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Histórico da museologia no mundo e no Brasil
Introdução
Nesta aula, você vai conhecer a evolução da Museologia, no mundo e no Brasil, através das primeiras coleções. Vai ver que a ideia de museu originalmente esteve ligada à Filosofia, às artes e às ciências, e que com o tempo assumiu diversos significados até se consolidar como instituição educativa. Esta aula vai mostrar como os museus foram se transformando ao longo do tempo, e a cada momento serviram aos propósitos afirmativos de poder e nacionalidade, de acordo com os períodos históricos. Vai mostrar também que o Brasil esteve entre os primeiros países que constituíram acervos científicos, e o importante papel dos museus nacionais nas pesquisas da História Natural e da Antropologia. E, finalmente, vai conhecer as instituições museológicas contemporâneas – os centros culturais – e o novo formato do fazer museológico desenvolvido nesses espaços. O uso das tecnologias de informação e comunicação e os estudos de recepção de público deram uma nova feição aos museus, repercutindo diretamente na qualidade de suas ações educativas. Para quem gosta de História, um belo passeio.
A museologia no mundo
Você viu que a palavra museu teve origem na antiga Grécia. Museion era o nome dado aos templos das musas, que representavam os ramos das artes e das ciências. 
Mas esses templos não tinham a finalidade de reunir coleções. 
Eram locais reservados para debates filosóficos e estudos artísticos, científicos e literários.
E essa noção de museu continuou associada às artes, às ciências e à memória, da mesma maneira que era na antiguidade. 
Mas, com o passar do tempo, a ideia de museu foi adquirindo novos significados, até que, no século XV, colecionar objetos virou uma mania em toda a Europa.
Nesse período, vivia-se o espírito científico e humanista do Renascimento, e as coleções – cada vez maiores e variadas – eram armazenadas em locais chamados de "gabinetes de curiosidades".
As pessoas importantes gostavam de ter esses “gabinetes” em suas casas, para exibir objetos raros e exóticos como prova de sua riqueza e seu poder.  
Com a expansão das navegações para o oriente e para o novo mundo, essas coleções passaram a ser enriquecidas com obras de arte, artefatos científicos e outros objetos provenientes das Américas e da Ásia, adquiridos pela nobreza e pela burguesia ascendente. 
Também eram colecionados trabalhos de artistas locais.
Símbolos do poder político e econômico, essas coleções proliferavam por toda a Europa.  Além de objetos e obras de arte, essas coleções também passaram a abrigar espécimes da natureza(Animais, plantas e minerais raros e exóticos.), formando as primeiras coleções científicas criadas por estudiosos que buscavam reproduzir o ambiente natural de espécies vindas de terras distantes.
Entretanto, os gabinetes de curiosidades reuniam objetos que atraíam mais por sua beleza, raridade, técnica ou pelo seu valor simbólico. Eram adquiridos mais pelo prazer de colecionar para mostrar riqueza e poder do que para servir como elementos de pesquisa. Não havia um critério científico na formação dessas coleções, e os objetos no seu conjunto não constituíam um conhecimento organizado. 
A museologia no mundo – continuação
Foi entre os séculos XV e XVI que surgiram as primeiras coleções organizadas para formar acervos de instituições parecidas com as que hoje conhecemos como museus. 
Mas foi somente no final do século XIX que surgiu, na Inglaterra, uma instituição criada para essa finalidade: o Museu de História Natural de Londres.
Os objetos então passaram a ser coletados formando um conjunto lógico. 
E o primeiro a organizar esses objetos por classes foi o botânico, zoólogo e médico suíço Carlos Lineu, criador do método de classificação científica.
A partir de então, as coleções passaram a ser usadas também para a pesquisa, e os antigos gabinetes transformaram-se em museus, tal como hoje são conhecidos. Contudo, essas instituições ainda não eram abertas ao público. Apenas os estudiosos e os membros de sociedades científicas tinham acesso a esses locais. 
Museus e suas funcionalida
Em 1753, surgiu o Museu Britânico em Londres (Inglaterra). Entre 1750 e 1773 o Museu do Louvre, em Paris (França) e, em 1783, o Museu Belvedere em Viena (Áustria). 
Mas somente no final do século XVIII, na França, foi permitido ao público ter acesso a essas instituições, marcando o surgimento dos primeiros museus nacionais.
Em seguida, outros museus foram criados na Europa:
em 1808, em Amsterdã (Holanda), surgia o Museu Real dos Países Baixos;
em 1810, o Altes Museum em Berlim (Alemanha);
em 1819, o Museu do Prado em Madri (Espanha), e
em 1852, o Museu Hermitage em São Petersburgo (Rússia).
Criados dentro do espírito nacionalista da época, esses museus tinham como função formar cidadãos através do conhecimento do seu passado, e participaram de maneira decisiva na construção dos Estados nacionais emergentes e das nacionalidades. Também assumiam a função de exaltar o poder desses países através de coleções trazidas das suas colônias.
A museologia no mundo
Durante todo o século XIX, várias expedições percorriam os territórios colonizados recolhendo espécimes da flora e da fauna, com o objetivo de conhecer os recursos naturais e os costumes locais. 
