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A comunicação museológica
Nesta aula, vamos entender que os museus utilizam diversas ferramentas e estratégias de comunicação para provocar reflexões e transmitir conhecimentos. Vamos conhecer ainda sobre as equipes multidisciplinares de especialistas que concebem as exposições museológicas. Então, vamos à aula. Bons estudos!
A principal ferramenta de comunicação museológica é a exposição. Esta é a parte que visualmente se manifesta para o público e que possibilita a experiência de adquirir conhecimento por meio do contato direto com o patrimônio cultural.
A apresentação de um acervo articulado com o tema de uma exposição é também o modo que os museus têm de se mostrarem para a sociedade e afirmarem a sua missão.
Comunicação museológica é a denominação genérica dada às diversas formas que os museus usam para transmitir conhecimentos.
Essas formas são várias: exposições, artigos científicos, estudos de acervos, catálogos de coleções, filmes, apresentações teatrais, palestras, oficinas, eventos, programas educativos, material didático e de divulgação.
Entretanto, o modo mais direto que o museu utiliza para comunicar-se como seu público é a exposição
É no cenário expositivo que se potencializa a relação entre o homem e o objeto, e é nessa relação que o público tem acesso à poesia das coisas, das pessoas, dos fatos históricos e dos lugares de memória.
Aos profissionais de museus, cabe a tarefa de construir esse encontro, pesquisando os acervos, abordando temas socialmente relevantes, elaborando mostras e estudando as formas como os diversos tipos de público se relacionam com os objetos organizados em um cenário expositivo..
É nesse feixe de informação, conhecimento e aprendizagem que a comunicação museológica atinge o seu objetivo maior: produzir emoções e reflexões que possam transformar a atitude das pessoas quando elas são confrontadas com suas realidades.
Concepção e montagem de exposições
Nos primórdios da Museologia, as exposições tinham um caráter puramente contemplativo, e eram concebidas por uma só pessoa ou por um pequeno grupo de pessoas.
Eram organizadas de modo enciclopédico, a partir das estruturas classificatórias das coleções, e somente pesquisadores eram capazes de perceber e entender essas estruturas e seus significados.
Para o visitante comum, eram apreciadas passivamente, apenas para satisfazer curiosidades.
Com o tempo, as exposições passaram a ser concebidas por equipes de especialistas, para serem compreendidas e provocarem uma atitude ativa e crítica no público.
Essas equipes de especialistas eram orientadas para responder às seguintes questões:
Como as pessoas aprendem?
O que estamos ensinando?
Como estamos ensinando?
Que tipo de assunto interessa às pessoas?
Quais são as melhores estratégicas expográficas que podemos usar para comunicar às pessoas o que queremos que elas entendam e aprendam?
Houve uma interação com o público!
Assim surgiram as equipes interdisciplinares formadas por pesquisadores, educadores, historiadores, designers, museólogos e outros especialistas da área da expografia.
Concepção e montagem de exposições
A reflexão sobre como as pessoas aprendem através de uma exposição e como os museus podem ensinar fez com que os profissionais que atuam nessa área preparassem as exposições a partir do olhar do público.
Atualmente se oferece ao público a oportunidade de aprender através de um comportamento ativo-cognitivo (intelectual, emotivo e crítico), interagindo com a exposição.
É na interação ativa e crítica entre a mensagem apresentada e o visitante que a exposição permite que as pessoas vivenciem uma experiência de apropriação do conhecimento. 
No entanto, é preciso saber como construir essa experiência e verificar o seu efeito.
É na interação ativa e crítica entre a mensagem apresentada e o visitante que a exposição permite que as pessoas vivenciem uma experiência de apropriação do conhecimento. No entanto, é preciso saber como construir essa experiência e verificar o seu efeito.
A pesquisa de recepção de público estuda os modos e consequências do encontro entre a mensagem que se quer transmitir o seu destinatário. É o resultado da interpretação que o público faz dos vários objetos que estão sendo exibidos em conjunto com o cenário expositivo e o tema em questão.
