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Religião indígena - Cópia

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O conhecimento do fenômeno religioso nas tradições indígenas sugere um repensar sobre o nosso conceito de acerca desses povos e sua milenar sabedoria e cultura.
Ao longo da história do Brasil, os índios sempre foram definidos pela negação: não tem escrita, não tem religião.
Apesar da diversidade cultural, vamos abordar características religiosas que lhes são comuns ou encontradas em muitos povos do Brasil, privilegiando de certa forma os povos Tupinambá e Guarani, que foram os que mais marcaram nossa cultura brasileira e nossa religiosidade popular, por terem sido os povos com quais convivemos por mais tempo.
A estrutura das religiões indígenas é sólida e muito bem elaborada, permitindo o equilíbrio entre homem com o meio em que vive. A harmonia deste com a Mãe Terra é condição básica para sua sobrevivência e é, portanto, elemento inseparável de seus ritos e encontro com a transcendência.
O rito fundamenta toda a realidade, define a organização da vida social e é fonte de memória e conhecimento. Há rituais para celebrar o fim das estações da chuva ou seca, outros para comemorar a chegada das colheitas; há rituais de casamento e vitórias em guerras com outras tribos. Revestem-se de grande importância para as famílias os rituais de iniciação ou passagem para a vida adulta dos jovens e também o nascimento de crianças. Os rituais estão ligados aos mitos, o ritual e o mito atualizam o passado e ajuda a modificar e compreender o presente.
Muita gente acredita ser Tupã o principal Deus das crenças indígenas, mas a verdade é outra. Tupã é um ser sobrenatural em que somente os índios que falam a língua do tronco Tupi acreditam. Os demais indígenas não conheciam Tupã, pelo menos antes do contato com os homens civilizados. Mesmo para os índios do tronco Tupi, o ser que dominam Tupã não é considerado de modo nenhum o principal dos entes sobrenaturais. Para eles, Tupã é como um espírito que controla o raio e o trovão, podendo, por isso, provocar morte e destruição.
De modo geral, nas diversas nações indígenas, acredita-se qu cada pessoa possui um espírito imortal. A ideia de espírito difere de um grupo para outro. Há comunidades como os Krahó, ramo dos Timbíra, que acreditam que não somente os seres humanos possuem espírito, mas todos os seres sejam animais, vegetais ou minerais. Alguns dividem a alma em duas forças, uma das quais permanece na terra em situação de perigo para os seres vivos e outra parte vai para o paraíso. Os Kaingáng acreditam que o indivíduo, após a morte, torna-se outra vez jovem, vivendo mais uma vida em outro plano existencial. Morre novamente transformando-se num pequeno inseto, formiga preta ou mosquito. Os Kayová acreditam que o espírito ou alma tem uma parte sublime, de origem celeste e outra parte menos boa da alma que se desenvolve durante a existência do indivíduo. Para essa tribo, a reencarnação só é possível para as crianças que morrem. De modo geral, predomina a crença de que a morte é o corte abrupto da vida e início de outra vida repleta de alegrias.
A ideia de Deus, perpassa todas as religiões indígenas. Muito deles tem a noção de um Deus criador, mas um Deus que cria e em seguida se afasta intervindo no mundo através de entidades, espirituais ou heróis civilizadores, isto é, humanos com grandes poderes. Outras vezes esse herói é também o ancestral de um povo. Para os Tupinambás, povo que ocupou grandes áreas da costa brasileira, Deus criador era chamado de Mona, que significa o ancião. Criou o céu, a terra, os homens e tudo o que existe.
Devido a maldade dos homens, destruiu-se essa primeira terra pelo fogo. Houve apenas uma sobrevivente, Maira Mona, que pediu que o restaurasse. Uma grande chuva apagou o incêndio, surgindo aí uma nova terra. Um conflito entre dois irmãos, Tamoidaré e Arikuté, descendentes de Maira Mona, desencadeou uma nova catástrofe, um dilúvio, que destruiu novamente a terra. Salvaram-se apenas esses dois irmãos, com suas esposas, porque conseguiram subir em cima de uma palmeira e de um jenipapeiro. De Tamoindaré descendem os Tupinambá e de Arikuté descendem os Temiminó e isso explica por que até hoje são inimigos.
Os Guarani chamam a Deus pelo nome de Nhanderu, o nosso primeiro pai. Foi ele quem dispersou as trevas primordiais com a luz de sua sabedoria. Criou o mundo, colocando-o sobre duas traves cruzadas, que por sua vez são apoiadas sobre quatro palmeiras. No dia em que essas palmeiras desabarem será o fim do mundo material.
O presente mundo é apenas uma cópia ou sombra do verdadeiro mundo, que fica no além, por isso todo empenho dos Guarani é alcançar o Yvi marã`ei, a terra sem mal, onde as pessoas não envelhecem, onde não é preciso trabalhar, onde a caça já vem aos pés do caçador e onde não há sofrimento e nem morte.
Podemos dizer que cada nação indígena possuía crenças e rituais religiosos diferenciados. Porém, todas as tribos acreditavam nas forças da natureza e nos espíritos dos antepassados. Para estes deuses e espíritos, faziam rituais, cerimônias e festas. Mas devemos colocar em destaque os povos Tupis e Guaranis, pois foram os que mais marcaram as práticas religiosas do povo brasileiro.

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