Assim foram se formando as coleções de Mineralogia, Botânica, Zoologia, Etnografia e Arqueologia que passaram a integrar os acervos dos principais museus da Europa.
Desde então, naturalistas e artistas europeus realizavam viagens exploratórias ao chamado "Novo Mundo", descrevendo e retratando minuciosamente as características do meio físico e os costumes dos habitantes. 
No Brasil, Debret, Rugendas, Saint-Hilaire, Spix e Martius, entre outros, publicaram um vasto material etnográfico sobre o nosso país.
Ainda em 1870, surge o Museu Metropolitano de Nova Iorque (Estados Unidos). Com um perfil mais pedagógico, serviu de modelo para outros museus norte-americanos e mais tarde influenciou a ação de museus latino-americanos, como o MASP (Museu de Arte de São Paulo) e o Museu de Antropologia da Cidade do México.
A museologia no Brasil
A primeira instituição museológica brasileira surgiu no início do século XIX. 
O Museu Real, criado por D. João VI, no Rio de Janeiro, em 1818, veio a ser o atual Museu Nacional.  
Inicialmente, seu acervo era composto por uma coleção de história natural doada pelo próprio príncipe. 
Pouco depois passou a ser aberto ao público, e seu acervo foi enriquecido por uma importante coleção de Egiptologia adquirida por D. Pedro I.  
Contudo, o Museu Real manteve um perfil puramente colecionista e, somente no final do século XIX, adquiriu um caráter científico.
Em 1864, foi criado o Museu do Exército e, em 1868, o Museu da Marinha. Em seguida, foram criados o Museu Paranaense, em 1876, e o Instituto Histórico e Geográfico da Bahia em 1894. Ainda nesse cenário, surgiram dois importantes museus etnográficos: o Paraense Emílio Goeldi, em 1866 e o Museu Paulista – atualmente Museu do Ipiranga –, em 1894.
Junto com o Museu Nacional, o Museu Paraense Emílio Goeldi e o Museu Paulista assumiram o perfil de museus etnográficos(Suas coleções eram formadas por elementos de História Natural, Etnografia, Paleontologia e Arqueologia, e eram organizadas e apresentadas de uma forma enciclopédica, isto é, seguindo uma cronologia.), seguindo o modelo que se difundiu em todo o mundo entre os anos de 1870 e 1930. 
As pesquisas desenvolvidas por esse museus apoiavam-se na Teoria Evolucionista de Charles Darwin, naturalista inglês, a partir da qual eram interpretadas as origens e a evolução das espécies e da sociedade, que mais tarde foi a base da Antropologia.  
Portanto, podemos dizer que tanto no Brasil como no resto do mundo os museus se constituíram sobre dois modelos: um, baseado na história e na cultura do seu país, e orientado para celebrar sua nacionalidade, e outro, voltado para o estudo da Pré-História, da Arqueologiae da Etnologia, como resultado dos movimentos científicos da época.
A museologia no Brasil – continuação
No Brasil, assim como nos demais países, os museus de modelo enciclopédico predominaram até 1930, quando entraram em declínio junto com as também superadas teorias evolucionistas. Entretanto, os museus brasileiros mantiveram suas ações a serviço do nacionalismo, celebrando, em suas exposições, a exuberância da nossa natureza e a cultura do nosso povo.
Essa temática nacionalista ganhou mais relevância a partir da criação do Museu Histórico Nacional (MHN), no Rio de Janeiro, em 1922, junto com o Movimento Modernista.  A partir daí a museologia rompeu com a tradição enciclopédia e inaugurou a fase consagrada da história brasileira produzindo exposições que apresentavam nossa cultura material e simbólica como representativa de nossa nacionalidade.
O objetivo das ações realizadas pelo MHN era educar o nosso povo através dos valores nacionais. As exposições apresentavam fatos e personagens da nossa história, incentivando o culto à tradição e à formação cívica como fatores de união e progresso.  
Os acervos documentavam a evolução da nação brasileira, com destaque especial para os períodos do Império e da República.
Seguindo o modelo implantado pelo Museu Histórico Nacional, vários museus surgidos entre as décadas de 1930 e 1940 trouxeram as marcas de uma Museologia comprometida com a ideia de uma memória nacional, como fator de integração social e reflexão crítica.
A partir de então, o Museu Histórico Nacional se tornou referência para outros museus brasileiros, e contribuiu para a criação do curso de graduação em Museologia, em 1932, que funcionou no próprio museu até 1979, formando e aperfeiçoando profissionais de várias áreas do conhecimento que desejassem trabalhar em museus de todo o país.
As novas instituições museológicas
A partir do final da década de 1980, outros tipos de instituições passaram a ser criadas principalmente nas capitais e grandes cidades do Brasil e do mundo, realizando ações educativas de excelente qualidade: os centros culturais. 
Com uma estrutura receptiva mais flexível, esses espaços foram inicialmente concebidos para funcionarem como instrumentos de visibilidade institucional de empresas.
Além de reunirem acervos de diversos tipos – próprios e de outras instituições – para realizarem suas exposições, alguns centros culturais se especializaram em adquirir e conservar acervos específicos, tornando-se referência no tratamento desses acervos.

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