O público, de fato, recria criticamente a mensagem – cada pessoa do seu jeito –, a partir do seu próprio universo referencial, fazendo uma síntese subjetiva do conteúdo.
 A equipe que cria uma exposição deve pensar a mensagem através de quem eles mesmos são, pessoal e culturalmente. E os espectadores devem receber essa mensagem e responderem a ela também através de quem eles são, pessoal e culturalmente.
 É nessa relação profunda entre objeto-sentido, tema-sentido e exposição-sentido que ocorre a reflexão, a aquisição do conhecimento e a mudança de atitude.
 Portanto, é na mente do visitante que a mensagem se instala e provoca a reflexão, de acordo com os objetivos previstos na concepção e na montagem da exposição.
Estudos de transmissão de mensagens
Os estudos de transmissão de mensagens através de exposições estão intimamente relacionados com a área da Comunicação Social.
 De acordo com esses estudos, a mensagem transmitida por uma exposição não é a única via – existem outras, às vezes até mesmo concorrentes –, nem a mais importante para determinado tipo de experiência vivenciada pelo público que, como você viu, faz a sua própria síntese.
Entretanto, pensar que existe um predomínio do emissor sobre o receptor sugere uma relação de poder, como se houvesse uma relação sempre direta, linear, de um polo (emissor) sobre o outro polo (receptor).
Por isso, o processo comunicacional museológico não está na mensagem, e sim na interação. É no espaço de encontro entre o emissor (museu-exposição) e o receptor (público) que se estabelece a relação do homem com a sua realidade.
Museu é diálogo
Não é correto dizer que a exposição é uma simples transmissão de uma mensagem para um determinado público por meio de objetos em um cenário.
Isso pode passar a ideia de que a instituição (museu) já tem estruturado todo o significado da mensagem, e que o público-alvo é somente aquele que está apto a recebê-la, passivamente. É um equívoco considerar que a interação ocorre desta forma.
Pelo contrário, a avaliação ( ao trazer informações sobre o que o público compreendeu e reagiu?) dos resultados de uma exposição  realimenta todos os procedimentos de concepção e montagem, e aí são feitas as correções e as adequações.
Museu é diálogo. É espaço de discussão, e não um monólogo. Por isso, a avaliação de uma exposição se dá sobre os efeitos da interação com o público, e não sobre um processo linear entre emissor e receptor.
Estudos de público e avaliação
A exposição é o local de encontro entre o que o museu quer apresentar – e o modo como ele apresenta –, buscando provocar um comportamento ativo e crítico do público e à sua síntese subjetiva.
Entendendo a exposição como espaço de aquisição de conhecimento e reconstrução de valores, elas são concebidas para oferecer uma experiência de qualidade aos visitantes.
Contudo, conceber e montar uma exposição a partir das realidades das pessoas significa:
Primeiro, escolher um tema de relevância social e também científica.
Depois, é preciso organizá-la material e visualmente em um espaço físico apropriado, para estabelecer uma relação de diálogo – uma experiência – entre o conhecimento que o público já tem sobre o tema e o novo conhecimento que está sendo apresentado.
Fatores que determinam a qualidade de uma experiência
Quais são os fatores que determinam a qualidade de uma experiência, para que ela seja bem-sucedida?
Bem, uma experiência de qualidade é aquela que permanece por um longo tempo na mente da pessoa que a vivenciou. 
Por exemplo: uma viagem, ou um encontro com alguém que se gosta.
A experiência bem-sucedida é aquela que é completa. Nela, todos os elementos que aconstituem estão presentes e interagem bem entre si.
Qualidade de uma experiência
Imagine uma festa, em que o ambiente, os alimentos, as bebidas, a música etc. sejam percebidos pelos convidados como sendo de qualidade, e que fazem todo o evento ser uma referência de qualidade. 
Do mesmo modo, uma experiência de qualidade é percebida na sua totalidade, a partir de cada uma das suas unidades interagindo em harmonia. 
São vários os fatores a ser considerados para se conceber e montar uma exposição, isto é, entre a ideia inicial e a conclusão da experiência. 
