmica, esse profissional atua desde a concepção até as pesquisas de vários tipos que são necessárias para se realizar uma ação museológica.
Mas lembre-se: ele não atua sozinho. Como os demais, ele faz parte de uma equipe. Vamos entender?
Imagine uma exposição ou um evento maior em que estarão em ação várias expressões culturais: cinema, teatro, música, visitas guiadas, programas educativos, oficinas de criação, rodas de leitura, etc., em que se decidiu trabalhar sobre um tema – geralmente histórico, em se tratando de museus –, abordado das formas mais diferentes e criativas usando as tecnologias de informação e comunicação.  Em todas essas expressões haverá uma pesquisa histórica.
Agora imagine os públicos e suas diversidades. Imagine os ambientes. Os lugares da cidade, os prédios e seus espaços, os monumentos e a própria história que serão revisitados e questionados nessa grande ação educativa.
Em todos esses segmentos – todos! – o historiador estará presente desde o início.  E ainda ao final irá documentar todas as fases do projeto e comentar os seus resultados na perspectiva sócio-histórica daquele momento, ou seja, vai criticar a importância daquela ação sobre a sociedade na atualidade e as transformações que produziu momento histórico presente.  Quer saber mais?
Provavelmente o historiador ainda irá transmitir para a comunidade científica os resultados das pesquisas que realizou através dos catálogos, sites, livros, revistas especializadas, palestras e aulas. Para o historiador, o museu é um mundo.

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