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ONLINE 5 ACERVOS MUSEOLÓGICOS
Introdução
Nesta aula, você vai conhecer as singularidades dos objetos e acervos museológicos através dos significados a eles atribuídos – seus sentidos e expressões culturais. Também vai aprender a diferenciar os vários tipos de acervos museológicos por suas categorias e classificações. Bons estudos!
O que são acervos museológicos
Como vimos nas aulas anteriores, à construção de uma exposição que produza uma experiência de qualidade, leva em consideração diversos recursos.
A seleção dos objetos é um critério fundamental, porque tem a ver diretamente com a proposta do museu de confrontar o homem com a sua realidade.
 Isto é, colocar o público diante do seu patrimônio cultural para questionar seu papel na sociedade.
Essa seleção dos objetos é baseada em um princípio fundamental: seu significado, ou seja, o sentido que ele possui para um grupo de pessoas ou para a sociedade como um todo.
Veja bem: 
Imagine uma caneta simples, como tantas outras canetas. Agora pense na caneta que a Princesa Isabel usou para assinar a Lei Áurea, que formalizou o fim da escravidão no Brasil.
Essa não é uma caneta qualquer, certo? É um objeto ligado a um fato histórico, e é isso que a torna diferente de todos os outros objetos, isto é, de todas as outras canetas.
Isso porque esse objeto possui um significado, um sentido. Quando você o vê em uma exposição, imediatamente pensa naquele episódio da História brasileira e no processo histórico que envolveu o fim da escravidão.
Geralmente esses objetos não são apresentados isoladamente.
São contextualizados em um tema e apresentados junto com outros objetos também significativos, para potencializar as reflexões sobre o tema que o museu quer abordar. Por isso é importante conservá-los.
Portanto, o elemento estruturador de uma exposição é o objeto museológico, e o cenário expositivo deve ser pensado para dar destaque a esse objeto e ao seu significado.
Objeto institucionalizado
O objeto é a "musa" da exposição, seu elemento-chave. E o acervo museológico é o conjunto desses objetos institucionalizados em um museu.
Portanto, um objeto institucionalizado é aquele que passa a fazer parte do acervo de um museu. 
Significa que o objeto é registrado, catalogado e daí passa a fazer parte do acervo daquela instituição.
Passa a ser um objeto musealizado, ou seja:
primeiramente, ele é selecionado pelo seu valor intrínseco para integrar um acervo e
depois é formalmente integrado a esse acervo pela institucionalização, isso é, pelo seu registro e catalogação como parte daquele acervo.
Patrimônios culturais
Não apenas os objetos podem ser musealizados. Pode-se também musealizar monumentos, praças, prédios, cidades ou outras expressões da cultura consideradas significativas para um grupo social.
Nesses casos, a institucionalização vai além dos museus e atingem outras instâncias institucionais, como, por exemplo, um município, um país ou até mesmo toda a humanidade. 
É assim que são constituídos os patrimônios culturais da humanidade.
Você também já deve ter ouvido a expressão "tombamento".
Isso significa que ele foi "registrado" por uma instância governamental pela sua importância e, portanto, é protegido. Tombamento significa registro.
O objeto musealizado é aquele que é selecionado para ser conservado em um museu, e o objeto tombado é aquele que não pode ser guardado em um museu, e por isso é tombado (registrado) como patrimônio cultural e conservado no seu próprio local.
Assim também são os bens culturais imateriais ou naturais. Não é possível guardá-los em um museu, mas eles devem ser conservados, e por isso são registrados como patrimônio cultural, isto é, tombados. Mas o conceito de musealização, além de outros, serão tratados mais adiante.
Valor intrínseco de um objeto
Como você já sabe, os objetos musealizados são as unidades que, no seu conjunto, formam um acervo. E os acervos são formados de acordo com os seus tipos.
Móveis, armas, roupas, assessórios, carruagens etc. formam respectivamente os acervos de mobiliário, armaria, indumentária, joalheria, meios de transporte e outros conforme a sua categoria. 
E o conjunto desses acervos forma um acervo maior, que é o acervo geral do museu.
Mas os objetos por si sós, não possuem valor intrínseco, isto é, não estão ligados a alguma coisa, como no exemplo da caneta.
O valor intrínseco de um objeto conservado em um museu, ou de um acervo museológico, só existe quando lhe é atribuído um sentido, isto é, quando ele possui um significado sócio-histórico.