No entanto, não devemos confundir o término de uma experiência com o seu fim. 
Lembre-se que uma experiência de qualidade é aquela que permanece por muito tempo na memória de quem a vivenciou. 
Isso significa que a interação que ela provocou deve continuar na lembrança das pessoas por um longo tempo, mesmo depois de ela terminar. 
Assim, para conceber e montar uma exposição de qualidade é preciso considerar o princípio da continuidade da interação. 
Para isso acontecer, ela deve estar conectada com experiências anteriores, já vivenciadas pelo público, e que possa influenciar positivamente novas experiências.
Interação com a exposição
Uma exposição interativa é aquela que permite ao visitante caminhar livremente pelo seu espaço, observar os objetos, relacioná-los ao tema abordado, aprender o seu conteúdo temático, apreciar os seus efeitos expográficos e sensoriais de sons, cores, luzes, movimentos.
Nela é possível observar, comentar, analisar, julgar, criticar, comparar, relacionar, lembrar, rejeitar, concordar, discordar, emocionar-se.
É nessa interação que o público recria o discurso expositivo e dá a ele um novo sentido. Uma nova leitura a partir de experiências anteriores. 
E é na relação entre todos os elementos que a constituem e formam um grande conjunto de informações, significados e conhecimentos importantes que fazem com que a visita a exposições seja uma experiência única e de qualidade.
Entretanto, pode-se ir a um museu ou a um centro cultural pelo simples prazer de estar num lugar onde sempre tem alguma coisa interessante acontecendo.
Museus: territórios existenciais, bens patrimoniais e lugares de encontros e de saberes.
Mesmo que não se busque um evento específico da programação, ir a esses lugares é sempre um bom programa e uma oportunidade de vivenciar uma experiência marcante.
Às vezes acontecem ao mesmo tempo eventos sobre assuntos totalmente diferentes: uma exposição sobre um tema, uma mostra de cinema, um lançamento de um livro, um concerto acontecendo nos jardins, um espetáculo teatral, uma oficina e daí por diante.
Essa também é uma estratégia de formação de público: criar um circuito interativo de diversidades nas variedades das ações e dos temas abordados.
Nessa perspectiva, os museus se transformam em territórios existenciais, em bens patrimoniais e lugares de encontros e de saberes.
São as chamadas “estruturas de acolhimento” – dimensões abertas ao sensível e ao indeterminado –, onde pode acontecer algo surpreendente. Isto também faz parte de uma experiência de qualidade.
A museografia é articulação da linguagem como meio de comunicação do museu. Como está bem definida pela Declaração de Caracas (1921) a linguagem museográfica é ampla, não é verbal, ela está mais próxima da percepção da realidade e das capacidades perceptivas de todos os indivíduos. Para isto utiliza ordenações lógicas, equilibradas, harmônicas, na descrição visual de um fato, um fenômeno, uma ideia, etc. Ou seja, a museografia decide o conteúdo e como ele será apresentado. 
A museografia incorpora vários conhecimentos e técnicas da educação, da comunicação, da percepção visual, etc., enriquecendo a forma de apresentação de temas e exibição de objetos. 
Os recursos museográficos têm como finalidade estabelecer uma experiência cognitiva entre o sujeito e o bem cultural exposto. Para isto recorre às técnicas da apresentação de objetos e de conceitos, utilizando cores, mobiliário, sons, imagens, ambientação, com música, odores, iluminação e temperatura, etc. Como elementos de apoio museográfico estão os recursos visuais como os gráficos, etiquetas, legendas, textos, fotos e ilustrações, maquetes, dioramas, etc. Todos estes elementos são partes importantes para a exposição museológica. 
Convém esclarecer que a exposição museológica não está limitada a uma simples apresentação do objeto em si, ao contrário disto, ela é uma experiência comunicacional e emocional, que tem por finalidade transmitir ideias e conhecimentos, utilizando recursos verbais, auditivos, tácteis sobre acontecimentos, objetos, ideias e situações. Por isto, entendemos que a exposição museológica é diferente da experiência estética característica das exposições de arte.··.

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