Para que isso aconteça, é preciso que sejam – tanto os objetos como os acervos – usados para transmitir o conteúdo desse significado ou dessa cultura. Ou seja, os sentidos e os conhecimentos acumulados pelas gerações anteriores que são considerados importantes e devem permanecer na memória das futuras gerações.
Assim, o museu se torna o repositório desses sentidos e conhecimentos contidos nos objetos e acervos, e as exposições são os meios usados para transmitir esses saberes e significados.
Recursos expográficos
Os recursos expográficos usados para contextualizar os objetos e acervos em um cenário expositivo podem ser diversos e simultâneos.
Ambientes, trajetos, textos, legendas, desenhos, fotografias, móveis, sons, aromas, temperaturas, luzes, máquinas etc. formam um grande conjunto de efeitos especiais usados para explicar um conteúdo e enriquecer a experiência dos visitantes.
Esses recursos também organizam e potencializam o discurso museológico, que é estruturado na combinação deles com todo o espaço expositivo, formando uma narrativa lógica e interativa.
É na interação do público com os objetos, acervos e com os recursos expográficos que os museus dialogam com as pessoas a respeito do tema em questão.
Dois outros elementos são também fundamentais para a construção de uma experiência expositiva de qualidade: o espaço físico e o desenho da exposição – sua visualidade –, associados aos recursos sensoriais.
A maneira como são dispostos os objetos no espaço também é fundamental na interação.
Na próxima aula, vamos ver que todos os museus, independentemente de suas tipologias, são construções socioculturais e históricas. 
Portanto, são espaços propícios à pesquisa histórica.
Essa característica ressalta a importância dos historiadores nessas instituições, pois esses profissionais estão mais aptos a associar os objetos aos fatos históricos e contextualizá-los por suas importâncias e significados no processo sócio-histórico.
Do mesmo modo, as pesquisas que se realizam sobre os objetos musealizados obedecem a critérios semelhantes à pesquisa histórica acadêmica. 
E o conhecimento produzido é o resultado da análise histórica de fontes documentais, onde o objeto é o próprio documento.
Tipos de acervos
Apesar de seguirem métodos acadêmicos próximos, a investigação de um conjunto de objetos – um acervo – é uma particularidade da pesquisa museológica.
Em um museu, os objetos são documentos, fontes de informação. Por isso, requerem condições especiais para serem selecionados, guardados, pesquisados e seus conteúdos apresentados em um contexto temático para serem questionados pelo público.
Como já vimos, existem vários tipos de acervos, e a cada um é dado um tratamento conforme a sua origem e o material com que são constituídos. 
Madeira, couro, metal e outros materiais têm tratamentos diferentes para que durem mais tempo e preservem suas características físicas.
Os acervos também podem ser vivos. Por exemplo: em um jardim botânico ou zoológico, as plantas e animais são conservados vivos, e assim são expostos. Mas neste caso, também podem ser conservados e expostos já não estando vivos, pela taxidermia (empalhamento).
Acervos de origem animal, vegetal ou mineral – couro, plantas, pedras – são conservados conforme as suas naturezas, e recebem um tratamento especial para aumentar sua durabilidade.
Assim, as condições de temperatura, higiene, luze outras variáveis climáticas são permanentemente controladas, além da própria segurança física dos objetos, principalmente quando estão sendo apresentados em uma exposição.
Conforme os acervos que têm sob sua guarda, os museus, em sua maioria, possuem laboratórios de conservação e restauração. Ali os objetos recebem tratamento adequado e são restaurados, caso sofram danos.
Seja no transporte, no acondicionamento ou na própria exposição, os objetos estão sempre sujeitos à ação do homem e do tempo.
Portanto, é através dos objetos e acervos que o público tem acesso ao conhecimento guardado e produzido pelos museus.
Pesquisa museológica
É através das pesquisas, das exposições, dos eventos culturais, dos programas educativos, das publicações e das informações disponibilizadas em bancos de dados que o público tem acesso ao conhecimento que os museus transmitem.
Mas não somente ao conhecimento puro e simples. Também das fontes usadas na produção desse conhecimento – isto é, pela pesquisa sobre os próprios objetos e acervos – que fazem com que os museus desempenhem o seu papel educativo, cultural e científico.
É esse o objetivo da pesquisa museológica: promover o uso social dos seus acervos, aproximando a sociedade dos significados que eles exprimem e os conhecimentos que neles existem.
E como os museus fazem isso? Pesquisando-os e apresentando-os principalmente nas exposições, pois é ali que essas fontes de informação – esses documentos – são mostradas em um contexto temático para provocar reflexões, tomadas de consciência e mudanças de atitude.

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